06 dezembro 2010

DRA. RUTH: MANUAL DE INSTRUÇÕES DA PAIXÃO

Um grupo de rock luso, os Mão Morta, tem uma música em que garante que é mais fácil perceber como funciona um avião, do que perceber como funciona a paixão. Tudo isto se torna menos estranho quando sabemos que o líder da banda era engenheiro aeronáutico (daí ser tão fácil para ele saber como voa um avião), teve um avc (daí o nome do grupo: «mão morta») em consequência do qual ficou com perturbações emocionais. (Não quero ser mais tétrica do que o estritamente necessário para informar os meus leitores...)

No polivalente facebook, uma condessa russa, inspirada por essa bizarra música, propõe-me que escreva aqui, em «fascículos», um guia da paixão para uso de: a) engenheiros aeronáuticos que tenham sofrido avc e ficado um pouco taralhoucos em matéria de «paixão»; b) pessoas que nunca se apaixonaram; c)pessoas que estão sempre apaixonadas; d) funcionárias da secretaria; f) professores de matemática; g) gente que usa chapéus com uvas; h) assasinos profissionais; i) assassinos amadores; j) líderes de grupos de rock; k) leitores do blogue; l) Fernando Pessoa; m) seres humanos em geral; n) seres humanos em particular; o) restantes casos, não previstos aqui...

A primeira lição relativamente a matéria de paixão, aquela que qualquer principiante deve ter presente, é:

1. NUNCA SE APAIXONE. [ISTO É A SÉRIO].

Mas, caso se apaixone, saiba que a paixão é sol de pouca dura. Não demora. Está provado cientificamente que é uma bomba de pavio curto. Vem e vai-se tão rapidamente que algumas pessoas nem chegam a aperceber-se de que estão ou estiveram apaixonadas. Outras, deconfiam. Mas no instante em que começam a perguntar-se: «Estarei ap...?», já passou. Há que tirar partido desta pouca durabilidade. O que nos dá a segunda regra (caso a primeira falhe):

2. PROCURE QUE A SUA PAIXÃO NÃO SE PROLONGUE MAIS DO QUE UM QUARTO DE HORA.

Quinze minutos é o máximo. Um «fogo» já é mau. Um «fogo» que «arde», ainda por cima, «sem se ver», é péssimo - como atacá-lo? como chamar bombeiros? como apagá-lo?! Um quarto de hora de loucura está bem. Mais do que isso é um desastre - cinzas e consumição.

No próximo número continuamos.

De todos os meus entusiastas me despeço com um beijo.

Vossa,

DRA. RUTH

2 comentários:

zorbas disse...

E se alguém estiver convencido que é uma encarnação da Fénix (aquela que renasce das cinzas...)?
As suas duas primeiras lições não se aplicam. Veja lá se transmite rapidamente mais alguma instrução pertinente, porque eu estou numa
encruzilhada e não sei para que lado me encaminhe.
Grato pela sua preocupação e ensinamentos.
Um seu admirarador

zorbas disse...

E se alguém estiver convencido que é uma encarnação da Fénix (aquela que renasce das cinzas...)?
As suas duas primeiras lições não se aplicam. Veja lá se transmite rapidamente mais alguma instrução pertinente, porque eu estou numa
encruzilhada e não sei para que lado me encaminhe.
Grato pela sua preocupação e ensinamentos.
Um seu admirarador