Abel, no seu posto de segurança à entrada dos balneários, olhava fixamente o infinito. Olhava mas não via nada, absorto que estava à procura de respostas. Nem viu um cliente que entrou sem bilhete. Seguiu-se uma outra com ar aflito. Não deu por nada.
Não bastava andarem a dizer que a sua pochete não era a única, que afinal havia outra; agora falatava-lhe a companhia sempiterna do JP.
Indiferente, ao seu lado, Guerra, o felizardo, coçava a cabeça enquanto discutia as mais recentes aquisições do benfica com o Nelson, o carreto.
-Deixa lá isso, homem! Ele amanhã tá de volta! - Grita-lhe exuberantemente Inês PiPimentel, como lhe chamava o Alex.
Abel acorda do estado letárgico. Um penteado em repucho tinha-o arrancado do profundo meditar e torna pública a sua dúvida: -Que terá ido o JP fazer ao Porto?.
Ao certo, ninguém sabia.
Lá no fundo, ali ao lado, a outra Inês, com Alegria, pensava: pode ser que por lá fique...
Dado o alarme, e a um estalar de dedos da Madá, reune-se num piscar d'olhos como é seu hábito, o DETA* (não, não é um braço da ETA, embora não lhe faltem motivos para fazer explodir a escola) .
Talvez por solidariedade com o Abel talvez congratulando-se (ainda não se sabe bem), analisaram o sucesso e o insucesso da presença e da ausência do JP, enquanto elemento fundamental e de charneira no ensino da geometria na escola, no concelho de Oeiras, no país e no mundo.
Finda que foi a reunião, a dúvida mantê-se, tendo mesmo ficado em acta:
Onde pára o JP? Porque terá ele ido ao norte?
*Departamento de Expressão Técnica e Artística
3 comentários:
Mesmo parecendo distraído,
Mesmo discutindo o Benfica...
Também pergunto: onde terá ido
O Guru da Geometríca?
Sim senhor...!!
Acho que o JP foi ao Porto, de charneira em riste para, num rebatimento adequado, varrer os cacos de vidro do pavimento do palácio do tristemente célebre Congresso, para o plano horizontal duma lixeira, na Pasteleira.
Ó miúda elástica...parece que as Rotações e as Mudanças de Plano já regressaram ao Palácio...
Enviar um comentário