-Mil e um, mil e dois, mil e três...
Quem assim contava, de cócoras, era Escura Anunciação, num esforço desesperado por reciclar. Mas não só: lá no fundo ansiava por detectar uma imagem residual no espelho reconstruído.
Queria ser ela a anunciar a descoberta - quem estava projectado no espelho! Ansiava por poder publicar na revista Crítica e era chegado o momento. Agora, que estava para saír o último número! Tinha que se despachar...
Das Dores enrolando a corda que a atara ao Cara Danjo, resmungava: - Nunca gostei de me sentir presa, hás-de pagar-mas!
Já não era a primeira vez que prometia pagá-las, só que desta vez o alvo era Madame.
Atarefada, Cooperativa de Borba procura ansiosamente o cartão da escola e dirige-se ao bar.
Neninenineni!
O ecrã estava vermelho, de raiva porque era um desassossego e porque o cartão acabado de passar não correspondia à pessoa que estava à usá-lo. Sim, o sistema tornara-se superinteligente depois da visita de Bill Gates a Portugal.
E com esa é ninguém contava! Muito menos ela, que só queria tomar um cafezinho e a máquina não dava açucar.
Desesperada por um café, cumprimenta Mimika que jogava pingpong no polivalente com o professor da melena, alvo da sua cobiça.
-Priiiiiiiiiiiiii!
-Oh, não, o que é que foi agora?
-A sua identidade por favor.
-Porquê? Toda a gente sabe quem eu sou! E tu és meu colega, não podes duvidar de mim!
-Já tive menos dúvidas! Esse cartão não é seu. Onde o arranjou?
-Bem... Emprestaram-mo para tomar um cafézito... Estava mesmo a precisar...
-Pela fotografia parece ser.... Oh, não!
(CONTINUA)
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