Venho aqui dar a conhecer, a quem não conhece ainda, uma ferramenta útil à nossa disposição na internet. A Wikipédia .
Vejam alguns exemplos de artigos que lá podemos encontrar:
- Informações sobre a máquina infernal que está à vossa frente: o Computador.
- Tudo sobre a nossa heroína favorita: a Lara Croft!
- E como não podia deixar de ser, lá encontramos tudo sobre O Maior Clube do Mundo.
Voltámos sem pretensões. Com mais criações. E opiniões. O verdadeiro blogue sem borbulhas.
30 novembro 2005
ATENÇÃO PEÇO, SENHORES...AMEAÇO APARECER!!!
AMEAÇA
Não se trata de uma qualquer ameaça de um qualquer grupo radical islâmico, mas apenas de um aviso para o que aí vem....
Com fantasmagórica essência pairarei sobre as vossas pobres cabeças e, munido de precisa acutilância, farei de vós alvos (targets em Inglês) da minha insaciável sede de justiça!!!
Acautelai-vos pois, míseros insectos ( bugs em Inglês), já que não tardará o momento em que sentireis o insuportável peso da biqueira da minha justiceira bota, esmagando-vos como beata ao cantinho do quarto ( zimmer em Alemão)....
De entre vós, um ser de contornos um pouco imprecisos e nebulosa materialidade, se tem destacado nos dias recentes, por citações e referências de cariz intimidatório e de inadmissível tolerância o que, naturalmente, não podia deixar indiferente quem, com fantasmagórica e operática postura, se tem sentido visado de forma suez e cruel...Não , não estou a soldo de Augusto Guerra, não senhor (apesar do gajo me dever uns maravedis...), mas tão só por imperativos de alma bem mais nobres!!!
Preparai-vos pois (Preparez vouz em Françês)!!! Prometo não demorar (I won´t be long em Americano)!!!!!
Não se trata de uma qualquer ameaça de um qualquer grupo radical islâmico, mas apenas de um aviso para o que aí vem....
Com fantasmagórica essência pairarei sobre as vossas pobres cabeças e, munido de precisa acutilância, farei de vós alvos (targets em Inglês) da minha insaciável sede de justiça!!!
Acautelai-vos pois, míseros insectos ( bugs em Inglês), já que não tardará o momento em que sentireis o insuportável peso da biqueira da minha justiceira bota, esmagando-vos como beata ao cantinho do quarto ( zimmer em Alemão)....
De entre vós, um ser de contornos um pouco imprecisos e nebulosa materialidade, se tem destacado nos dias recentes, por citações e referências de cariz intimidatório e de inadmissível tolerância o que, naturalmente, não podia deixar indiferente quem, com fantasmagórica e operática postura, se tem sentido visado de forma suez e cruel...Não , não estou a soldo de Augusto Guerra, não senhor (apesar do gajo me dever uns maravedis...), mas tão só por imperativos de alma bem mais nobres!!!
Preparai-vos pois (Preparez vouz em Françês)!!! Prometo não demorar (I won´t be long em Americano)!!!!!
A CIRCULAR
O dia de hoje deixa marcas na redação dos papéis utilizados pelos diversos elementos da comunidade escolar. Isto porque, finalmente, o Ministério optou por uniformizar o formato de todos os documentos que circulam na escola; para exemplificar foi enviada uma circular.
A partir de hoje todos os documentos a circular devem ter a forma de uma circular. Estas circulares têm aparecido ciclicamente e agora vêm para ficar. As alternativas ainda são um mistério no ministério mas acredita-se que se venha a aceitar a utilização de cd, dado o seu formato.
A interpretação do documento foi particularmente difícil por conter um texto denso e um "conteúdo redondo", segundo as palavras da própria Ana Páscoa em jeito de desabafo, já com a cabeça a andar à roda. A Lúcia aproximou-se em círculos cada vez mais pequenos e fez o que pode para ajudar a interpretar o texto; ambas chegaram à conclusão que era redundante e a roçar a parábola "-Se ao menos descobríssemos que raio eles querem dizer com isto".
Valeu-lhes o facto de se debruçarem sobre essa circular em cima duma mesa redonda. Digo eu, que presenciei, e posso garantir que o papel estava escrito em letra miudinha mas com um tipo giro, constituído por muitos ós, formando uma espiral que apertava em direcção ao centro. O que dizia lá no meio, ninguém percebeu muito bem mas partiu-se do princípio que era profundo.
A partir de hoje todos os documentos a circular devem ter a forma de uma circular. Estas circulares têm aparecido ciclicamente e agora vêm para ficar. As alternativas ainda são um mistério no ministério mas acredita-se que se venha a aceitar a utilização de cd, dado o seu formato.
A interpretação do documento foi particularmente difícil por conter um texto denso e um "conteúdo redondo", segundo as palavras da própria Ana Páscoa em jeito de desabafo, já com a cabeça a andar à roda. A Lúcia aproximou-se em círculos cada vez mais pequenos e fez o que pode para ajudar a interpretar o texto; ambas chegaram à conclusão que era redundante e a roçar a parábola "-Se ao menos descobríssemos que raio eles querem dizer com isto".
Valeu-lhes o facto de se debruçarem sobre essa circular em cima duma mesa redonda. Digo eu, que presenciei, e posso garantir que o papel estava escrito em letra miudinha mas com um tipo giro, constituído por muitos ós, formando uma espiral que apertava em direcção ao centro. O que dizia lá no meio, ninguém percebeu muito bem mas partiu-se do princípio que era profundo.
AS INVESTIGAÇÕES DE AUGUSTO GUERRA. CAPÍTULO V: O BERLINDE NA BERLINDA
Conceição Batista não se conformava. Jurou que a partir desse episódio nefasto não mais largaria o seu chapéu; passaria a usar os que comprou em Badajoz nas últimas férias, que são igualmente vistosos mas têm frutas de plástico. "A Teresa Santos vai pagar-mas, há-de engasgar-se com a minha nova fruta. Salvo seja".
Durante uns dias, enquanto não achou o saco dos chapéus, Conceição andava triste e sombria; faltava-lhe o colorido superior pintalgado pelo chapéu. O conjunto estava tão desiquilibrado que ela começou a achar que tinha tropeçado ao saír da piscina.
Estava Conceição neste triste meditar quando inrompe pela sala, esbaforida, Helena Serra. "Não pude chegar mais depressa, voei para cá chegar. Onde está a Mariana?! Cadê os cromos?! Os do Porto são meus!"
Augusto Guerra é de novo atacado por uma tosse seca, sintoma de alergia.
Abel arrebata a sua mariconera e sai disparado: "-O jogo dá em directo na televisão!". A este disparo de Abel respondeu um olhar intrigado cruzado entre os presentes no canto da sala.
No meio das suas pressas, esbarra-se com o Carlos Guerreiro, que ia à sala de professores perguntar que canal é que passava o jogo. "Ia jurar que é na SportTV". Do casaco beje deste, igualzinho na cor ao beje do chefe Lucas, saltam berlindes... Atrapalhado, escorrega pelo chão na tentativa de os apanhar um a um.
Augusto Guerra medita: "Hum... Mais um coleccionador... Será que a Alicate também trocava berlindes?"
Durante uns dias, enquanto não achou o saco dos chapéus, Conceição andava triste e sombria; faltava-lhe o colorido superior pintalgado pelo chapéu. O conjunto estava tão desiquilibrado que ela começou a achar que tinha tropeçado ao saír da piscina.
Estava Conceição neste triste meditar quando inrompe pela sala, esbaforida, Helena Serra. "Não pude chegar mais depressa, voei para cá chegar. Onde está a Mariana?! Cadê os cromos?! Os do Porto são meus!"
Augusto Guerra é de novo atacado por uma tosse seca, sintoma de alergia.
Abel arrebata a sua mariconera e sai disparado: "-O jogo dá em directo na televisão!". A este disparo de Abel respondeu um olhar intrigado cruzado entre os presentes no canto da sala.
No meio das suas pressas, esbarra-se com o Carlos Guerreiro, que ia à sala de professores perguntar que canal é que passava o jogo. "Ia jurar que é na SportTV". Do casaco beje deste, igualzinho na cor ao beje do chefe Lucas, saltam berlindes... Atrapalhado, escorrega pelo chão na tentativa de os apanhar um a um.
Augusto Guerra medita: "Hum... Mais um coleccionador... Será que a Alicate também trocava berlindes?"
A KOLUNA DO CARA DANJO: EU E A FILOSOFIA
tá na óra de falar de filusufia. e digovos ja k eu não kurto filusufia pq akilo é mais ô menos acim. paçamos 1 porrada de alas a tentar çaber pq é k não pudemos çaber o k é a filusufia enkuanto não filusufarmos. como é k eu poço filusufar sem çaber o k é a filusufia pergunto eu. depois la comessamos a filusufar com 1 istoria xamada a alegria da caverna. bem. vou contar a sena. avia uns eskravos k estavão presos numa kaverna desde k tinhão nachido e la estavão todos amarrados e tal e nein podião voltar a cabessa pa tras. tas a ver. nein podião olhar para eles póprios nein nada. ai comesso logo eu a filusufar. ó stora como é k os gaijos urinavão k é a maneira fina de dizer isso e como é k os gaijos defekavão e o k e k os gaijos fazião aos mortos. e mais k tudo como é k avia um tipo tão tonto k tinha tantos eskravos so para paçarem a vida toda a olhar para 1 parede. mas a minha profe k não tem filusufia que xegue pra mim mandame calar e prontos. agora vamos a ver. o teisto xamasse alegria na caverna por 1 razão é k estes ménes apezar de 1 vida bué de monótona tinhão lá na kaverna 1 pikena alegria k era 1 tiatro de fantoxes. mas komo nakele cítio era tudo marado o tiatro de fantoxes não era feito á frente dos olhos deles e sim nas suas costas. mas nein tudo era mau pq os gaijos sempre podião ver as sombras la do tal tiatro. so k ouve 1 prisioneiro k axou k akilo era tudo uma seca e fartousse de tiatradas era todos os dias a mesma coisa e eu até o compriendo imaginem k estão fexados numa cave toda a vida a ver as sombras dum filme do manuel de oliveira já perssebem o drama do prisioneiro não é. esse eskravo teve bué da sorte pq pelo k perssebi ouve uns eistraterrestes k capetarão a sua fustassão e tiveram pena do bakano e atão rapetarãono e levarãono pó pelaneta deles so k o pelaneta deles era otra séca tb não tinha nada so mais sombras e tb riflecssos e pocas coisas mais e tb istrelas e 1 çol para onde ele tava sp a olhar e o gaijo kis voltar para a kaverna mas kuando xegô os otros dicerãole ai com k atão ja tavas farto de tiatro não é ai fosteste embora não fostes atão toma lá. e matarãono. e eu rime e preguntei ó stora como é k o matavão se tavão todos presos e a olhar sempre em frente. e a stora k só asseita a filusufia dela tornou a mandarme calar. ná. isto da filusufia não me xeira nada bem. çaúde.
