Numa altura em que o assunto que mais interessa às escolas e aos professores é o ressim-nascido Estratuto da Carreira Docente, era natural que eu escrevesse sobre isso, mas as carreiras pouco me interessam. Tenho os horários de todas as carreiras que me levam ao mistério da educação, aonde trabalho, portanto tenho que falar de outros assuntos.
Hoje é para mim, um dia importante porque faço anos. Isto é, eu não faço anos hoje, mas entre hoje e amanhã. Está cuncidência fez com que muitas pessoas que me conhecem de piqueno me achassem um fenómono; é preciso muita apontaria para nascer num dia tão espacial e lá nisso, desculpem lá, mas eu sou bom. Já no tiro ós pratos também sou muito bom, apontaria é comigo.
Fazer anos entre hoje e amanhã tem mais uma avantagem: é que, bem vistas as coisas, eu sou muito mais novo do que qualquer outra pessoa nacida no mesmo ano que mim, porque só faço anos de quatro em quatro anos.
Estou muito internecido, porque recebi os parabéns duma pessoa que me é muito querida e embora nunca a tivesse visto mais gorda: o meu pai.
Melchior Lançarote, o senhor meu pai, está num asilo porque sofre dum achaque que lhe entope as veias e que o faz esquecer de tudo. Mas desta vez, ele alembrou-se de mim pela primeira vez na vida dele e como estou muito internecido, vou ler-vos a carta que ele me amandou:
«Meu querido filho geológico:
Calhou no outro dia ler o teu escrito no belogue da escola que te arranjou um tachinho, e pensei: Espera lá! Atão este rapaz diz que tem um sinal no imbigo (como eu), diz que sempre teve uma queda pelo spórtein (como eu), e que isso deve de ser herditário mas ele não sabe de quem é que é ascendente? Pois só pode ser o meu filho geológico! E fiquei muito sastifeito por te reconhecer ao fim de tantos anos passados.
Pois aqui onde estou, meu querido menino, sou muito bem tratado. A infirmeira que trata de mim é uma boazuda que passa aí sempre muito apressada (a fugir de mim), daquelas infirmeiras à séria, com tenes, touca, saia curtinha e meias com ligas, é que um dia me amostrou o belogue e chamou a tensão para o teu escrito: "Ó senhor Lançarote, já viu aqui isto?, não, esteja quieto, arre, não é isso que eu quero que veja, deixe-me lá o decote em paz, largue-me os botões, ai a seca do velho, aqui, aqui, aqui no portátel!!!”
Eu tenho-me dedicado a aprender computadores porque não tenho mais nada que fazer e a partir de agora vou ler todos os dias o teu blogue. E tu, Lançarote, agora que sabes que és o meu único descendente gostava que me viesses vesitar de quando em vez e aproveitavas para lobrigar a boazuda que trata de mim, podia ser que precisasses de levar uma injecção e também aproveitavas, olha que ias ficar muito sastifeito.
Fico a aguardar uma palavrinha tua.”
É lindo, não é? Finalmente e graças ao blogue da esvav, conheci o meu gerador!