27 novembro 2006

UM MISTÉRIO COMO NUNCA SE VIU NADA ASSIM: EPISÓDIO QUATRO

Como, como como!?
Desaparecera o próprio «carnet» de Madame?
Eis que atingimos o ponto de tensão nervosa máxima do nosso folhetim. Eu avisei, não avisei? Eu avisei...

Madame encontrava-se um pouco abalada, nem parecia a mesma, como se a tivessem amputado; assim, a investigação acabou por ter de ser conduzida por Black Knight que, no seu passo de cavaleiro solitário, se dirigiu para o gabinete secreto, onde se recolheu, a fim de meditar sobre como proceder metodicamente.
As velhas espreitavam-no pela janela.
No gabinete onde, em todas as paredes, se viam afixadas folhas com dizeres de fazer vir lágrimas aos olhos (e que, efectivamente, arrancavam sempre lágrimas comovidas a Emi Raposo), como por exemplo «Um sorriso nunca fez mal a ninguém», «Procura a criança que há dentro de ti e não lhe dês palmadas, dá-lhe rebuçados», «O mundo seria muito melhor se nos lembrássemos sempre de dizer 'Por favor', 'Com licença' e 'Obrigado'», «Um professor deve ser um aprendiz», «Sê tolerante», «Demos as mãos e cantemos em prol de um mundo melhor» - Black Night, diante daquelas palavras inspiradoras, estabeleceu o seu plano.
- Primeiro passo - pensou em voz alta -, pesquisar a quem serviria o desaparecimento do «carnet»...
As velhas, à janela, estavam encantadas.
Black Knight prosseguiu o seu raciocínio:
- Toda a gente na escola gostaria de deitar à mão ao «carnet». Todos são suspeitos. E então, estamos no mesmo ponto? Não. Podemos, apesar de tudo, eliminar já uma pessoa: eu. Eu sei que não fui eu quem fez desaparecer o «carnet». E portanto, os suspeitos que restam são... todos os outros!
As velhas já não cabiam em si de fascínio. Estavam delirantes com a solidez daquele raciocínio...

1 comentário:

Anónimo disse...

Solidez de raciocínio?!...
Todos sabem que o primeiro a dizer: "eu não fui!" é precisamente o primeiro suspeito.
Em relação às que estavam comigo não ponho as mãos no fogo por elas. Quanto a mim afirmo apenas:"eu não fui!"