Dia 1.
11.30h.Talvez porque o dia estava lindo ou apenas por ser a primeira, a reunião correu dentro da normalidade, escreveu-se.
16.3oh. DTLS (chamo-lhe assim porque não tenho tempo para mais e até fica bonito, não fica?) tem pressa, não gosta de perder tempo com conversas fúteis (um caso raro, bem sei). C despede-se. Tudo bem, não deixa muitas saudades. E quer esclarecer a sua posição, sim, está de partida, é uma das suas últimas reuniões, quer mostrar empenho e dedicação à causa que considera quase perdida, a educação dos pequenos; tudo porque "ensinar boas maneiras está fora de moda". E fica algum azedo no ar. Há quem tinha dificuldade em partilhar o mesmo ar; o mesmo ar, a mesma sala, as mesmas ideias, o mesmo rascunho de acta, as mesmas indicações para a ficha de avaliação. Em surdina, aquilo transformou-se num campo de batalha em que ninguém se tarevia a levantar a voz. Cruzavam-se olhares e piropos venenosos, baixinho, não fosse alguém ouvir. Para ilustrar melhor a ideia, fiz um desenho, que me escuso a legendar, pode ser que alguém adivinhe o sentido das chispas.
Ainda que não adivinhem, eu atrevo-me a continuar. RC não suporta o olhar da C e bufa cada vez que ela fala, tratando todos por você, o que a irrita solenemente. Alheia a estas questões, HS, desempenha perfeito o seu papel de secretária. MM espirra constantemente ao meu lado e repete vezes sem conta "amanhã vou ficar doente"; amarfanha pilhas de lenços de papel em cima da mesa. Eu encolho-me na minha cadeira, não quero adoecer e perder o almoço de natal. Xiça, chega pra lá.
Dia 2.
11.30h. Eu, DTSubstituta cumpri o meu papel na perfeição, isto é: a reunião foi rápida, tão rápida que deixou AB feliz da vida por poder ir assistir aos preparativos para o almoço de natal enquanto pode aquecer o estômago.
16.30h. DTPV começa por distribuir Mercis com a secreta convicção de que aquilo vai ser um instante. AB repete "vai ser rápido, vai ser rápido". O que não estava previsto era que C estava ali para se despedir; mais uma vez... Coitada da SF que só queria passar um bom bocado a contar histórias giras, como aquela do cubano que casou com a miúda gira que afinal era tesa. Mais uma vez, saltou a tampa à TJ, como lhe vinha acontecendo desde o dia anterior. Pudera! com as dificuldades que diz que temos para resolver os problemas dos alunos, dos pais dos alunos, dos substitutos de pais dos alunos...nem com a vertente 3 se consegue fazer nada. Muito menos com ritalina, palavra que me atrevo a destacar como sendo aquela que mais ouvi nestas reuniões. DTPV não se poupa em explicações acerca de como lidar com um chinês que não percebe patavina do que se lhe diz e vai dormir para as aulas e um angolano que não consegue ficar sentado na cadeira. E nós com vontade de fugir dali.
Dia 3.
8.30h, o fardo já é pesado. Mas há CT que são, digamos assim, pouco userfriendly. Valeu RdeI para trocar olhares sempre que CB começava a contar de onde conhecia este aluno ou a mãe daquele; e com quem partilha a sauna e às vezes o jacuzzi.
Para chegarmos ao fim e não termos tempo de analisar os PCT que nos vão obrigar a reunir em Janeiro.
Descansem que em Janeiro não farei diário.
5 comentários:
Tá tudo clarissimo e fidelissimo! Só me falta esclarecer o TS que não percebi...Eu cá sou mto solidária com a abelhinha!...
Não é TS, é TJ!
Ah, afinal já percebi!Levou algum tempo, é da hora...
vocês já deviam estar todos a dormir!!!!eu já tinha percebido há horas!!!!com ajudinha...
Logo vi, HS, com a tua perspicácia não podias não perceber o TJ!
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