Voltámos sem pretensões. Com mais criações. E opiniões. O verdadeiro blogue sem borbulhas.
08 março 2006
BEIJO
Nota: Este não é o retrato do Jorge!
Quase todos rematamos os mails e ésseemeesses com o envio de um ou mais beijos: beijos, um beijo, bjs, mil beijos, beijinhos, beijokas, jocas, quisses, bjinho... as possibilidade são quase infinitas.
Muitas vezes, a palavra é destituída de qualquer outro sentido que não o de nos despedirmos do destinatário ou interlocutor com um afagozinho simpático, pouco mais do que uma palmadinha nas costas que nos distancie do impessoal e sorumbático cumprimentos ou do antipático saudações.
Enviar um beijo não quer dizer que, na verdade, tenhamos a intenção de oscular a bochecha do outro, repenicar-lho na ponta do nariz ou soprá-lo da palma da mão; é apenas uma “força de expressão”, que pode substituir um sincero fica bem ou, ao invés, um fica-te com este mimo virtual e não me chateies mais, vai ver se chove e desampara-me a loja.
Outros, ainda, são beijos cínicos, como o beijinhos!, mais o seu inefável ponto de exclamação, que visam compensar a falta de sinceridade de quem os escreve: beijinhos uma ova, minha grandessíssima..., e que podem ser profiláticos e funcionar como substitutos polidos de um impropério ou de um desabafo que nos tenham ficado engasgados ao nível da glote.
Depois, há os que de facto querem dizer alguma coisa, os beijinhos que significam gosto de ti, és uma querida, fica bem, até depois, e os que não significam nada e funcionam apenas como um remate socialmente convencionado de fim de frase entre pessoas de fraca intimidade.
Agora, há beijos que se enviam e que querem pura e simplesmente dizer olha, estou neste momento a enfiar a minha língua pela tua garganta abaixo.
Por vezes, quando rematamos o final de uma mensagem com um BEIJO, assim, sem mais nada, sem acrescentos ou diminutivos, sem neologismos ou corruptelas, estamos na verdade a dizer à outra pessoa que não arredamos pé dali sem que lhe entremos boca adentro em actividade exploratória de gengivas, molares, caninos, sisos, céu da boca, e quiçá amígdalas (se ainda não tiver feito a operação).
É que ele há beijos e BEIJOS.
Porque são palavras assim que encurtam distâncias e fundem hálitos e respirações díspares; porque é através de um BEIJO, palavra pequena e grande ao mesmo tempo, automaticamente a bold, mas sem itálicos nem chavetas nem pontuação que a espartilhe, carregada de uma intencionalidade física que até dói, que podemos ver, cheirar e tocar o outro, que por acaso esteja longe.
Neste dia da mulher fiquem com um BEIJO (mesmo os homens, bem para estes, soprado da palma da mão).
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7 comentários:
Chuac! Um beijo para ti, dos repenicados, planetazul.
eu cá prefiro sempre os BIG FAT KISSES!!!!para ti tb!
ah!e tb tenho 1 accordéon!
é bonito d ver o sentimentalismo a vir a flor da pele do homens neste dia. lindo! nem sei quem és tu planeta azul (c respeito, porque calculo q sejas um professor.. wow um blog d professores em q professores escrevem.. fascinante.. enfim..) mas um beijinho tb para ti da aluna desgraçada. beijinho (sem pontos d exclamação)
Obrigadão pelo beijo, planeta. És mesmo fofo!
Eu cá acho que haver um dia da mulher já é discriminatório; por acaso há uma data marcada para um dia do homem?!...No entanto, este BEIJO enviado de forma tão ternurenta, tocou-me...E podes mandar mais, qd quiseres,seja lá que dia for! Todas nós retribuimos...( E tu bem gostas,não?!)
Um pouco atrasada, mas... Kiss Kiss, Bang Bang! :)
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