A escola estava muito mais bonita, até a Donano Émia andava sorridente.
A Donacon Ceição dava-nos uns bons dias melodiosos como nunca outrora tinha acontecido.Era ver os professores de pastinha na mão a entrar por aquela porta, linda como havia poucas, cantarolando “eu bou, eu vou pró trabalho eu vou.”
A alegria estampada no rosto de alguns chegava mesmo a tornar inverosímil esta história, mas não, tudo isto era real e acontecia no borbulhar dos dias dum Dezembro que tinha sido chuvoso mas que agora apresentava um sol quentinho e prazenteiro.
Ninguém sabia muito bem que é que tinha tido a ideia de fazer uma árvore de natal com garrafas de água vazias; as sessões de brainstorming desenvolvidas nas reuniões do conselho de anciãos, digo, executivo, faziam nascer as ideias mais originais mas por vezes este método impedia saber quem era o verdadeiro autor dos devaneios.
Todos concordavam que esta árvore de natal concentrava em si a força centrífuga dum furacão; qualquer um que se aproximasse podia sentir o poder dessa força que era emanada e bastavam uns minutinhos junto dela para que um aula de área projecto ou mesmo de substituição parecessem uma brincadeira de crianças. Os professores s trocaram as calorias dos bolinhos do sr.Gonçalves por uns minutinhos junto da árvore para recarregar baterias.
Fá Timaluzia dizia que luzia muito mais quando estava junto dela.
Ainda assim, alguns olhavam para a árvore com desconfiança, -“Tanto verde e vermelho juntos não são bom prenúncio... eu estou a avisar, problemas vai dar... “ pensava Dona Flô.
Quem também não ficou feliz com a ideia foi o FantasmadaÓpera que temeu tornar-se visível com a sua presença; “-Talvez assim ninguém tope quem eu sou. Deixem ficar tudo na mesma que assim é que está bem.”
Apesar disso, a árvore vingou e podemos vê-la com todo o seu esplendor Beliãozesco em pleno átrio da escola!
“-Isto está uma beleza, dizia o sr.Pedro, coçando o nariz, se fosse eu punha-lhe aqui um
PaiNatal com um saquinho cheio de prendas para a malta.”
Meu dito, meu feito. No dia seguinte, com o expediente que todos lhe reconhecem, Mário Sou-Za transporta um enorme Pai Natal com alguma dificuldade, devido ao seu tamanho. Valeu-lhe o expediente da João Corte-de-Graça que lhe segurou nos pés.
Ambos colocam com jeitinho, juntinho à árvore plastificada e patrocinada pela Águas-do-Vimeiro, eu lembrei-me disto primeiro, um Pai Natal enorme bem do agrado da massa benfiquista eslava!
“-Oh!”- pensam vocês, onde está o Pai Natal? Como pode ter desaparecido tamanha obra da criatividade Mariense?
Mais um caso que intriga os professores, funcionários e alunos, no momento em que ninguém tem tempo para vasculhar gabinetes e buracos onde alguém o teria escondido… O chefe Lucas, de mão na anca, inspecciona a escola e vai avisando: -“Ou o Pai Natal aparece ou ainda temos que escrever isto no livro de reclamações que vamos ter a partir de Janeiro. Despachem-se ou não há prendas para ninguém no sapatinho...”
(CONTINUA)
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