25 novembro 2005

AS INVESTIGAÇÕES DE AUGUSTO GUERRA. CAPÍTULO III: O NOSSO DETECTIVE ENTRA EM CENA

Blogue da Escola Secund�ria de Linda-a-Velha
Estava, pois, o senhor Gonçalves a repor os bolos directamente do chão no tabuleiro, soprando, com raiva, sobre uns pastéis que, ao cair, se tinham sujado, quando o Presidente do Executivo da Eslav fez a sua entrada na sala.
Chefe Lucas, que trazia o casaco beige de bombazina, aproximou-se do cadáver. Observou com atenção o corte na garganta e, usando da sua habitual perspicácia, sentenciou imediatamente:
LUCAS - Morreu de um golpe no pescoço...
CORO DOS PRESENTES -Oooooooooh!
Mas eis que, à porta, acabada de chegar, se encontrava agora uma outra colega, que ainda mal tivera tempo de tirar o casaco.
CLARA - ORA MUITOS BONS-DIAS! ENTÃO, ENTÃO? NINGUÉM ME DÁ OS BONS-DIAS? E QUE CHEIRO PESTILENTO É ESTE? HEIN? QUE MALDITA FUMARADA É ESTA AQUI? HEIN? OS FUMADORES DO COSTUME! JÁ TE VI, OLÍVIA.
Bruscamente, parou. Diante dos seus olhos espantados, estendido no chão, numa posição grotesca, lá jazia o corpo silencioso de Mariana Alicate.
CLARA - E TU NÃO ME DÁS OS BONS-DIAS, MARIANA???
LUCAS - Ela está morta, Clara...
CLARA - MORTA? QUE HORROR! MAS TINHA DE ACONTECER MAIS TARDE OU MAIS CEDO. ACONTECE A TODOS. E AOS FUMADORES PRIMEIRO, É CLARO: ORA A MARIANA FUMAVA COMO UM CAVALO. TANTAS E TANTAS VEZES QUE EU A PREVENI. «MARIANA, OLHA OS TEUS PULMÕES. MARIANA OLHA QUE...» A PROPÓSITO... (remexe na pasta)... TENHO AQUI UNS CARTAZES ACERCA DOS MALEFÍCIOS DO TAB... QUE NOJO... TA-BA-CO (SINTO-ME POLUÍDA SÓ DE PRONUNCIAR ESTA PALAVRA...)
LUCAS - Não, não, não. Isto foi um crime.
CORO - Um crime!?
As palavras do chefe e a exclamação do coro trágico coincidiram com a inesperada chegada de um homem grande - e, sem dúvida, um grande homem -, de olho azul e barba branca, pulôver estridentemente vermelho, que já todos adivinhámos quem possa ser. Sim, sim. É ele, por fim:
GUERRA - Será que ouvi mencionar a minha segunda palavra preferida (sendo, a primeira: Mulher!)? Falou-se em crime? Ah! Olha, olha. A Mariana...?
SENHOR GONÇALVES - O senhor doutor desculpe-me, mas olhe que está a pisar um dos meus bolos. Não se importa? Ainda bem, não está assim muito esborrachado. Ora então, com licença...
GUERRA - Pois. Mas dizia eu: mataram a Mariana? Fantástico. Isto é um caso para...
CORO - ... O AUGUSTO GUERRA!!!
GUERRA - Perfeito, perfeito. Então vamos lá a ver. Não mexam no cadáver, está bem? Homem, tire-me daí esses bolos que já não os posso ver. Bem. Vamos reunir naquele canto todas as pessoas que se encontravam na escola no preciso momento em que o crime se deu.
LUCAS - Alto lá. Afinal de contas, quem é que manda aqui?
CORO - O LUCAS!!!
LUCAS - Assim, sim. Então vejamos: vamos reunir naquele canto todas as pessoas que se encontravam na escola no preciso momento em que o crime se deu.
Porém, faltava alguém...
(CONTINUA)

3 comentários:

Anónimo disse...

Sigo ansiosamente. E espero que ninguém leve a mal - todo o blogue é, aliás, um teste: escola que não seja capaz de rir de si mesma é uma escola que padece de atrofia democrática

Ana C Marques disse...

Ó Ostra! Deixa que a gente saiba mais um pouco de ti, vá lá...

Lara Croft disse...

Apoiado!
Queremos saber mais sobre a ostra!
Ostra! Ostra! Ostra!
Ésselbê!... Ésselbê!...
(Ops! Isto não era daqui.)