31 outubro 2010

Saudações

Olá Super-heróis, que saudades! Finalmente vou poder actualizar o meu famigerado sentido de "cusquice" (neologismo????) e saber novidades daí com humor. Que bom! E a Abelha, o Sindroma, será que me vão dar alguma atenção? No messenger não me ligam nenhuma... Bom, estou feliz com o recomeço. Até breve e bjis para os veteranos e novos bloguistas.

26 outubro 2010

INFORMAÇÃO CONFIDENCIAL

Nas minhas últimas investigações, senhora ministra, descobri que há, na escola, um novo professor, que não é verdadeiramente um professor. Quando apareceu, com a sua cabeleira branca, desgrenhada pelo vento, exactamente como a do busto do Beethoven que a sra. dona Canavilhas tem em cima do seu piano, pensei: Vê-se mesmo que é músico! Quem diabo quer ele enganar? Ao Gaspar não engana ele!
Tenho reconsiderado. Vejo-o constantemente a escrever. Começo a perceber que o homem não é músico, é escritor. E dos bons, que não descansa um momento: escreve, escreve, escreve. No outro dia, espreitei-lhe por cima do ombro. Suponho que seja um romance. O título é «Participação ao Director de Turma»; e principia assim: «O aluno pregou-me uma rasteira...»; é um romance moderno, minha senhora. Parece que tem palavrões!

A outra investigação é acerca do excesso de utilização dos computadorzecos da escola. Ontem, minha senhora, todos os computadores da sala de professores, mas todos, todos, todos, tinham um único utilizador (que nunca termina a sessão, portanto). Username: alpirraça. Não houve um único que lhe escapasse. Sentava-se neste, protestava com aquele, dizia que o outro não funcionava, tentava em mais um. Repito, minha senhora: nem um lhe escapou.

Os meus respeitos,
Um seu criado,

Gaspar Olhovivo, Detective ao Serviço do Ministério.

25 outubro 2010

ESTUDO & COMPANHIA

Está prevista no orçamento, mas ainda não aprovada, a extinção de Projecto e do Estudo Acompanhado no ensino básico. As escolas estão agora a abrir concursos para psicólogos educacionais de modo a apoiar o Estudo que agora se vai sentir muito sozinho. Estão ainda a reunir esforços no sentido de ajudar o Projecto a encontrar os seus verdadeiros objectivos.

22 outubro 2010

REPORTER ZAROLHA INVESTIGA ESTRANHAS OCORRÊNCIAS

A mando dos superheróis listados à direita, Reporter Zarolha visita a escola com o objectivo definido: descobrir onde param alguns professores e um computador portátil que Alelex procura vai para dois meses.
Cumprindo o mais rigoroso protocolo, é recebida pelo gato Zorbas, que lhe franqueia os dossiers e computadores que estavam à vista e todos os que não estavam à vista.
- Isto para mim não é novidade; já cá estive em outras ocasiões assim como dois colegas meus, Gaspar Olho-Vivo e Repórter Estrábico, meu irmão gémeo.
- Eu sei. aliás, nós sabemos. Aqui todos sabemos o que acontece na escola.
- Na altura não foi o que me pareceu. Procurávamos um carnet que nunca chegou a aparecer porque alguém sabotou os nossos próprios registos, não sei se se lembra do palavreado... Agora vejo a que a dona do dito carnet trabalha aqui convosco, o que me deixa muito desconfiada... aliás... agora reparo: falta cá alguém, não falta?
- Pois, pois falta, já era para estar ao serviço, mas o seu médico desapareceu.
- O meu médico desapareceu? Como é que sabe disso?
- Não! O dela...
- Adiante. Vejo que esta escola mantém as paredes imaculadas, branquinhas, apenas salpicadas por uns "sr. pinto" que me preocupam.
- Pois, nós achamos que um aluno vidrado na conjugação do verbo pintar mas que só sabe a primeira pessoa do singular...
- Vejo que isto é terreno fértil para as minhas investigações. Devo convocar ajudantes...
- Terreno fértil? Terreno fértil?! Terreno fértil?!
Três caras assomaram à porta: era Abelha Maia, Migalhões que suava em bica por ser o terceiro e último e Dores Costureira. Traziam sacholas, luvas, chapéus de palha e galochas.
- Desculpem mas aqui não entra ninguém nesses preparos. Voltem lá para as vossas hortinhas e deixem-nos investigar.
Abelha Maia não se conformou com a ordem de Zorbas. Entrou de rompante e suplicou por ajuda:
- Roubaram-me as abóboras, destruíram-me a horta, fizeram voar os nabos e vocês aí sentados... snif snif. Ai agora que será de mim...
- Não é possível trabalhar nestas condições. Vou-me embora. Quando conseguirem pôr ordem nisto, chamem-me. Ou mandem um mail, se conseguirem enviar alguma coisa a partir desses computadores que para aí têm, ahahah!!!

