26 novembro 2006

QUE MAIS IRÃO INVENTAR A SEGUIR?

Hoje, domingo, dia de folga por excelência, estou muito preocupada com as notícias que leio no jornal. As minhas aulas de geografia já não correm lá muito bem; é que, hoje em dia, a toda a hora, alguém decide mudar o lugar de alguma coisa e por muitos mapas que se façam, nada se mantém como dantes. Pensem lá, quantas versões actualizadas do atlas já tivemos que comprar nos últimos anos ?
Se isso me baralha a mim, imagino o que isto não fará aos nossos alunos, que só têm disparates naquelas cabeças. Sim, aos pirralhos do sétimo ano, que nem sentar nas cadeiras sabem, quanto mais manter-se lá quietos. Isso tira-me do sério! Se eu disser a um aluno: "senta-te aqui porque este é o teu lugar", ele pode responder "era!". E o que é que eu lhe respondo? O miúdo até tem razão...
Isto tudo vem a propósito daquela história do TLEBS. Se eu fosse professora de português tinha razão para andar preocupada. Não é que eu perceba muito de português, até reconheço que não é o meu forte; os meus alunos costumam até brincar com o modo como digo certas palavras, principalmente quando lhes digo para usarem o lápes para tirarem apontamentos. E eles respondem que não têm nenhum lápes. Eu, que sempre conheci "nenhum" como sendo um determinante indefinido, agora dizem que vai ser um quantificador universal porque exprime um todo! Nenhum, exprime um todo. Vazio, mas um todo, está bem. Não admira que os miúdos andem atoleimados. Se nós também já começamos a andar...
Amélia Reico Laço, professora preocupada

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