30 junho 2006

CONFERÊNCIA DE IMPRENSA: PEZINHO-LEVE FALA AOS JORNALISTAS (Na 3ª pessoa, como o Papa, Marco Paulo e Maniche)

PEZINHO-LEVE: Penso que 'tamos todos de parabéns, o grupo de trabalho 'tá de parabéns, sobretudo o Pezinho-leve 'tá de parabéns: ninguém pode apontar uma única falta ao Pezinho-leve, nem um único erro; o árbitro russo quase só não mostrou cartão ao Pezinho-leve. Na verdade, tudo isto se deve a que o Pezinho-leve ainda não tenha entrado em campo. Mas atenção: o mister só não me pôs a jogar porque sou a arma secreta da selecção. Tão secreta, que ninguém sabe da minha existência. Às vezes pergunto-me se o próprio mister saberá, ou se já se terá esquecido de mim. No fundo, tenho esperança. Uma arma secreta tem de saber esperar; se não, deixa de ser secreta. Por tudo isto, o Pezinho-leve está de parabéns. O esférico também está de parabéns. A moldura humana está de parabéns. As bandeiras comovem-me. Sinto-me um patriota, somos todos patriotas enquanto dura o mundial. A começar pelo senhor Scolari e pelo Deco, que até parece que são os únicos que conhecem uns bocadinhos da letra do hino, sobretudo aquela parte que é assim: «Contra as canelas, chutar, chutar!» Os outros jogadores não sabem o hino, mas, enquanto se está a cantar, vão abrindo e fechando a boca a compasso, como os peixes, a fazer que cantam. Isso é respeito, isso é patriotismo. Estamos todos de parabéns. O grupo de trabalho está de parabéns, não sei se já disse isso, não é só o Pezinho-leve. Julgo que o país inteiro está de parabéns. Sim, nestas alturas é que se vê que Portugal é um grande país. Estou até a pensar em visitá-lo qualquer dia, gostava muito de o conhecer. Força Portugal! Podem contar com o Pezinho-leve!

29 junho 2006

23 junho 2006

REGISTOS & OCORRÊNCIAS

“Eu gostava mesmo de saber desenhar. Por exemplo: via um comboio e desenhava um comboio. Ou um eléctrico ou assim…”
[sic] Raínha de Inglaterra

20 junho 2006

JOGO DE FILÓSOFOS




Só podiam ser os Python...

15 junho 2006

O Que A Srª Ministra Não Sabe

A Srª Ministra não sabe o mais elementar. Não sabe que:
- com vinagre não se apanham moscas;
- "... um bom lider tem que gostar das pessoas..." Jack Welch in RTP, Maio 2006 ;
- generalizar é errado porque é injusto;
- neste grupo profissional (o dos profs.) há muita diversidade, muita riqueza de géneros!
Se não, vejamos. Há:

os Pacholas,
os Graçolas
que
com humor e inteligência
vão transmitindo a ciência.

Há também
os Stressados
que vivem obcecados
com o programa a cumprir
Ignoram a rapaziada
usam a estratégia errada
porque apenas lhes interessa
chegar ao fim
depressa.

Temos também
os Fogosos
os Geitosos
que convencem
e até vencem
os rebentos agitados
pelos pais ignorados
que anseiam por carinho
e que no incauto professor
descarregam o mau humor.

E muito
muito mais
haveria a dizer
se houvesse tempo
para o fazer.

Atenção Srª Ministra
não perca os Profs de vista
Defenda-os
Goste deles
e acredite que com eles
não há insucesso que resista.

PARABÉNS, ABELHA MAIA!!!

13 junho 2006

12 junho 2006

CONSELHOS DO GRANDE GUERRA

Por esta altura do ano, algumas pessoas ficam ainda mais melgas, zumbindo de uma forma agastante sobre as mesmas queixas e lamentos que lhes fomos ouvindo o ano todo: E porque os alunos isto, e porque a colega aquilo, e não sei-quê, não sei-que-mais...!

Vai daí, eu pensei multiplicar pela escola sacos de plástico transparentes, cheios de água, dependurados das portas. Tinha-me parecido que era eficaz contra as melgas. (Já viram isso em alguns restaurantes, não viram?) Afinal, parece que é contra as moscas. Por outro lado, o chefe já me cortou as asas à ideia: «Deixa-te de cenas! Não vais nada pôr sacos de plástico cheios de água dependurados das portas, porque depois eu é que tenho de ouvir os das Artes a clamar que é horroroso...!»