INSULTOS

Carolina Salgado foi acusada e irá cumprir pena por ter insultado um certo senhor importante.
Eu sinto-me altamente insultada por uma ministra que me dedicou um vídeo imbecil e por um governo que me promete tornar a vida mais difícil.
Pode-se obrigá-los a cumprir serviço cívico?

from me to you all, with love!!!

http://www.flashfunpages.com/bees2.swf

21 outubro 2010

GREENLIGHT ATACA DE NOVO

Greenlight andava sufocado com os seus inimigos: a crise, a estupidez ministerial, a Esquerda caviar, o Projecto «Coma Uma Maçã, Faça Exercício, Diga Não Ao Hambúrguer», conhecido como Tudo o que Sabe Bem Faz Mal e Vice-versa.

A vida não estava fácil para ninguém. No caminho para a escola, por exemplo, o nosso super-herói já pudera assistir a um deprimente espectáculo: certo docente ajoujado sob o peso de um cilindro gigantesco. Este cilindro, que parecia esmagar a cabeça do pobre professor, ostentava os seguintes dizeres: Medidas do Governo Contra os Professores. O homem, coitado, lamentava-se assim: «Ai! Que dor de cabeça!»; nesse momento, o senhor Primeiro-Ministro, acompanhado pelo Sr. Teixeira dos Santos, estacou. E exclamou, indignado: «Então, então?! Não quero ouvir discursos anti-patrióticos! Olhe, só por causa dessa conversa subversiva sobre a dor de cabeça, vou ter de lhe cobrar o dinheiro que tem aí, no seu bolso...»

Continuando a andar no seu uniforme verde, collants justos, que lhe torneavam a perna musculada, uma capa esvoaçante, uma mascarilha, Greenlight ouviu um gemido. Ou melhor. Ouviu dois gemidos, um chegando-lhe de cada lado. Sentiu uma antiga emoção apoderar-se de si.
«Meu Deus! Clamam por mim. Pedem socorro. Eis a minha vocação! Salvar pessoas que precisam de um braço, de uma mão, de um dedo...»

E gritou: Aí vou eu!

Num canto, deparou-se com Paula Thrombone. Caía por um precipício. (A estúpida, que ousara chamar-lhe gordo infantilóide...).
Noutro canto, a Esposa do Assessor. Caía de outro precipício.

Não podia salvar ambas. Tinha de tomar uma decisão rápida, muito rápida. Caramba. Nem que fosse fazendo o «um-dó-li-tá!»
Decidiu.
Voltou costas, veio embora. Salvá-las? Livra!

Reparou que, enquanto caíam as duas, Paula Thrombone vinha com muito mais estilo. E gritava como uma verdadeira vip.

20 outubro 2010

….. …OU APENAS UM ACASO SILENCIOSO

Entrei na chamada sala dos Professores. Sentados aqui e ali meia dúzia de professoras. Olhos colocados nos pensamentos certamente impediu de responderem aos bons dias que fiz questão de dirigir. Repeti e o silêncio voltou a ser o mesmo. Serão sintomas da crise. Pensarão que naquele em que votaram, lhes está a ir, descaradamente, ao bolso. Confirmo a concentração em algo que ocupa tão dedicadas docentes.
Pouco tempo passou e finalmente entra na sala alguém que para lá de falar com vivacidade trás consigo vida. Passei a escutar algo que estava muito para lá do brutal silêncio vivido anteriormente.
Entra mais gente. Entusiasmados na conversa iniciada no pequeno almoço. Tratava-se de um pequeno grupo mas falavam a todos e trouxeram alegria àquela sala semi-fúnebre.
Levantei-me e disse bom dia ao grupo. Naturalmente que recebi como troco outro bom dia.