AS INVESTIGAÇÕES DE AUGUSTO GUERRA. CAPÍTULO IV: HÁ QUE SUSPEITAR DOS SUSPEITOS
Quando o ouviu tossir, Laura surgiu com um aparelhómetro para medir a tensão, o índice de colesterol, várias insuficiências (renais, cardíacas...), problemas urinários, urticária, além de seiscentas pomadas miraculosas. Guerra recusava-se a deixar que lhe apertassem o cinto do aparelho no braço bem nutrido. «Pelo amor de Deus, Laura, estou óptimo. Tenho uma investigação a conduzir, deixa-me trabalhar...»
Reposta a normalidade, Chefe Lucas inteirou-se:
- Dizias que faltava alguém...
- É a Fátima Luzia. A Fátima não é uma das DT que ficaram fechadas? Não é uma das suspeitas? E não estava aqui ainda há pouco? Onde está ela agora???
Conceição Baptista passava, entretanto, com um chapéu cor-de-rosa, com cerejas no cimo. Guerra distraiu-se com isto durante alguns segundos. O chefe voltou à carga:
- Achas portanto, que foi a Fátima Luzia?
- Eu não disse isso. Só reparei que ela se raspou. Na verdade, parece-me a menos suspeita...
Interrompeu-se, porque Conceição passava, agora, com um chapéu lilás, muito bonito, que trazia no alto um cacho de uvas e uma rede que lhe caía sobre o rosto. Mas retomou imediatamente o fio:
- Vamos por partes. Primeiro, temos, portanto, a Teresa Santos. Repara: a sua fome poderia tê-la levado aos piores excessos. Olha que eu já vi esta mulher em estado de carência. E digo-te: não é um espectáculo bonito. Assustador. Muuuuuito assustador...
Conceição passava, de momento, com um chapéu azul enfeitado com um bolo de chocolate. Teresa Santos seguia-lhe o bolo.
- Depois - prosseguia o investigador - temos o João Paulo, a Elvira, o Miguel. Ora é preciso não esquecer que a Mariana era adepta do Futebol Clube do Porto.
Ao ouvir este nome, João, Elvira e Miguel ficaram com os rostos de uma incrível vermelhidão e começaram a espumar. João Paulo tremia, com uma espécie de tiques, como se fosse o fantasma da ópera; Elvira disparava cromos em todas as direcções, como uma verdadeira Lara Koeman, perdão, Lara Croft! Miguel uivava. Guerra prosseguia, imparável na sua destreza mental:
- Restam-nos a Olívia e o Abel. A Olívia poderia perfeitamente fazer isto por um cigarro: lembra-te de que a Mariana era fumadora e tinha por princípio nunca oferecer tabaco.
Teresa lançara-se ao bolo de chocolate do chapéu da Conceição. Esta gritava: Ai, ai, acudam, está doida, está doida! E respondia a Teresa, persuasiva: Vá lá, não sejas assim. Não te como o chapéu todo...
- Vês o que te dizia há pouco? - triunfava o Guerra.
- E quanto ao Abel?
- Não te esqueças de que a Mariana possuía a mais completa colecção de instrumentos oficinais, chaves várias, etc. Sugiro-te que revistemos a pochete do nosso amigo.
Ouvindo tal ameaça, Abel deu um salto:
- A minha mariconera é que nunca. Patas para baixo! Este é o meu mundo secreto. Mordo já quem se atrever a devassá-la. Estão avisados. Larga-me Guerra. Larga-me, Lucas. Não se atrevam...
Entretanto, Conceição chorava, tristíssima: o seu chapéu mais bonito estava reduzido a três migalhas.
Teresa consolava-a, com a boca cheia:
- Vês? Eu não te disse que não te comia o chapéu todo?
(CONTINUA)
Reposta a normalidade, Chefe Lucas inteirou-se:
- Dizias que faltava alguém...
- É a Fátima Luzia. A Fátima não é uma das DT que ficaram fechadas? Não é uma das suspeitas? E não estava aqui ainda há pouco? Onde está ela agora???
Conceição Baptista passava, entretanto, com um chapéu cor-de-rosa, com cerejas no cimo. Guerra distraiu-se com isto durante alguns segundos. O chefe voltou à carga:
- Achas portanto, que foi a Fátima Luzia?
- Eu não disse isso. Só reparei que ela se raspou. Na verdade, parece-me a menos suspeita...
Interrompeu-se, porque Conceição passava, agora, com um chapéu lilás, muito bonito, que trazia no alto um cacho de uvas e uma rede que lhe caía sobre o rosto. Mas retomou imediatamente o fio:
- Vamos por partes. Primeiro, temos, portanto, a Teresa Santos. Repara: a sua fome poderia tê-la levado aos piores excessos. Olha que eu já vi esta mulher em estado de carência. E digo-te: não é um espectáculo bonito. Assustador. Muuuuuito assustador...
Conceição passava, de momento, com um chapéu azul enfeitado com um bolo de chocolate. Teresa Santos seguia-lhe o bolo.
- Depois - prosseguia o investigador - temos o João Paulo, a Elvira, o Miguel. Ora é preciso não esquecer que a Mariana era adepta do Futebol Clube do Porto.
Ao ouvir este nome, João, Elvira e Miguel ficaram com os rostos de uma incrível vermelhidão e começaram a espumar. João Paulo tremia, com uma espécie de tiques, como se fosse o fantasma da ópera; Elvira disparava cromos em todas as direcções, como uma verdadeira Lara Koeman, perdão, Lara Croft! Miguel uivava. Guerra prosseguia, imparável na sua destreza mental:
- Restam-nos a Olívia e o Abel. A Olívia poderia perfeitamente fazer isto por um cigarro: lembra-te de que a Mariana era fumadora e tinha por princípio nunca oferecer tabaco.
Teresa lançara-se ao bolo de chocolate do chapéu da Conceição. Esta gritava: Ai, ai, acudam, está doida, está doida! E respondia a Teresa, persuasiva: Vá lá, não sejas assim. Não te como o chapéu todo...
- Vês o que te dizia há pouco? - triunfava o Guerra.
- E quanto ao Abel?
- Não te esqueças de que a Mariana possuía a mais completa colecção de instrumentos oficinais, chaves várias, etc. Sugiro-te que revistemos a pochete do nosso amigo.
Ouvindo tal ameaça, Abel deu um salto:
- A minha mariconera é que nunca. Patas para baixo! Este é o meu mundo secreto. Mordo já quem se atrever a devassá-la. Estão avisados. Larga-me Guerra. Larga-me, Lucas. Não se atrevam...
Entretanto, Conceição chorava, tristíssima: o seu chapéu mais bonito estava reduzido a três migalhas.
Teresa consolava-a, com a boca cheia:
- Vês? Eu não te disse que não te comia o chapéu todo?
(CONTINUA)
29 novembro 2005
MENTALIZAÇÃO
Na verdade a reforma sempre me pareceu um pouco inútil.
E vá lá... pensem lá bem... subsídio de Natal... para quê?!
E vá lá... pensem lá bem... subsídio de Natal... para quê?!
28 novembro 2005
AFORISMOS E DESAFOROS (9)
Blogue da Escola Secund�ria de Linda-a-Velha
Uma coisa é haver ministros, coitados, que não conseguem resolver os problemas que lhes cabem em sorte. Outra coisa - como sucede na Educação - é haver problemas, coitados, que não conseguem resolver os ministros que lhes couberam por azar.
Uma coisa é haver ministros, coitados, que não conseguem resolver os problemas que lhes cabem em sorte. Outra coisa - como sucede na Educação - é haver problemas, coitados, que não conseguem resolver os ministros que lhes couberam por azar.
AS INVESTIGAÇÕES DE AUGUSTO GUERRA. CAPÍTULO III.B: O NOSSO DETECTIVE SEMPRE EM CENA, E AINDA A PROCISSÃO VAI NO ADRO
Vários outros professores tinham, entretanto, chegado, muito surpreendidos pelo facto de não haver aulas. «Que será que o Ministério preparou desta vez?», era a pergunta mais comum.
Chefe Lucas pastoreou, então, para o canto escolhido, pessoas que eram imediatamente suspeitas: o Guarda-nocturno, Abel, Teresa, Miguel, Elvira, João Paulo e Olívia. O chefe e Augusto Guerra, no centro desse grupo, preparavam-se para interrogar todos, um por um. Noutro canto, duas pessoas tentavam, com certa dificuldade, explicar uma à outra o que se passara. Eram as professoras que falam mais baixinho nesta escola, ou seja, Anabela e Lúcia. A primeira inclinava-se para a frente e, quase em surdina, dizia bzz bzz bzz bzz, ao que a outra perguntava «hã?»; em seguida, Lúcia explicava, por sua vez, bzz bzz bzz bzz, ao que Anabela retorquia «hã?». Estavam nesta tentativa há uns vinte minutos.
Ainda mais longe, Lurdes tentava encontrar por força alguém com quem pudesse fazer uma reunião de grupo. Mas mostrava-se-lhe impossível, porque a Teresa era uma das suspeitas, a Anabela continuava, com a Lúcia, no seu insistente bzz bzz bzz-hã?, o Zé António passava por ali, apardalado, à procura da sua pasta, a Isabel chorava sobre o corpo da Mariana, que alguém cobrira com um lençol, ah, e a Ana Páscoa raramente podia reunir com o grupo. «Mas que raio de grupo este», pensava a Lurdes, «tudo lhes serve de pretexto para escaparem a reuniões. Até a morte da Alicate. E eu que gosto tanto de reunir...»
No centro dos suspeitos, Augusto Guerra decidira finalmente iniciar o interrogatório. Pigarreou dramaticamente:
- Parece-me que não está aqui neste momento presente alguém que ainda há pouco eu vi...
«Quem?», perguntou o coro.
