08 março 2006

O XIQUE E O XOQUE

Queriduchas, deixem-me principiar por uma confissão do mais profundo da minha alma toda virada para o bom gosto. O sonho que mais me inspira, o sonho que inspira uma colunista social, como eu sou, é um único: dizer mal das pessoas e ainda por cima ser amada por isso. (Saiu bonito, podem citar-me...). Mas sei que é um sonho «raté» (não, Belito, meu amorzeco, raté não significa ratado).
Tenho, pois, de escolher: dizer mal ou ser amada? Por mim, não tenho dúvidas. Deixo-vos adivinhar a escolha. Vamos, pois, dizer algum mal.
O xoque desta semana:
Primeiro: A nova decoração da sala de professores. Nem mais! Oh tio Xande, Oh tio Cacá, não havia para aí mais requinte, mais inspiração?! Não haveria para aí uns cacifos, sei lá, em mogno? E ainda por cima, valha-me Carlos Castro, não é que alguns já têm autocolantes coloridos? Que pinderiquice, queridas e queridos! Eu sei o que é que falta! Um toque feminino, é o que é! Aquela sala nas mãos duma mulher havia de ter requinte, um certo je ne sai quoi que faria toda a diferença!
Não basta boa vontade, queridos, falta mesmo é bom gosto, finura, elegância. Olhem à vossa volta, não encontram aí motivos inspiradores?!
Bom, sigamos adiante e passemos ao
Segundo: Já reparam como algumas colegas já anseiam pela primavera? A ver pela cor dumas botinhas que vi passar (...) há quem anseie pelo bom tempo. Não, queridas, desta vez não digo o nome! Hoje apetece-me deixar tudo para vocês adivinharem!
Mas também não posso ignorar o xique - discreto e breve - que por aqui passa: que linda écharpe preta circulava naquela sala! A quem, a quem, a quem??? Pois não digo senão isto: um cigarro nos lábios e um azul lindérrimo nos olhos.
Super-hiper-hipie estava Lailai, com a sua calça de ganga rasgada, com brilhantes, que bem que lhe ficam, rica! Se fosse a si, em vez de as dobrar ao fundo, rasgava e fazia-as em franja, tá a ver?
Outra notinha, queridos: não me perdoo de ter deixado passar isto em branco até agora. Tenho-me recriminado, é verdade. A originalidade nunca se deve deixar passar ao lado, e a querida Fáfá Luzia é um raio de luz na nossa sala de professores. Um raio de luz bem vermelhão! Que bem, rica! Devo dizer que positivamente a-do-ro o seu cabelo.
Por outro lado, o grupo de desenho parecia ontem outro. Vejamos: a) duas habitués das calças tinham-se rendido às saias - e que bem lhes ficavam; uma, tinha posto de parte a farpelita de hippy chegada de Woodstock e vinha um luxo. Ó rica, a sua saia de racha, a sua botinha negra, um colar de encher o olho, faziam de Madá uma finérrima Madô (ai, desculpem, já me esquecia que não ia dizer nomes...); a outra, elegante elegante elegante na sua meia vermelha, no seu sapato de polimento, no seu cachecol multi-hiper-colorido, rodeada de cães abandonados. Que beleza, tanto a roupa como a dedicação aos bichinhos (para mim, só cães de marca, mas gosto tanto de ver os outros a preocuparem-se com os desvalidos). E b) a Conchão não trazia chapéu. Não é mentira, eu nunca minto. (Se mentisse, tinha menos inimigas). Ai que lufada de ar fresco naquele grupo, Deus meu...!
Chic (isto é o som do meu beijo de despedida, meninas).

Volto para a semana, siiiim?

2 comentários:

Anónimo disse...

Então nem um único homem merece uma pequena referência? Mesmo uma nota de rodapé que seja!
Constata-se um certo enviezamento no olhar com tendência única para as peles e as botas...

Anónimo disse...

Homens?
onde na eslav?
Dizem k já houve.....
acredite kem kiser....