12 janeiro 2007

PASSEATA INDIANA (site oficial da Presidência da República, actualizado diariamente durante a jornada pela Índia)

PRIMEIRO DIA:

Portuguesas, portugueses:

Estamos muito satisfeitos com a perspectiva de contactos que esperamos vir a entabular com as empresas indianas. Eu noto que há, da parte desta maravilhosa representação portuguesa, uma grande preocupação com a programação das actividades. O Belmiro vinha precisamente a perguntar-me quando é que se almoça. Os poucos portugueses e portuguesas que não venham nesta grande excursão, poderão pelo menos, coitados, consultar diariamente o presente «site», porque eu conto escrever aqui todos os dias umas coisas, umas impressões de viagem, umas notas simples e modestas (que depois farão parte da minha biografia e, finalmente, de um longo capítulo da História de Portugal Contemporâneo)...
(Posted by Cavaco)

SEGUNDO DIA:

Esta jornada é, verdadeiramente, uma aposta de Portugal no futuro. (A Maria diz que eu uso excessivamente o termo «aposta». Mas, caramba!, o futuro de Portugal é tão incerto que permite todas as apostas. Por mim, aposto que vai ser péssimo...).
No entanto, nem tudo tem estado a correr bem, porque se juntou à comitiva um grupo de saltimbancos ou lá o que é isto... irra! Não sei quem convidou esta gente. Há um, por exemplo, que parece um relógio de repetição, sempre a dizer que também é Presidente, que também é Presidente - da eslav, diz ele...! Nunca vi um Presidente assim. (Será Presidente de quê, de quem!? Que é isso da eslav? Um departamento da máfia? O homem tem uns óculos que vão escurecendo gradualmente consoante a luz do sol e um rosto que me provoca calafrios...) Esta gente está a dar um aspecto estranho à viagem, a que eles, aliás, insistem em chamar «Visita de Estudo». Principio a ficar nervoso...
(Posted by Cavaco)

TERCEIRO DIA:

Há uns, no meio do tal grupo da eslav, seja isso o que for, que andam por aqui sempre de fato de treino, e que fazem tanta algazarra que chegam a assustar os indianos. Têm, ainda por cima, umas pancadas notórias. Por exemplo: levantam grandes tempestades à volta do momento de chegada aos locais; obrigam toda a gente a estar à porta consideravelmente ANTES da hora aprazada; põem mesmo a fazer flexões os que se atrasam (coitado do Nuno de Melo. Como se não lhe bastassem os problemas lá no partido: e ele que só queria fazer da vinda à Índia um passeio relaxante, antes de tornar ao covil de lobos em que se tranformou o CDS/PP); e quando regressamos ao hotel, completamente derreados, os tipos ainda inventam actividades, umas danças, uns futebóis, eu sei lá; isto começa a ser tudo muito complicado. A Glória de Matos já reparou que eu voltei a dizer «pugrama» e «pugresso». É dos nervos. (Nem vos quero contar a história de um dos saltimbancos a quem deu repentinamente a fome, e que se pôs a correr atrás de uma vaca, batendo-lhe com uma pochete para ver se lhe amaciava a carne. Com alguns cidadãos de turbante tentando, no meio da trapalhada, explicar-lhe que se tratava de uma vaca sagrada. E ele, pensando que lhe insultavam a mãezinha, a responder, aos gritos: «Vaca sagrada será a &%$#"/)=##$?[}X»«W|"@...»
(Posted by Cavaco)

QUARTO DIA:

Já só penso em regressar. O pugrama está a falhar em todos os aspectos. Recomecei a babar-me um pouco. Não vejo grandes pugressos. Quem é esta gente? Quem é esta gente?
(Posted by Cavaco)

Pedimos desculpa, mas o «site» está, entretanto, encerrado. Não conseguiremos certamente actualizá-lo. O senhor Presidente da República tem andado muito irritado. No entanto, a principal razão do encerramento é que a parte informática da viagem está à (ir)responsabilidade de um senhor gago que já conseguiu lixar todos os computadores.

1 comentário:

Louis disse...

Professores da eslav... só podia =)