28 outubro 2006

ESLAV EM MOVIMENTO


Grupo de profs da ESLAV em plena aula de dança
"O lago dos Pinguins" de A. Vasconcellos
(Bem à frente pode ver-se um elemento com um braço em baixo, resultado de uma lesão recente, mesmo assim, não quis deixar de estar presente!...)

PRELÚDIO AO CONCURSO «OS GRANDES ESLAVENSES»

O blogue vai promover um concurso para pôr Portugal inteiro a votar em quem terá sido o maior eslavense de todos os tempos. Trata-se de uma brilhante ideia de Lara Croft, que ma cedeu gratuita e generosamente, e que, como já devem ter notado, a RTP tem estado a plagiar de uma forma que só posso considerar mesquinha.

Enquanto não passamos à votação do maior eslavense, vamos, a título de treino, começar já a votar no «maior acidente da Eslav de todos os tempos»: são candidatos o skating de Bebé Ferreira sobre uma mica ou o da Lelé Serrote sobre uma uva, o rebolar da misselástica pelas escadas de um pavilhão, a cena da Mané Fria querendo sair pela porta e indo contra a parede, o murro no olho do sindroma, o escorregão imparável de Marius, uma aula de Juju ou (o meu preferido, mas não me devia pronunciar)... a cabeçada inflingida por uma parede agressiva sobre o jogador Pochato.

É votar, malta. Antes que a Maria Elisa venha aqui buscar mais ideias...

27 outubro 2006

E DEUS DISSE...



Eu que já fui o homem do leme ...

26 outubro 2006

Three Litle Birds (gilberto gil)

Lindo!...

24 outubro 2006

Elis Regina, Águas de Março

Vamos continuar com os brasileiros

ALPIARCENSE RESIDENTE EM OEIRAS PASSA INCÓGNITO 15 DIAS NUM SAFARI NO QUÉNIA
(Consta que já regressou a casa...)

A DRA. RUTH RESPONDE A UM SENHOR

Cara Dra. Ruth:

Quando era um pequerrucho, já então calvo e desengraçado, minha mãe, uma professora de Físico-Química, severa e de buço, esqueceu-se de mim no banho; ao recolher-me, encontraram-me meio-roxo, quase afogado e com o corpo inchado de tanta água. Daí em diante, parecia um número de circo: sempre que dava um passo, escorria-me água pelo nariz, pelas orelhas, pela boca. Fiquei sempre com um ódio profundo aos professores e à água. Tanto mais que a minha mãe, nas suas aulas, me usava como se eu fosse um balde, para fazer uma antiga experiência da Física: atava-me um cordel ao tornozelo e andava comigo à roda pelo ar, a fim de provar que, devido a uma força qualquer, um corpo cheio de água (por exemplo, um balde; no caso, eu), movido, em círculos, a uma grande velocidade, não corre o risco de entornar. Foi por causa destes traumas que no outro dia me saiu, da boca para fora, como um irreprimível arroto, aquela frase, dirigida aos professores e aos sindicatos: «Ou entram todos no barco, ou ainda se afogam». Haverá alguma forma de resolver estes traumas?

Seu
Glu-glu


Caro Glu-glu:
Só há um modo de superar os traumas de infância: repetir a experiência que os originou.
O senhor poderia, por exemplo, pedir a um grupo de professores - que se prestariam certamente a ajudá-lo nisso - que lhe atassem um fio ao tornozelo, e que o girassem, largando-o, por fim, em direcção a um rio. Creio que haveria hipóteses de cura. Se não se afogasse. Mas, no fundo, o afogamento não é mais do que uma forma extrema de cura.
Espero ter ajudado.
Eu gosto sempre muito de ajudar.

Sua,
Dra. Ruth

21 outubro 2006

Caetano Veloso Sozinho

Com música é mais agradavel

20 outubro 2006

ALEMÃO RESIDENTE EM ITÁLIA PASSA INCÓGNITO 15 DIAS NAS VINDIMAS NO DOURO!
(Consta que já regressou a casa...)

XÁCARA DOS DEZ PROFES DA ESLAV

Eram dez profes da Eslav,
Que andavam a ver se chove.
Deu o tranglomanglo num,
Não ficaram senão nove.

Eram nove profes da Eslav,
Foram ao Pingo Doce comprar biscoito.
Uma deslizou numa uva,
Não ficaram senão oito.