Fui dar a minha aula. Afinal há gente viva nesta Escola.

E o dia correu-me bastante bem!!

Koristupor,jr

Cabeças juntas :)) Não, não é a continuação da junta da cabeça...

Mas sabem o que é bom, mas mesmo mesmo bom?Sabem? Não? Eu também não!!!!
Eheheh!!!Estava a brincar...
O que é mesmo bom é quando a tribo das cabeças juntas se ajunta para conspirar...
Vão chegando um a um, de mansinho, pela madrugada...
Deixam as transportadoras estrategicamente colocadas p 1 fuga rápida...
( a Abelha leva, invariavelmente, na cabeça porque nunca escolhe o sítio adequado=o do picapau amarelo...)
Mas tristemente, não sabem respeitar o espírito da conspiração e falam de modo a ser ouvidos em toda a galeria e por todo o tipo de aves raras...
Tu hoje estás sem cor, eu estou sem apetite, ela disse que eu estou escamado, ela continua com dores, há 1 elemento a faltar...
Está na hora, está na hora e é a debandada geral, tipo tipo Cinderelas, atropelam-se para sair e entrar ao som das campainhadas...(ou badaladas??)
Ufff...
Foi à junta!Não bolas, foi à justa!!!!

19 outubro 2010

SE PUDESSE VOTAR, CHUMBARIA O ORÇAMENTO?

Ivo Mito - O orçamento do Teixeira?! Vocês não aprendem ou quê? Aqui à atrasado pedi-lhe um orçamento para me acabar com uma pinga que me esfolou o capom do carro e apareceu-me com umas contas feitas às três pancadas. A mim não me engana mais.



Gladis Posta - Eu voto tudo, eu faço tudo, eu até voto sim, eu até voto não desde que me deixem fazer o meu servicinho e continuar no desemprego. Só não me façam passar recibos.


Marisol Uço - Ai eu cá por mim chumbava todos os orçamentos mesmo que a ministra da educação fosse contra as abstenções, as reprovações, as retenções ou isso.




Nini Velada - Eu não voto desde o dia em que me roubaram tudo incluindo a identidade. Já agora. Sabe quem sou eu?





Aldoar Ôto - UiUi, desvie-se que eu estou mal disposto.Aghhhhhh! Isso que trazia aí era o orçamento?

18 outubro 2010

VÁ BRINCAR COM A SENHORA SUA AVOZINHA

Toda a gente muito preocupada pela tesourada de 10% no ordenado.

Cá por mim, borrifo-me!
Mas, uma coisa é certa. Não trabalho de graça.
E, portanto, tenciono cortar igualmente 10% na minha quantidade de trabalho. Nem mais nem menos. 10%.
Ficamos quites.

O mexilhão é que se lixa?
O mexilhão que aprenda a votar!

16 outubro 2010

D. J. CARADANJO RESOLVIA OS PROBLEMAS DO PAÍS: SAIBA COMO

u paíz tá tôudo tôudo tôudo típo muinta mál. i u guvêrnu não tá a çabêr dár cõta da çituação. perimêiros é típo éça çêna dús ôrdenádos k parésse k vão báichár. mâs ó mêsmo têmpu u pão vái çúbir. i não é çó íço. a çituação du paíz é ageraváda pq êu têinho tádo côn çinózite. çinózite é tár côn rânho na gargãta k nêin me dêicha respirár nêin náda.

çe êu fôuss o perimêiromenístero já tínha típo rezólvido a maiuría das deficuldádes. dividía os perobelêmas i púnha um Ó nas fôulhas máis impurtãtes. um Ó grãde. pra se perssebêr k êçes érão ús açúntos órgentes. nu résto da papeláda carinbáva Ó Ó. éra típo para ús açúntos órgêntes da óropa. i dêixáva ús dáferica pra últimos. êin áferica já tão abituádos a têr fóme e çêde e feríu. purtãto pódein esperár máis ún cóxe.

u k é perssizo é ôrganizassão. açín ficáva çó côn un perubelêma para rezólvêr. ú da çinózite. mas açuávame e prõtos.

