20 outubro 2006

«OU ENTRAM TODOS NO BARCO, OU AINDA SE AFOGAM»

Cansado de assistir a tanta insanidade e a tanta inabilidade por parte do Ministério da Educação, Deus e toda a comitiva celeste resolveram meter dois dias de greve - com uma total adesão: no Céu, é assim.

Entrementes, por motivo da supracitada greve, não havia funcionários que dirigissem a barca para o céu. Ainda houve quem perguntasse se o Sô Gonçalves não podia desempenhar também essa tarefa, mas concluiu-se que isso equivaleria a furar a greve e, portanto, nesses dois dias não houve mesmo ida de ninguém para o céu e pronto!

Entretanto, na barca para o inferno, a Ministra e o seu fiel sobrinho Vavá procuravam empurrar os professores renitentes, os sindicalistas (aquele das eternas patilhas, e tal), toda a gente.

POCHATO - Eu não vou nisso. Não senhor. Nós, aliás, eu e a minha mariconera, não embarcamos nessa coisa. Tou daqui a ver o rombo. Isso vai mas é ao fundo. Nem pensar.
VAVÁ - Entras, e é já! Estes professores!
VASCONCELLOS - Que coisa, realmente! No embarque para os Açores, aparece o Dom Duarte a tentar passar à frente de todos na fila. Agora para o inferno, nem vê-lo. Onde está agora o Dom Duarte?
RAINHA DE INGLATERRA - É porque é rei. Era o que faltava. E nós, a rainha, em filas? Nós em barcaças mal amanhadas, que esta barca até parece mais o sapato cambado da Juju que outra coisa? A mim não me apanham ali...
SINDICALISTA DE PATILHAS - Está-se mesmo a ver como é que isto acaba. Com esta história das quotas, se não houver vagas no inferno, depois ainda nos obrigam a concorrer para outro inferno...
BOAS-VINDAS - Desculpe lá, colega, mas onde é que isso está escrito? Eu não vi isso escrito em lado nenhum. Penso que só devíamos falar do que está escrito. Eu não vi escrito em lado nenhum que se não houvesse vagas tínhamos de concorrer para outro sítio. O colega viu isso? Isto é como em todo o lado. Eu penso que devíamos entrar na barca, estamos a atrasar tudo. Eu não vi nada escrito em lado nenhum, eu não vi nada escrito...!
VAVÁ - Ó tia Lurdes. Eles não querem embarcar. Que é que eu faço?
DONA LURDES - Ameaça-os, Vavá, ameaça-os. Tenho de ser eu a pensar em tudo? Para que é que tu serves, afinal? Diz qualquer coisa forte.
VAVÁ - Ou entram todos no barco, ou ainda se afogam!!! (Ó tia, ai, ai, estou a escorregar. Não posso molhar os caracóis. Dê-me a mão, tia, dê-me a mão, por favor...)
DONA LURDES - Está visto que eu é que tenho de fazer tudo. Seu incompetente. Vá, agarra a mão. Espera, não me puxes assim, Vavá, vá lá! Ai, ai! Larga, larga, larga!

SPPPPLASH!

VAVÁ - Os meus caracóis!!! Glub glub glub
DONA LURDES - Eu não sei nadar. Palerma. Idiota. Achas que algum professor nos virá salvar glubglubglubglub...?
BOAS-VINDAS - Que é que eu faço agora? Hã? Que é que eu faço agora? Eu não vi nada escrito, eu não vi nada escrito.

1 comentário:

Anónimo disse...

Mas quem é que manda aqui no meu Inferno?!
Aqui não entra quem quer, mas quem eu selecciono através de uma prova pública de acesso.
É preciso manter a qualidade e o nível. Afinal, isto não é um qualquer paraíso, mas sim O INFERNO!