Na passada 4ª feira, um grupo de jovens e elegantes professores da ESLAV, após aturada e dura sessão de aquecimento no pavilhão desportivo da Escola, iniciou uma dura partida de futebol, pondo frente a frente "Os Trinca Espinhas" e "Os Anoréticos da Pedreira".
Num canto do Pavilhão, sentado e enrolado numa manta de algodão, estava um ancião que parecia dormitar, apesar de se notar alguma tremura na bengala que segurava.
Guerrero, querendo ser simpático, convida:
- Sindroma anda daí dar uns toques que nós passamos a bola para tí devagarinho...
- Nem pensar, tenho horror a futebol!
Insiste Guerrero:
- Então fica aí a apanha bolas.
- Estás maluco! Ainda me acertam na bengala e parto praí a cabeça.
Bem, contra esta resistência a partida de futebol lá iniciou.
Numa rápida jogada de contra ataque, Pochato, sem virar a cara ao adversário, tentou fechar o ângulo de modo a manter as redes da sua baliza invioladas e na fúria da luta não reparou num taco mais elevado que o fez desequilibrar e estatelar contra a parede, que caprichosamente não se desviou...
Lukas, aflito ao ver o sangue de Pochato correr pela cara abaixo grita para Sindroma:
- Vai depressa buscar algodão e gelo...
Contudo já Sindroma, sorrateiramente, se escapava de fininho do Pavilhão, resmungando:
- Era o que faltava; eu que não consigo ver uma pinga de sangue desde o dia em que vi cortar uma orelha a um soldado na 1ª Grande Guerra, quando andava com uma bilha de barro de Niza (aquelas que têm pedrinhas a desenhar florinhas) a distribuir água fresquinha pelos soldados da companhia...
Esta foi a verdade dos factos!
Isto foi o que realmente se passou!
Esta foi a ajuda que Sindroma deu a um colega que tanto tem feito por ele e pelo êxito das suas crónicas.
Ingrato!...
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