07 dezembro 2006

PONTO E VIRGULA

Importância de ser ponto.

Sou um ponto. (.)
Final, quando usado por si (mim) só, expectante quando em grupos de três, exemplificativo se estiver em pares e ao alto.
O meu papel no mundo gramatical é, indubitavelmente, primordial. Apesar da importância que me é reconhecida, nem sempre me sinto respeitado. Escritores de craveira internacional e lóbulos da orelha bem lusos têm-me prestado as mais lisonjeiras homenagens, usando e abusando de mim em frases de alto gabarito.
Só.
Sinto-me só.
Bolas! Porque é que ninguém me compreende?
Por outro lado, há quem receba nóbeis (leia-se "nó-beich") e me ignore, pura e simplesmente, optando por narrar momentos de intensidade dramática, como o acasalamento do pardal de bico pardo, em cinco páginas sem qualquer tipo de pontuação.
Mas como me sinto melhor é mesmo acompanhado pela minha melhor amiga, a vírgula.
Oh, quando nos juntamos os dois é um fartote, uma barrigada!
Partimos textos por tudo e por nada, não o conseguimos evitar - às vezes, parecemos o Blog da ESLAV, com tanta ideia encadeada.
Sou um ponto, sem final, e estou à espera da vírgula para poder partir este texto.
Vírgula?

1 comentário:

Anónimo disse...

Ponto, não te sintas só! Vou pôr-te no sapatinho uma interrogação e uma exclamação.