Augusto recontava os suspeitos. Ia responder, quando entrou a Saudade na sala, furiosa, porque há mais de meia hora que haviam soado os três toques que deveriam ter dado início à simulação de um sismo, e ninguém fizera caso.
- Isto assim não pode ser. Estes professores são perfeitamente irresponsáveis. Primeiro deviam ter-se escondido todos sob as mesas, depois contavam pausadamente até cinquenta, a seguir saíam ordeiramente... isto é uma balda! Que irresponsabilidade. Que irresponsabilidade!
- Estou a fazer uma investigação, Saudade, importas-te? Isto agora é muito importante!
- Uma investigação?
- Sim. E parece-me que já sei quem é que desapareceu. Foi...
Mas o seu raciocínio foi cortado por um acesso de tosse.
(CONTINUA)
Chefe Lucas pastoreou, então, para o canto escolhido, pessoas que eram imediatamente suspeitas: o Guarda-nocturno, Abel, Teresa, Miguel, Elvira, João Paulo e Olívia. O chefe e Augusto Guerra, no centro desse grupo, preparavam-se para interrogar todos, um por um. Noutro canto, duas pessoas tentavam, com certa dificuldade, explicar uma à outra o que se passara. Eram as professoras que falam mais baixinho nesta escola, ou seja, Anabela e Lúcia. A primeira inclinava-se para a frente e, quase em surdina, dizia bzz bzz bzz bzz, ao que a outra perguntava «hã?»; em seguida, Lúcia explicava, por sua vez, bzz bzz bzz bzz, ao que Anabela retorquia «hã?». Estavam nesta tentativa há uns vinte minutos.
Ainda mais longe, Lurdes tentava encontrar por força alguém com quem pudesse fazer uma reunião de grupo. Mas mostrava-se-lhe impossível, porque a Teresa era uma das suspeitas, a Anabela continuava, com a Lúcia, no seu insistente bzz bzz bzz-hã?, o Zé António passava por ali, apardalado, à procura da sua pasta, a Isabel chorava sobre o corpo da Mariana, que alguém cobrira com um lençol, ah, e a Ana Páscoa raramente podia reunir com o grupo. «Mas que raio de grupo este», pensava a Lurdes, «tudo lhes serve de pretexto para escaparem a reuniões. Até a morte da Alicate. E eu que gosto tanto de reunir...»
No centro dos suspeitos, Augusto Guerra decidira finalmente iniciar o interrogatório. Pigarreou dramaticamente:
- Parece-me que não está aqui neste momento presente alguém que ainda há pouco eu vi...
«Quem?», perguntou o coro.
Augusto recontava os suspeitos. Ia responder, quando entrou a Saudade na sala, furiosa, porque há mais de meia hora que haviam soado os três toques que deveriam ter dado início à simulação de um sismo, e ninguém fizera caso.
- Isto assim não pode ser. Estes professores são perfeitamente irresponsáveis. Primeiro deviam ter-se escondido todos sob as mesas, depois contavam pausadamente até cinquenta, a seguir saíam ordeiramente... isto é uma balda! Que irresponsabilidade. Que irresponsabilidade!
- Estou a fazer uma investigação, Saudade, importas-te? Isto agora é muito importante!
- Uma investigação?
- Sim. E parece-me que já sei quem é que desapareceu. Foi...
Mas o seu raciocínio foi cortado por um acesso de tosse.
(CONTINUA)
27 novembro 2005
AS INVESTIGAÇÕES DE AUGUSTO GUERRA. CAPÍTULO III.A - O NOSSO DETECTIVE MANTÉM-SE EM CENA
Havia já alguns anos que o chefe Lucas magicava nessa ideia: reunir os professores num canto!
Finalmente surgia o momento com que tanto sonhara! E tudo porque (oh como cruel é o destino!) alguém tinha perdido a vida tragicamente! A ideia de reunir os professores num canto era mesmo o que ele queria!
Por os professores eslavenses a cantar a uma só voz, afinadinhos e a cantar Vangelis antecipando a abertura solene de cada ano escolar! Nem podia esperar mais...
Só não sabia porque canto começar.
Augusto Guerra cofiava a barba branca enquanto aguardava a ordem de reunir no canto da sala e pensava "este gajo baralhou os cantos; por este andar ainda pensa que é pontapé de baliza. Valha-nos Deus e todas as águias que pairam nos céus!"
Finalmente surgia o momento com que tanto sonhara! E tudo porque (oh como cruel é o destino!) alguém tinha perdido a vida tragicamente! A ideia de reunir os professores num canto era mesmo o que ele queria!
Por os professores eslavenses a cantar a uma só voz, afinadinhos e a cantar Vangelis antecipando a abertura solene de cada ano escolar! Nem podia esperar mais...
Só não sabia porque canto começar.
Augusto Guerra cofiava a barba branca enquanto aguardava a ordem de reunir no canto da sala e pensava "este gajo baralhou os cantos; por este andar ainda pensa que é pontapé de baliza. Valha-nos Deus e todas as águias que pairam nos céus!"
A NÃO-KOLUNA DE DJ CARA DANJO: PEDE-SE VAGA DE FUNDO
Blogue da Escola Secund�ria de Linda-a-Velha Esta sena assim é xata pq ninguein comenta as minhas kolunas e portantos declaro aki q a partir dagora eu k não sô menos k os politicos só tornarei a eskrever uma koluna s ovér 1 vaga de fundo a pedirme pra m candidatar quer dizer pa eskrever. pq escrever cansa que é q pensão. fica a avertênssia
26 novembro 2005
A KOLUNA DE DJ CARA DANJO: AFINAL QUE RAIO TEM FEITO A ASSOCIAÇÃO DE ESTUDANTES?
Blogue da Escola Secund�ria de Linda-a-Velha
a minha. profe de. portuges. dis k. este estilo. sem pontuassão. é giro mas. como já á o saramago e tudo. o melhor era. eu comessar a pôr pontos nos. meus teistos. que ficavam mais. claros e eu. axo k. ela tein razão. até já avia peçoas. k se keixavão k era. difissil diskodificálos. e realmente acim. com pontos. fikam. mto. mais claros. bem. ôje venho fazer. 1 denunssia. pq á coisas. k tão mal. e devein. ser denunssiadas. até pq. eu cá. não tenho. papas na lingua. o k eu axo. é k a assossiassão de istudantes. não fas nada. tenho bué. de porpostas man. por. exemplo. axo k. o bar da eskola. devia ser como. o dos morangos com assucar. man. xeio de grafitis nas. paredes. e a vender serveija. e. kokakola. e com bancos. bué da confurtaveis. e tb axo. k o imbiente devia ser. tb como nos morangos. com assucar. com. toda a gente. sempre mto zangada. e a gritar. uns cos otros. e todos com. bué de porblemas. e aos gritos cos pais. e tb axo k a directora da noça eskola. k é a cenhora dona ana páscoa. devia usar. uns okulos azuis de pelastico. como a diretora da eskola dos. morangos com assucar. k é a senhora. dona ana zanati. mas isso. não sei se é. do pelôro. da noça. assossiassão de istudantes. bem. o peçoal já pode ver k. para a. próssima. o melhor. é. votarem em mim para a assossiassão. e não me digam. k é só. daki. a dois anos. eu espero. sô 1 gaijo passiente. só pra paçar no 10º. já tô á espera. á bué de anos. çaúde.
a minha. profe de. portuges. dis k. este estilo. sem pontuassão. é giro mas. como já á o saramago e tudo. o melhor era. eu comessar a pôr pontos nos. meus teistos. que ficavam mais. claros e eu. axo k. ela tein razão. até já avia peçoas. k se keixavão k era. difissil diskodificálos. e realmente acim. com pontos. fikam. mto. mais claros. bem. ôje venho fazer. 1 denunssia. pq á coisas. k tão mal. e devein. ser denunssiadas. até pq. eu cá. não tenho. papas na lingua. o k eu axo. é k a assossiassão de istudantes. não fas nada. tenho bué. de porpostas man. por. exemplo. axo k. o bar da eskola. devia ser como. o dos morangos com assucar. man. xeio de grafitis nas. paredes. e a vender serveija. e. kokakola. e com bancos. bué da confurtaveis. e tb axo. k o imbiente devia ser. tb como nos morangos. com assucar. com. toda a gente. sempre mto zangada. e a gritar. uns cos otros. e todos com. bué de porblemas. e aos gritos cos pais. e tb axo k a directora da noça eskola. k é a cenhora dona ana páscoa. devia usar. uns okulos azuis de pelastico. como a diretora da eskola dos. morangos com assucar. k é a senhora. dona ana zanati. mas isso. não sei se é. do pelôro. da noça. assossiassão de istudantes. bem. o peçoal já pode ver k. para a. próssima. o melhor. é. votarem em mim para a assossiassão. e não me digam. k é só. daki. a dois anos. eu espero. sô 1 gaijo passiente. só pra paçar no 10º. já tô á espera. á bué de anos. çaúde.
AFORISMOS E DESAFOROS (8)
Blogue da Escola Secund�ria de Linda-a-Velha
Alguns ministros (e alguns candidatos a Presidente) têm de estar sentados durante as próprias conferências de imprensa, para ninguém pensar que estão a fazer «Stand-up comedy»
Alguns ministros (e alguns candidatos a Presidente) têm de estar sentados durante as próprias conferências de imprensa, para ninguém pensar que estão a fazer «Stand-up comedy»
25 novembro 2005
AS INVESTIGAÇÕES DE AUGUSTO GUERRA. CAPÍTULO III: O NOSSO DETECTIVE ENTRA EM CENA
Blogue da Escola Secund�ria de Linda-a-Velha
Estava, pois, o senhor Gonçalves a repor os bolos directamente do chão no tabuleiro, soprando, com raiva, sobre uns pastéis que, ao cair, se tinham sujado, quando o Presidente do Executivo da Eslav fez a sua entrada na sala.
Chefe Lucas, que trazia o casaco beige de bombazina, aproximou-se do cadáver. Observou com atenção o corte na garganta e, usando da sua habitual perspicácia, sentenciou imediatamente:
LUCAS - Morreu de um golpe no pescoço...
CORO DOS PRESENTES -Oooooooooh!
Mas eis que, à porta, acabada de chegar, se encontrava agora uma outra colega, que ainda mal tivera tempo de tirar o casaco.
CLARA - ORA MUITOS BONS-DIAS! ENTÃO, ENTÃO? NINGUÉM ME DÁ OS BONS-DIAS? E QUE CHEIRO PESTILENTO É ESTE? HEIN? QUE MALDITA FUMARADA É ESTA AQUI? HEIN? OS FUMADORES DO COSTUME! JÁ TE VI, OLÍVIA.
Bruscamente, parou. Diante dos seus olhos espantados, estendido no chão, numa posição grotesca, lá jazia o corpo silencioso de Mariana Alicate.
CLARA - E TU NÃO ME DÁS OS BONS-DIAS, MARIANA???
LUCAS - Ela está morta, Clara...
CLARA - MORTA? QUE HORROR! MAS TINHA DE ACONTECER MAIS TARDE OU MAIS CEDO. ACONTECE A TODOS. E AOS FUMADORES PRIMEIRO, É CLARO: ORA A MARIANA FUMAVA COMO UM CAVALO. TANTAS E TANTAS VEZES QUE EU A PREVENI. «MARIANA, OLHA OS TEUS PULMÕES. MARIANA OLHA QUE...» A PROPÓSITO... (remexe na pasta)... TENHO AQUI UNS CARTAZES ACERCA DOS MALEFÍCIOS DO TAB... QUE NOJO... TA-BA-CO (SINTO-ME POLUÍDA SÓ DE PRONUNCIAR ESTA PALAVRA...)
LUCAS - Não, não, não. Isto foi um crime.
CORO - Um crime!?
As palavras do chefe e a exclamação do coro trágico coincidiram com a inesperada chegada de um homem grande - e, sem dúvida, um grande homem -, de olho azul e barba branca, pulôver estridentemente vermelho, que já todos adivinhámos quem possa ser. Sim, sim. É ele, por fim:
GUERRA - Será que ouvi mencionar a minha segunda palavra preferida (sendo, a primeira: Mulher!)? Falou-se em crime? Ah! Olha, olha. A Mariana...?
SENHOR GONÇALVES - O senhor doutor desculpe-me, mas olhe que está a pisar um dos meus bolos. Não se importa? Ainda bem, não está assim muito esborrachado. Ora então, com licença...
GUERRA - Pois. Mas dizia eu: mataram a Mariana? Fantástico. Isto é um caso para...
CORO - ... O AUGUSTO GUERRA!!!
GUERRA - Perfeito, perfeito. Então vamos lá a ver. Não mexam no cadáver, está bem? Homem, tire-me daí esses bolos que já não os posso ver. Bem. Vamos reunir naquele canto todas as pessoas que se encontravam na escola no preciso momento em que o crime se deu.
LUCAS - Alto lá. Afinal de contas, quem é que manda aqui?
CORO - O LUCAS!!!
LUCAS - Assim, sim. Então vejamos: vamos reunir naquele canto todas as pessoas que se encontravam na escola no preciso momento em que o crime se deu.
Porém, faltava alguém...
(CONTINUA)
Estava, pois, o senhor Gonçalves a repor os bolos directamente do chão no tabuleiro, soprando, com raiva, sobre uns pastéis que, ao cair, se tinham sujado, quando o Presidente do Executivo da Eslav fez a sua entrada na sala.
Chefe Lucas, que trazia o casaco beige de bombazina, aproximou-se do cadáver. Observou com atenção o corte na garganta e, usando da sua habitual perspicácia, sentenciou imediatamente:
LUCAS - Morreu de um golpe no pescoço...
CORO DOS PRESENTES -Oooooooooh!
Mas eis que, à porta, acabada de chegar, se encontrava agora uma outra colega, que ainda mal tivera tempo de tirar o casaco.
CLARA - ORA MUITOS BONS-DIAS! ENTÃO, ENTÃO? NINGUÉM ME DÁ OS BONS-DIAS? E QUE CHEIRO PESTILENTO É ESTE? HEIN? QUE MALDITA FUMARADA É ESTA AQUI? HEIN? OS FUMADORES DO COSTUME! JÁ TE VI, OLÍVIA.
Bruscamente, parou. Diante dos seus olhos espantados, estendido no chão, numa posição grotesca, lá jazia o corpo silencioso de Mariana Alicate.
CLARA - E TU NÃO ME DÁS OS BONS-DIAS, MARIANA???
LUCAS - Ela está morta, Clara...
CLARA - MORTA? QUE HORROR! MAS TINHA DE ACONTECER MAIS TARDE OU MAIS CEDO. ACONTECE A TODOS. E AOS FUMADORES PRIMEIRO, É CLARO: ORA A MARIANA FUMAVA COMO UM CAVALO. TANTAS E TANTAS VEZES QUE EU A PREVENI. «MARIANA, OLHA OS TEUS PULMÕES. MARIANA OLHA QUE...» A PROPÓSITO... (remexe na pasta)... TENHO AQUI UNS CARTAZES ACERCA DOS MALEFÍCIOS DO TAB... QUE NOJO... TA-BA-CO (SINTO-ME POLUÍDA SÓ DE PRONUNCIAR ESTA PALAVRA...)
LUCAS - Não, não, não. Isto foi um crime.
CORO - Um crime!?
As palavras do chefe e a exclamação do coro trágico coincidiram com a inesperada chegada de um homem grande - e, sem dúvida, um grande homem -, de olho azul e barba branca, pulôver estridentemente vermelho, que já todos adivinhámos quem possa ser. Sim, sim. É ele, por fim:
GUERRA - Será que ouvi mencionar a minha segunda palavra preferida (sendo, a primeira: Mulher!)? Falou-se em crime? Ah! Olha, olha. A Mariana...?
SENHOR GONÇALVES - O senhor doutor desculpe-me, mas olhe que está a pisar um dos meus bolos. Não se importa? Ainda bem, não está assim muito esborrachado. Ora então, com licença...
GUERRA - Pois. Mas dizia eu: mataram a Mariana? Fantástico. Isto é um caso para...
CORO - ... O AUGUSTO GUERRA!!!
GUERRA - Perfeito, perfeito. Então vamos lá a ver. Não mexam no cadáver, está bem? Homem, tire-me daí esses bolos que já não os posso ver. Bem. Vamos reunir naquele canto todas as pessoas que se encontravam na escola no preciso momento em que o crime se deu.
LUCAS - Alto lá. Afinal de contas, quem é que manda aqui?
CORO - O LUCAS!!!
LUCAS - Assim, sim. Então vejamos: vamos reunir naquele canto todas as pessoas que se encontravam na escola no preciso momento em que o crime se deu.
Porém, faltava alguém...
(CONTINUA)
AS INVERSTIGAÇÕES DE AUGUSTO GUERRA. CAPÍTULO II: A Manhã Seguinte
O ambiente era de tal modo sombrio naquela sala de professores que até os referidos raios de sol tinham dificuldade em penetrar naquele lugar outrora alegre e agora taciturno e sombrio. A tensão era grande.
Aproveitando o furor dos raios de sol, excitados porque finalmente tinham conseguido penetrar a densa camada de fumo provocada pelo triplicado número de cigarros fumados pela Olívia, ouve-se um estrondo seguindo de alguns gritos horripilantes. Ouve-se uma voz máscula gritar: "Acudam, deixEi caír o tabuleiros dos bolos!", era o sr.Gonçalves que se tinha estatelado no chão, depois de ter tropeçado no corpo já gélido da Mariana Alicate, professora que sempre dominara as ferramentas mais difíceis, e que possuía um jogo de chaves de parafusos que faziam inveja a qualquer docente; gababa-se de as saber utilizar no momento adequado. De nada lhe valeu, agora nem uma chave inglesa viera em seu socorro.
Mas não era apenas uma a origem dos gritos, a Teresa explodiu de alegria quando o seu olhar almejou tanta iguaria à sua disposição, nem era preciso dizer qual queria...aquele pastel de nata estava mesmo ali à mão.
(CONTINUA)
Aproveitando o furor dos raios de sol, excitados porque finalmente tinham conseguido penetrar a densa camada de fumo provocada pelo triplicado número de cigarros fumados pela Olívia, ouve-se um estrondo seguindo de alguns gritos horripilantes. Ouve-se uma voz máscula gritar: "Acudam, deixEi caír o tabuleiros dos bolos!", era o sr.Gonçalves que se tinha estatelado no chão, depois de ter tropeçado no corpo já gélido da Mariana Alicate, professora que sempre dominara as ferramentas mais difíceis, e que possuía um jogo de chaves de parafusos que faziam inveja a qualquer docente; gababa-se de as saber utilizar no momento adequado. De nada lhe valeu, agora nem uma chave inglesa viera em seu socorro.
Mas não era apenas uma a origem dos gritos, a Teresa explodiu de alegria quando o seu olhar almejou tanta iguaria à sua disposição, nem era preciso dizer qual queria...aquele pastel de nata estava mesmo ali à mão.
(CONTINUA)
24 novembro 2005
AS INVESTIGAÇÕES DE AUGUSTO GUERRA. CAPÍTULO I: UM GRITO NA NOITE
Blogue da Escola Secund�ria de Linda-a-Velha
Noite alta, chuvosa e fria de Novembro. Dorme-se por esse Portugal fora, com raras excepções: talvez no Ministério da Educação haja pessoas acordadas, tramando qualquer coisa.
Curiosamente, também a Eslav é um desses poucos locais onde há quem se mantenha acordado:
Sabe-se, em primeiro lugar, que o Guarda-nocturno se encontra bem desperto - como é, aliás, sua obrigação - pesquisando atentamente um site pornográfico.
Mas não só ele: uns quantos Directores de Turma que tiveram, até tarde, reuniões com Encarregados de Educação, acabaram ficando encerrados na escola, onde os fechou um senhor vigilante, de óculos, que queria apanhar a última camioneta da noite e não esteve para esperar nem mais um minuto...
Vejamos os professores em causa:
Num canto da Sala de Professores, Elvira, Miguel e João Paulo entretêm-se trocando cromos de jogadores do Benfica.
Fátima Luzia comunica, num outro recanto, misteriosamente, em surdina, pelo seu telemóvel.
Alguém entra para a casa de banho levando um jornal na mão - a menos que se dirija ao seu cacifo, no corredor em frente das casas de banho: é Abel Belião.
Teresa Santos procura, por todo o lado, o senhor Gonçalves, que já se fora embora há muito tempo: «Alguém me arranja alguma coisa que se coma?», pergunta, com uma nota de desespero na voz.
Nesse preciso instante, um grito pavoroso parece rasgar a escola, a noite, Linda-a-velha. Há um sobressalto colectivo, Que foi, Que não foi? Escutam-se passos lestos. Quase na mesma altura, eis que um corte de energia mergulha Linda-a-velha na mais total escuridão. Na sala de Professores, pessoas apalpam-se, aflitas. «Quem és tu?» «Ouviste este grito?» «Credo, quem teria sido?» «Alguém tem aí qualquer coisa que se coma?»
Não se consegue ver seja o que for: e só na manhã seguinte é que os primeiros raios de sol iluminarão o cadáver de Mariana Alicate, estendido no chão, com um visível corte a toda a volta do pescoço. Há gritos. Há choro. Uma voz inidentificada clama: «Que tragédia!» Outra voz responde: «O quê!? Não me digas que estragaste o cromo do Simão Sabrosa...» Ouve-se, entretanto, a uma terceira pessoa: «A Mariana está morta. MORTA!!!» E, depois, um espírito mais sensível soluça. É Teresa Santos quem soluça, inconsolável: «O senhor Gonçalves já chegou ou não? Não há mesmo nada que se coma...?»
(CONTINUA)
Noite alta, chuvosa e fria de Novembro. Dorme-se por esse Portugal fora, com raras excepções: talvez no Ministério da Educação haja pessoas acordadas, tramando qualquer coisa.
Curiosamente, também a Eslav é um desses poucos locais onde há quem se mantenha acordado:
Sabe-se, em primeiro lugar, que o Guarda-nocturno se encontra bem desperto - como é, aliás, sua obrigação - pesquisando atentamente um site pornográfico.
Mas não só ele: uns quantos Directores de Turma que tiveram, até tarde, reuniões com Encarregados de Educação, acabaram ficando encerrados na escola, onde os fechou um senhor vigilante, de óculos, que queria apanhar a última camioneta da noite e não esteve para esperar nem mais um minuto...
Vejamos os professores em causa:
Num canto da Sala de Professores, Elvira, Miguel e João Paulo entretêm-se trocando cromos de jogadores do Benfica.
Fátima Luzia comunica, num outro recanto, misteriosamente, em surdina, pelo seu telemóvel.
Alguém entra para a casa de banho levando um jornal na mão - a menos que se dirija ao seu cacifo, no corredor em frente das casas de banho: é Abel Belião.
Teresa Santos procura, por todo o lado, o senhor Gonçalves, que já se fora embora há muito tempo: «Alguém me arranja alguma coisa que se coma?», pergunta, com uma nota de desespero na voz.
Nesse preciso instante, um grito pavoroso parece rasgar a escola, a noite, Linda-a-velha. Há um sobressalto colectivo, Que foi, Que não foi? Escutam-se passos lestos. Quase na mesma altura, eis que um corte de energia mergulha Linda-a-velha na mais total escuridão. Na sala de Professores, pessoas apalpam-se, aflitas. «Quem és tu?» «Ouviste este grito?» «Credo, quem teria sido?» «Alguém tem aí qualquer coisa que se coma?»
Não se consegue ver seja o que for: e só na manhã seguinte é que os primeiros raios de sol iluminarão o cadáver de Mariana Alicate, estendido no chão, com um visível corte a toda a volta do pescoço. Há gritos. Há choro. Uma voz inidentificada clama: «Que tragédia!» Outra voz responde: «O quê!? Não me digas que estragaste o cromo do Simão Sabrosa...» Ouve-se, entretanto, a uma terceira pessoa: «A Mariana está morta. MORTA!!!» E, depois, um espírito mais sensível soluça. É Teresa Santos quem soluça, inconsolável: «O senhor Gonçalves já chegou ou não? Não há mesmo nada que se coma...?»
(CONTINUA)
Aviso! Ataque de Vírus!
Um novo vírus descoberto ontem à tarde foi classificado pela MicroProf como o mais destrutivo alguma vez criado!
Este vírus foi descoberto ontem e nenhuma vacina foi desenvolvida até o momento, embora se saiba da sua existência há já algum tempo. O vírus destrói simplesmente o sector zero dos cérebros dos professores, que é o sítio onde são armazenadas informações vitais para o professor funcionar, gerir o seu tempo e conseguir corrigir os testes dentro dum prazo razoável.
Este vírus tem especial acção sobre o professor director de turma.
O vírus age da seguinte forma: Envia autonomamente a todos os contactos do Conselho de Turma uma convocatória com o título: “Reunião de Conselho de Turma” e obriga o DT a marcar uma data.
Assim que a convocatória é afixada, o professor que é convocado gela de forma que professor que está ao lado tem que o beliscar. Quando volta a si, o professor fica rígido, em estado semelhante ao transe. A repetição dos ataques deste vírus pode destruir permanentemente a capacidade de trabalho e apagar o sorriso da sua face.
De acordo com notícias difundidas pela CNN há duas semanas, este vírus já chegou a provocar ataques de pânico. Crê-se que estes vírus são enviados automaticamente e que têm a sua origem no gabinete da McAfree-our-minds, entidade que, como é do domínio público, tem como objectivo o controle de todas as acções no âmbito escolar.
Assim sendo, não abra os olhos em frente a nenhum placar que contenha papéis brancos A4 na vertical, e presos com pioneses.
Se, ainda assim, receber um papel com aspecto semelhante ao descrito, destrua-o imediatamente, sem olhar.Até mesmo se souber quem é o remetente!!!
POR FAVOR, REENVIE ESTE 'AVISO' A TODOS OS SEUS AMIGOS E CONHECIDOS.
Apoio Informático
OBSERVATÓRIO da SAPIÊNCIA e do BLOGESLAV
Este vírus foi descoberto ontem e nenhuma vacina foi desenvolvida até o momento, embora se saiba da sua existência há já algum tempo. O vírus destrói simplesmente o sector zero dos cérebros dos professores, que é o sítio onde são armazenadas informações vitais para o professor funcionar, gerir o seu tempo e conseguir corrigir os testes dentro dum prazo razoável.
Este vírus tem especial acção sobre o professor director de turma.
O vírus age da seguinte forma: Envia autonomamente a todos os contactos do Conselho de Turma uma convocatória com o título: “Reunião de Conselho de Turma” e obriga o DT a marcar uma data.
Assim que a convocatória é afixada, o professor que é convocado gela de forma que professor que está ao lado tem que o beliscar. Quando volta a si, o professor fica rígido, em estado semelhante ao transe. A repetição dos ataques deste vírus pode destruir permanentemente a capacidade de trabalho e apagar o sorriso da sua face.
De acordo com notícias difundidas pela CNN há duas semanas, este vírus já chegou a provocar ataques de pânico. Crê-se que estes vírus são enviados automaticamente e que têm a sua origem no gabinete da McAfree-our-minds, entidade que, como é do domínio público, tem como objectivo o controle de todas as acções no âmbito escolar.
Assim sendo, não abra os olhos em frente a nenhum placar que contenha papéis brancos A4 na vertical, e presos com pioneses.
Se, ainda assim, receber um papel com aspecto semelhante ao descrito, destrua-o imediatamente, sem olhar.Até mesmo se souber quem é o remetente!!!
POR FAVOR, REENVIE ESTE 'AVISO' A TODOS OS SEUS AMIGOS E CONHECIDOS.
Apoio Informático
OBSERVATÓRIO da SAPIÊNCIA e do BLOGESLAV
BREVES II
1. Cão de guarda do Ministério da Educação visto a morder perna de professor. A senhora Ministra repreendeu-o de imediato: «Não mordas em professores, Titã. É assim que apanhas doenças...»
2. Não perca: muito em breve neste blogue (talvez até já esta noite), o início de um folhetim policial da série: «As Investigações de Augusto Guerra». Com personagens imaginativas e, na vida real, muito improváveis, tais como: Chefe Lucas, Maria da Graça, Paula, Cristinas, Maria do Céu, Adelaides, Elvira, Judites, Laura, Clara, Maria de Lurdes, Teresas, Saudade, Anabela, João Paulo, Abel e muitas... muitas... muitas mais, huá, huá, huá!
2. Não perca: muito em breve neste blogue (talvez até já esta noite), o início de um folhetim policial da série: «As Investigações de Augusto Guerra». Com personagens imaginativas e, na vida real, muito improváveis, tais como: Chefe Lucas, Maria da Graça, Paula, Cristinas, Maria do Céu, Adelaides, Elvira, Judites, Laura, Clara, Maria de Lurdes, Teresas, Saudade, Anabela, João Paulo, Abel e muitas... muitas... muitas mais, huá, huá, huá!
AFORISMOS E DESAFOROS (7)
Sou o fã número um do Koemann: sou-o, precisamente na minha qualidade de anti-benfiquista primário (com esta agora é que sou um homem morto...)
23 novembro 2005
BREVES
Blogue da Escola Secund�ria de Linda-a-Velha
Uma: Ministra adverte: «Se os professores continuam nisto, qualquer dia o ministério terá de começar a mostrar alguma falta de respeito por eles...»
Duas: Professores e Professoras da Escola Secundária de Linda-a-velha posam nus para calendário 2006; o fruto das vendas reverterá a favor da luta contra a terrível «doença de Mihnizterio» (pensa-se que se fará muito dinheiro, sobretudo porque algumas pessoas pagarão bem para NÃO receberem os calendários)
Três: Polícia prepara megaoperação contra professores de Eslav, acusados de se meterem no pó branco (ou seja, pó de giz, que, de acordo com a denunciante - Ministra da Educação, a qual prefere manter o anonimato - é a principal causa do desânimo dos professores: «Eu sempre disse que os viciados em giz nunca mais terão um comportamento normal», afirmou à nossa reportagem
Uma: Ministra adverte: «Se os professores continuam nisto, qualquer dia o ministério terá de começar a mostrar alguma falta de respeito por eles...»
Duas: Professores e Professoras da Escola Secundária de Linda-a-velha posam nus para calendário 2006; o fruto das vendas reverterá a favor da luta contra a terrível «doença de Mihnizterio» (pensa-se que se fará muito dinheiro, sobretudo porque algumas pessoas pagarão bem para NÃO receberem os calendários)
Três: Polícia prepara megaoperação contra professores de Eslav, acusados de se meterem no pó branco (ou seja, pó de giz, que, de acordo com a denunciante - Ministra da Educação, a qual prefere manter o anonimato - é a principal causa do desânimo dos professores: «Eu sempre disse que os viciados em giz nunca mais terão um comportamento normal», afirmou à nossa reportagem
FANTASIA I
Menu do bar:
Sopa do dia
Juliana de legumes
Sandwiches
Sandwich de atum com ovo cozido, alface, tomate e cenoura
Sandwich de frango
Sandwich de carne assada
Sumos naturais
Laranja
Maçã
Cenoura
Batidos
Morango
Chocolate
Baunilha
Sobremesa
Fruta
Bolo caseiro do dia à fatia
Sopa do dia
Juliana de legumes
Sandwiches
Sandwich de atum com ovo cozido, alface, tomate e cenoura
Sandwich de frango
Sandwich de carne assada
Sumos naturais
Laranja
Maçã
Cenoura
Batidos
Morango
Chocolate
Baunilha
Sobremesa
Fruta
Bolo caseiro do dia à fatia
AFORISMOS E DESAFOROS (6)
Todos os ministros anseiam por deixar a sua marca: uns, contentam-se em registar uma pegada; mas outros preferem deixar uma patada
A KOLUNA DO DJ CARA DANJO: ALGO ESTÁ PODRE NO REINO DA DINAMARCA
Blogue da Escola Secund?ria de Linda-a-Velha
Ja toda a gente perssebeu k a minha dichipelina perferida é portugues yá Kurto bué primeiros pq axo k sô bom nesta sena e a minha profe tb axa a gaja adora os meus teistos e dis k até lhe custa corrigilos deve ser pq os teistos são espetakulares para ela é assim como se focem sagrados tás a ver e até merssessem estar num altar pq quando os vai lendo vai repetindo ai valhame deus ai jesus ai minha noça senhoura. tb gosto de portugues pq nem todos os profes tem compressão e eu axo k os alunos precisão de mta compressão e se á alguem k me compriende mesmo mesmo é a minha profe de portugues até pq cuando eu um dia destes eskrevi uma redassão em k dizia que percisava de compressão ela respondeume logo ali sim sim rapás tá descansado k eu doute a compressão. mas em segundos lugar eu gosto de portugues pq axo k o meu futuro tá na eskrita man. ja o disse e repito. sô bué de kriativo e assim e até ando a eskrever uma istoria só me faltão as personageins e o resto mas o prinssipal já cá canta é o titlo man o titlo vai ser uma frase k a minha krida profe de portugues tá sempre a dizer kuando fala lá do menisterio deixa ver se me lembro é mais o menos assim ALGUMA COISA XEIRA MAL NO REINO DA DINAMARCA bem deve ser pq alguem se descuidou no menisterio eu cá é q não fui. só não sabia que o menisterio fikava na dinamarca se calhar por isso é k a dona dakilo não sabe bem o k se passa com os profes em portugal mas o titlo é fixe não é
Ja toda a gente perssebeu k a minha dichipelina perferida é portugues yá Kurto bué primeiros pq axo k sô bom nesta sena e a minha profe tb axa a gaja adora os meus teistos e dis k até lhe custa corrigilos deve ser pq os teistos são espetakulares para ela é assim como se focem sagrados tás a ver e até merssessem estar num altar pq quando os vai lendo vai repetindo ai valhame deus ai jesus ai minha noça senhoura. tb gosto de portugues pq nem todos os profes tem compressão e eu axo k os alunos precisão de mta compressão e se á alguem k me compriende mesmo mesmo é a minha profe de portugues até pq cuando eu um dia destes eskrevi uma redassão em k dizia que percisava de compressão ela respondeume logo ali sim sim rapás tá descansado k eu doute a compressão. mas em segundos lugar eu gosto de portugues pq axo k o meu futuro tá na eskrita man. ja o disse e repito. sô bué de kriativo e assim e até ando a eskrever uma istoria só me faltão as personageins e o resto mas o prinssipal já cá canta é o titlo man o titlo vai ser uma frase k a minha krida profe de portugues tá sempre a dizer kuando fala lá do menisterio deixa ver se me lembro é mais o menos assim ALGUMA COISA XEIRA MAL NO REINO DA DINAMARCA bem deve ser pq alguem se descuidou no menisterio eu cá é q não fui. só não sabia que o menisterio fikava na dinamarca se calhar por isso é k a dona dakilo não sabe bem o k se passa com os profes em portugal mas o titlo é fixe não é
22 novembro 2005
UMA CÁBULA PARA O MINISTÉRIO E PARA A ASSOCIAÇÃO DE PAIS: VINTE RAZÕES PARA SE DIZER MAL DOS PROFESSORES
1.Alguns professores são demasiado autoritários
2.Alguns professores revelam défice de autoridade
3.Alguns professores faltam muuuito!
4.Alguns professores nunca faltam, irra!
5.Os professores têm sindicatos que cometem mais argoladas do que o Benfica
6.Alguns professores estão deprimidos
7.Alguns professores falam «achim»
8.Alguns professores estão à espera de que lhes chegue o cartão magnético
9.Alguns professores inventam blogues insuportáveis
10.Alguns professores saem da sala de aula com o casaco cheio de giz
11.Alguns professores têm nomes ridículos (não exemplifico para não ferir susceptibilidades. Não vou dizer, por exemplo, «Abel Belião»...)
12.Alguns professores intolerantes (e sem sentido de humor) chateiam-se logo se a rapaziada lhes risca os carros
13.Alguns professores perdem-se a caminho das salas
14.Alguns professores usam peúgas amarelas
15.Alguns professores não têm pachorra para alguns outros professores (como é que haviam de ter para os alunos???)
16.Alguns professores não compram nada ao senhor Gonçalves que, coitado, ali aguenta a pé firme durante o intervalo do lanche inteiro
17.Alguns professores querem, numa próxima reencarnação, vir antes a ser Ministros da Educação
18.Alguns professores, e tal, já não sei que mais hei-de dizer
19.Alguns professores escapam-se miseravelmente às sessões de danças de salão, às Quartas-feiras, na Eslav.
20.Todos os professores estão, neste país, sob as ordens de uma senhora ministra que vai dar cabo deles. Ai vai, vai. «Ave, Ministra. Os que vão morrer (e, pelo andar da carruagem, muito antes da idade da reforma) saúdam-te. Dorme em paz!»
2.Alguns professores revelam défice de autoridade
3.Alguns professores faltam muuuito!
4.Alguns professores nunca faltam, irra!
5.Os professores têm sindicatos que cometem mais argoladas do que o Benfica
6.Alguns professores estão deprimidos
7.Alguns professores falam «achim»
8.Alguns professores estão à espera de que lhes chegue o cartão magnético
9.Alguns professores inventam blogues insuportáveis
10.Alguns professores saem da sala de aula com o casaco cheio de giz
11.Alguns professores têm nomes ridículos (não exemplifico para não ferir susceptibilidades. Não vou dizer, por exemplo, «Abel Belião»...)
12.Alguns professores intolerantes (e sem sentido de humor) chateiam-se logo se a rapaziada lhes risca os carros
13.Alguns professores perdem-se a caminho das salas
14.Alguns professores usam peúgas amarelas
15.Alguns professores não têm pachorra para alguns outros professores (como é que haviam de ter para os alunos???)
16.Alguns professores não compram nada ao senhor Gonçalves que, coitado, ali aguenta a pé firme durante o intervalo do lanche inteiro
17.Alguns professores querem, numa próxima reencarnação, vir antes a ser Ministros da Educação
18.Alguns professores, e tal, já não sei que mais hei-de dizer
19.Alguns professores escapam-se miseravelmente às sessões de danças de salão, às Quartas-feiras, na Eslav.
20.Todos os professores estão, neste país, sob as ordens de uma senhora ministra que vai dar cabo deles. Ai vai, vai. «Ave, Ministra. Os que vão morrer (e, pelo andar da carruagem, muito antes da idade da reforma) saúdam-te. Dorme em paz!»
21 novembro 2005
19 novembro 2005
Cartão Z - Incrível lançamento!
Política de pontos do CartãoZito:
90 minutos de aula de substituição - 1 ponto
90 minutos de aula ao ensino básico a uma turma própria - 2 pontos
90 minutos de aula ao ensino secundário - 3 pontos
Conversão de pontos (a ter aplicabilidade no próximo ano lectivo):
50 pontos - possibilidade de apresentar um Projecto
1000 pontos - possibilidade de apresentar um projecto e de o ver aprovado
1500 pontos - possibilidade de ver contemplado no horário 45 minutos de apoio a alunos com dificuldades de aprendizagem
20000 pontos - possibilidade de ter apenas 3 turmas do mesmo ano de escolaridade, e apenas uma disciplina
AFORISMOS E DESAFOROS (5)
Ideia horripilante, ou Pequena Provocação aos que Amam a Transparência: Imaginem, durante um pavoroso momento, que num intervalo, aqui na escola, caía sobre todos nós o dom de lermos o pensamento uns dos outros: pessimista como sou, julgo que não aguentaríamos as revelações. Que nunca mais nos suportaríamos uns aos outros. Que ninguém aqui voltaria a ser amigo de quem quer que fosse...
18 novembro 2005
SEMINÁRIO DE FORMAÇÃO: UMA INICIATIVA DA PRÉ-ORDEM DOS PROFESSORES
Num genuíno esforço de contribuição para que os docentes portugueses melhorem o seu potencial, em vez de andarem pelos corredores a chorar, a Pré-Ordem dos Professores do Ensino Secundário leva a efeito, numa salinha que o Ministério da Educação gentilmente pôs à sua disposição, este aliciante Seminário, a decorrer nos dias 24 e 25 de Novembro, de manhã e à tarde, sem almoço incluído mas com pausas para café. (O café terá de ser pago à parte, mas as pausas são gratuitas). A ideia é abrir as mentes dos professores, motivando-os para a astrologia & ciências ocultas, o hipnotismo, as massagens chinesas e indianas, patinagem artística ou técnicas de adestramento de ursos e leões, como formas inovadoras de se lidar com os alunos. Tudo pela quantia simbólica de 250 euros. Participação do Doutor Daniel Sampaio.
Dia 24:
5,30: Toque de alvorada. Abertura com uma alocução do palhaço Pepito, alegria da petizada: «O que é Preciso é Rir».
6.00: Pausa para café.
7.00: Colóquio: «Como Trabalhar Maximamente com Condições Mínimas: O Uso de Macaquinhos do Nariz para Modelagem de Figuras Históricas», pelo Doutor João Semana. Interessa sobretudo aos professores de História, de Arte e Design e Artes Oficinais, mas também aos professores substitutos em geral
8.00: Pausa para café.
8.20: «Organizar as Turmas de Acordo com os Signos Astrológicos dos Alunos», pela Astróloga e Vidente Maya.
9.00: Pausa para café.
9.20: Actividade de Relaxamento colectivo.
10.00: Acção/Conferência: «Sou tão Bom, Tenho Tanto a Ensinar aos Professores, que às vezes me Admiro Comigo Próprio», pelo Doutor Daniel Sampaio.
12.00: Almoço previsto para quinze pessoas, que são os organizadores e os dinamizadores da iniciativa. Os meros assistentes deslocar-se-ão, se quiserem, à Casa de Pasto Gonçalves & Aleixo, onde poderão comer um bacalhau com grão que recomendamos.
15.00: Reabertura dos trabalhos com pausa para café e despedida por esse dia.
25 de Novembro:
8.00: Abertura dos trabalhos. Alocução do Guru Maharadji. «Por que se Afastam os Professores do Caminho da Fé?»
8.55: Pausa para café.
10.00: Acção: «Dar Aulas em Recantos Esconsos: os Alunos adorarão», pelo Eminente Doutor Daniel Sampaio. (2ª intervenção)
10.05: Pausa para café.
10.55: «A Propósito de Educação Sexual, Uma Ideia Revolucionária: Qual o Problema de os alunos Fazerem Sexo Durante as Aulas?», pela Dra. Sebastiana Ortigão, conselheira psicológica dos leitores das revistas «Maria» e «Crónica Feminina».
12.00: Almoço com a presença da Ministra da Educação. Os professores não poderão estar presentes, em virtude de a senhora ministra se sentir ofendida com eles. Mas poderão sempre voltar à Casa de Pasto Gonçalves & Aleixo.
15.00: Reabertura dos trabalhos: «E as Cores, Estamos a Esquecer-nos desse Pequeno-grande Pormenor? Que Cores os Professores Devem Usar nas Aulas Para os Alunos se Acalmarem...», pela Dra. Hélia Martinho, psicóloga e taróloga da revista Caras.
15.45: «Como Domar Ursos: Uma preparação Intensiva para as Aulas de Substituição», pelo Domador Mendes, do Circo Chen.
16.00: Despedida. Confraternização.
Dia 24:
5,30: Toque de alvorada. Abertura com uma alocução do palhaço Pepito, alegria da petizada: «O que é Preciso é Rir».
6.00: Pausa para café.
7.00: Colóquio: «Como Trabalhar Maximamente com Condições Mínimas: O Uso de Macaquinhos do Nariz para Modelagem de Figuras Históricas», pelo Doutor João Semana. Interessa sobretudo aos professores de História, de Arte e Design e Artes Oficinais, mas também aos professores substitutos em geral
8.00: Pausa para café.
8.20: «Organizar as Turmas de Acordo com os Signos Astrológicos dos Alunos», pela Astróloga e Vidente Maya.
9.00: Pausa para café.
9.20: Actividade de Relaxamento colectivo.
10.00: Acção/Conferência: «Sou tão Bom, Tenho Tanto a Ensinar aos Professores, que às vezes me Admiro Comigo Próprio», pelo Doutor Daniel Sampaio.
12.00: Almoço previsto para quinze pessoas, que são os organizadores e os dinamizadores da iniciativa. Os meros assistentes deslocar-se-ão, se quiserem, à Casa de Pasto Gonçalves & Aleixo, onde poderão comer um bacalhau com grão que recomendamos.
15.00: Reabertura dos trabalhos com pausa para café e despedida por esse dia.
25 de Novembro:
8.00: Abertura dos trabalhos. Alocução do Guru Maharadji. «Por que se Afastam os Professores do Caminho da Fé?»
8.55: Pausa para café.
10.00: Acção: «Dar Aulas em Recantos Esconsos: os Alunos adorarão», pelo Eminente Doutor Daniel Sampaio. (2ª intervenção)
10.05: Pausa para café.
10.55: «A Propósito de Educação Sexual, Uma Ideia Revolucionária: Qual o Problema de os alunos Fazerem Sexo Durante as Aulas?», pela Dra. Sebastiana Ortigão, conselheira psicológica dos leitores das revistas «Maria» e «Crónica Feminina».
12.00: Almoço com a presença da Ministra da Educação. Os professores não poderão estar presentes, em virtude de a senhora ministra se sentir ofendida com eles. Mas poderão sempre voltar à Casa de Pasto Gonçalves & Aleixo.
15.00: Reabertura dos trabalhos: «E as Cores, Estamos a Esquecer-nos desse Pequeno-grande Pormenor? Que Cores os Professores Devem Usar nas Aulas Para os Alunos se Acalmarem...», pela Dra. Hélia Martinho, psicóloga e taróloga da revista Caras.
15.45: «Como Domar Ursos: Uma preparação Intensiva para as Aulas de Substituição», pelo Domador Mendes, do Circo Chen.
16.00: Despedida. Confraternização.
REDASSÃO: OS PROFES ANDAM DÁUN MAS O MEU KÓTA CURTE A SITUASSÃO
Blogue da Escola Secund�ria de Linda-a-Velha
Yesss sou eu mesmo pipâl o vosso kerido dj cara danjo hoje tou de volta ao blogue a pedido de bué de pipâl pa eskrever mais umas cenas maradas sobre a vida. hoje trago um assunto muinto kente k é a tristeza dos profes ei chaval não dá mais eu cá acho que a dona lurdes k é a chefe deles lá do ministério e assim anda a darlhes nas oreilhas man e os gajos tão todos na fossa pá bué streçados e tudo tás a morder a cena. aos gritos com os alunos não dá man não dá. bem mas o meu kota é que por akaso tá muinto contente com esta cena no outro dia á mesa távamos a jantar quando a dona lurdes aparsseu na telvisão a dizer que ela é k mandava e fazia o k kria e burrifavasse para os sindikatos e vai o meu kota e diz assim boa ganda mulher agora é que estes madrassos dos profeçores vão ter de comessar a trabalhar a sério. e eu preguntei ó pai mas atão eles não trabalham e vai o meu kota e diz assim trabalhar trabalhar não akilo é só faltas pá e férias e dias de folga além disso estar o dia todo a falar com putos não me paresse lá gande trabalho eles vivem mas é á minha custa. atão digo eu á tua custa pai e ele sim sim k eu pago os meus impostos. e aí a minha mãi ingasgousse e o meu kota fikou a olhar muinto sério para ela e disse prontos prontos não precisas de ser tão sínica k isto dos impostos era só uma maneira de falar e disse logo eu pa mostrar que curto as alas de portugues ó pai era uma figura de estilo não é mas o meu kota ja tava irritado e disseme figura de estilo hein vê lá mas é se levas um estalo na figura e a conversa morreu logo aí pá ora bem o k eu gostava era de poder falar com a senhora dona lurdes pq não poço ver os profes nesta tristeza k é um dó no outro dia até disse á minha profe de portugues ó stora pq é que os stores não se juntam e escrevem assim uma carta á dona lurdes a explikar tudo mas a profe respondeu com a gargalhada mais horrivel k já ouvi em toda a minha vida olha mais valia eskrever ao pai natal
Yesss sou eu mesmo pipâl o vosso kerido dj cara danjo hoje tou de volta ao blogue a pedido de bué de pipâl pa eskrever mais umas cenas maradas sobre a vida. hoje trago um assunto muinto kente k é a tristeza dos profes ei chaval não dá mais eu cá acho que a dona lurdes k é a chefe deles lá do ministério e assim anda a darlhes nas oreilhas man e os gajos tão todos na fossa pá bué streçados e tudo tás a morder a cena. aos gritos com os alunos não dá man não dá. bem mas o meu kota é que por akaso tá muinto contente com esta cena no outro dia á mesa távamos a jantar quando a dona lurdes aparsseu na telvisão a dizer que ela é k mandava e fazia o k kria e burrifavasse para os sindikatos e vai o meu kota e diz assim boa ganda mulher agora é que estes madrassos dos profeçores vão ter de comessar a trabalhar a sério. e eu preguntei ó pai mas atão eles não trabalham e vai o meu kota e diz assim trabalhar trabalhar não akilo é só faltas pá e férias e dias de folga além disso estar o dia todo a falar com putos não me paresse lá gande trabalho eles vivem mas é á minha custa. atão digo eu á tua custa pai e ele sim sim k eu pago os meus impostos. e aí a minha mãi ingasgousse e o meu kota fikou a olhar muinto sério para ela e disse prontos prontos não precisas de ser tão sínica k isto dos impostos era só uma maneira de falar e disse logo eu pa mostrar que curto as alas de portugues ó pai era uma figura de estilo não é mas o meu kota ja tava irritado e disseme figura de estilo hein vê lá mas é se levas um estalo na figura e a conversa morreu logo aí pá ora bem o k eu gostava era de poder falar com a senhora dona lurdes pq não poço ver os profes nesta tristeza k é um dó no outro dia até disse á minha profe de portugues ó stora pq é que os stores não se juntam e escrevem assim uma carta á dona lurdes a explikar tudo mas a profe respondeu com a gargalhada mais horrivel k já ouvi em toda a minha vida olha mais valia eskrever ao pai natal
17 novembro 2005
AFORISMOS E DESAFOROS (4)
É inegável que, se houver justiça e houver eternidade, quem anda a tramar os professores acabará por ir para o inferno. Posso daqui imaginar o inferno que lhes daria: uma Eterna Aula de Substituição!
MURO DAS LAMENTAÇÕES. PIM
Estou completamente farto:
De alunos enfiados em bonés,de alunos que parecem robôs, com fios e auriculares espetados nas orelhas,de alunos desinteressados,de putos que não são tão bons como pensam,de Encarregados de Educação que julgam que os filhos são melhores do que são,de Encarregados de Educação com pouca educação, de Encarregados de Educação que não se importam,de Encarregados de Educação-lapa, de lapas em geral, de medidas que o Ministério prometia que haviam de ser históricas e sairam simplesmente histéricas, além de erradas, de falta de reacção às medidas histéricas, de reacções histéricas às medidas histéricas, da minha sogra (que só espero que não venha a ler este blogue),de trabalhar como um cão e não ser reconhecido, de ser desprezado por quem manda, de ser desprezado por quem não manda, do lobby benfiquista desta escola, de fala-baratos, de cobardes, de galinhas, da Cinha Jardim, de haver quem descubra, após cinco anos de convívio, que, «afinal», eu sou espirituoso, de que haja mulheres que não me ligam, de que haja mulheres que não me largam, de envelhecer num país que foi «quase» campeão europeu de futebol, que viu «quase» elegerem um Papa português, que tem um Prémio Nobel que escreve «quase» bem, de confiar num sindicato que faz «quase» alguma coisa pela classe, de haver quem tenha de dar aulas de substituição, de que me atirem à cara o não dar aulas de substituição, de frio, de ter de fazer comprar de Natal, de não poder fazer todas as compras de Natal que queria, de desesperança, de desespero, de má-fé, de insensibilidade, de um raio que parta tudo isto. Pim.
