20 novembro 2006

UM MISTÉRIO COMO NUNCA SE VIU NADA ASSIM: EPISÓDIO TRÊS

Quando, finalmente, o povo da ESLAV tomou consciência de que isto era um assunto sério, pôs-se em guarda. Estavam todos mesmo muito aflitos, ó tio, ó tio que andavam a desaparecer umas coisas e a reaparecer outras, e agora, e agora, e agora...?

Vários Sherlock Holmes se ofereciam para tratar do caso. Assim, de repente, lembro-me já de três: o Inspector Guerra era um; Black Knight (e o seu coro de velhinhas ambulantes) era outro; e Madame, a própria, que lançara a questão e possuía, além do mais, o «carnet» que poderia acabar por resolver o mistério, era a terceira hipótese.

O Inspector Guerra, animado pelos seus sucessos de outrora, nomeadamente aquando do caso do desaparecimento de Mariana Alicate, ainda pensou em avançar. Mas depressa desistiu: aderira, entretanto, a um movimento chamado «Slow», que prega a revolta pacífica contra a pressão e as pressas da sociedade moderna - prega, no fundo, que não devemos viver para o trabalho, antes gastar o tempo com as pequenas coisas em que tínhamos deixado de reparar, o canto dos pássaros, o conforto de um sofá junto à casa de banho, a calma de ver passar as nuvens no céu...! (É bonito. Eu próprio me sinto tentado a aderir a isso. Sobretudo a parte de contar nuvens e ouvir pássaros, ao invés de ir trabalhar, convence-me, comove-me até. Aliás, o Inspector tem quem lhe siga os passos e se dedique a não fazer nenhum. Alguns, parece, gostariam de passar o tempo simplesmente a contar vértebras... E para bom entendedor, meia vértebra chega...!) Em suma: O Inspector Guerra preferiu, pois, ficar no seu sofá, em vez de se meter em altas cavalarias.

Black Knight ponderou.
As velhinhas ambulantes viram-no meditativo, e renderam-se ao seu encanto:
- Que bem pensa!
- Sim! E que bonito fica a pensar...!
Black Night pronunciou-se:
- Eu, se calhar...
E as velhinhas:
- O homem fala tão bem, não é?
- Sim, oh, sim, tem sempre a palavra certa.
Black Night:
- Os desaparecimentos interessam-me. Por que será que não se encontra aquilo que desaparece?
As velhinhas:
- Que bem dito, não foi?
- Estou muito impressionada, estou muito impressionada...

Mas, do seu canto de fumo, interveio então Madame:
- Não, eu é que vou investigar isto. Porque, na verdade, está tudo registado aqui no meu... no meu... Ah! O meu...? o meu...??? Onde está o meu «carnet»? Eu valha a Deus! Não me digam que...!?

Sim. O mistério assumira proporções macabras: o «carnet» de Madame desaparecera. O sagrado «carnet». Ai valha-nos Madame!

2 comentários:

Anónimo disse...

E os portáteis?! Apareceram (foram entregues na Escola)mas ainda não os vi!...
Será que o "carnet" de Madame foi digitalizado, mas ocultado por uma qualquer palavra-passe de acesso(ultra-secreta)tendo sido destruído o efectivo e físico "carnet"?
Creio estarmos perante um problema que requer a ajuda de peritos informáticos...

Ana C Marques disse...

Querem ver que o "carnet" se transformou em "notebook"?