20 janeiro 2011

AI SE ELE CAI

Este tu cá tu lá de conversa fiada já me está a tirar do sério.
Já não basta escreverem pouco e ainda vêm para aqui com choraminguices e desgostos de amor, narizes, saldos e o diabo a quatro. Minhas senhoras, lamentem-se por causas justas.
Têm falta delas? Eu dou-vos um: consultem o vosso email e vejam uma certa mensagem que vem dum senhor que se chama Vencimentos.
Esse senhor que não usa nome próprio e que apenas revela o apelido anda a ir-nos aos bolsos. Para já, deve ser um gajo poderoso porque tem acesso aos dados das pessoas. Segundo porque nos gamou uma maquia considerável neste mês. O inacreditável é que ninguém reclama. Isto revolta-me.
Uma vez, estava eu na recruta, saiu uma ordem para reduzir a ração de combate. Eu, o Tira-linhas e o Teixeira armamos um pé-de-vento que ninguém conseguiu dormir naquele acampamento. Fomos à cozinha roubar umas panelas e batemos neles toda a noite com uns maços. No outro dia, o rancho foi melhorado. Isso eram outros tempos, quando as pessoas tinham sangue na guelra. Agora a carne é fraca. Fazem-nos trinta por uma linha e todos se calam. E depois vêm queixar-se que não podem ir aos saldos.
Penso que esta Doutora Ruth devia sugerir temas em vez de dar livre arbítrio às suas leitoras. Não me leve a mal. Vejo que continua inspirada e sedutoramente opinativa mas eu no seu lugar não alimentaria estes comentários algo desabridos ao nariz duma pessoa polida e discreta que até tem feito furor entre o mulherio da escola. Na escola sempre houve homens que tiveram as mulheres a seus pés. Ele não é o primeiro nem o último, lhe garanto, a fazê-las tombar. Admiro-o por isso.

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