Eram oito profes da Eslav,
Jogando à bola de pochete.
Um deles tropeçou num taco,
Não ficaram senão sete.

Eram sete profes da Eslav,
Foram pró BOME arrumar pincéis.
Deu o tranglomanglo num,
Não ficaram senão seis.

Eram seis profes da Eslav,
Foram fazer anel, colar e brinco.
Um deles picou o dedo,
Não ficaram senão cinco.

Eram cinco profes da Eslav,
A prepararem o teatro.
Um foi contra o espantalho,
Não ficaram senão quatro.

Eram quatro profes da Eslav,
Mas nenhum era boa rês.
Um deles aderiu à greve,
Não ficaram senão três.

Eram três profes da Eslav
A falar de campinos e bois.
Deu o tango no mango deles,
Não ficaram senão dois.

Eram dois profes da Eslav,
Que estavam em jejum.
Comeram um pastel ao Gonçalves,
Não ficou senão um.

E eu que sou a seguir na lista das AAA! Socooorrrroooo!

«OU ENTRAM TODOS NO BARCO, OU AINDA SE AFOGAM»

Cansado de assistir a tanta insanidade e a tanta inabilidade por parte do Ministério da Educação, Deus e toda a comitiva celeste resolveram meter dois dias de greve - com uma total adesão: no Céu, é assim.

Entrementes, por motivo da supracitada greve, não havia funcionários que dirigissem a barca para o céu. Ainda houve quem perguntasse se o Sô Gonçalves não podia desempenhar também essa tarefa, mas concluiu-se que isso equivaleria a furar a greve e, portanto, nesses dois dias não houve mesmo ida de ninguém para o céu e pronto!

Entretanto, na barca para o inferno, a Ministra e o seu fiel sobrinho Vavá procuravam empurrar os professores renitentes, os sindicalistas (aquele das eternas patilhas, e tal), toda a gente.

POCHATO - Eu não vou nisso. Não senhor. Nós, aliás, eu e a minha mariconera, não embarcamos nessa coisa. Tou daqui a ver o rombo. Isso vai mas é ao fundo. Nem pensar.
VAVÁ - Entras, e é já! Estes professores!
VASCONCELLOS - Que coisa, realmente! No embarque para os Açores, aparece o Dom Duarte a tentar passar à frente de todos na fila. Agora para o inferno, nem vê-lo. Onde está agora o Dom Duarte?
RAINHA DE INGLATERRA - É porque é rei. Era o que faltava. E nós, a rainha, em filas? Nós em barcaças mal amanhadas, que esta barca até parece mais o sapato cambado da Juju que outra coisa? A mim não me apanham ali...
SINDICALISTA DE PATILHAS - Está-se mesmo a ver como é que isto acaba. Com esta história das quotas, se não houver vagas no inferno, depois ainda nos obrigam a concorrer para outro inferno...
BOAS-VINDAS - Desculpe lá, colega, mas onde é que isso está escrito? Eu não vi isso escrito em lado nenhum. Penso que só devíamos falar do que está escrito. Eu não vi escrito em lado nenhum que se não houvesse vagas tínhamos de concorrer para outro sítio. O colega viu isso? Isto é como em todo o lado. Eu penso que devíamos entrar na barca, estamos a atrasar tudo. Eu não vi nada escrito em lado nenhum, eu não vi nada escrito...!
VAVÁ - Ó tia Lurdes. Eles não querem embarcar. Que é que eu faço?
DONA LURDES - Ameaça-os, Vavá, ameaça-os. Tenho de ser eu a pensar em tudo? Para que é que tu serves, afinal? Diz qualquer coisa forte.
VAVÁ - Ou entram todos no barco, ou ainda se afogam!!! (Ó tia, ai, ai, estou a escorregar. Não posso molhar os caracóis. Dê-me a mão, tia, dê-me a mão, por favor...)
DONA LURDES - Está visto que eu é que tenho de fazer tudo. Seu incompetente. Vá, agarra a mão. Espera, não me puxes assim, Vavá, vá lá! Ai, ai! Larga, larga, larga!

SPPPPLASH!

VAVÁ - Os meus caracóis!!! Glub glub glub
DONA LURDES - Eu não sei nadar. Palerma. Idiota. Achas que algum professor nos virá salvar glubglubglubglub...?
BOAS-VINDAS - Que é que eu faço agora? Hã? Que é que eu faço agora? Eu não vi nada escrito, eu não vi nada escrito.

