02 abril 2006

DRA. RUTH NÃO DEIXA O SERVIÇO PÚBLICO A MEIO

Como tentei explicar no meu artigo anterior, o que aqui estou apresentando deve ser tomado como um dicionário de arquétipos de homens. Não se trata de escrever sobre homens em particular, o que seria de mau gosto. Em segundo lugar, estes arquétipos aplicam-se ao universo de todos os homens, e nem sequer ao universo mais restrito (que não deixa de ser um aliciante «study case», é verdade) da eslav. Não se prendam, pois, aos nomes que encontrei para designar tais arquétipos. São nomes aleatórios. Podiam ser outros.
Postas estas premissas, avancemos um pouco mais:

MENINO DE SUA MÃE - A maioria das mulheres atemoriza-se um pouco quando conhece este tipo de homem; o seu olhar lascivo e as suas mãos irrequietas prenunciam tremendas ousadias. Pensa-se logo: «Hum! Isto é gajo para se dedicar a grandes atrevimentos e a riscos terríveis: é gajo para praticar nudismo, ou ainda pior, ia dizer Bungee Jumping, mas talvez mesmo, sei lá, para se dedicar a ser professor..!» Depois, percebe-se que, sob a aparência de alguém capaz das piores atrocidades, está, afinal, um filho pacato e devotado que, nas outras mulheres, não vê senão a própria mãe, a mãe omnipresente, a mãe que o acompanha e guarda, a mãe que ainda se despede molhando os dedos com cuspo para lhe dar uma última penteadela ao cabelo, e se aflige com a demora se ele, no caminho de regresso a casa, teve de parar por acaso para atar os cordões dos sapatos...

CHEFE - Tal como o Inspector Clouseau, «O Chefe» é o género de homem que viu tantos desses filmes policiais em que usam a técnica do bom polícia/ mau polícia, que quer encarnar, ele sozinho, o bom e o mau. Como «bom» chefe, só deseja ser amado e compreendido. Por essa razão, é um chefe de pedra e cal: exerce o poder ao longo de séculos e séculos, na esperança de que um dia, nem que seja por cansaço, acabem mesmo todos por amá-lo e compreendê-lo. Mas não se deixem enganar, porque como chefe «mau», é capaz infligir as mais horrorosas torturas: entristece e amua. Mas isto com muita força, hein?

PENTEADINHO - Este género de homem é um tímido que, para enfrentar o desconhecido, não sabendo como se dará numa nova situação, se agarra com unhas e dentes a um pormenor qualquer, do qual faz uma espécie de símbolo mágico: pode ser a arrumação capilar, sem um único fio fora do sítio, o cabelo minuciosamente repartido em duas partes simétricas, como um telhado; ou pode ser um boné que marque absolutamente a diferença. O pormenor em si, tanto faz. Com ele, o indivíduo ganha uma nova confiança em si mesmo e espera que, onde quer que entre, o mundo, a vida, as mulheres, o mirem, rendidos, fascinados.

Já me cansei de novo. Até outro dia.

Ruth

4 comentários:

Anónimo disse...

D. Ruth querer fazer crer que não está a pensar em ninguem em especial é um pouco difícil...ora vejamos:
O FILHO DE SUA MÃE e temos na escola o Zézé
O CHEFE e temos chefes que estão no governo 4 meses e temos chefes em CE há 30 anos...
O PENTEADINHO começou a falar-se nesse fenómeno há tão pouco tempo!...
D. Ruth não queira ferir a minha inteligência

Anónimo disse...

Pode encontrar na escola casos que correspondem a esses modelos. Mas não confunda: há biliões de homens e só dez ou onze «tipos» por onde eles se distribuem todos...

Anónimo disse...

Dra. Ruth: Axo k tem de caracterizar outro tipo de homem(ou mulher??!)- O ingénuo k não descodifica a mais fina ironia...Vá contando essa a outro e..a nós todos.

Ana C Marques disse...

Ao género penteadinho central, tipo Tonico Bastos, já um outro famoso tinha aderido, "porque gosta e pronto"; espero que o corte à Paulo Bento não recrute mais adeptos.