Voltámos sem pretensões. Com mais criações. E opiniões. O verdadeiro blogue sem borbulhas.
28 outubro 2007
D.J. CARA DANJO DISCORDA DA MEDIDA DO MINISTÉRIO: «TÁS A VER MAL, MINDINHA!»
26 outubro 2007
EM DIRECTO E EXCLUSIVO- Episódio 1
Depois da poeira assentar, o cenário posto diante do incrédulo olhar da multidão assistente, era dantesco...os bielorussos jaziam todos innimados no solo...a profª MªJOÃO EMBIRRA, pendurada pelos pés numa tabela de basket esfacelada e com dois olhos negros susurrava..."Meu Deus...mas este ano os tentilhões voam tão baixinho...piu...piu...piu..."
A pirralhada do 7º E firme, lá procedia ao seu repouso activo, cabeceando-se uns aos outros, mordendo-se e uivando, latindo e urrando como se estivessem numa simples aula de Português...
Discretamente, PIKAS VAREJEIRA interpela a colega Mª JOÃO VALE DE CAVALOS..."Ó João,
diz aí ao VAIS COM SELOS, pra mandar avançar a GNR e os cavalos...."
"Caros telespectadores retomamos a emissão no preciso momento em que o Prof VAIS COM SELOS GARBOSO anuncia o próximo número deste sensacional evento... mas eis que chega ao recinto desportivo a esperada claque vinda da Companhia das Lezírias....a reluzente manada de bois da Lezíria...ah...por favor...o senhor é o líder desta manada, não é?..."MMUUUUU sim sr...eu sou EUCLIDES O toiro chefe...viemos retribuir a visita que um grupo de profs fez à Lezíria aqui há uns mesitos, sabe...?"...Exacto, exacto...e EUCLIDES...o que espera deste formidável evento, em boa hora aprovado pelo Conselho Inpedagógico desta instituição..??...MMUUUU...bom....espero que seja um bom jogo, bem arbitrado...e sobretudo que ganhe o meu amigo CORLEÃO...."
Nesse preciso momento a multidão, que já se apinhava nas coberturas dos pavilhões preparava-se para assistir ao número da GNR com os cavalos...enquanto MADAME, aproveitando o pequeno interregno, se deslocara até à entrada da escola para telefonar e junto ao portão cogitava..."....Hum...vou escalar a EMBIRRA para as AAAs de 2ª a 6ª feira das 8.30h às 18.30H pra ver se a gaja ganha um pouco de Endurance...tá muito mole..."
"Inda há bancada lateral a 50€...bancada, bancada a 50..." ouvia-se um candongueiro junto à paragem da Vimeca, em frente ao portão, rodeado por 4 professoras de fumegante cacilho em riste...
(CONTINUA:::)
FINALMENTE OUVIRAM AS MINHAS PRECES!
Quando nem tenho tempo para comer, fico enjoada e dá-me uma fraqueza; não consigo escrever o sumário e muito menos os tpc. No intervalo não tenho tempo de ir ao bar, vem uma, conversa, vem outra, conversa e claro, o tempo não dá para tudo. E depois, no bar é uma barafunda, há até uns miúdos que se empoleiram e fazem grande estrilho para confundir as senhoras; lá conseguem desviar um ou outro bolito, que eu já os topei. Não me meto nisso, prefiro esperar e só vou ao bar depois de dar o toque de entrada. Mas depois deste esforço, ainda por cima, levo o desaforo que é uma falta de atraso! Às vezes estou tão mal disposta que os professores dão conta e deixam-me ir comer qualquer coisinha a meio da aula. Mas depois marcam-me falta porque me esqueço de voltar para a sala!
Isto tem sucedido ano após ano. Tenho muitas faltas injustificadas, injustamente, montes delas e ameaçam mandar-me embora da escola. Considero-me uma vítima do sistema, mas isso nunca me fez desistir e tenho voltado todos os anos, porque tinha esperança de que as coisas mudassem.
