13 março 2007

ZÉ ABREU PAGA AS OFENSAS

O senhor Maminha - caramba, já não sei como o trate sem ofender: «h.», já vimos que é uma grande ofensa, «mamão», ao que parece, também... irra! - escreveu, todo contente, umas palavras no seu dialecto, à espera que eu andasse por aí à procura de tradução; cuidou até de que nenhum ilhéu da escola me dissesse de que se tratava. Afinal, acabei por pôr tudo em pratos limpos. Aquela açorianada toda significa, simplesmente: «O senhor Abreu é um grande homem, sim senhor, e tenho, pessoalmente, uma enorme admiração por um sujeito tão brilhante». Pela minha parte, senhor Maminha - «Maminha» não é ofensa lá nas ilhas, não!? -, agradeço-lhe que me considere brilhante; um elogio sabe sempre bem: mas já lhe digo que não me deixo cegar por esse brilho todo. E se pensa que é o único que fala línguas, então respondo-lhe já no meu dialecto, um alentejanês de gema. Cá me fico a divertir, sabendo que vai andar por aí aflitíssimo, a tentar traduzir esta fala que lhe será certamente incompreensível. Rio-me sozinho. Esta´é que é boa mesmo, eheheh:

«O home julga que me faz mossa. Será engenhêro ô quêi!? Ê cá nã me ralo. Assento-me devagarzinho, bêbo a minha malga de caféi com lête, em me calhando inda como uma posta de pêxi e ó depois axêgo-me ó bló e ascrêvo-lhe assim: Ó home, vá lá prós Açores e dêxe-me cá estar à sombra do meu chaparro...»

Ora tome lá, senhor Intelectual Maminha.

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