15 outubro 2010

A ENFERMEIRA NINI

Pois é, minha gente. Agora que anda toda a gente a voltar, decidi dar o meu contributo. Sobretudo depois de ter lido um texto do senhor karadestupor jr, sobre o reencontro com uma professora.
Isto lembrou-me imediatamente uma história passada comigo no tempo do saudoso Sargento Balicha.
Uma vez, também apareceu lá em África, na zona de combate, uma enfermeira que era boa como o milho! Parecia uma daquelas que o Nosso Sargento tinha em fotografias de calendários afixados na cubata. Pois o Sargento também nos tinha prevenido, antes da chegada dela: «Ó pessoal! Ó Amélinhas! Bomecês agora, muita atenção, nada de porcarias. Em frente da rapariga não se pode dizer asneiras. Nem que tenhamos de amordaçar o Simões...»
A rapariga veio. Era linda. E, tal como a professora do karadestupor jr, esta também tinha um sorriso de fazer perder a cabeça a um tipo. A razão pela qual ninguém perdeu a cabeça foi porque... ninguém estava a olhar-lhe para o sorriso. (Minto! o 47 perdeu a cabeça, mas foi a limpar a arma sem a ter descarregado previamente. É outra história!)
Foi um tempo maravilhoso. Andávamos todos babados. Todo o pessoal se queria oferecer para lhe despejar um regador pequenito em cima, para ela tomar duche. Não comíamos a ração de combate, só bebíamos. Não dormíamos. Ficávamos a escrever poemas de amor.
Passados todos estes anos, encontrei precisamente o Simões, que queria fazer um jantar para nos reencontrarmos com a Enfermeira Nini (era como ela se chamava...). E eu disse-lhe. «Ó Simões, pá, não te metas nisso, olha que vai ser uma desilusão. Quantos anos é que se passaram? Tu estás gordo, careca... Vamos guardar antes a lembrança dela. Aquela fotografia que lhe tirámos a tomar duche de regador... tu ainda tens a tua...?»
Mas o Simões tanto insistiu que, prontos, lá fui eu.
Na noite do jantar, entrámos no restaurante O Soldado Zarolho. Grande algazarra, muitos camuflados que já não assentavam tão bem, abraços. E quem estava lá, a um canto, sorrindo a todos, sem perceber nada do que se dizia?
Uma velhinha. Poças. Conservava o mesmo sorriso, mas julgo que era da dentadura. De resto, não posso jurar: nunca antes tinha visto o sorriso dela...

TAMBÉM EU VOLTEI!

Nada me deu mais prazer neste último ano do que receber a noticia da reabertura deste blogue. Queriduchos, voltei! Voltei com tanta, mas tanta alegria que não caibo em mim de contente!
Digam que tiveram saudades minhas, digam que vos faço falta, encham-me o ego com carícias porque estou muito necessitada!
Não, não vou lamentar-me porque vamos ser obrigados a fazer economias, nem porque a nossa ministra nos envergonhou com aquele já tão comentado registo. Lamento, isso sim, por dois motivos:
O primeiro é aquele texto da minha muito querida amiga Maia; não, não me refiro àquela cartomante benfiquista de mini saia mas sim à nossa querida Abelha. Estava deprimida e toma lá disto, tem dias que, tem dias que, tem dias que, tudo dias maus. Mas a Abelha não pode ter tantos dias desses porque quem a vê na escola, fica encantado com aquelas gargalhadas, aquela cor, aquele sapatinho garrido e abotinado de salto agulha, aquele pulseirame supercolorido!

Segundo motivo: a aparição, pelas passerelles da escolinha, do Zezé Totó, que no outro dia trazia uma espampanante e berrante t-shirt com um enorme cão estampado. Não digo que o querido não seja um moço bem apessoado. Que é. (E vai estando cada vez mais "apessoado"; anda até a concentrar uma generosa quantidade de "pessoa" na barriguinha. Candidato ao clube dos muchachos da escola?); o que eu digo é que o menino já não tem propriamente sete anos, e por isso escusava de usar as t-shirts que o seu filho recusa por serem demasiado infantis.

E outra coisa (portanto, a terceira das duas coisas de que vos queria falar) é que a direcção da escolinha não está a seguir as tendências Outono-Inverno das lideranças. Esperávamos vê-lo chegar com look barba-de-três-dias, como prometido, e afinal, nada! Ponha os olhos no Eanes!
Continuem a inspirar-me, para eu voltar a esta página, que é um ar fresco de sofisticação e elegância num blogue que tem de tudo, sobre uma escola que tem demasiado de tudo!
Xau-xau, bjinho bjinho.