AFORISMOS E DESAFOROS

É óbvio que é uma grande, uma enorme estupidez dizer-se que os professores não podem ser todos generais. Mas, por favor, não respondam que isso só se aplica às profissões verticais. Que a nossa profissão é horizontal: dá a ideia de que os professores estão sempre a dormir

19 outubro 2006

A COLUNA DE D.J. CARA DANJO: O PROBLEMA DOS PROFES SEGUNDO O MEU COTA

o mêu cóta k pressébe tudo á primâira e k é tão ispérto k a minha vélha até dis k êle çó não pressébe o k não le convêin no ôutro dia espelicoume o k çe páça côs purfeçôures. atão é açin. dis o mêu cóta k o purbelêma é k os gáijos çe enganárão de purfição pq kerião tôudos tár na trópa. êles gustávão de çêr tôudos jeneráis. básta vêr sértos purfeçôures de jinástica pa çentendêr lógo k akilo ção vucassõis falhádas e k os ménes gustávão riálmente éra de tár na trópa a dár órdeins e apitadélas e iço. óra vão têr de se aconvenssêr k ali não á jeneráis. dezia o meu cóta. (imajina que ein tôudas as purfições avia jeneráis. já vistes a confuzão. os ómeins do licho kerião çêr jeneráis os ómeins dos tákssi kerião çêr jeneráis. imagina k até a tua mãi keria çêr jenerál á á á á). e êu diçe açin çein çêr por mál. (ó pái mas atão a mãi não é já uma espésse de jenerál cá da cáza). e o mêu pái calôuçe muinto têmpo. e a çegir dêume um estálo de ráiva.

16 outubro 2006

TAMBÉM TENHO DIREITO À GREVE!

Parece que estão programados dois dias de greve. No meu caso, julgo que não se vai notar uma diferença por aí além, porque, consciente como sou, tenho estado mais ou menos de greve desde que sou professor. Ou seja: mais ou menos, claro; não se pode passar a vida a fazer greve. Que é isso? Sou responsável. Portanto, não tenho deixado que me marquem falta, nem que me não paguem todas as horas. A minha greve é mais de zelo. Consiste em ir e não fazer nenhum.
(Cá para mim, e isto não é estar do lado dos biltres do Ministério, há muitos colegas que vão fazer greve... e também não se vai notar grande diferença).
Mas não sou o único a fazer greve de zelo; se repararem bem, anda por aí muita gente a zelar há muito tempo. Uns, vão zelar para a casa de banho quando toca o telefone; outros, têm uns projectos que os fazem ausentar estrategicamente na hora precisa. Vendo estes exemplos, o que é que um professor responsável mas revoltado deve fazer?
Quero com isto dizer que ainda estou a meditar acerca do fazer amanhã e depois, mas digo-vos, estou muito inclinado a fazer greve. Mas greve a sério: apresento-me no local de trabalho à hora marcada mas não vou dar aula. Isto é que é defender uma ideia. Não é como alguns, que vão aproveitar o dia para ir fazer compras. Não, eu não sou desses. E ai de quem de substituir! Sim, eu estou devidamente informado, eu bem sei que posso ser substituído, desde que o colega destacado para isso não faça greve. Mas olhe, colega em AAA que não adere à greve, deixe dar-lhe um conselho: faça greve, mas de zelo. Quando o chamarem, vá devagarinho para a sala, tão devagarinho que quando lá chegar talvez já esteja na hora de saír...

A COLUNA DE D.J. CARA DANJO: CARTA ABERTA À MINISTRA DA EDUCAÇÃO

cára çenhôura dôna lurdes. ânda tudo ôutra vês numa ganda confuzão e os prófes tão mais xatiádos k nunka çó prucáuza de a çenhôura kerêr k êles trabálhein. no fundo o k a çenhôura kér é rezólvêr os purbelêmas do inçuçéço e iço tudo. óra êu gustáva de le dizêr como é k eu çe tivéçe no çêu lugár rezólvia tudo ein três têmpos. ein primêiros éra con bué de izijênssia. sein izijênssia isto não vái lá. e con izâmes a çério. sein izâmes a çério não çe conbáte o inçuçéço. e purfin êu cá até intorduzia os castigos corpuráis. çein castigos corpuráis isto não vái lá. óra bêin isto érão as medidas ein ralassão ós purfeçôures tá cláro. á k çêr izijente con os prófes. á k oberigálos a ir a izâme fazêr izâmes ein k os pais dos alunos é k dessiden çe êles pódein paçár ôu não. e çe êles xateiam mto os alunos atão dévein çêr sugeitos ós castigos corpuráis k até pudíão çêr apelicádos não digo pêlos alunos mas vá lá pêlos pais dos alunos ôu atão pêla dona lurdes. isto já rezólvia parte do purbelêma. entertanto ein ralassão ós alunos a çolução éra acabár con izâmes e téstes e nótas e tarbálhos de cáza e tudo. a jente paçáva e prontos. os purfeçôures é k nein tôudos. ás çuas órdeins e mtos comperimentos do çêu fã cára danjo.

14 outubro 2006

DECLARAÇÃO

Eu, Elastigirl, venho por este meio esclarecer algumas dúvidas que se têm levantado acerca da minha participação neste blogue.
Ultimamente tenho sido acusada de dupla identidade e tem-me sido atribuída a autoria dos textos parvos da pérfida Paula Thrombone; aquela que, tal como um outro senhor que não vem ao caso, nunca teve coragem de se identificar.
É lamentável que alguns, maquinados por ela ou, quiçá por outros, venham lançar estas dúvidas na praça pública (deve ler-se sala de professores), distribuíndo ferroadas a torto e a direito, não contribuíndo para a salutar coexistência dos membros do blogue.
Torno agora público que não conheço tal senhora, não sei onde mora nem o que faz na vida, mas aposto que será pouca coisa, descartando assim a possibilidade de eu e ela sermos a mesma pessoa.
Não me responsabilizo, portanto, por eventuais danos que a sua escrita (pouco) criativa possa causar.
Assim, tenho a declarar que eu, sobejamente conhecida pela minha elastipaciência, possuo uma única identidade e não me vergo a este este tipo de insinuações.
The one and only,
Elastigirl

CONVERSAS NO BAR (OUVIDAS POR GASPAR OLHOVIVO - OUVIDO FINO POR PARTE DA MÃE)

MARIUS - Bom dia, dona Luisa. Um abatanado, fáchavor.
LUÍSA - Oh, não, lá vêm estes com os abatanados. Estas manias pegam-se, caramba!
SÔ GONÇALVES (entrando no bar para tratar do seu próprio galão e da sua própria sande de chourição) - Grumble!
DOLORES - Bom dia, Luísa. Olá, Marius. Sô Gonçalves, passou bem?
SÔ GONÇALVES - Grumble! [Provando o seu galão]: slurp, chlep chlep, hum!
DOLORES - É um abatanado para mim, Luísa, sim?, e uma sande de paio.
JUJU (chegando) - E um abatanado para mim, se faz favor! E precisava que alguém me emprestasse um cartão de fotocópias porque não queria gastar do meu...
TERESA PRANTOS (chegando igualmente) - Boooom dia! Eu não quero abatanados, Luísa. Ando malzita...!
LUÍSA - Ora ainda bem.
TERESA PRANTOS - Que estou mal?
LUÍSA - Não, que não quer abatanados.
TERESA PRANTOS - Para mim é um cházinho de limão, estou um bocadinho desarranjada do estômago. E um pastelziho de nata, uma arrufadazinha com fiambre, um salamezinho de chocolate, uma bolinha de Berlim, mas veja lá, das mais pequeninas, se não, já sei que fico outra vez esquisita...
LUÍSA - Olhe, professora Dolores, o Sô Gonçalves arranja-lhe o que pediu...
DOLORES - Tudo???
LUÍSA - Sim, não foi um abatanado e...?
DOLORES - Sim, eu só não sei se ele sabe fazer tudo!
RAINHA DE INGLATERRA - Bom dia, povo. Um abatanado, por favor. E, ora bem, o que há-de ser...?
CHEFE LUCAS (com o seu ar de serviço, muito preocupado, de quem nunca mais dorme desde que, há mais de trezentos anos, se vem sucedendo a si próprio na presidência da escola) - Bom dia, bom dia para vocês, claro, porque eu já sei que o meu dia vai ser tramado. É um abatanado em chávena de bica para mim, Luísa, por favor.
LÚCIA - Bzzz bzzz bzzz bzzz bzzz bzzz bzzz [Baixam todos os ouvidos até aos lábios para tentar perceber o seu cumprimento, o seu pedido, os seus comentários, mas em vão]
MADAME (fumando cinco cigarros ao mesmo tempo) - Marius! Tens de entrar. Rápido! Vai lá, vai lá, estão a chamar para as AAA. É uma turma do sétimo.
MARIUS - Não posso, não posso mesmo. Vá o sindroma. Eu tenho de ir fazer o espantalho chinês para o «Ruralidades». E fiquei de pôr lá o galo. E a galinha com ovos à volta.
MADAME (nervosa, já com sete cigarros entre os dedos) - AAA! Quem é que vai!?
Desaparecem todos, com várias desculpas: projectos inexistentes, eternas coordenações, um chichi, Até já, até já!
LUÍSA - Ora bolas! Então estes abatanados todos, quem é que os vai tomar?
SÔ GONÇALVES - Grumble!

13 outubro 2006

VISITA PRESIDENCIAL

Soube-se, na ESLAV (Escola Secundária de Lindo-o-velho-da-mariconera) que o senhor Silva, Presidente da República, tinha ido visitar uma escola em que era possível contar, entre os alunos, dezoito nacionalidades!

Na Eslav, o pessoal pôs-se imediatamente em guarda.
CHEFE LUCAS - Dezoito nacionalidades? Nós até cá temos mais. Nós temos dezanove!
CHEFA PÁSCOA - Dezanove?
CHEFE LUCAS - Sim, se contarmos com o espantalho chinês da quintarola do projecto «Ruralidades»... e até temos alguns professores que são mesmo de outro planeta. Portanto, está visto, o senhor Silva tem de cá vir. Eu convido: dou-lhe uma palavrinha. De presidente para presidente.

O senhor Silva e a dona Maria Silva vieram, portanto, visitar a nossa escola.
À medida que a comitiva ia passando por meninos de várias nacionalidades, pedia-se a Juju Ximãu que fosse traduzindo.

ALUNO ESPANHOL - Mira, este es el presidente, coño. Entre nosotros hay un rey. A mi me gusta mucho el rey. Biba la monárquia.
JUJU - O menino diz que se sente muito honrado de conhecer Vossa Celência. E que acha a minha saia vermelha muito «guapa»,que quer dizer «catita». Obrigada, filho, muchas graxas, muchas graxas!
ALUNO INGLÊS - Aoh, so is this the man? Jolly good! I have a nice garden. Do You have a nice garden too? My oncle has a black hat. My oncle's black hat is very nice too.
JUJU - Este menino diz que se sente muito honrado de conhecer Vossa Celência. E que acha a minha saia vermelha muito «nice», que quer dizer «catita». Obrigada, son, tanque yú.
ALUNO BRASILEIRO - Cara, esta visita tá chata pa xuxu. Vou dar no pé, vou sim.
JUJU - O menino diz que se sente muito honrado de conhecer Vossa Celência. E que acha a minha saia vermelha...
PRESIDENTE SILVA - Muito bonita, não?
JUJU - Como foi que adivinhou? Foi, foi, foi mesmo isso.
PAULETA - Tudo numa nice, man? Bazof! Bué da fixe. Grasna aí, cota. Soltas uma nota pó cavalo? Oi, blondie, comé? Tamos no ir? Eu bazo daqui, meu, não dá...
JUJU - Aaaah... hum... este não percebo, eu... esta língua não me... não me... não percebo. Diz lá, querido, a minha saia o quê...?

11 outubro 2006

Atelier de Escrita Criativa dos Professores da ESLaV

http://www.caetanoveloso.com.br/ce.html
Para os amantes de Caetano aqui vai o último CD "CÊ"

REUNIÃO DE SUPER-HERÓIS

Habituada à sua elasticidade, a mulherelástica programou um almoço impossível com alguns super-heróis que saíam da escola à 1.30 mais outros que reentravam à 1.30 na escola para uma qualquer reunião de departamento (sendo que ela própria, nesse dia, não estava disponível de todo, porque entrara na eslav às 8.30 da matina e largá-la-ia lá para as dezoito horas ou assim, com dez reles minutos no meio para almoço).

Mas mesmo assim, um super-herói é um super-herói: se não conseguisse o impossível por que raio seria chamado «super-herói»?

O breve encontro foi, em alguns casos, tão breve, que a super-timota (que tem desenvolvido exponencialmente os seus superpoderes no campo da distracção, do andar na lua e do passar-lhe tudo ao lado) e Lara Croft cruzaram-se literalmente à porta - uma já de saída, não sabendo bem para onde (super-timota), outra de entrada no restaurante, apressadíssima (Lara).

Greenlight, entretanto, caíra no erro de aceitar uma boleia da Rainha de Inglaterra.
Aquilo não prometia nada de muito bom, porque o Queen-mobile não tinha uma gota de gasolina.
RAINHA DE INGLATERRA - Ah, greenlight, não te preocupes com isso, e tal, o carro mantém a autonomia mesmo sem gasolina, não vês aqui no indicador?, ora lê lá, «AUTONOMIA: ESTÁ À VONTADE», além disso eu tenho sempre solução, e tal...
GREENLIGHT (torcendo o seu monumental nariz) - Hummmmmm...!
RAINHA DE INGLATERRA - Não, não, e tal, vens descansado...
GREENLIGHT - É que a seguir eu tenho reuinião de grupo, pá, tás a ver, e sabes como a Lurdes Orvalhada é com isto das reuniões...

O Queen-mobile seguiu. Tão lesto, que o carro da super-heroína matematrix, que saíra muito tempo depois, já lá estava à nossa espera.

Passou-se uma parte do tempo numa trapalhada de ementas. «Pedimos uma 1, uma 2 e uma 3, a 1 tem entradas, que dividimos, a 2 tem sobremesas, que dividimos, a 3 não tem nada, que dividimos...» «Não, eu também queria uma 2», «Então são duas 2 e uma 1?», «Não, eu queria antes uma 3» «Uma 3 e duas dois?» «Alguém pediu uma seven-up?» «Não, eu pedi uma água com gás»...
Terminada a fase da escolha, era altura de o Greenlight se pirar (sem ter tido tempo para comer), porque a reunião de departamento esperava ansiosamente por ele.

A rainha levava-o de volta à escola no Queen-mobile, cada vez com menos gasolina.

RAINHA DE INGLATERRA - Olha, vamos abreviar isto, em vez de irmos ali virar a Belém, eu meto já aqui por esta via rápida que desemboca em Miraflores e daí a Linda-a-velha é um pulinho, e... espera lá, isto não tem saída?
GREENLIGHT - Ai!
RAINHA DE INGLATERRA - É boa! Então agora temos de seguir sempre em frente? Até Monsanto, ou quê? É boa...!
GREENLIGHT - Ai, que a Orvalhada dá cabo de mim..
RAINHA DE INGLATERRA - Já vejo daqui a DECATHLON, está tudo resolvido, vamos...
GREENLIGHT - Mas por aí vais em direcção ao aeroporto...
QUEEN-MOBILE - Puf, puf, puf [o mostrador de gasolina indicava: «AUTONOMIA??? JÁ ERA!!!»]
GREENLIGHT (olhando para o seu super-relógio, desesperado, quase em lágrimas) - E agora, rainha? Disseste que tinhas sempre uma solução. O que é que vamos fazer?
RAINHA DE INGLATERRA (calma e segura de si porque, obviamente, não é ela que tem uma reunião com a Orvalhada) - Está tudo previsto, greenlight! Começa já a pedir boleia. Entretanto, felizmente, o parque de campismo não é longe. Olha se não tivesses vindo comigo. Estavas tramado!

06 outubro 2006






















Para visualizar melhor, clicar na imagem.

A MARCHA DOS IGNORANTES

Parece que ontem, dia cinco de Outubro, feriado nacional, cerca de vinte mil professores marcharam em Lisboa, descontentes com a proposta de alteração do seu Estatuto de Carreira. Parece que há uma tal de Senhora Dona Lurdes que acha que tem razão em tudo e que não gosta nada de professores, que está metida no assunto. Essa senhora e os seus amigos, como um tal de Senhor Jorge, têm um passatempo favorito: dizer mal dos professores a torto e a direito. Nas notícias da noite, o tal Senhor Jorge comenta a dimensão da manifestação e do descontentamento com qualquer coisa como esta: "Há aqui muita ignorância. As pessoas não estão devidamente informadas acerca das propostas do Ministério. Existe manipulação por parte dos sindicatos."

Ignorância. Pronto. Já só faltava chamarem-nos ignorantes.

