«Os pais são, muitas vezes, os primeiros a identificar os problemas», acabou ontem de afirmar a ministra, justificando, assim, que eles avaliem os professores.
O problema é que, muitas vezes, os pais são o próprio problema.
Mas a ministra, apesar de tudo, esteve bem. Não teve um único argumento com pés e cabeça! Mas conseguiu estar bem, mesmo assim: julgo que foi a completa inépcia do senhor do sindicato que jogou a favor dela.
Confesso que, uma vez por outra, a ministra até tinha razão. Mas a razão que tinha, era pouca. E a pouca que era, não valia nada!
Os professores não estão, tanto quanto tenho ouvido, contra uma avaliação que os distinga, que premeie os melhores e tenda a afastar pessoas como [...] ou [...]. Está dito.
Mas uma avaliação que abra caminho aos «yesmen», aos especialistas no sucesso artificial, aos simpáticos, aos que caem no goto aos meninos e aos papás, aos incompetentes que dão cinco a toda a gente, ou, no secundário, nunca menos do que dezassete, aos peritos no folclore? Prefiro mesmo ir arrumar carros. Ganharia certamente mais!
A ministra insiste: «Os professores não devem vitimizar-se, dando uma aparência de fragilidade. Devem, sim, responder aos desafios...»
Mesmo que estejam a ser efectivamente vítimas de uma ministra que os detesta? E os fragiliza sistematicamente?
Ela tem razão quanto ao desafio. Há aqui, de facto, um desafio prévio: tratar de pôr-lhe uns patins.
13 comentários:
Também acho ALGUMA COISA TEM DE SER FEITA....e tem de começar por nós. A ministra tem a seu favor a desunião dos professores...não há espirito de classe...e quem se atreve a tomar medidas fica sozinho. Qtos conselhos executivos se demitiram? não sei se a medida esta certa ou errada...mas faça-se qualquer coisa e apoiem-se os que têm coragem de dar um passo em frente.
Já agora, e correndo o risco de passar por alguém que desune a classe, só uma palavra: num momento em que a ministra aponta os professores como oportunistas e maus profissionais, esta greve-ponte é mais do que um erro, é uma absoluta estupidez. Greve-ponte??? Numa altura destas??? Não, obrigado!
Greve: se não agora, quando?
Creio que não chega clamar, escrever, desabafar. É preciso uma tomada de posição que dê visibilidade à posição dos professores face ao autoritarismo desta Ministra.
Se não formos nós, quem?
Quanto à "fraca figura" do Senhor do Sindicato, estamos conversados!...
Sabem o que me chateia? Se por um lado acho um disparate esta greve-ponte e também não tenho vontade nenhuma de a fazer nesta altura, por outro lado já estou a ver mais uma vez o aproveitamento dos resultados da greve por parte do ministério: "como se viu a adesão à greve não foi significativa". Estamos a ser vítimas de constantes ataques por parte do ministério. E a campanha está a ser muito bem orquestrada. A comunicação social ajuda. Os sindicatos não ajudam. E nós somos os bombos da festa. Que fazemos então?
Porque, ó inconformista, a «unidade da classe» é incompatível com pensar-se pela própria cabeça? Então, sim, estamos realmente conversados!
Em vez de fazer a greve ponte há quem sugira que os profs devem vestir de negro nesse dia para mostrar a tristeza e o descontentamento.
Penso que não fazer nada... e mandar umas bocas é bem pior... deixem se de demagogia e tenham coragem de fazer greve seja ela ponte...é o que há neste momento... ficar de braços cruzados é dar razão á ministra que somos frágeis...Além da greve também concordo que devemos todos vestir de preto.
Coragem??? Essa é a melhor. Há professores que reagem à convocação de uma greve como o cãozinho do Pavlov!
«É o que há neste momento...»? Pois é. O que me preocupa é precisamente isso...
Dilema: Não fazer greve é dar razão à ministra de que somos frágeis? Fazer greve é dar razão à ministra de que somos uns oportunistas.
Demagogia!? Eu diria «ideias próprias» e vontade de as debater: mas vá lá, aceito que quem não tenha disso lhe chame outras coisas...
concordo 100% com este último anónimo!hoje há tantos...
acreditem k fikei preocupado e mto com estes comentários...nós não nos entendemos mesmo. Nao sabemos o k keremos, kem somos ....
Bom, parece-me que todos queremos ser respeitados. E que estamos todos descontentes. É perfeitamente natural que cada um de nós veja as coisas com uma perspectiva ligeiramente diferente. Mas parece-me a mim que no essencial todos concordamos. Cá por mim fazia tudo o que fosse preciso: fazia greve, vestia-me de preto, ficava à porta da escola de noite com velinhas tipo velório, sei lá. Acho que isto só se resolve com um grande movimento a nível nacional. E olhem que já estivemos mais longe.
Muito bem, não torno a este assunto senão DEPOIS da greve, para que não me acusem de andar a desmobilizar. (Pode até ser que, até lá, me convençam! Estou pronto para debater de viva voz... Por escrito é que já chega!) Mas uma palavra ainda, para que não me reduzam ao papel ingrato e incómodo de «fura-greves» (a mim, que sempre as fiz!? seria, no mínimo, irónico...!): compreendo que estejas por tudo, Lara. Mas penso que os professores não poderão ganhar esta luta sem se esforçarem por conquistar também a opinião pública - precisamente porque a opinião pública, que é fundamental, está do lado da ministra! Desse ponto de vista, esta greve é um tiro no pé. É uma irresponsabilidade e vai jogar inteiramente contra nós... duvidas!?
mas sindroma a opinião publica vai estar sempre contra....e nos? e a nossa consciencia?...não pretendo convencer ninguém....mas confesso k não fazer nada,é o pior k podemos fazer....
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