21 abril 2006

O CÓDIGO DÁ VINTES - CAPÍTULO SETE: EXPLICAÇÕES

Com os gémeos já deitados, cada um dos dois sonhando, obviamente, que o outro batia com a cabeça no vão da porta, pronunciando ambos, no seu ó-ó, diversos sons, tais como: «PAC! Ah ah ah ah... ôta vez, ôta vez... PAC! Ah! ah! ah!», Lucas pôde, finalmente, dar atenção aos seus amigos.
Descreveram-lhe pormenorizadamente a forma bizarra como tinha sido encontrado o corpo do Doutor.
Lucas soluçou. Alelelex estendeu-lhe um lenço, pensando que seria o prenúncio de uma choradeira. Em vez disso, Lucas tornou a soluçar: estava, simplesmente, com soluços.
Depois, começou a explicar:

Omar Mota era o líder (Grão-Mestre, chamava-se) de uma organização com muitos séculos de existência, a Ordem da Tosta Mística.
A Ordem da Tosta Mística protegia, com a vida dos seus membros, se necessário, um segredo que a humanidade não estava preparada para enfrentar.
Usavam espadas. Iam trabalhar normalmente, iam comer a restaurantes, iam ao cinema, faziam uma vida aparentemente idêntica à de qualquer outro cidadão, com a diferença de que carregavam sempre consigo uma enorme espada. Às vezes, tinham mesmo de a usar.

A Ordem da Tosta Mística levara ao aparecimento de uma outra associação, rival, inimiga, a Copus Day, que, século após século, não tinha outro objectivo que não fosse descobrir e divulgar o segredo tão ciosamente protegido pela Tosta Mística. (Como reconhecer um membro da Copus Day? Bem. Pelas espadas que usavam. E como distingui-lo de um membro da Tosta Mística? É que os Místicos da Tosta usavam, em geral, casacos de bombazina. Em contrapartida, os da Copus Day revelavam um verdadeiro horror por casacos de bombazina. Considerem a maior parte dos professores da escola óbvios elementos da Tosta).

«Agora», acrescentava Lucas, «têm de ir procurar o quadro da Xaxão. Tornaram-se responsáveis por este segredo. Suspeito que, antes de morrer, foi lá que, de alguma forma, o Grão-Mestre o ocultou...»
«Mas onde poderemos descobrir o quadro?»
«Quaisquer que tivessem sido os ladrões (e penso que terá sido a Copus Day), levaram obrigatoriamente a pintura para um lugar de culto e devoção. Sabem que, num ambiente profano, a pintura desfaz-se e desaparece. Tem de estar num lugar de veneração e sacrifício. Num lugar sagrado, em suma...»
«U-u-ma i-i-i-gre-gre-greja?»
«Sim. No fundo, sim».
«Que igreja?»
«Mas... não perceberam as indicações do Mota? Eu percebi, logo que vocês me descreveram a pintura com o guarda-redes do Benfica...»
«O Estádio da Luz», gritou Tininha. E, praticamente ao mesmo tempo, Alelelex: «O Es-tá-tá-tá-dio da Lu-lu-lu...»
«Sim, sim, já percebemos, vamos».

CONTINUA

4 comentários:

Abelha Maia disse...

ó sintoooooma!!!não andas a achar este bló silencioso de mais???será k a lei da rolha tb funciona aqui no nosso burgo?!

Ana C Marques disse...

Pois é, abelha, também não sei o que é que se passa!!! Eu própria me vejo silenciada por motivos alheios à minha vontade -)
Vejo-me afónicamente contrariada e sufoco com a vontade dizer umas coisas. Achas que engoli a rolha???

Abelha Maia disse...

se a engolistessss trata de a cuspir!!!!

Gil Duarte disse...

Só espero que não seja por causa do Código. Em todo o caso, só me faltam dois episódios. Cuspam entretanto as rolhas e mãos à obra!!!!