UMA GRANDE E BOA PROFESSORA

Quantas vezes uma simples conversa envia-nos para recordações que acabam por nos apanhar num mundo de fragilidades emocionais.
Recordo-me do Senhor Reitor (naqueles anos ainda havia respeito) ter entrado na sala. Com o seu habitual ar sereno avisou que a Professora de físico-química ia iniciar as aulas na próxima semana.
Saiu da sala não sem antes ter avisado que exigia muito respeito pois tratava-se de uma professora acabada de se formar.
Era uma turma só de rapazes. O costume dos anos sessenta.
Passou uma semana. Era uma terça-feira. Antes mesmo de ter tocado para entrada podemos ver a Professora dirigir-se para a nossa sala. Fomos praticamente catapultados para um melhor posto de observação.

Que mulher. Um espanto. Foi naquele momento que muitos de nós se iniciou nas coisas da estética corporal. Estávamos todos contentes por pertencer ao 4º D.

Nem foi preciso o toque para entrar na sala. Todos, mesmo todos, demos os bons dias a que recebíamos como resposta um Llindo sorriso. A acrescentar a um corpo onde tudo estava numa total harmonia possuia uma voz que por si impunha-nos um silêncio perturbador.

Ao longo do ano e de forma sucessiva, estou convicto, fomos apaixonando pela físico-química (…. quer dizer …. entendem.... pelo menos sei o que se passou comigo). Aquela professora não se zangava. Nunca a vi mal disposta e sempre ,mas sempre, a saudar os alunos com um sorriso que ainda guardo na minha memória. Foram muitas as vezes que a acompanhava no caminho para casa. Falava de tanta coisa. Foram dois anos de um imenso prazer nas aulas de físico-química. Veio o sexto ano, depois o sétimo e lá fomos para um outro mundo dos estudos.

De vez em quando um grupo de antigos colegas, em torno de um copo, lá nos lembramos da nossa professora. Está casada, diz um, outro lá sabe que tem dois filhos. Em nome da verdade também se fala daquelas pernas e …... não não vos digo as fantasias de adolescentes...

Passaram muitos, mas muitos anos e não é que o Óscar prontificou-se em organizar um jantar da turma e, com uma lembrança do outro mundo, avisou ir convidar a nossa antiga e sempre saudosa professora de físico-química. De imediato manifestei ter medo das surpresas que o passar dos anos nos prega.

Óscar, passaram 45 anos. Não faças isso. Deixa que fiquemos com aquele lindo sorriso na memória. Não achas que o tempo passa por todos. Olha para ti, Barrigudo. Já és avô. Achas que Ela aceitará? Passaram uns dias. Entre nós comentava-se como estaria a professora. Marcado o dia e o local fez com que aumentasse a ansiedade para revisitarmos as nossas memórias. Houve mesmo quem lembra-se se não seria interessante irmos todos com a bata branca. Como se fossemos para o laboratório.

No restaurante aguardava-mos pela chegada do Óscar com a professora.

Imaginava-se uma imagem. Fomos construindo uma cara envelhecida. Um corpo por onde passaram tantos anos. Os olhos continuariam azuis. O cabelo certamente branqueado.

Foram minutos de forte expectativa. A entrada esbaforida do Raul avisou que já aí vinham .

Fez-se um silêncio igual ao da nossa primeira aula. Quando a nossa professora entrou na sala todos nos levantamos.

Com os braços abertos dirigiu a todos uma boa noite. Só que às palavras adicionou o sorriso. Foi esse sorriso que me perturbou. Era um sorriso igual e também tão diferente. Era uma voz tão igual ao que escutara aula após aula. Mas também havia algo de diferente naquele sorriso. Não reparei em mais nada. Como eu também alguns dos outros.

De pé escutamos a suas palavras agradecendo o facto de não nos termos esquecido dela. Falou de momentos passados em comum. Falou do passado. Lembrou as dificuldades da profissão. Falou de cada um de nós. Sabia o que nunca imaginamos que soubesse de nós. Sei que estás nisto, tu naquilo.

Rezei por cada um de vocês quando me diziam que estavam na guerra.

Por favor sentem-se.

