Um outro tio meu (como vêem, tenho tios espalhados pelo mundo inteiro) é muito chegado à coroa britânica. Quando vem cá de férias até lhe chamamos «Sir» Joaquim; é um bocado snob e às vezes tende a esquecer-se de que eu também sou rei (das bifanas), mas, ao meu tio, aturo-lho, porque ele é mesmo um tipo fino. É o terceiro tratador de «Modess», o cavalo de onde Lady Camilla Parker-Bowles cai regularmente. O meu tio é que o limpa e o alimenta às terças e às sextas. Como vêem, quase sangue real.
Mas a questão não é essa. A questão é que o meu tio estava num restaurante tipicamente inglês, que frequenta muito, o «Pizzaria Mamma Rosa», quando, segundo ele, reparou num fulano de cara conhecida sentado numa mesa mesmo próxima. Donde conheces tu esta cara, Joaquim, donde conheces tu esta cara, Joaquim...? - e nada, não havia maneira.
Até que o tal fulano se levantou, pegou num guardanapo de papel, limpou a boca, amarfanhou o dito guardanapo, atirou-o para cima de um grupo, que nem deu por isso, e foi-se embora. Aí, fez-se luz. Essa mania de atirar coisas para cima das pessoas só podia ter um nome: Mourinho. Era o Mourinho «himself», como «Sir» Joaquim gosta de dizer.
Sabendo que na «net» se fazem leilões em que têm disparado os preços dos artigos mourinhais (por exemplo, da medalha que ele atirou à multidão, ou de um sobretudo «Hugo Bossa» que ele também atirou à multidão), o meu tio correu a apanhar o guardanapo de papel em que o herói luso limpara a vitoriosa boca e a que, felizmente, os ingleses não ligavam.
Pede-me o meu tio que aproveite para anunciar, agora que também estou metido nestas coisas de blogues e isso, que o dito artigo está já posto em leilão.
Quem estiver interessado em arrematá-lo terá de se despachar.
Vá já a www.mourinhonap.com, e veja a fotografia
Vosso, Rei Zé Abreu
1 comentário:
Caro Rei Zé Abreu: benho deste modo informá-lo de que esse sítio aonde nos mandou ir num dá nada. Nem leilão nem leiloa, o que aparece lá escrito é: saite note faunde. Pode-me esplicar o que raio isso quer dizer? Tou desconfiado que nos quer passar a perna, uma vez que tou a achar que você é do género brincalhão. Já chamei a minha neta, que até percebe mais disto do que eu, ela já anda no ciclo e é muito esperta o raça da garota, mas nem ela nem eu vimos leilão nenhum desse guardanapo. O senhor tem a certeza de que esse napequim era mesmo do Moirinho? Tem a certeza que num era do, daquele loiro que se foi embora, que andava a treinar os moiros? O ruço? É que se for dele, eu quero-o pra lhe chegar o fogo.
Espero que num lebe muito tempo a responder, porque eu tenho mais que fazer do que aturar as suas brincadeiras.
Pode mandar a resposta para aqui, porque eu já num largo o meu portátel e até o trago prá rulote quando venho prás Antas.
Um amigo ao dispôr,
Bonifácio
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