06 dezembro 2005

MITOLOGIA ESLAVENSE: O JOGO E MERCHANDISING

1. Toda a mitologia eslavense gira em torno da crença num jovem predestinado, muito belo, incógnito (os meus lábios estão selados em relação a esse pormenor; não posso revelar de quem se trata: é o Sindroma), o qual iria, sem que ele próprio o soubesse, salvar da tirania a escola e o mundo.
2. Segundo a velha crença, havia nesse mundo um objecto sagrado, que viria a ter um papel fundamental no desenrolar do destino, embora ninguém soubesse que raio de papel podia ser. Tal objecto é a pochete: não se percebe bem o que seja, o que contém, que poderes emana. A única coisa que reverentemente notamos é que é muito feio. Um determinado sacerdote cumpre, eternamente, a promessa de nunca a deixar, nem por um segundo, nem quando se dirige à casa de banho.
3. Este autêntico universo tolkieniano está povoado por terríveis deuses que tudo fazem para dificultar a vida aos mortais. Nenhuma prova é excessiva. Na sua habitação suspensa (parece que é num terceiro ou num quarto andar), rodeada de subservientes e pérfidos anjos, uma Deusa sádica entretém-se manipulando os habitantes do mundo escolar, como uma criança picando e espicaçando insectos desprotegidos e desorientados no interior de um frasco.
4. Para esses mortais, a difícil vida sob as arremetidas da Deusa só findará no estado da reforma, transição para uma vida melhor, tão tardia, porém, que muitos deixaram de nela crer.
5. No mundo da Eslav, o tirano máximo, Luke, impera através dos séculos, mantendo-se eternamente no poder. À semelhança do Jardim da Madeira, também este semideus é inamovível, fechado num gabinete onde mantém trabalho escravo. O seu objectivo é dominar o universo inteiro, procurando levar cada vez mais além a sua gargalhada ensandecida. Para que os eslavenses não se revoltem, promete-lhes um cartão mágico, que traga aos possuidores a felicidade e a prosperidade. Perante quaisquer manifestações de revolta, ouve-se-lhe a voz lembrando: «O cartão! O cartão! Olhem que não terão o cartão!!!» (Mas muitos também já não se deixam enganar: a verdade é que o cartão não existe e nunca existirá...)
6. Mas há, na Eslav, outros semideuses: veja-se o fantasma da ópera, vicioso, senhor de um pérfido e maldoso sentido de humor, que fez do jovem Sindroma (que, no fim levará a melhor, já sabemos) o alvo a abater. Roído de inveja, pálido de raiva, instalou-se, como um vírus, no próprio blogue onde o Bem principiou a sua luta, para o minar por dentro. Não tem valores nem respeito.
7. Falaremos de mais deuses e semideuses em futuras referências a esta mitologia complexa. Queremos aproveitar para lembrar que este Natal já poderá comprar, para os mais pequeninos, vários bonecos como os que saem no Happy Family da McDonalds. No mais engraçado de todos, o Sindroma, munido de uma elegante espada de luz verde, arremete sucessivamente contra o fantasma da ópera, que, apavorado, entoa, em falsete, o hino do Glorioso. Também há reproduções da pochete. E soldadinhos que deverá coleccionar, formando com eles uma legião benfiquista à qual poderá atirar com berlindes do Guerreiro. (A figura do Guerreiro e da sua arma preferida, o berlinde, tem, também, um papel central nesta mitologia).
8. Também se prepara o jogo para Playstation 2. É bué dassustador!
9. Com esta mitologia, entreverá a resposta às questões essenciais da humanidade: Há vida depois da aula de substituição? Eram os deuses astronautas? Será que os homens preferem as loiras?

6 comentários:

Ana C Marques disse...

Para os mais entusiastas, os melhores membros deste blog
aconselham a leitura do livro de Paulo Coelho, O Guerreiro da Luz.
Numa nítida alusão à pericia com que joga o berlinde, o Guerreiro é pussuidor de uma red-light sobrehumana que só os iluminados possuem. A não perder!

Anónimo disse...

Não existe nenhum «Happy Family» na McDonalds. Existe um «Happy Meal». Happy Family é nos restaurantes chineses. Assim se prova que a mitologia é obscurantista!

Anónimo disse...

TOLKIEN N TEM DEUSES A MANIPULAR OS ALDÕESZINHOS COMO PÕES NUM COMPLEXO JOGO DE IRREALISMO. E se pensam fzr um jogo com isso tenho pena em desiludir-vos mas se o fizessem era pleonasmo pois já há um assim.
CULTURA MINHA GENTE, CULTURA. Tudo se resume a isso.

Anónimo disse...

O quê? O jogo da pochete já está no mercado??? Quero duas dúzia para este Natal

Anónimo disse...

Caro escadae: quando uma pessoa se refere, por exemplo, a um idiota qualquer e o qualifica como «dostoievskiano», isso não significa que o tal idiota seja igual à personagem principal de «O Idiota», de Dostoievski: é mais uma semelhança de tom, percebes? Quanto ao universo «tolkieniano», olha que ele já era conhecido por algumas pessoas,antes dos quatro filmes que tu deves ter visto. Se precisares de outras dicas, dispõe...

Anónimo disse...

Mas quem diz q eu só conheço os Filmes Do universo Tolkieno???
Para q conste eu conheço as histórias quase todas do "Silmarilion" e os "contos inacabados de Tom Bombadil" ou uma coisa assim (sem contar é claro com o Hobbit em versão normal e em BD)
E por acaso só vi 3 filmes pq n vi a versão animada de Senhor dos anéis e n sei se o Hobbit ja saiu ou n :S
O facto é q Tudo se resume deveras a cultura E N VENHAM DIZER Q N!