31 janeiro 2007

UM MISTÉRIO COMO NUNCA SE VIU NADA ASSIM: EPISÓDIO DOZE

Depois do reaparecimento do Fantasmadaópera em dose dupla e já com o texto alinhado à esquerda, ninguém acreditava que mais milagres acontecessem na escola. Ele próprio se espantou com a extensão do seu texto, com o tamanho da inspiração e com a destreza do seu polegar e terá dito, refastelado no seu black sofa: “juro que daqui para a frente, não mais pararei de escrever no blogue, eu seja ceguinho”.
Havia alguns dias que Os Três Rurais andavam aflitos com o desaparecimento do Espantalhuça, o espantalho mais importante da exposição Ruralidades. Espantalhuça era aquele que a cada distracção dos seus progenitores, se escapava para a arrecadação da sala 27 com a única finalidade de irritar os Mestrestics. Por diversas vezes, tinha sido Mestre Márius, o próprio, a expulsá-lo da arrecadação; mas agora, havia dois dias que Espantalhuça desaparecera sem deixar rabo-de-palha. A comunidade rural estarreceu e assim se mantém; desde o desaparecimento de Espantalhuça, o mundo para eles parou.
Su7 e DasDores já procuraram em todo os recantos mais escondidos da escola, incluindo no caixote do lixo que estava amiúde por debaixo da janela da dita arrecadação. Chegaram a ligar à IPODEC, não fosse o desgraçado estar em vias de reciclagem, por via de alguém o ter despejado por engano num cestinho verde que diz: “Só vidro!”. Mestre Márius não tinha dúvidas: estava convencido que Espantalhuça era o único responsável pela súbita agitação que se verificava entre os professores que aderiam ao projecto da Gulbenkian. Todos, menos ele; isso era preocupante. PlanetAzul tinha sido o primeiro a ser atacado, resultando numa campanha pró Sousa Cardozo, “Uma piadinha mesmo ao seu estilo”, pensava Márius, enquanto arquitectava um plano para o caçar.
Os Executivos, entusiastas de todo o tipo de projectos e mais algum, tomados duma súbita euforia, desenvolviam performances no pátio da escola enquanto diziam, “vá, façam coisas giras”; Ana Passover criava arcos coloridos no ar com um par de swings; Cheflucas dominava cada vez melhor as artes do fogo, girando tochas no ar; Carlos Beligerante, ajudado por Alelex, jogavam ao ar um par de devil sticks; Lúcia-Lima cuidava das fardas, consultava etiquetas, pondo de parte qualquer peça de nylon, não fosse o diabo tecê-las. LurdeZorvalho anotava os nomes dos interessados em se juntar ao grupo e que tinham enviado candidatura por email; dispunha as folhas em leque enquanto se abanava, dissipando o calor das tochas do Cheflucas.
É por esta altura que Lara Croft, exímia decifradora de enigmas, coloca hipótese de o extraviado carnet de Madame ter sido, nada mais nada menos, que ROUBADO! por um espantalho qualquer...

1 comentário:

Anónimo disse...

Sempre ouvi dizer que quem brinca com fogo faz xixi na cama...