Tantos anos à espera duma altareação e nunca ninguém ouvia as minhas súplicas, nem profs, nem dts, nunca ninguém me compreendeu! Foi preciso aparecer esta ministra que é uma santa, agora posso dizer assim, porque daqui em diante tudo vai ser diferente. A partir de agora, mesmo que passe o dia a comer tostas-mistas e a beber sumos, o máximo que me pode acontecer é ganhar um quilito a mais. Nada que não desapareça quando entrar na faculdade.
Muito obrigada, senhora dona ministra e a todos os que consigo trabalham para dar aos jovens esperança no futuro.
Uma (sua) crente,
Mindinha
21 outubro 2007
O XIQUE E O XOQUE
Seria, curiosamente, o «prémio mais rápido de sempre». Porque a verdade é que, depois, olhando para o resultado do esforço daquele pobre cabeleireiro, tornava a tirar-lhe o prémio... mas voltava a dar-lho na semana seguinte, que é a frequência com que o desgraçado tem aquele trabalho a fazer.
E quanto à nossa colega - falha-me o nome - que insiste em aparecer à marinheira? Há ali uma desadequação que eu explico. O estilo é muito «pato donald» mas, para pato donald, tem uma coisa a menos e outra coisa a mais: precisava do barrete; e não vestia calças, que eu saiba o pato donald nunca usou calças.
E já que estamos na semana da bd (vêem como estou informada?)... Repararam decerto que há ali alguém que faria corar de inveja a Maga Patalógica, com as suas saias compridas, mas mais comprida de um lado que do outro. Querida! Já chega de tanto sobe e desce!
Isto para não falar de um certo vestido de listas que me põe tonta. Ainda pensei que esse vestido fosse para exemplificar a ilusão de óptica aos alunos, mas logo vi que não, porque voltou a aparecer... os alunos não precisariam de tanto esforço!
Amiguinhos, vou esforçar-me por voltar muito em breve! Xi-coração!!!
20 outubro 2007
PARTIRAM A TROMBA AO RAMOS E RAMOS
Desta vez, prendeu-me um artigo sobre Pedro Ramos e Ramos, intitulado: «Partiram-lhe a Cara».
Pedro Ramos e Ramos é, portanto, um homem com azar. Já não bastava alguém responder pelo nome de «Ramos e Ramos», como se não tivesse a certeza de como se chama, ou de que o ouvissem à primeira - que é certamente o que deve ter acontecido quando o padrinho ditou o nome da criança ao senhor notário, sublinhando bem, não fosse o homem ser mouco: «Ramos... É Ramos, está bem?»
Pois segundo o jornal, Ramos e Ramos ia na sua «vidinha» [sic], ou melhor, não ia, estava parado diante de um semáforo, ouviu umas «bocas», respondendeu e, por fim, «foi agredido por um jovem no centro de Lisboa».
E relembra o senhor muitos Ramos: «Ele disse: "Olha, vai ali aquele parvalhão da televisão».
Depois, em off (o jornal já não regista essa parte), ainda explicou: «Não gosto que me insultem; "parvalhão da televisão" ainda vá, que é simplesmente o que eu sou, agora dizerem "Olha", e "vai ali", e "aquele", já viram bem?, "aquele", como se eu fosse um qualquer?! Há coisas que um parvalhão da televisão não pode admitir!»
O engraçado, é o que o senhor imensos Ramos relata a seguir ao jornal.
«Respondi-lhe que podia ser tudo aquilo mas que ainda o metia no lugar». Aparentemente, não. O jovem é que o meteu no lugar. «Deu-lhe um murro no nariz». «Agrediu-me de fora para dentro do carro» - julga-se que o jovem teria tentado agredir o senhor de dentro para fora do carro, mas reconhecendo a complicação da operação, acabou, preguiçoso e desistente como toda a juventude de hoje, por escolher a solução mais simples.