Julgo que a solução, portanto, é mesmo desenvolver um conjunto de técnicas simples. Eu tenho apurado algumas. Estou ao vosso inteiro dispor. A sério. Ao dispor de todas.

a) Quando se aproxima ao longe um colega-melga, sacar do telemóvel, encostá-lo ao ouvido e começar a falar sozinho. No momento em que nos cruzamos com a dita melga, fazemos-lhe um cumprimento vago, um aceno distraído, e continuamos a andar, enquanto gritamos para o aparelho: «Ai é? Mas não podes deixar que te façam isso, pá, tens de protestar...! Ai se fosse comigo...!» (Há pessoas com quem este truque não serve, porque nos travam com as mãos e ficam aguardando pacientemente que o nosso «telefonema» acabe).
b) Dizer: «Olha, tenho de ir falar com FULANA, queres vir comigo?» - (prometi a uma alma sensível que não ia pôr nomes; terão, pois, de adivinhar: mas há várias hipóteses, começadas por C, por G e por J. Cala-te boca! Se escolherem o «fulano» ou a «fulana» certos - não se esqueçam, C, G ou J -, verão as melgas menores a dispersar).
c) Iniciem assim a conversa: «Mas tu fazes greve ou não?». É um assunto mais-que-polémico: as melgas ficam incomodadas e desaparecem.
d) Atirar esta frase: «Ainda bem que te vejo, era a ti mesmo que precisava de pedir um grande, grande, grande favooor...!» - isto é mais eficaz do que o Baygon. Não há melga que aguente.

Paralelamente, nunca se esqueçam de andar colados às paredes, semiocultos entre as colunas, rastejando ou passando de gatas por certas áreas e, como dizia a outra, usem sempre espelhos retrovisores.

Cuidem-se.

09 junho 2006

ALGUMA COISA TERÁ DE SE FAZER

«Os pais são, muitas vezes, os primeiros a identificar os problemas», acabou ontem de afirmar a ministra, justificando, assim, que eles avaliem os professores.
O problema é que, muitas vezes, os pais são o próprio problema.

Mas a ministra, apesar de tudo, esteve bem. Não teve um único argumento com pés e cabeça! Mas conseguiu estar bem, mesmo assim: julgo que foi a completa inépcia do senhor do sindicato que jogou a favor dela.

Confesso que, uma vez por outra, a ministra até tinha razão. Mas a razão que tinha, era pouca. E a pouca que era, não valia nada!

Os professores não estão, tanto quanto tenho ouvido, contra uma avaliação que os distinga, que premeie os melhores e tenda a afastar pessoas como [...] ou [...]. Está dito.
Mas uma avaliação que abra caminho aos «yesmen», aos especialistas no sucesso artificial, aos simpáticos, aos que caem no goto aos meninos e aos papás, aos incompetentes que dão cinco a toda a gente, ou, no secundário, nunca menos do que dezassete, aos peritos no folclore? Prefiro mesmo ir arrumar carros. Ganharia certamente mais!

A ministra insiste: «Os professores não devem vitimizar-se, dando uma aparência de fragilidade. Devem, sim, responder aos desafios...»

Mesmo que estejam a ser efectivamente vítimas de uma ministra que os detesta? E os fragiliza sistematicamente?
Ela tem razão quanto ao desafio. Há aqui, de facto, um desafio prévio: tratar de pôr-lhe uns patins.

06 junho 2006

Medidas...

- Não o achas pequeno?
- Nem por isso…
- Vá lá , confessa ... é pequeno!
- Se o dizes... Mas não acho.
- Mais comprido?
- Quando muito, mais largo.
- 5 cm por seis?
- Por exemplo...
- À escala de 1/100, não está mal.
- Olha p’ra ele exigente! Para quarto é óptimo.

