09 novembro 2006

A GREVE DA FUNÇÃO PÚBLICA SEGUNDO PERSPECTIVAS UM TUDO-NADA DIFERENTES

Era relativamente cedo, ainda o primeiro dia de greve não tinha chegado ao fim, e já se esgrimiam números. Segundo os sindicatos (pela voz de um senhor que dá pelo fabuloso nome de Picanço), a greve da Função Pública tinha atingido uma adesão da ordem dos oitenta por cento; segundo o governo, não teria ultrapassado os cinco vírgula um por cento (5.1). O que arrasa a discussão é aquele «vírgula um». Confere imediatamente um ar de rigor e de precisão que assusta. Os sindicatos não poderiam ter apostado nos setenta e nove vírgula três? Ou vírgula seis? Não soava com outra credibilidade???

A não ser que o 5.1 do governo tivesse sido «verificado» ao jeito de uma velha anedota, de que gosto muito.
Está o comandante do forte a descansar, quando aparece um vigia a correr:
- Meu comandante, meu comandante, vêm aí os índios!
- Ó diabo! E são muitos?
- Seiscentos e três, meu comandante!
- Seiscentos e três? Essa agora! Como é que sabes isso com tanta segurança?
- Bem! Três, contei eu. Os outros são para aí uns seiscentos!!!

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