22 novembro 2010

VELOCIDADE

Raios! Parece a Greenlight que tocou há uma infinidade. Raios! Greenlight tem de se despachar, não é verdade? Até dava vontade de rir que um super-herói fosse o último a chegar. Mas Greenlight não encontra a pasta. Raios, a sala de professores já está deserta. A pasta, a pasta, a pasta? Aha, ei-la. Bom, agora o livro de ponto. Raios, levaram-no? Não. Ei-lo. (Há três professoras, escaladas para AAA, que o miram com um olhar assassino. Não é preciso activar o seu poder de ler pensamentos, para, hoje, conseguir lê-los: «Querem ver que este anormal não chega a horas e ainda me chamam para o substituir?!», pensam elas em coro). Mas, no momento em que se prepara para sair, dá-lhe aquela obssessiva vontade de urinar. Corre à casa de banho. Raios. Acerta com um jacto de urina num repelente insecto que, se não fosse atingido, cresceria e se transformaria num monstro devorador. (Como vêem, nem na casa de banho o super-herói que se preza pode repousar). Raios, tão tarde. Sai. Atravessa a sala a correr. Abre a porta da sala de professores e TRAZ, embate furiosamente numa massa... raios, que é aquilo? Costas? Ombros? Professores? São os professores que, assim que toca, saem velozmente da sala, zelosos e cumpridores, mas, uma vez fora da sala de professores, demoram uma estranha eternidade a caminhar em direcção às salas de aula? Conversando, passinho a passinho, como se imitassem o passinho miudinho e chinês da professora Belita? O quê? Estão todos ainda ali? Formando uma parede que o não deixa progredir? Raios!

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