Ramos e Ramos chamou a polícia, mas não pede prisão para o rapaz. «Acho que é tarde para fazer pedagogia com um miúdo daquela idade». (Entre os 16 e os 19 anos). «Gostava que ele fizesse serviços à comunidade». E pela sua mente teria perpassado: «Podia começar por fazer um serviço à comunidade que sou eu próprio, sob a forma de cobranças de uns dinheiritos que me devem...»
Bem-hajas, 24 horas: salvaste o meu sábado da mais absoluta monotonia!
19 outubro 2007
17 outubro 2007
O KIT
2.É sintomático...Brrr...que palavra esta...peço desculpa aos mais que certos leitores deste texto pelo uso indecoroso de tal termo...; é portanto CURIOSO, que as atoardas que desaguam em catadupas da rasgada cavidade inferior à bestial e monumental PENCA, não tenham merecido um único comentário...
3. O dito cujo delira...dá nós no cérebro e laços no cerebelo para inventar qualquer coisa...e só sai o que lhe põem à frente dos olhos...; dirão vocês "Isso de criar é uma treta, meu...não sai nada que não tenha entrado primeiro..."; e têm Vexas muita razão!! o problema é só um: tentar perceber O QUE, QUANDO E COMO algum dia penetrou no recôndito labiríntico e oco (tá boa esta!!!) daquela pseudo mente e imaginária cabeça...deixo este trabalho para vós...
4. Cá por mim, como sou omnipresente e criativo (realmente, hein!!!) já visualizei (no espaço, como convém a alguém com outra dimensão de pensamento...he he...)o trombocídio unicelular, colocado num ramo alto duma árvore da escola, amordaçado e devidamente amarrado (de mãos atrás das costas), transpirando abundantemente, enquanto vários dos escritores que riscam neste blogue comemoram, num copioso banquete, o infeliz e coincidente dia de aniversário...em redor de uma farta mesa.
16 outubro 2007
VIRILIDADE, RUGBY E AS PALAVRAS SÁBIAS DO SARGENTO BALICHA
Uma vez, o sargento Balicha disse-me: - Um homem a sério tem de ser bruto. E, de preferência, usar bigode. Mas se a brutice mais o bigode só por si chegassem, então a minha mulher era um homem a sério...
Já viram como todos os portugueses repararam na força com que eles berravam o hino nacional? É que, se pensarmos bem, foi o que fizeram de mais viril, porque, à parte isso, aquela coisa do rugby não me convenceu. Ora vejam:
15 outubro 2007
A MALDIÇÃO
14 outubro 2007
CONVERSAS REAIS
MARIA CANELAS - Ai sim? Como é que sabes, vistes algum?
BEBÉU MOREIA - Ouvi miar.
MARIA CANELAS [sem qualquer ironia] - Ai é? Ai os ratos miam? É boa...
BEBÉU MOREIA - Não sei se foi miar, foi uma coisa assim: iiiih! iiiih! iiiih!
GREENLIGHT [com uma vontade de rir ainda controlável; porém, ansioso por obrigá-la a repetir...] - Como era? Como é que miavam os ratos que tu ouviste?
BEBÉU MOREIA - iiiih! iiiih! iiiih!
MARIA CANELAS [para outros professores que vêm entrando, desejosa de lhes ensinar o que acabava de aprender] - Ó meninas, vocêzes sabiam que os ratos miam? A sério. A Bebéu é que ouviu, ouvistes, não ouvistes Bebéu?
OUTROS PROFESSORES - Esta passou-se, está visto! Agora sim, agora é que posso dizer que já ouvi tudo nesta vida.
BEBÉU MOREIA - Eu não disse que era miar, atenção, nem sei se eram ratos, atenção.
GREENLIGHT - Pois não. Diz lá outra vez, diz lá, como era o som...?
BEBÉU MOREIA - iiiiih! iiiiih! iiiiih!
SENHOR ANTÓNIO [entrando] - Chiça, que já tentei tudo e não há maneira de fazer a @£#%$»§ da porta parar de chiar, cum caraças!
