Os professores são, como as mulheres-a-dias ou os presidentes de república, pessoas que não sabem fazer mais nada. Em muitos casos, o «mais» está a mais: são pessoas que nada sabem fazer. Ponto.
Acuso os professores de serem os grandes responsáveis pelo estado de ileteracia em que Portugal se encontra. A diferença da minha pessoa é tamanha em relação ao resto do país, que quase me considero um país à parte no interior de Portugal. Para resumir: Portugal é um país que não lê. O que me chateia porque eu sou, digamos assim, um país que escreve. Sou muito lida no meu país, isto é, de mim para mim, e muito pouco, quase nada, das portas de minha casa para fora.
Se aos portugueses que não lêem somarmos todos os que só lêem lixo, que são praticamente os restantes, começamos a compreender, finalmente, por que razão Portugal me lê tão pouco. É que lixo, isso, pelo menos, as minhas obras não são. Garantidamente: eu suo, aplico-me esforçada e cuidadosamente, com grande rigor e uma enorme exigência comigo própria naquilo que faço: copiar os outros. E, atenção, copio os melhores. Só os melhores...
No país que há fora de mim, esse Portugal, até já a Teresa Guilherme «escreveu um livro». Repararam nas aspas, não foi? Eu cá sou assim: muito subtil, mas nunca deixando escapar a ferroada.
O pior é que Teresa Guilherme «escreveu um livro» que promete ser um sucesso editorial, quando o grande sucesso editorial da feira do lixo, perdão, do livro, já tinha sido aquele tijolo redigido por uma stripper que, logo na contracapa, enfiou num único parágrafo, duas vezes a palavra «cabra». Ela lá sabe.
Eu não sou stripper. Não mo consentiram, nem a minha moral nem, sobretudo, o dono da discoteca a quem fiz a proposta. Portanto, sou superior. Também não uso aquela linguagem. Não escrevo «cabra» nos meus textos. Portanto, sou muito superior. E, no entanto, não há quase quem me leia, ao passo que toda a gente lê o tijolo da cabra. Juntem a tal facto a recente queda de neve em Lisboa e a vitória do Sporting sobre o Benfica, como se me queixava um anónimo, e perceberão que algo está, realmente, muito mal nisto a que chamam Portugal.
Quando a imprensa se vai, também, degradando a olhos vistos (reparem na porcaria em que se tornou A Visão desde que de lá me expulsaram), quando se vai tornando mais pirosa, sensacionalista e cor-de-rosa ( sei perfeitamente do que falo, eu, que assino uma coluna no rabo do 24 Horas), que podemos nós esperar do nível intelectual dos portugueses?
Termino como principiei: a culpa de tudo cabe, naturalmente, aos professores portugueses e, em primeiro lugar, aos professores portugueses de português. Talvez pudesem principiar a leccionar nas aulas o «Adeus, Princesa»...?
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