05 junho 2006

DISCURSO E REACÇÕES

MINISTRA (discursando) - Estão a ver todos estes senhores professores aqui reunidos? E sabem por que é que eles cá estão? Algumas pessoas simplórias responderiam: Porque foram convidados pelo ministério para participar destas jornadas sobre Educação. Errado. A resposta certa é: porque assim faltam às suas aulas. Quando eu convido os professores, faço-o por delicadeza, e para lhes dar uma oportunidade. A oportunidade de me responderem: Muito agradecidos, senhora dona ministra, gostávamos muito, mas não podemos. A senhora bem sabe que temos as nossas aulas para dar. Que se aproximam os exames. Ora estes professores vêm a correr! Esta gente é, afinal, a verdadeira e única causa do insucesso. Eu detesto insucesso. Arrepio-me toda. Quando oiço a palavra, lembro-me logo de mim própria. Os professores são uns vermes rastejantes. O meu logo é um professor a ser fuzilado numa forca. Têm de ser pisados! São uns monstros que têm mais prazer em ir fazer compras no shopping (eu nunca vou, fico sempre muito frustrada porque depois nada me fica bem) do que em dar aulas. São responsáveis por todos os males na escola e no país. Se a selecção nacional não vencer, já se sabe de quem é a culpa: dos professores! Tal como da seca, dos incêndios e nem vocês fazem uma ideia de que mais...! Por falar em seca, tenho de beber um golo de água. Ai que sede!

A isto, responde um verdadeiro tsunami de indignação. Um misto de reacções acertadíssimas e de reacções tolas. Furor. Gritos. Um CE de elevada estatura demite-se. Algures, um professor incompetente pergunta: «Será que eu também me podia demitir? Estou tão farto destes ranhosos...» Os professores competentes sentem-se enxovalhados pelas palavras de dona Lurdes. Vai daí, um sindicato ou mais não encontram melhor resposta do que uma previsível greve-ponte. (Como se quisessem dar razão à ministra). Investigadores com dois ou mais dedos de testa criticam ferozmente a senhora. Maria Filomena Mónica, por exemplo, entrevistada pelo Expresso, afirma: «Ministério de Educação é a Raiz de todo o Mal» (quase no sentido em que Sadham falava de «Mãe de todas as Guerras»), e acrescenta: «o ministério tem não sei quantos grupos de trabalho que deviam ser pura e simplesmente extintos com napalm».

MINISTRA (surpreendida) - Mas que é que eu disse!? Mas que é que eu disse!? Que foi que aconteceu? Hein? Que é que se passou, afinal? Não tinha a menor intenção de ofender. Parecem parvinhos! Mas que susceptibilidade, caramba. A única coisa que eu afirmei foi: «Tenho de beber um golo de água, estou cheia de sede!», e eles ficam neste estado???

03 junho 2006

A SEMANADA: PROGNÓSTICOS PARA A SEMANA QUE PASSOU

Greenlight caiu, não, «caiu» é ridículo, basta de quedas nesta escola, recomecemos: Greenlight picou sobre o teclado do computador. Vvvvuuum!!!
Começou a escrever para o blogue.
Via o texto crescendo diante dos seus olhos semicerrados. (A miopia não tende a melhorar, embora se diga para aí que sim).
Estava consciente da sua missão impossível, quase suicida. Sabia que esse ataque, esse «picanço» lhe seria cobrado em murros, desprezo, incompreensão.
Mas nada o detinha.

Apercebeu-se de que, lá atrás, uma sombra que pairava ameaçadoramente sobre si, principiara a soprar de impaciência.
A coleguix, para quem tudo o que não seja trabalho deve ser pecado, aproximou-se dele, na sala dos Directores de Turma, e lançou este potente ataque:
- Colega, eu precisava do computador para trabalhar. Por acaso o colega está a brincar!???

No espaço indefinido, pareceu-lhe claramente ouvir as gargalhadas mesquinhas do ministério da Educação.


O Departamento de Física apresentou a sua exposição viva e interactiva, chamemos-lhe assim: foi proveitoso observar como de materiais muito simples, de uso quotidiano em vários casos, se podem fazer experiências interessantíssimas. Os alunos estavam fascinados com os programas de ilusão óptica. 10 (em 10).

O Departamento de Artes apresentou, ao mesmo tempo, ali ao lado, uma eloquente exposição de trabalhos de alunos. É uma exposição que fala por si, que expõe tudo, que revela tudo. Trata-se também, a seu modo, de uma exposição de «ilusões de óptica». É, afinal, uma chapada de luva branca. 10 em 10. (Não para os trabalhos, obviamente).

Recebo esta mensagem: «O Conselho Executivo da Escola Inês de Castro em Coimbra demitiu-se em protesto pelas medidas e declarações da ministra. Vai ser publicada uma declaração. Façam saber!» Faço saber!

Até outra semana qualquer.

01 junho 2006

AVALIAÇÃO DE PROFESSORES - UMA ANTEVISÃO



Desenho recebido por email e com autoria desconhecida. Sim, (deixei-me adivinhar os vossos pensamentos) não foi nenhum professor de Educação Visual da nossa escola...