Nos primeiros momentos o choque foi enorme. Fomos acordando, Estavam ali dezanove alunos. No centro da mesa,serena, a falar com um e outro, a nossa professora de físico-química.

Terminado o jantar fui ter com ela. Lembrava-se dos nossos caminhos para casa. Sorrimos com a minha grande paixão por ela. Confessou ter sido uma situação de grande constrangimento. Mesmo sem nunca ter falado sobre o assunto tinha-se apercebido. Ainda bem pois assim sempre estudei muito mais para ter boas notas. Muito boas lembrou ela.

Foi com esta agradável conversa que o tempo passou. Porque já era muito tarde o neto mais velho veio buscar a Avó. Levou a nossa professora de físico-química.

Entre nós demos um grande elogio à lembrança do Óscar. Confessei ter sido uma estupidez o que dissera. Valeu bem a pena. Boa Óscar continuas aquela velha máquina.

O sorriso era o mesmo. A alegria mantinha-se. A simpatia era uma constante. A recordação que manifestou ter de cada aluno marcou a todos definitivamente. Lembrava-se de mim como nunca imaginei. Senti que aquela senhora continuará a ser sempre a minha professora de físico-química.

O tempo não passou por aquele ser humano. Pelo corpo talvez. Mas aquela Senhora continua a ser uma grande e boa professora.

14 outubro 2010

MISS PROJECTO VERSUS ABELHA MAIA

Miss Projecto andava na sua costumada ventania pela sala. Sentava-se numa mesa, pedindo contas a um. Noutra mesa, queixando-se a alguém. Desaparecia. Reaparecia. «Estou muito cansada disto! Esta escola dá-me cabo dos nervos!» E zum!, desaparecia. (90 % dos presentes na sala pensavam: «Dás cabo dos nervos à escola, isso sim!»)

Mas, no seu cruzar veloz de todos os cantos do espaço, Miss Projecto tinha um ponto de referência: o computador junto à esplanada. Não que parasse lá. Mas precisava de o sentir à mão. Teclava aqui, teclava ali, de passagem, num trânsito nervoso, vertiginoso.

Eis, porém, que Abelha Maia, ligeiramente distraída, percebeu que algo a incomodava. Era a música! Era a porcaria da música. Roufenha, brasileira, ainda por cima! Ainda se fosse o precioso Julio Iglesias! Agora aquele parvalhão do Chico Buarque! Levantou-se. Aquilo dos fios era confuso. Tão mau como nos filmes, quando se quer desarmadilhar uma bomba. Que fio corto? O azul? O amarelo, o amarelo! Não, o vermelho. Mas Abelha tinha de decidir, porque o brasileiro entrara no refrão. Rapidez. Traz! Desligou, da tomada, o cabo óbvio.

Ouviu um grito. «QUE É ISTO!? DESLIGARAM O COMPUTADOR?»

Era Miss Projecto.

Ao fundo, romanticamente, a voz de Chico Buarque da Holanda, roufenho, envolvia a triste cena.

CABEÇA DA JUNTA III

Resolvida que foi a intervenção de Alelex no decorrer desta trama só para confundir as pessoas como é seu hábito e estando o concílio dos heróis que lutavam pelo regresso de Elastigirl à escola tentando fazer a cabeça da Junta dentro do gabinete da Junta, alguém fazia fisgas para nada daquilo corresse bem: era Ju, a substituta.
Ela, que acabara de se enlear na rede do ensino, tropeçara num papelinho minúsculo que voara da secretaria - era o papelinho de retorno ao serviço de Elastigirl; o papelinho que pusera a secretaria em alvoroço por estar desaparecido; aquele sobre o qual se pôs a hipótese de não existir. Fiel aos seus princípios, Ju ignorou o conteúdo e deixou o papelinho seguir o seu rumo, mesmo que comprometendo a sua permanência nesta escola...
Talvez por ter meios mais persuasores, foi Lara Croft que, de pistolas em punho, fez as despesas da conversa, dirigindo-se ao presidente da Junta.
- Viemos aqui em peso, como pode reparar, pedir, instigar, exigir... OBRIGAR-vos a rever o parecer sobre a baixa da baixinha, cof cof, da Elastigirl.
- Outra vez? Essa heroína ainda está viva?! Não a tinham arrumado? Isto é, ela existe realmente? Onde está, que não me lembro de a ver?!... - disse o presidente da Junta, olhando para debaixo da mesa.
- Não sei se sabe, mas vocês deixaram-na ir embora sem lhe levantarem a baixa...
- Baixa? Ela está de baixa? Provas. Tem? Onde estão as provas? Logo vi. O papelinho da convocatória para a Junta? Não sei se deu conta, mas nos nossos ficheiros essa pessoa não existe! Raspem-se daqui. E vire para lá essas armas que eu nem penso bem quando sou ameaçado...

13 outubro 2010

Pronto!

Pronto, agora estava o caldo entornado!!!!!
Ele há pessoas que desmoralizam os outros logo às 7h50 da manhã...
Ah e tal, estão todos a voltar e assim, mas há alguns que não perceberam exactamente qual o espírito deste cantinho à beira mar plantado...
Conversa meio desligada mas a tentar fazer com que a pobre da abelha percebesse que estavam a falar dela...
Mas disfarçando ao mesmo tempo com conversas de cabeleireiros e escritores da moda...
Pois sim, está bem abelha!!!!

12 outubro 2010

Flying with the wind :))


I'm back too, guys!!!
I'm a brand new BEE!!!!An improved one as you can see...smarter, tougher, slimer(I wish) and armed with a sharp stinger!!!

11 outubro 2010

ESTOU DE VOLTA!

É sempre bom ver que lentamente estamos todos a voltar.
É como se um colectivo saísse de uma coma vivida no progressivo afastamento da vida.
Regressar significa manter acesa a chama do humor.
É querer ser criativo na mensagem.
É não perder a oportunidade da piada.
Regressar é querer estar vivo.
Que toquem os clarins.
Que se acordem as almas precocemente envelhecidas
Que despertem os espíritos maliciosos
Acordai ciumentos que a música está a chegar.
Despertem paixões acomodadas à rotina do dia a dia
Apertem os cintos que vamos regressar mais criativos, mais calejados e mais selectivos.
Avisem todos, passem a palavra entreguem a mensagem
Escutai com atenção
Há paixão no ar.
Há ideias a pousar.
Vamos regressar um a um e todos a um. De novo e outra vez.

Aqui estou sem saber porquê mas o certo é que voltei

Voltei mas a verdade é que nunca saí.
Se não saí porquê então voltar?

Sim volto à partilha da boa piada (se para tal tiver capacidade).

Agora grito bem forte AMIGOS ESTOU DE VOLTA AO TECLADO.

Estou de volta.

Ok, basta, estás de volta.
E agora????????

Koristupor, Jr

08 outubro 2010

Tem dias...
Tem dias que apetece desaparecer
Tem dias que seria bom voar para longe
Tem dias que era melhor não sair da cama
Tem dias que até a alma dói
Tem dias que parece que se levou uma sova
Tem dias que o cansaço atormenta o próprio dia
Tem dias que fazem parecer tudo cinzento
Tem dias que apetece voltar às origens
Tem dias chuvosos que nos fazem chorar
Tem dias que o desânimo supera todas as emoções
Tem dias que tudo parece errado
Tem dias que não se faz nada
Tem dias que nunca mais têm fim
Tem dias que não deviam existir
Tem dias que
Tem dias
Tem

Era este tipo d post que estavam à espera???e não, não foi a Florbela Espanca que escreveu...
Ai d mim s o crivo lesse isto!
Touch down:(

