As palavras
São como um cristal,
as palavras.
Algumas, um punhal,
um incêndio.
Outras,
orvalho apenas.
Secretas vêm, cheias de memória.
Inseguras navegam:
barcos ou beijos,
as águas estremecem.
Desamparadas, inocentes,
leves.
Tecidas são de luz
e são a noite.
E mesmo pálidas
verdes paraísos lembram ainda.
Quem as escuta? Quem
as recolhe, assim,
cruéis, desfeitas,
nas suas conchas puras?
Eugénio de Andrade
4 comentários:
Ai as palavras....
ai os poetas.....
Parabéns Poesia...
Obrigada por traduzires sensações, obrigada por seres a língua e a linguagem dos amantes
ah poesia...
Tive imensa pena de não poder de certa forma "assinalar" o dia na aula de português, isto devido ao atraso com que vamos.
(eu até levei uns livros de poesia para a escola, mas quando vi que a minha stora não estava para aí virada, não insisti e acabei por não lhe dizer que os trazia comigo :|)
Às vezes estamos todos demasiado "presos" aos programas que temos que cumprir, miss mandylion... Talvez para uma próxima vez, não?
Fica bem ;)
Sim, eu percebi, por isso nem insisti no assunto...
anyway, dia da poesia é todos os dias (:
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