09 janeiro 2006

SIMPLESMENTE BELÍSSIMA: 4º EPISÓDIO

Cara Danjo dirigiu-se para a escola e passou o portão. Cumprimentou o senhor que estava sentado na portaria. Nem água vai. O homem continuava a mirar o infinito com um ar enigmático. Cara Danjo distraíu-se por momentos da sua nova paixão e relembrou algo que tinha aprendido em História sobre uma estátua com quatro patas e que já não tinha nariz. Parece que tinha sido o Obélix a parti-lo. Já não se lembrava muito bem. Rapidamente a sua nova obsessão lhe voltou ao pensamento. A princesa! Onde estaria ela? Para onde teria ido? Precisava de por os seus contactos a funcionar rapidamente. Tinha que a encontrar. Entrou no polivalente e olhou em volta ansiosamente: uma fila interminável na cantina, uns miúdos pequenitos a jogar matrecos, bolas de pingue-pongue a voar pelos ares, um grupo de alunos a desenhar cartazes numa mesa... Cartazes! Era isso! Lembrou-se da frase enigmática que tinha recebido na mesagem de texto: “Representa pelos seus traços nos planos de projecção, um plano de perfil...”. Tornou-se óbvia a mensagem de repente. Aquele professor URBANOC não falhava! Correu para a papelaria: mais uma fila. Lá dentro estava uma senhora que vociferava qualquer coisa que ele não percebeu sobre um prazo de 48 horas que tinha que ser cumprido, falava de muito trabalho em pouco tempo e coisas assim. Que stress! Lá chegou a sua vez: comprou uma cartolina e uns marcadores, dirigiu-se à biblioteca, sentou-se numa mesa e escreveu: “ISTO É UM PLANO: AJUDEM O CARA DANJO A ENCONTRAR A PRINSSEZA COM O PERFIL + LINDO DA XKOLA. TEM ROPAS CULURIDAS E VAI AO JEMADOVO. OFERESSESSE RECOMPENSSAS. CULOCA NA CAIXA ANEXA INFORMASSÕES E DEICHA O TEU CONTAQUETO.” Correu para o pavilhão D direito e retirou sorreteiramente uma caixa tipo urna que lá estava com umas cenas para pôr perguntas sobre a SIDA ou lá o que era. Aquilo já não devia ser preciso. Foi colar o seu cartaz num placard do polivalente, e pôs a caixa por baixo. Nisto olhou para o relógio: bolas, já estava atrasado para a aula de Filosofia! Ia levar bronca do profe, sempre a dizer que ele não estudava nada e que tinha que aprender a escrever, primeiro do que tudo, e assim. Que cena, meu!

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