OS FURA-FILAS

CENÁRIO: AEROPORTO DA PORTELA, ONDE UMA MULTIDÃO, EM FILA, ESPERA PARA EMBARCAR (NÃO DEVERÍAMOS DIZER «AVIONAR»?) PARA OS AÇORES

O Professor Vasconcelos e a família suspiram e gemem, no meio da fila, olhando para o relógio que teima em não dar boas notícias.
Eis senão quando, para espanto do ilustre professor, uma figura imponente, armada de um poderoso bigode, esposa, crianças e «staff», se prepara para desrespeitar a fila.
É Dom Duarte, o futuro rei de Portugal logo que o nosso país retorne aos tempos áureos da monarquia.

DOM DUARTE - Com licença, com licença! Anda lá, Zabelinha! Trazes as malas todas?
ISABEL DE HERÉDIA (Com a voz abafada ao peso das malas da família e do «staff») - Grrrumble murble vzzum
DOM DUARTE - Afonso Gabriel Daniel Miguel Manuel Catarino Fernando! Dinis Pedro João Bernardo Álvaro! Maria Franscisca Ana Adélia Lurdes Lúcia Lima! Venham, meninos, despachem-se, despachem-se!
PROFESSOR VASCONCELOS (indignado com o que o futuro rei se prepara para fazer) - Um momentinho, um momentinho. Onde é que o senhor julga que vai?
A MULTIDÃO DA FILA - (Aplaude veementemente! Vêem-se bonés atirados pelo ar!)
DOM DUARTE - Aaaaaah! Pós Açores, claro! Aaaaaah! Eu gosto muito de passar férias nos Açores. Aaaaah!
PROFESSOR VASCONCELOS - Sim, mas não vê que há aqui uma fila???
A MULTIDÃO DA FILA - (Mãos roxas de tanto aplaudir. Gargantas roucas de ovacionar. Bonés que batem no tecto. Algumas pessoas preparam-se para levar o Professor Vasconcelos em ombros).
DOM DUARTE - Uma fila? Aaaaah! Mas eu... aaaah... eu sou o rei! Aaaaah! Para mim não há filas! Aaaaaah!
PROFESSOR VASCONCELOS - Há, sim senhor. Se eu estiver nessa fila, há fila. E ninguém passa à minha frente numa fila. E diga lá àquele senhor do seu staff que escusa de estar a enfiar-se, que eu não deixo passar! Sabe que eu, se quisesse, também usava brasão? Sabe que o meu Vasconcelos é «Vasconcellos», com dois «ll», que o meu Raposo é «Rapozo», com «z»? Vasconcellos Rapozo, com dois «ll».
DOM DUARTE - Rapollo?
PROFESSOR VASCONCELOS - Vasconcellos, homem, Vasconcellos com dois «ll». E não uso isso para passar à frente de ninguém. Portanto, faça o favor, ponha-se no seu lugar. Lá atrás. Como todos!
DOM DUARTE - Aaaaaaaaaaaah!
A MULTIDÃO DA FILA - (Gritos, bonés, estalam os primeiros foguetes, Vasconcellos Rapozo é definitivamente levado em ombros, esposas choram, comovidamente [trata-se, precisamente, da esposa do Professor Vasconcelos, que vai apontando para o seu consorte e murumurando repetidamente: «É o meu marido! É este!»; alguém pergunta: «O Dom Duarte?» Mas não se ouve nada; a euforia é geral]. A tripulação junta-se à multidão para festejar. [Já ninguém percebe a ordem da fila. Há pilantras que aproveitam a euforia para passar à frente dos tansos]. Mais foguetes. Os mecânicos também se juntam à trapalhada. E aquele senhor que costuma ir para a pista, querendo jogar ping-pongue com umas raquetas enquanto ouve música de uns asucultadores gigantes sobre os ouvidos, mete-se também na festa! A consequência é que o avião já não vai poder partir. O voo é adiado para o dia seguinte. Não vai ninguém antes disso. Nem o Dom Duarte, nem o seu bigode, nem a Dona Isabel, nem o Afonso etc., nem o Dinis etc., nem a Maria Francisca etc. Fez-se justiça republicana).

Esta foi mais uma história verídica. Estou comovido!

