O riso é a coisa mais séria do mundo. Pode ser mais eficaz um «cartoon» certeiro do fantasma da ópera do que seiscentas actas carregadas de diagnósticos e estratégias. Percorre a escola um efeito de euforia e de humor bloguistas que me parece extremamente saudável. Que se mantenha, pois, a veia anarquista. Entretanto, gostaria hoje de reflectir um pouco mais ajuizadamente. E para que as audiências não baixem ao ponto de acabar por ter de me ler sozinho a mim mesmo, vou dividir em pequenas doses esta análise da má imagem dos professores. Começo pela culpa que cabe aos próprios.
Olho um rosto e acho-o belo. Mas de repente, inesperadamente, dou comigo a reparar num pormenor destoante: um sinal, uma ruga, um pêlo, um dente cariado. E, por uma espécie de reacção nervosa, não consigo deixar de observar o pormenor. Já nada mais conta. Torno-me obsessivo. Só tenho olhos para aquele defeito, e consinto que este domine o rosto e me domine o espírito, como se nada mais existisse.
Penso que o principal problema na imagem que, como classe, os professores dão de si reside num pormenor dessa ordem de grandeza: há professores incompetentes. Não sei se são muitos, se serão a maior parte, se uma minoria. Penso que, do ponto de vista da imagem, o número é indiferente, uma vez que, por poucos que eles sejam, são esses os que dominam o rosto do sistema, são esses mesmos que se tornam obsessiva e persistentemente visíveis. Se uma andorinha não faz a primavera, infelizmente neste caso um único porco faz o chiqueiro: onde esteja o porco a chafurdar, quem tem olhos para os patos, para as galinhas, para as vacas? Os bons professores - honestos, rigorosos, dedicados -, ainda que fossem a maioria, mal se notariam. O bem tende a ser invisível quando o mal ganha toda a visibilidade. Esquecemo-nos depressa de que há professores que vivem num esfoço permanente de excelência, que trabalham com os alunos fora do seu tempo de «expediente», que, ao longo de várias horas extraordinárias, que não são pagas - nem sequer reconhecidas -, preparam intensivamente as turmas para Exame. As «boas práticas», realizadas por pessoas discretas, soam como se estas não fizessem mais do que a sua obrigação. As más, pelo contrário, tornam-se ensurdecedoras. É por elas que a sociedade julga, imediatamente, a classe inteira. Por hoje, boa tarde!
Olho um rosto e acho-o belo. Mas de repente, inesperadamente, dou comigo a reparar num pormenor destoante: um sinal, uma ruga, um pêlo, um dente cariado. E, por uma espécie de reacção nervosa, não consigo deixar de observar o pormenor. Já nada mais conta. Torno-me obsessivo. Só tenho olhos para aquele defeito, e consinto que este domine o rosto e me domine o espírito, como se nada mais existisse.
Penso que o principal problema na imagem que, como classe, os professores dão de si reside num pormenor dessa ordem de grandeza: há professores incompetentes. Não sei se são muitos, se serão a maior parte, se uma minoria. Penso que, do ponto de vista da imagem, o número é indiferente, uma vez que, por poucos que eles sejam, são esses os que dominam o rosto do sistema, são esses mesmos que se tornam obsessiva e persistentemente visíveis. Se uma andorinha não faz a primavera, infelizmente neste caso um único porco faz o chiqueiro: onde esteja o porco a chafurdar, quem tem olhos para os patos, para as galinhas, para as vacas? Os bons professores - honestos, rigorosos, dedicados -, ainda que fossem a maioria, mal se notariam. O bem tende a ser invisível quando o mal ganha toda a visibilidade. Esquecemo-nos depressa de que há professores que vivem num esfoço permanente de excelência, que trabalham com os alunos fora do seu tempo de «expediente», que, ao longo de várias horas extraordinárias, que não são pagas - nem sequer reconhecidas -, preparam intensivamente as turmas para Exame. As «boas práticas», realizadas por pessoas discretas, soam como se estas não fizessem mais do que a sua obrigação. As más, pelo contrário, tornam-se ensurdecedoras. É por elas que a sociedade julga, imediatamente, a classe inteira. Por hoje, boa tarde!
7 comentários:
Tenho-me divertido imenso com a surpreendente e,nalguns casos até inesperada,capacidade criativa e expressiva dos meus colegas!Parabéns!Aguardo ansiosamente as cenas dos próximos capítulos...
No entanto, esta reflexão feita mais a sério também é necessária.Acho que é tempo de todos nos olharmos ao espelho e analisarmos a imagem que ele nos devolve:ou está a brilhar,ou é preciso passar um pouco de ajax ou ,então,só resta mesmo partir o espelho!...
Tá maaaaaaal, tá erraaaaaaaado. Os professores tb são gente. Se bem q é engraçado culpar sempre os professores e os treinadores de futebol por vezes os alunos e os jugadores tb têm culpa.
Porque é q n se culpa antes o SISTEMA? A CULPA É DO SISTEMA!! toda a gente sabe. o q é q se pode fazer contra isso?? juntar-mo-nos ao SISTEMA, pois se n os conseguimos vencer o mlhr e juntarmo-nos a ele.
Colclusão: de qualquer das maneiras os profs e treinadores tão sempre lixados...
Tenho muita gente a culpar. Não posso deixar de me referir também aos profes. Aguarda por próximos, tá bem?
Acho que tens razão em relação aos professores incompetentes. Eu até conheço muito bem os dois que existem nesta escola. Também tens razão em relação aos supercompetentes: conheço os dois de cá (isto é, conheço muito bem a outra, para além de mim...)
ah, mas conhecem algum treinador de futebol competente (sem contar com o Mourinho)???
cais professores cais treinadores !quantos são quantos são?cais casos como é k sabes kem é criativo e kem não é ? kem te disse?kem quebrou o voto de silêncio ou segredo ou lá o k é??????kem és tu ?onde estás ? o k estás a fazer?
cómé?
Eu sou omnipresente e omnipotente, mas n seja levada pelas palavras caras, pois as minhas fontes são seguras e n vou dizer nomes...
So posso dizer q: O Verdadeiro Mestre paraliza o seu oponente, deixando-o vunerável ao ataque.
Enviar um comentário