27 setembro 2010

INQUÉRITO QUE ERA PARA SER DE RUA MAS FOI NUM INTERIOR

COMO É QUE SE SENTE AGORA QUE ACABA DE SER AVALIADA(O) POR UMA JUNTA MÉDICA?

Maria Papoilas - Estou extenuada. Eles não acreditavam em mim. Não compreendem que a escola é um vício difícil de largar. Durante as férias todos os dias eu ia para a escola de manhã e isso cansou-me muito porque estava de férias em Monte Gordo. Agora estou a tratar-me e até me proibiram de ir ao Lidl às quintas-feiras, veja lá.

Guarda Napo - O meu trabalho na escola era tomar conta dos miúdos no pátio e fui vítima de agressão por parte de um espantalho sem cabeça. Partiu-me o nariz e agora não consigo cheirar. Assim, não valho nada, eu que fui uma pedra basilar na judiciária, era tão importante quanto um cão pisteiro...


Eduardo Micílio- Acho que tenho a minha carreira arruinada. De tanto teclar arranjei uma tendinite do indicador. Ninguém imagina as dores que dá escrever no quadro, acender a luz, corrigir testes, fazer zapping na tv... Só posso fazer reuniões e assim, coisas leves. Se me arranjarem um grupinho pequeno, até sou capaz de lhes pedir para me deixarem ir.


Clarisse Tôra-Eles não me deixam ir trabalhar! Lá porque parti as duas pernas não quer dizer que não possa fazer o meu trabalho, que por acaso é sempre num segundo andar sem elevador. Eu até tinha alternativas: ia três horas mais cedo ou até podia dormir lá. Acho que é má-vontade, aqui não fazem jeitos a ninguém.

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