09 novembro 2010

UM SONO REPARADOR

Sininho trabalhara muito. Muito. Muito, muito, muito, muito. E, portanto, só via à sua frente uma cama confortável, uma almofada fofa, um cobertor quentinho. Teve, porém, um cuidado, antes de se deitar: desligar telefone, pôr o telemóvel no silêncio. {Errrro!}

Foi, de facto, um sonho maravilhoso: Peter Pan substituíra Sócrates no governo da nação, os alunos da sua Direcção de Turma tomavam chá de tília, a professora mais nervosa do mundo e da escola tomava chá de tília, Alpirraça, entre maçãs, iogurtes e vegetais, tomava chá de tília, toda a gente calma e sonolenta, nada de gritos, correrias, manias, chatices - que sonho delicioso!

Havia, porém, um ruído estranho e persistente. Pum pum pum. Mas Sininho dormia. Trrrin, trrrin, trrrin, mas Sininho dormia. Havia como que uma cavalgada pelo quarto, mas ela dormia. E dormia - até que acordou, com um grupo de bombeiros e um grupo de polícias no quarto!

Jorge Marreta, chefe dos bombeiros, gritava:
«Então, colega [do latim colaege, colaegius]? Já estávamos aflitos. [Sabem qual é o genitivo da palavra "aflito", por acaso?]; telefonaram-lhe, veio gente saber de si, e a colega não respondia. O carro não estava à vista [visioni, visionaris...]. Mas que raio se passou? Está bem?»

Os bombeiros partiam loiça [loiçaris, loiçata]; o filho de Marreta tocava a sineta. Elastigirl elasticava por ali: tinha telefonado, não recebera resposta, pusera toda a gente num sobressalto e num desassossego.

Sininho voltou-se para o outro lado:
- Sim, sim. Boa noite, meninos; amanhã falamos!

Sem comentários: