09 dezembro 2005

PENSO QUE MERECIA O PRÉMIO «NISTO TUDO ESCAPA-ME SEMPRE QUALQUER COISA, SERÁ QUE O PROBLEMA É MEU?»

In illo tempore, quando mandava o Justino na Educação, foi parido um exame nacional de filosofia para se concluir em beleza o 11º ano. Nunca se compreendeu a que propósito vinha tal exame, mas não vamos discutir agora essa bizarria porque não tenho no meu computador teclas suficientes para essa discussão. A questão é que o Justino saiu de cena pela direita baixa e, pela esquerda alta, entrou em palco a nossa actual ministra. Ora Lurdes Rodrigues manteve, com a firmeza que lhe conhecemos, a ideia do exame. Os professores enervavam-se: o tempo a passar, a estreia do disparate deveria ocorrer este ano já, o tempo a passar, as informações a não vir, e quando vinham não eram claras, o tempo a voar, se alguma informação, no meio disto, calhava ser clara, era posta em causa por uma outra, o tempo deixando já de ser tempo, os professores perguntando-se uns aos outros, perguntando tremulamente ao ministério, Então, Então?, o ministério incapaz, sequer, de os acalmar com uma Prova-modelo que fosse, mandando para as escolas uns textos-avulso com umas perguntas-avulso para se fazer uma ideia...
Tanto quanto se percebia, nisto, averbava pontos uma certa «seita» - porque há sempre uma «seita» por trás: era a seita que patrocinava o exame, elaborava os manuais «conformes», que convinha adoptar, e cujos membros, entretanto, se multiplicavam pelo país em acções de formação - pagas, e bem! - que visavam elucidar os professores mais nervosos e mais pessimistas acerca de como ajustar conteúdos a exames...
Não vos quero cansar. Em todo o processo, evidenciou-se uma certa associação de filosofia: contestou o exame, protestou, deu voz às dúvidas e aos receios dos professores, exprimiu maduramente as críticas que ecoavam por todo o lado.
Ouve-se agora dizer que o ministério recuou. Que talvez - não é? - não se sabe bem - mas há rumores - parece - embora esteja ainda em discussão - e tal - vamos ver - que o ministério - enfim - diz que pode ser, hã?, pode ser que não haja exame.
Eis então que, no seu site, a tal associação que tanto e tão bem protestou, surge agora em concluio com a seita, empertigadíssima, a admirar-se de que não haja exames, a propor, não, a exigir que os haja...
Perante isto, como se o mundo me caísse sobre as costas, incapaz de interpretar o que sucede, como diante de certos videoclipes, opto por ir para a cama dormir. Meus amigos, muito boa noite. Amanhã se verá!

2 comentários:

Anónimo disse...

Não tenhas dúvidas que o problema é teu!Kuanto a prémio devias ganhar uma vigilância de 2.30 horas, a começar ás 7.00 h da manhã, numa turma com 1 aluno

Gil Duarte disse...

Penso que se, por acaso, o senhor/a anónimo/a percebeu que eu defendia o exame, só lhe posso aconselhar a reler o texto mais atentamente... se não for muita maçada e não quiser ganhar o prémio «Eu bem tento, mas onde há letras desoriento-me um poucochinho...»