04 outubro 2010

ANTES DA CABEÇA DA JUNTA III

Passam poucos dias sobre o rapto de que fui vítima. Só hoje, uma semana após, consigo falar sobre este assunto delicado. A troco de um almoço (bem dizem que os não há grátis) arrastaram-me à escola. Estrebuchei, deixei-me ficar no carro quase deitada, mas o olhar aguçado da raposa GG topou-me. Não tive como resistir; puxaram-me com abraços e beijos e a abraços e beijos nunca se resiste.
Às pressas, enfiei uma rodela de cebola na boca, na esperança de afugentar os beijoqueiros, mas sem sucesso.
À minha espera estava um vespeiro cujo extermínio já tinha começado por obra de Alelex e senhor Tony (é possível que a esta hora, o vespeiro já deva ter triplicado). O certo é que muitas vespas jaziam já na sala da direcção, veladas por Lúcia Lima, que choramingando, lamentava tanta morte.
- Achas que era preciso isto? Não poderíamos viver todos em harmonia? Vês a falta que cá fazes? Aposto que conheces um programa que afugenta vespas.
- Vejo que aqui há mudanças profundas: vespas mortas em vez de moscas mortas. E aquela mesa... Aquela secretária já está a meio da sala... Está de saída?
- Aiiijesus! Nem me digas nada... Volta, volta, suplico-te. O que é preciso fazer?
- Dar a volta à cabeça da Junta.
- Fala ali com o Alelex; mecânica é com ele. No ano passado até tinha aí um esqueleto de mota, andava sempre a falar dele, lembras-te? Achas que serve para a tal Junta?
- Não depende só de mim. Primeiro há que reforçar os apoios...
Saí em busca deles mas quando dei por mim tinha sido sugada para dentro de um vórtice que se chama sala de professores e onde se contam as mais escabrosas histórias. Para vê-las multiplicar-se é só dar o mote...
- Voltaste?
- Não... eu... não...
- Ainda bem, é que preciso da tua ajuda para decorar a sala que vai passar a ser o gabinete de Educação Sexual. Disseram-me que era um balneário desactivado...
- AhAhAh! Um que tem uma parede forrada de mictórios...?
Um abracinho faz-me rodopiar 180 graus, felizmente.
- Ah, tu foste atropelada numa passadeira...
- Não. Eu estava no passeio.
- Pois, eu também atropelei um senhor que ia na passadeira. Passei-lhe por cima.
- E eu tenho uma amiga que atropelou um bêbado na passadeira e ele não sofreu nada.
- Mas eu não estava na passadeira...
- Ao menino e ao borracho põe-lhe Deus a mão por baixo.
Obviamente, os salvamentos de Lara Croft não se ficam por aqui...

02 outubro 2010

A CABEÇA DA JUNTA II

Inesperadamente, o senhor alelex (mais conhecido, agora, por «aijesus!», desde que, em desespero, tentando aceder, pela quinquagésima vez, à net na sala dos professores, já chegou ao ponto de entrar com o username: Aijesus!...), o senhor alelex, dizia eu, espreitou pela porta entreaberta.

INTERVALO DA EMISSÃO

[LARA CROFT - «Espreitou pela porta entreaberta»!? Tu escreveste mesmo «espreitou pela porta entreaberta», Sindroma?!
SINDROMA - Bem sei, bem sei: no episódio anterior, que tu escreveste, e estava muito bem escrito, e olha, já agora, esse colete de pêlo de coelho fica-te muito bem...!
LARA CROFT - Não me irrites, Sindroma. Não consegues nada com lisonja!
SINDROMA - Pois, eu sei que a porta tinha sido altamente trancada, mas repara. A personagem que espreitou pela porta é um supervilão. E tu sabes quais são os seus poderes. Um é avariar aquilo em que toca. Outro é abrir qualquer porta, por muito que... hã?... por, por, hã...?
LARA CROFT suspira.]

RETOMAMOS A EMISSÃO INTERROMPIDA

- Ó mememeus sessessenhores - gaguejou o aijesus, entrando, misteriosamente, pela porta entreaberta, que tão bem fechada fora -, não vão deideideixar rrrrrregressar es es esta fififininha ó trabalho. Depois ela nãnãnão me ia deixar aproveitar os computaputaputadores vevevelhos... não tem nononoção de poupoupoupança. Tetetenho lá um do tempo das pinpinpinturas rurrurrupestres que ela quer deitar fofofora. Uma mamamaravilha daquelas! E cococomeçava a preprepregar preprepregos sem me perguntar nada. Eu faço questão que me peçam. Pra lhes dizer: Não sessssenhor, vãovãovão pregar prepregos pra vossa casa. Isto é a vovovossa casa? Não é, pois não? Vêem aqui mómómóveis do ikea? Não vêem pois não? Atão nãonãonão é a vossa casa pois não? Atão nãonãonão venham cá com pregos! E ela faz as coisas que eu tititinha acacacabado de dizer «Eia pá, bem, isssssso também eu quequequeria, mas não é posssssível!»

E foi aí que aquele grupo, a junta, já quase convencido por elastigirl, começou a ver o caso de outra maneira.

[CONTINUA]