Não. Não. Não, não, não. Não senhor. Não.
A teoria da Lara, por muito simpática que me seja (e é-me muito simpática porque a sua autora me é muito simpática) não tem pernas para andar (ao contrário da sua autora).
Quanto mais penso nela (na teoria, entendamo-nos), mais me convenço de que não.
Por exemplo: a palavra «manhã». Estão a lê-la? É o sol que rompe e sobe no delicado horizonte, ai que lindo, lá vai ele, até ao meio-dia. Esta palavra teria, portanto, todas as condições para ser uma palavra gloriosa e plena de luz. «Manhã». Na verdade, associo-a logo a «minhão, minhão», que é o ruído que certas pessoas que eu conheço fazem a mastigar com gosto e evidente delícia. Ou então sugere-me «minhoca», que é ainda uma palavra menos gloriosa.
Há mais. Que tal «água»? Parece-vos uma palavra cristalina? Mata-vos a sede? A mim, não. Rima com «mágoa» e confunde-se com «pago-a», que é uma coisa que eu evito sempre dizer, sobretudo depois de uma refeição no restaurante, quando desce sobre todos aquele silêncio de quem está à espera que alguém a pronuncie com ênfase e sem ironia: «Onde está a conta? Deixem estar. Eu pago-a!»
Mas vejam também a palavra «mariconera». Sugere um toque efeminado, não é verdade? Já vêem que se não aplica de modo nenhum à viril, máscula e musculada malinha de mão do nosso colega.
Se mesmo uma mente tão brilhante como a de Lara - de uma luminosidade, porém, com algumas zonas de óbvia escuridão, como a que a fez aderir ao Benfica -, se mesmo essa mente privilegiada não consegue mais do que duas palavrinhas («medíocre» e «repolho») para sustentar a sua teoria, então bolas!!!
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