13 outubro 2007
INQUÉRITO: VOCÊ QUE NASCEU NO BRASIL E ACABOU DE CHEGAR À ESLAV, COMO SE SENTE?
Temo Leque - Como? Não entendi nadica de nada do que você disse. Pode repetir? Já os professor falam desse jeito e eu não entendo direito o que eles falam...
Dabliu Cê - Está a ser um pouco difícil, porque lá a gente tinha ávores para trepar nos intervalos das aulas. Aqui nem a estas colunas nos deixam subir para ir buscar as bolas que ficam no trelhado.
Crisântemo Lengão - Vocês aqui usam uns negócios esquisitos nas aulas. Lá, desenhávamos com lápis e quase nem precisávamos de borracha, porque estava tudo certo. Aqui têm gerinçonças que só atrapalham.
Agadi Abólica - Adorei, sabe? Mas não gosto das paredes brancas, me provocam arrepios de frio. E as cadeiras são um pouco rijas, a gente passa tanto tempo sentada...
10 outubro 2007
GASPAR OLHOVIVO AVERIGUOU
Escrevo, em resposta ao seu pedido de averiguação, num estado de profunda depressão.
Já ninguém pode confiar em ninguém. Os polícias da Covilhã, que tratei de inquirir, conforme seu desejo, mostram-se tristes, cabisbaixos, olheirentos, descrentes de que tamanha injustiça se tenha abatido sobre eles.
Não, minha senhora, não houve visitas intempestivas à sede do sindicato. Não, minha senhora, não existiu qualquer tentativa de intimidação dos professores que preparavam uma repulsiva manifestação contra o nosso bem-amado Primeiro-ministro. Não, minha senhora, nenhum agente carregou consigo panfletos para fazer uma espécie de exame prévio.
Tudo se passou assim. Na Covilhã, minha senhora, as pessoas conhecem-se e privam umas com as outras. Dois agentes à paisana, o Simões e o Esteves, encontravam-se simplesmente à porta do sindicato dos professores, a fumar um cigarrito. (Na esquadra onde trabalham não é permitido fumar e, por isso, têm de se deslocar a uma paragem de autocarro que, por coincidência, fica ao lado da sede do sindicato...)
Foi até um senhor sindicalista que os viu ali ao frio (como é próprio da Covilhã) e os convidou a entrar. Que insídia! Tudo isto me lembra a história da aranha, dizendo à ingénua mosca: «Venha, venha, boa amiga, entre, ponha-se à vontade!»; os professores - sobretudo os sindicalizados - são aranhas peludas; os polícias, coitados, são pobres moscas mal pagas, que se deixam convidar, não imaginando o que os espera...
Uma vez lá dentro, o tal senhor sindicalista, na sua voz untuosa, ofereceu-lhes café e chocolate quente e falou-lhes da manifestação. Sem ninguém lhe ter perguntado o que quer que fosse. Por fim, até trocaram umas ideias, porque os polícias, às vezes, fazem as suas próprias manifestações, e só queriam saber como é que os professores procedem. Mas tudo amena e amistosamente: Ai é?, e tal, ai reúnem umas quantas pessoas, e tal, hum-hum, e quem é que costuma ir, e tal, ai sim, ai o Matos habitualmente participa, há quanto tempo não vejo o Matos, dê-lhe cumprimentos meus, e o Fernandes também é um «habitué»...? - deve ter sido esta conversa que se confundiu (ou se quis confundir) com «identificação de manifestantes»! Que ridículo...
Finalmente, à saída, o agente Simões reparou que o agente Esteves levava uns panfletos colados à sola do sapato. Até se riram muito. E o senhor sindicalista, mais do que todos. Agora já se percebe por que razão. «Ó Esteves», dizia o Simões, «levas o material aos nossos amigos, ahahah...» e respondia-lhe o Esteves, «Isto não se me deslarga da sola, ainda para aqui caio, como aquela professora de Linda-a-velha na uva, ou a outra na mica, ahahah...»
