25 janeiro 2008

COMO SE CRIAM AS MODAS

Uma escola não seria uma escola se, nela, se não destacassem figuras-modelo, verdadeiros líderes, pessoas que, pela sua superioridade em qualquer plano, tendemos todos a copiar.

O pochato, por exemplo, durante anos a fio, tentou que o seguissem; vinha, resistentemente, de pochete para a escola: imaginava todos os colegas a imitá-lo, cada um com sua pochete, segura no braço meio dobrado, encolhido. Teve azar! Vinha com pochetes misteriosas, que perguntávamos que diacho conteriam, ou com pochetes em forma de cantil, de que sugava um líquido qualquer, ou pochetes assim, ou pochetes assado. Nunca o seguiram. Não é modelo quem quer! O resultado foi que alguma senhora invejosa lhe fanou a malinha de mão. E o pochato, sem essa sua bizarria, perdeu 98,3 % do seu interesse e do seu encanto. Já nem faz sentido que lhe chamemos «Pochato». Tem de passar agora a ser, simplesmente, o «chato»...

Já, por outro lado, madame resolve vir de trólei, e os tróleis começam a amontoar-se, a provocar engarrafamentos nas pontes e passadiças da escola.

O mesmo acontece, por exemplo, com a dona Juju. Decidiu, um dia, trazer aquela pastinha acinzentada - enfim, cor-de-rato-quando-foge - que diz «Areal»; (uma daquelas, portanto, com que as editoras compram os professores, nunca descobri a troco de quê); pois nem três dias eram passados, e já se multiplicavam por esta escola fora as pastinhas-Areal. Já contei quatro, sei que há muitas mais, que as colegas até as confundem e levam para casa as das outras, que e que que. Lá está: foi a Juju que a lançou. Sim, sim, a Ximão. Eu já desconfiava. Sou perspicaz. Quando vejo um líder, um modelo, reconheço-o logo...

Sem comentários: