30 setembro 2010

A CABEÇA DA JUNTA

Dirijo-me a vós para vos contar a verdadeira e dramática história por trás da recusa da junta. Já todos sabem que a nossa super-heroína elástica está impedida de exercer as suas multi-funções no nosso querido estabelecimento. Na realidade todos temos saudades de a ver a calcorrear para trás e para a frente os corredores, de a ver subir e descer escadas repetidamente, de a ver dizer olá e desaparecer em seguida para depois ir apagar vários fogos simultaneamente, de mangueira em punho, como só uma rapariga verdadeiramente elástica sabe fazer. Assim não dá! Só vemos a parte do desaparecimento e falta aquele olá que era essencial. Já não se podem fazer combinações de almoço e pequeno-almoço como deve ser. Andamos todos fartos de aparecer à mesma hora no mesmo sítio, sem ninguém para nos baralhar o esquema. É lamentável.

Tudo aconteceu em alvalade (não no estádio, ou não estaria a escrever este post por ser imediatamente considerado irrelevante) naquele fatídico dia em que Elastigirl se dirigiu à junta (não à de freguesia, mas à médica). Acompanhada dos inseparáveis super-amigos PV, Maia, Sindroma e Croft, lá entrou Elastigirl no gabinete da junta, para ouvir o veredicto da mesma. A porta fechou-se, mas por trás dela os super heróis escutavam tudo, usando as suas super-audições e Maia até observou toda a cena in-loco, após uma espectacular transformação em abelha bzz bzz que lhe permitiu voar pelo buraco da fechadura e pousar numa pontinha da mesa. Tudo estava a correr lindamente, segundo parecia. A junta fazia perguntas sobre o estado de saúde elástico, e a girl explicava que lhe parecia tudo perfeito, salvo uma dismetria de oito milímetros, mas que já tinha esticado todos os membros para trás e para a frente nesse dia. Já tinha corrido dez quilómetros, já tinha feito cinquenta piscinas, já tinha lutado com um monstro de oito patas, já tinha atendido vinte chamadas e mandado sessenta mensagens escritas, isto só na parte da manhã. A junta estava encantada com tudo e parecia rejubilar a cada palavra.

Mas foi então que a desgraça se abateu.

(CONTINUA)

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