27 abril 2006

COMUNICADO MINISTERIAL

1. Pior cego do que aquele que não quer ver, é o que só vê o que lhe dá jeito.
O primeiro cego não é cego, é estúpido: por que há-de alguém não querer ver?
O segundo cego, além de não ser cego, não é estúpido, é esperto: por que há-de alguém querer ver o que não lhe dá jeito ver?
Mas, sendo mais esperto do que o estúpido, é pior do que ele.

2. É que se trata de uma esperteza ingrata e mesquinha.
Ora os professores são deste calibre.
Só vêem o que lhes dá jeito.
No governo e no ministério, então, só vêem mesmo o que podem criticar.
Pensam vocês que eles reparam nos benefícios que lhes oferecemos? Nas melhorias por todo o lado? No que nos temos preocupado com eles? No que nos temos esforçado para que sejam felizes???

3. Para já, estamos preocupados, preocupadíssimos, até, com a saúde dos senhores professores. (Era, aliás, para a acalmar, para não a enervar, coitada, que eu dizia não ter sido grave que uma professora tivesse levado porrada de um aluno; mas não percebem, levam tudo a mal, ofendem-se logo...)
Por isso, por causa desta nossa preocupação, ordenámos que todas as mudanças de escola, por motivo de doença e a pedido do próprio professor, e já autorizadas, fossem imediatamente canceladas. A intenção era, bem entendido, a de ajudar: não nos parece bem que os professores doentes tenham de se mexer, de se deslocar, de ser abanados, coitados, para fora da escola onde haviam sido primitivamente colocados. Tentarem aproximar-se da sua zona de residência? Que loucura!!! Todos sabem que não há coisa pior para a saúde do que estar-se próximo do/a cônjuge, a pedir-lhes que façam coisas, ou próximo dos filhos, sempre a chatear, em suma, próximo da família, a pesar-lhes nos ombros. Bem sabemos que só fizeram esses pedidos aburdos de mudança para evitar crises conjugais. Mas nós velamos pelo bem-estar: é longe da rotina familiar que podem ser tratados. Desejamos daqui as melhoras de todos.

4. Já agora, a propósito de uma outra medida: já há quem saiba que, na sequência do aumento da expectativa de vida dos portugueses em sete anos, também a idade da reforma deverá ser aumentada. Ora vejam: alguém quer ser velho? Viver até aos cem, enfiado numa cadeira de rodas, com uma manta de quadrados sobre as pernas, trocando dentaduras com o/a cônjuge? Ora a nossa medida garante... que as pessoas recomecem a morrer mais cedo - e que a expectativa de vida torne a encurtar em sete anos ou mais.
Também é preciso explicar-vos tudo, caramba!

Sempre a pensar no bem-estar, mesmo que os professores não queiram estar bem,

Lurdes

3 comentários:

Ana C Marques disse...

Também estava preocupada, planetazul, mas este regresso tem um tanto ou quanto de azul escuro. É impressão minha?

Abelha Maia disse...

ah, ele é k era o azul e cinzento!!???ou só te estás a referir às cores da rocha em k vivemos???

Anónimo disse...

Deus é grande, Maomé o seu Profeta, e a D. Lurdes uma humilde serva dos desígnios insondáveis, e incompreensíveis (para as mentes limitadas dos profs) da vontade omnissapiente de Sócrates, 365ª reencarnação de Buda