14 março 2007

UM MISTÉRIO COMO NUNCA SE VIU NADA ASSIM: EPISÓDIO QUINZE

A pedido de Arminho, as investigações acerca do paradeiro do carnet de Madame, foram suspensas por instantes. Não que houvesse qualquer tipo de atraso, mas apenas e tão só porque Relativamente Miguel e Fantasmadaopera tiveram que se ausentar para escoltar Lara Croft à Luz. No dia em que ela deixou de dar bola ao Simãozinho, foi vê-lo a correr atrás de uma outra, mais redonda, porém, mais certeira. Nessa noite, Lara tomou as duas decisões mais sensatas da sua vida: ia retomar a sua colecção de cromos especiais e almoçar mais vezes em locais "benfiquistamente frequentados".
Arminho tinha, no entanto, motivos fortes para suspender o que quer fosse; desde pequeno que ouvia falar dum tal cavalo que ficara suspenso no Sítio, ali para os lados da Nazaré; também ouvira contar histórias acerca duma senhora que tinha sido vista suspensa numa oliveira, na zona da Cova da Iria. A única coisa de se que recriminava de não ter conseguido suspender foi o enorme saco de gesso que se despejou dentro dum minúsculo alguidar, espalhando pó branco por todo o lado. Naquele momento de nada lhe valeram os poderes de presidente e muito menos os conselhos do outro presidente, o Cavaco, nos quais matutava havia dias, pois não percebia aquela obcessão de querer apagar as luzes todas que vê acesas, para poupar energia.
Cheflucas acorreu de imediato, alertado por Donana, que espavorida, gritava pelo pátio "fujam, fujam, espalharam pó branco no bome! É anthrax, é anthrax!!!". De emergência foi chamado o departamento de investigações biológicas da Eslav, mais eslavado que nunca. No final da peritagem, Escura Anunciação anunciou, alto e bom som, para quem a quis ouvir (parece que eram poucos mas de ouvido apurado): "Todas as análises de laboratório indicaram que a substância não era tóxica, apesar do alarido que as pessoas fazem por uma coisinha de nada". Ao seu lado, circunspecto, Cheflucas informa: "O responsável por este espalhafato é nem mais nem menos que o professor Arminho, que alega em sua defesa que "apenas queria construir um vulcãozinho..." mas isso é o que ainda havemos de descobrir".
Zé Abreu, disfarçado de Sinistro, com uma peruca loiríssima e óculos de fundo de garrrafa, está entre a assistência que se acotovela para ouvir, isto é, tentar perceber o que diz o chefe. Abreu matuta:"isto tem que ser dito, ninguém me tira da cabeça que este pózinho é obra do Hponto, que deve andar irritado comigo, mas não era preciso ir tão longe...".
Na assistência, as matemáticas acotovelam-se e susurram "isto ainda nos vai estragar as contas, suspendam tudo menos as comemorações do dia do pi". (Lula Espanhola, que passava por acaso naquele momento, não pode deixar de ouvir e foi pensando, ela e a sua Mandarina Duck "até que enfim que alguém estabelece ordem nisto. Acho bem que estendam o pi ao blogue, andam para aí a dizer coisas que têm que ser sensuradas, há uma certa linguagem brejeira...; na falta do lápis azul, o pi talvez resolva...").
Tété iTunes faz contas de cabeça: "pi...pi...pi...3,14... pi...14,3...hum...143...134...xis! A escola está cheia de incógnitas e tudo começou porque um carnet levou sumiço. Quero lá saber do carnet! Aposto que era de linhas, nem dava para fazer contas. Hoje é o nosso dia, o dia da matemática e ponto final". Posto isso, retirou-se numa fracção de segundo para o conjunto das matemáticas, que faziam de contas que não sabiam da existência do tal pó branco, que para elas se traduzia num vulgar pó de giz. De quadro, claro.
Vaz-Concelos, pensando que o pi era o piiiiii do apito da PitaShoarma, desata a correr atravessando o campo de jogos e na atrapalhação, salta-lhe um pequenino bloco de notas do blusão azul. O blusão azul escuro bordado a amarelo, que nas costas diz POR mas que do avesso diz CONTRA...

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