13 março 2007

AGRESSÕES AOS ENCARREGADOS DE EDUCAÇÃO? NADA DISSO: SÃO SÓ MAL-ENTENDIDOS (Outra carta)

Ex.ma senhora dona ministra da Educação:

Sou mãe de um aluno de uma escola da Grande Lisboa e soube, entretanto, que o professor de Educação Física do meu filho apresentou uma queixa porque eu teria perpetrado, alegadamente, uma «brutal» agressão sobre (e contra) a sua pessoa.

Não lhe terá escapado, senhora dona Lurdes, que algo está mal contado nesta história. Em primeiro lugar, porque se trata de uma professor de Educação Física. Ora um professor de Educação Física que se preza não é vítima de agressões «brutais». Alô-ô-ô! Educação Física, estão a ver? Aqueles homens em fato de treino que apitam para os alunos correrem, apitam para os alunos saltarem, apitam para os alunos flectirem. Homens cheios de energia e músculo, necessariamente, para: a) apitarem tanto; b) assistirem, sem mostrar a menor fadiga, aos seus alunos correndo, saltando, flectindo.
Em segundo lugar, senhora dona Lurdes, se algum desses professores bronzeados e musculosos fosse agredido, não o seria, certamente, por uma mulher frágil como eu. Não se deixe enganar pelos meus cento e vinte Quilos nem pelos meus punhos rijos como bigornas. Quando estou apaixonada, fico frágil. E o que aconteceu, foi tudo sob o efeito da paixão...

Não houve qualquer agressão. Tratou-se de uma sessão de sexo sado-masoquista entre dois adultos responsáveis e sem preconceitos. Não lhe escondo que, quando fui ter com o senhor, estava realmente a pensar em bater-lhe porque o meu filho se tinha queixado de ele o ter posto a fazer flexões só porque o rapaz chegara atrasado. Mas o que sucedeu depois foi que, ao ver aquele Deus grego, me apaixonei irremediavelmente. E, portanto, já não fui capaz de lhe bater por essa razão. Bati-lhe por amor. É que, para mim, o sexo tem de ser assim, violento. Que mal faz, desde que haja consentimento mútuo? Houve. Eu perguntei ao senhor se queria; usei o código sado-masoquista para o convidar; perguntei-lhe: «O senhor aceita um biscoito?» - e ele respondeu-me que sim. Alguém acredita que o homem fosse tão ingénuo a ponto de julgar que eu lhe ia oferecer um biscoito de manteiga? Ele consentiu na sessão sado-masoquista, sim senhor. Aquilo foi sexo puro e duro. E seguro: para maior segurança, fico-me sempre pelos preliminares. Um par de murros; quem diz um par diz um trio, ou um quarteto, ou um quinteto de murros. Só não ficámos depois os dois a fumar, porque eu tinha muita pressa. Mas o senhor gostou, acreditem, que já eu ia longe e ainda o ouvia gemer. Vem agora apresentar queixa!? Que uma Encarregada de Educação o agrediu!? Ora que essa! Se ele não retira a queixa, terei de o amaciar. Nem que seja com outra sessão de sexo!

Grata pelo tempo que lhe fiz perder com este esclarecimento,

Melhores cumprimentos,

Maria Tapona

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