Parece que estão programados dois dias de greve. No meu caso, julgo que não se vai notar uma diferença por aí além, porque, consciente como sou, tenho estado mais ou menos de greve desde que sou professor. Ou seja: mais ou menos, claro; não se pode passar a vida a fazer greve. Que é isso? Sou responsável. Portanto, não tenho deixado que me marquem falta, nem que me não paguem todas as horas. A minha greve é mais de zelo. Consiste em ir e não fazer nenhum.
(Cá para mim, e isto não é estar do lado dos biltres do Ministério, há muitos colegas que vão fazer greve... e também não se vai notar grande diferença).
Mas não sou o único a fazer greve de zelo; se repararem bem, anda por aí muita gente a zelar há muito tempo. Uns, vão zelar para a casa de banho quando toca o telefone; outros, têm uns projectos que os fazem ausentar estrategicamente na hora precisa. Vendo estes exemplos, o que é que um professor responsável mas revoltado deve fazer?
Quero com isto dizer que ainda estou a meditar acerca do fazer amanhã e depois, mas digo-vos, estou muito inclinado a fazer greve. Mas greve a sério: apresento-me no local de trabalho à hora marcada mas não vou dar aula. Isto é que é defender uma ideia. Não é como alguns, que vão aproveitar o dia para ir fazer compras. Não, eu não sou desses. E ai de quem de substituir! Sim, eu estou devidamente informado, eu bem sei que posso ser substituído, desde que o colega destacado para isso não faça greve. Mas olhe, colega em AAA que não adere à greve, deixe dar-lhe um conselho: faça greve, mas de zelo. Quando o chamarem, vá devagarinho para a sala, tão devagarinho que quando lá chegar talvez já esteja na hora de saír...
3 comentários:
Afinal eu sempre tenho razão...
Chegou-me aos ouvidos que vou ter um fim de semana a meio da semana.
tralala.
Alguém que faça queixa deste senhor ao chefe, que eu, apesar de tudo, nao estou para me chatear com isso; mas só desta vez.
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