A polícia está muito desalentada. O agente Simões, por exemplo, tem chorado muito. O agente Esteves até meteu baixa. Acho que foi porque escorregou derivado aos malditos panfletos no sapato.
Melhores cumprimentos.
Seu criado,
Gaspar Olhovivo
AIME BEQUE
As minhas melhores tardes de finje-semanas, passei-as com a minha vezinha. Por exemplo nests sábado fui com ela fazer uns testes pirotécnicos mas ficou pavorizada com os resultados que ainda a baralharam mais quanto ao futuro que há-de escolher, coitada. Se não fosse eu para a cansolar, a miuda tinha ficado muito despressiva.
Por falar em despressões, eu també tive vontade de chorar no início deste ano lectivo, porque fiquei belindrado com a plicação do TLEBS. Tanto trabalho, para nada. Afinal, este ano, vai haver manuais com TLEBS e outros sem TLEBS. Eu achei isso abdominável porque me fartei de trabalhar no assunto e ninguém me deu importância. Sempre quero ver como é que vão descascar esta bota.
07 outubro 2007
A NARRATIVA DE GORDO ROCK
Retomo hoje funções. Dizem que me espera um cargo importante na escola; estou ansioso por ver do que se trata. Pelo sim pelo não, visto a camisa do mais lindo xadrez, estico bem as calças com os meus suspensórios predilectos; tomei um duche mais demorado do que o habitual e pus gel no cabelo; não é que isso seja importante porque para os meus caracóis não há nada melhor do que o gel natural, fornecido por meia dúzia de dias sem lavar o cabelo.
Dia 1 – Não estou nada contente com o trabalho que me deram. Eu, que já verguei a mola tanto na vida, acho que tenho direito a poder fazer o que quero. Uma das coisas que me custa é a ingratidão. Exigem de mim mais do que é justo, enervam-me. Enervar-me faz-me muito mal ao coração, provoca-me um pum-pum-pum no peito e depois tenho que ir acalmá-lo para fora da escola.
Dia 2 - Os apetrechos no meu local de trabalho resumem-se a muitas cadeiras e uma secretária com gavetas vazias. Não fora eu trazer um papel no bolso, nem estes pensamentos conseguiria anotar. Também posso trazer o jornal mas nem me lembrei. Para aqui estou, sozinho, à espera que aconteça qualquer coisa.
Dia 3 – Hoje foi demais! Entra-me pela porta dentro uma pirralha de boné virado para trás, que é uma coisa que eu detesto, com ar de santinha afectada. A funcionária disse-me que ela trazia trabalhos para fazer e que tinha sido expulsa da sala de aula porque tinha cometido um erro muitíssimo grave. Fiquei curioso, mas cada vez que eu abria a boca, a miúda franzia o nariz, vá-se lá saber porquê. A custo lá consegui sacar a confissão e conclui que aquilo não tinha sido nada grave. Lá porque ela mandou a professora àquela parte, não quer dizer que tenha que a castigar. A miúda não o disse com a intenção de ofender. O que importa é a intenção com que se dizem as coisas. Que mania as pessoas têm de exagerar. Há tanta gente que merece ouvir aquilo e muito mais.
Dia 4 – Hoje acordei muito chateado. Ontem fui para casa mal disposto a pensar nas bocas que um certo e determinado colega me mandou sobre o meu método de trabalho. Dizia ele que eu não faço o que devo, que nem cumpro horário e que nem jeito tenho para dar castigos. Olha quem! Pois eu acho que ninguém tem nada a ver com isso. Se não fosse porque não estávamos sozinhos, tinha-lhe ido à cara; meti as mãos nos bolsos das calças e lá me aguentei sem fazer estrilho. Não interessa dizer para onde fui a seguir, só sei que as mágoas ficaram todas afogadinhas.
