03 abril 2006

ZÉ ABREU INSURGE-SE: «EU JÁ AVISEI, PÁ!»

Eu bem tento avisar mas, infelizmente, a tendência para se armar ao pingarelho tem muita força. Resultado: o bló tá mais «cultural» do que nunca, mais «intelectual» e «snob», mais longe das pessoas normais. Como eu. Agora, têm visto com certeza, é o Doutor planetazul que deu em afinfar com uns poemas que ninguém percebe, tudo coisas a puxar à sustância. Livra. Ary dos Santos, e tal, Paquito Acordeon, Jóca Brel, e tal. Alguns, ainda por cima, em espanhol. Era o que me faltava. Já não me bastava aturar a espanholada na Páscoa, «Mira!», «Coño!» e «Gracias» por todo o lado («Gracias», por acaso, é um mau exemplo, que os espanhóis nem são muito de agradecer...)! Bem sei que o portuga tem jeito para as línguas e, portanto, ao espanhol ainda chegamos: falamos com pronúncia do Porto, mudamos as terminações, e vá lá: «Bamos à la plaia», «Adonde están los uevos de la páscoa?» (que se traduz por: Onde estão os ovos da senhora dona Ana Páscoa?), «Quiero una bica», «Abiél, me emprestas tu mariconera para dar unas vueltas?» ou «Era una broma (brincadeira), Abiél, Io no era capaiz de usar una mariconera dessaz». Mas o pior são os poemas em francês. Que raio de ideia a do senhor azul! Por acaso, este último até era simples: é quase só «Ne me quitte pas, ne me quitte, ne me quitte pas, ne me quitte pas, ne me quitte pas, ne me quitte pas» do princípio ao fim. Fiz um telefonema à minha tia, que é porteira em França, e que me traduziu isso: «Não me chateies, pá, não me chateies, pá, não me chateies, pá!» Mas não faz sentido recordar uma letra de mil novecentos e carqueja, quando os próprios franceses já quase não falam francês. É verdade. Diz-me a minha tia que as únicas palavras que eles conhecem são, hoje em dia, «Grève», «Mort aux flics!», «Villepin est un chien!» e pouco mais. De maneira que, com isto tudo, também venho hoje postar no bló a letra de uma antiga música, como o planetazul. Relembrem lá isto. (Espero depois um comentário de uma tal «saudosista», a dizer que gostou, se não sinto-me desvalorizado, tá bem?).
Ora aí vai:

Como o macaco gosta de banana,
Eu gosto de ti.
Escondi um cacho debaixo da cama,
E comi, comi.

Como o macaco gosta de banana,
Eu gosto de ti.
Escondi um cacho debaixo da cama,
E comi, comi.

Como o macaco gosta de banana,
Eu gosto de ti.
Escondi um cacho debaixo da cama,
E comi, comi.

A letra tinha mais coisas, mas esta é a parte de que eu gosto. Como de banana. Adeus amigos, até à próxima.

6 comentários:

Anónimo disse...

wake up, saudosista,amanda-lhe 1 comentário mordaz e contundente!!!!!

Anónimo disse...

Gostar, gostar, até gostei. Até porque adoro bananas e, como já perceberam,canções k sejam hinos a qualquer coisa (esta deve ser um hino à gula). Estou é com uma certa dificuldade em reconhecer o autor da letra e música. Não era cantada por uma estrela natural de Marco de Canavezes? Não,não é o Avelino! Uma tal de Carmen Miranda, muito dada a frutas.

Ana C Marques disse...

Não, não, saudosista, quem cantarolava isto era o José Cid. E tu, já comeste fruta hoje? Não, porquê?

Anónimo disse...

Que cabeça a minha! Claro k o macaco só podia ser o José Cid!

Anónimo disse...

A tua tia porteira tb me ajudou nalgumas traduções:
Coup d'état - cu deitado (Ex: Este domingo nem me levantei. Estive sempre de coup d'état.)
Je ne sais quoi - Não sei do pato.
(Ex: Queria fazer arroz e je ne sais quoi.)
Moi non plus - Eu não vejo o canal Plus.
Pas du tout - Pá, dá tu. (Ex: Outra vez o arrumador a pedir moedinhas. Pas du tout.)
Tout court - Tu curtes ?
Toujours - Juro-te!

Anónimo disse...

tanta banana...pk não experimentar outra fruta??'
e ja agora pode se em cima da cama.