05 outubro 2006

PEDIDO DE AUTORIZAÇÃO DE PONTE

Ex. mo Senhor Presidente do CE da ESLAV:

Eu, Chefe Luca, Presidente do CE do ESLAV, venho por este meio solicitar a Vossa Excelência, isto é, a mim próprio, que me autorize a fabricação de uma ponte entre quinta-feira e sábado, de modo a poder fazer, lá na minha terra, um fim-de-semana prolongado de vindimas, que me permitirá trazer, depois, umas quantas garrafas de vinho (para distribuir pelos ingratos dos meus amigos, que ainda por cima me disseram: «Vais trazer-nos do teu vinho!? Não basta o que a ministra anda a fazer aos professores? Não nos poupam nada...?»)
Eu sei, caro Presidente, que sou o suporte desta escola. Que, sem mim a vigiar, os miúdos vão pôr-se a partir vidros e o Pochato vai pôr-se a jogar futebol outra vez. E nem quero pensar em que mais irá a misselástica fazer da sala de professores...! Mas, que diabo, é só um dia, hein? Que acha? Já agora, e dada a nossa proximidade, senhor Presidente, veria algum inconveniente em que eu e o senhor nos tratássemos por tu???

Sem maçar mais,

Pede deferimento

O Presidente do CE da ESLAV,

Chefe Luca

03 outubro 2006

O XIQUE E O XOQUE

Alôôôô, queriduchas & companhia!!!
Já há tanto tempo que não escrevia aqui nada. Por muitas razões. Entre elas, porque me senti afrontada por um tal senhor Ferreiro Rocher - que nem sequer é capaz de dar a cara, o grande anónimo - e me quer fazer concorrência. Por exemplo, veio até referir-se às alterações na salinha da escolinha da linda. Ó menino! Isso é assunto meu. Não fica bem a um macho como o rico. Eu é que percebo de decoração e assim. Cada um no seu terreno, tá bem?
Aliás, o vermelho sensual é bem sensual. Aprovadérrimo.

Pela sala remodelada, passeiam-se as elegantes e os elegantes, sempre em competição para ver quem vem mais bonita/o, mais in. Como a Annie Páscoa, com um casaco de um azul lindérrimo. Um pouco pingão, não, querida? É mesmo feitio, ou apanhou alguma molha pelo caminho?
Entretanto, se a grande responsável pelo novo colorido da sala, a loira Cricri, está aprovada pelo bom gosto no que toca a decoração de interiores, já o visual «floribella» a que parece que aderiu, com aquela t-shirt de flores enormes, me parece menos acertada. A menina, quando quer, veste tão bem. Mas é só quando quer.
E já que menciono «Floribella», aproveito para dar os parabéns à grande actriz que é, também, uma bela flor, a queridíssima Florbela Queiróz, que eu já vi pela escola, de livro de ponto debaixo do braço. (Também repararam?) Tendo desistido dos palcos, pelos vistos também da astrologia, tornou-se agora professora? Ainda não sei de que disciplina, tenho-a visto só de quando em vez, mas estarei atenta. Eu nunca me engano: lá que é a Florbela Queiróz, isso é!
Para começar o ano em beleza, Xaxão (ó rica, a menina é uma referência!) apresentou o seu radical corte de cabelo, pena é que não tenha conseguido manter o desalinhado do primeiro dia, que lhe ficava tão bem. Posso dar-lhe um conselho? Aproveite a mudança e renove tudo, mas tudo mesmo. E eu não a aborreço mais...
Linda de morrer tem andado Céuzinha! Refiro-me a diversas combinações vermelhas (agora) sensuais! Que bem que lhe ficam essas cores, rica. E as mules só não condizem com os milhares de passos que é preciso dar até aos pavilhões. Desistiu delas, queriducha?
Cabe ainda aqui uma referência aos homens da nossa escolinha! Alguns continuam a manter-se no seu posto mais do que de vigia! Mordazes, não lhes escapa nada, mas devo felicitá-los! Os meus queridos estão mais leves, mais ligeiros no vestir. Sou até levada a crer que as minhas crónicas surtem o seu efeito! Será assim? Desmintam-me se estiver errada!

E com esta termino por hoje a minha reentreé depois da maior silly-season de que há memória! Não tenham pena, meus lindos, prometo voltar em breve!
Bye!

02 outubro 2006

O BODO AOS POBRES

A proposta do Governo, relativamente às faltas ao abrigo do artigo 102, é a de que os professores possam faltar:

a) Um dia útil por mês (e vá lá, não ser só em dias inúteis...)

b) Até um total de cinco dias

c) E (esta é a melhor) desde que as faltas sejam dadas durante tempo de interrupção lectiva (ou seja, colegas, podemos faltar no Natal, no Carnaval, na Páscoa...), ou durante tempo em que os profes não tenham serviço lectivo distribuído

O quê? Estou a brincar? Está bem. Então, informem-se...