Dia 5 – Para aqui estou eu enfiado nesta sala, envolto num fumo denso que me dá tosse, que me seca a boca. Quem terá estado aqui antes de mim?, que deixou esta fumarada para trás, pergunto-me. - Água! Tragam-me uma garrafinha de água, cof cof, ardente, cof cof, ardente!, que estou a ficar em brasa, isto é, com a garganta seca! Cof cof.
06 outubro 2007
A MÁQUINA DO PROFESSOR VICENTE VAN GROGUE
Até hoje, a única resposta obtida foi a de um entusiasta, o Dr. Lowell, psiquiatra num hospital inglês, que lhe propunha examinarem os dois as ideias de Vicente, numa conversa muito calma, em ambiente sereno, livre de quaisquer focos de excitação.
Mas entretanto, enquanto não houver outras respostas, o nosso jovem cientista continuará a dar cartas ao mundo.
2. Em Portugal, Vicente van Grogue assentou arraiais na ESLAV, que considera «um infindável campo de experiências».
A máquina que tem estado a aperfeiçoar consegue ler pensamentos.
Os leitores riem-se? Descrêem?
Pois aqui está a prova: o registo de uma leitura do que vai na cabeça de Pochato, primeiro a oferecer-se para esta experiência:
3. LEITURA DO QUE SE PASSA NA MENTE DE POCHATO:
«
».
Em breve, seguir-se-ão mais registos, com leituras de pensamentos de outros colegas. É aquela maquineta que, na sala dos professores, alguns ingénuos pensavam que servia para medir a tensão.
05 outubro 2007
A COLUNA DE D.J. CARA DANJO: QUEM SE METE POR MAUS CAMINHOS, LIXA-SE!
04 outubro 2007
AS REPORTAGENS DO REPÓRTER ESTRÁBICO: AS AULAS DE GINÁSTICA RECOMEÇARAM MESMO...
POCHATO - Que é que ele diz? Que raio de sotaque. Eu não entendendo nada.
FANTASMADAOPERA - Cala-te, pá. Tu nunca entendes nada, com sotaque ou sem sotaque. O treinador está a dizer para darmos calduços no colega do lado. Olha, assim. Toma!
POCHATO - Ai!
TREINADUOR ACIORIANO - Os meninuos aí fâçam o favuôr de calarem o bêico.
POCHATO - O bêico?! O que é o bêico?! Mas o que é que ele quer, senhores? Não vamos jogar futebol? Quando é que vamos jogar futebol?
FANTASMADAOPERA - Não percebeste? Diz ele para darmos um calduço no parceiro... toma!
POCHATO - Ai! Olha que eu me chateio!
TREINADUOR ACIORIANO - Que tão mecês fazândo? Vinte flexuões cada um.
POCHATO - O quê? Vinte quê???
ALELEX - De-de-de-sis-sis-sis-to. Nã per-per-per-ce-bo na-na-na-na-na-na-na-na-na-na-na-da! Is-is-is-to é chi-chi-chi-chi-nê-nê-nê...
TREINADUOR ACIORIANO - O quiâ?! Fale claro, home! Com mêl vulcuões!!!
03 outubro 2007
THE SPECIAL CACA ou ONDE CHEGA O ABSURDO
Refiro-me a um outro absurdo que terá acontecido um dia destes, que foi o facto de alguém ter pago um balúrdio por uma latinha com cócó. A latinha é o menos, acredito que seja linda, a ver pela foto. Mas pagar caro e ainda por cima sem garantia de que lá dentro exista o referido conteúdo e se ele pertenceu um dia, por umas horas, realmente ao autor, é preciso ter muita lata.
Isto de conceber latinhas com coisas dentro, também é o menos e nem sequer é caso único nem actual; agora chamar-lhe arte moderna e pagar para a ter, convenhamos, é actual e um perfeito disparate.
Mas isto também não é grave desde que o Berardo não se lembre de comprar uma para nos mostrar. Isto é, quanto a isso, tudo bem, desde que nos deixe vê-la de graça.