De alunos enfiados em bonés,de alunos que parecem robôs, com fios e auriculares espetados nas orelhas,de alunos desinteressados,de putos que não são tão bons como pensam,de Encarregados de Educação que julgam que os filhos são melhores do que são,de Encarregados de Educação com pouca educação, de Encarregados de Educação que não se importam,de Encarregados de Educação-lapa, de lapas em geral, de medidas que o Ministério prometia que haviam de ser históricas e sairam simplesmente histéricas, além de erradas, de falta de reacção às medidas histéricas, de reacções histéricas às medidas histéricas, da minha sogra (que só espero que não venha a ler este blogue),de trabalhar como um cão e não ser reconhecido, de ser desprezado por quem manda, de ser desprezado por quem não manda, do lobby benfiquista desta escola, de fala-baratos, de cobardes, de galinhas, da Cinha Jardim, de haver quem descubra, após cinco anos de convívio, que, «afinal», eu sou espirituoso, de que haja mulheres que não me ligam, de que haja mulheres que não me largam, de envelhecer num país que foi «quase» campeão europeu de futebol, que viu «quase» elegerem um Papa português, que tem um Prémio Nobel que escreve «quase» bem, de confiar num sindicato que faz «quase» alguma coisa pela classe, de haver quem tenha de dar aulas de substituição, de que me atirem à cara o não dar aulas de substituição, de frio, de ter de fazer comprar de Natal, de não poder fazer todas as compras de Natal que queria, de desesperança, de desespero, de má-fé, de insensibilidade, de um raio que parta tudo isto. Pim.
16 novembro 2005
AFORISMOS E DESAFOROS (3)
«O voto é a arma do povo»: e será que alguns meses após termos votado, essa arma ainda serve para nos suicidarmos?
AFORISMOS E DESAFOROS (2)
Nem sempre é bom sermos aplicados: há alunos e governos - mas também professores, é certo - capazes de mostrar uma extrema aplicação no exercício da asneira.
13 novembro 2005
FAÇA VOCEMECÊ O TESTE: VERIFIQUE SE É UM PROFESSOR-TIPO DA ESLAV
Nem todos os professores correspondem com precisão ao padrão do professor da Escola Secundária de Linda-a-Velha. Para saber até que ponto se aproxima do modelo, responda honestamente ao seguinte questionário. Depois, é só fazer as contas.
A. QUE IMAGEM TENHO DO «PROFESSOR»?
1. Penso que são profissionais imprescindíveis ao desenvolvimento do país. Enquanto professor, sinto-me respeitado e reconhecido. Vivo numa sociedade que tudo me oferece para que desempenhe o melhor possível a minha missão (40 pontos)
2. Os professores são os maus da história. Trabalham pouco. Têm demasiadas férias. Ainda por cima, recebem manuais gratuitamente. Já para não falar da corrupção: ganham esferográficas e almoços nas sessões de apresentação de manuais... (20 pontos)
3.Só sei que a vida é muito dura. Reconheço-me inteiramente no último texto do blogue da escola (05 pontos)
B. QUE PENSO EU DAS «SUBSTITUIÇÕES»?
1. Trabalho num local onde os meus colegas nunca faltam. O problema de «substituir» outro nas suas funções nunca se me pôs. Para além do mais, pergunto-me se não será saudável que, uma ou outra vez que o professor falte, os alunos da turma possam gozar este «furo», conversando, exercendo uma outra vertente da «socialização» (40 pontos)
2. No meu emprego, estar presente ou estar ausente acaba por ser exactamente a mesma coisa: ninguém daria pela diferença (20 pontos)
3. Aqui, há sempre colegas que faltam. Nunca supus que fossem tantos. Os candidatos a substituto esperam, aterrados, a tremer, a hora decisiva: será que hoje vão entrar em vez de alguém? E que turma de moleques malcriados, que ele não conhece, que não o conhecem nem querem conhecer, terá hoje de enfrentar? E como conseguir levar a bom porto noventa minutos com um grupo tão recalcitrante? (05 pontos)
C. QUE PENSO DOS MEUS CHEFES?
1. Os meus chefes empenham-se, com sucesso, em que as minhas condições sejam as melhores possíveis. São respeitados e ouvidos pelas entidades a quem respondem (40 pontos)
2. O meu único chefe sou eu mesmo. Quando há outros, parte do meu trabalho é tentar que caiam para me pôr no seu lugar (20 pontos)
3. Os meus chefes empenham-se, umas vezes com algum, mas geralmente com fraco sucesso, para que as minhas condições sejam boas. As entidades a quem respondem têm sempre ideias muito diferentes sobre o que convém aos professores (05 pontos)
D. COMO FUNCIONA O CARTÃO COM QUE ME IDENTIFICO NA ESCOLA?
1. Maravilhosamente. Uso-o para entrar e para efectuar pagamentos, para marcar faltas e escrever sumários, para tirar fotocópias, para abrir o portátil que a escola pôs à minha disposição, para conferir o meu saldo e levantar dinheiro, para escolher, no cardápio, o que me apetece comer hoje na cantina (40 pontos)
2. Cartão com que...!? Não sei. De que raio é que se está a falar?
3. Está prometido. Um dia virá. Há-de servir para entrar e sair (formando-se grandes filas ao portão do senhor Aleixo) e para pagar na cantina. Cá espero... (05 pontos)
E. QUE TENHO A DIZER DO AMBIENTE?
1. O ambiente é excelente. Os colegas encontram-se exclusivamente para trabalhar. O tempo que passam na escola está programado eficazmente para que não haja desperdícios nem cumprimento de horas pelo cumprimento (40 pontos)
2. Luta e conflito. Dizer mal. Inventar inimigos. Propor soluções para tudo. Criar comissões onde se conversa. Não é um ambiente fácil, mas faz-nos estar sempre no centro dos noticiários (20 pontos)
3. Como temos de passar um tempo excessivo, andamos nervosos e desanimados. Porém, sabemos fazer do encontro entre colegas, nos intervalos, um magnífico período de prazer: riso, conversa, debate, de dizer mal, de dizer bem; ressentimento, euforia: compra-se qualquer pastelinho na banca do senhor Gonçalves, tira-se um cafezito à máquina, que nem sempre aceita moedas, outras vezes não dá troco, e para além dos conflitos ou desencontros que sabemos que ruminam subterraneamente, vamos convivendo alegremente (05 pontos)
RESPOSTAS: Se tem duzentos pontos: vocemecê não só não é professor na Escola de Linda-a-velha, como, desculpe que lhe diga, nem sequer o é em Portugal. Poderia ser de um país nórdico, desses que tão elogiados têm sido por todos, até pelo nosso Presidente da República... mas parece-me mais que será de alguma escola de um outro planeta.
Se perfaz cem pontos, vocemcê não é professor. As suas respostas traíram-no: vocemecê é político. Pode estar, ou não, no governo neste momento. Perante este tipo de discurso, incomoda-se: «O discurso anti-político é perigoso para a nossa democracia.» Mas a verdade é que não faz muito para que este tipo de discurso se não justifique.
Se não conseguiu senão vinte e cinco pontos, vocemecê é um típico professor da Escola Secundária de Linda-avelha. Como a maioria dos portugueses, o dinheiro não lhe abunda, as condições não prestam, a imagem que têm de si é baixa. Tem uma excelente capacidade de improviso a que falta, frequentemente, eficácia. Se o levassem a sério, se o respeitassem, ia longe...
A. QUE IMAGEM TENHO DO «PROFESSOR»?
1. Penso que são profissionais imprescindíveis ao desenvolvimento do país. Enquanto professor, sinto-me respeitado e reconhecido. Vivo numa sociedade que tudo me oferece para que desempenhe o melhor possível a minha missão (40 pontos)
2. Os professores são os maus da história. Trabalham pouco. Têm demasiadas férias. Ainda por cima, recebem manuais gratuitamente. Já para não falar da corrupção: ganham esferográficas e almoços nas sessões de apresentação de manuais... (20 pontos)
3.Só sei que a vida é muito dura. Reconheço-me inteiramente no último texto do blogue da escola (05 pontos)
B. QUE PENSO EU DAS «SUBSTITUIÇÕES»?
1. Trabalho num local onde os meus colegas nunca faltam. O problema de «substituir» outro nas suas funções nunca se me pôs. Para além do mais, pergunto-me se não será saudável que, uma ou outra vez que o professor falte, os alunos da turma possam gozar este «furo», conversando, exercendo uma outra vertente da «socialização» (40 pontos)
2. No meu emprego, estar presente ou estar ausente acaba por ser exactamente a mesma coisa: ninguém daria pela diferença (20 pontos)
3. Aqui, há sempre colegas que faltam. Nunca supus que fossem tantos. Os candidatos a substituto esperam, aterrados, a tremer, a hora decisiva: será que hoje vão entrar em vez de alguém? E que turma de moleques malcriados, que ele não conhece, que não o conhecem nem querem conhecer, terá hoje de enfrentar? E como conseguir levar a bom porto noventa minutos com um grupo tão recalcitrante? (05 pontos)
C. QUE PENSO DOS MEUS CHEFES?
1. Os meus chefes empenham-se, com sucesso, em que as minhas condições sejam as melhores possíveis. São respeitados e ouvidos pelas entidades a quem respondem (40 pontos)
2. O meu único chefe sou eu mesmo. Quando há outros, parte do meu trabalho é tentar que caiam para me pôr no seu lugar (20 pontos)
3. Os meus chefes empenham-se, umas vezes com algum, mas geralmente com fraco sucesso, para que as minhas condições sejam boas. As entidades a quem respondem têm sempre ideias muito diferentes sobre o que convém aos professores (05 pontos)
D. COMO FUNCIONA O CARTÃO COM QUE ME IDENTIFICO NA ESCOLA?
1. Maravilhosamente. Uso-o para entrar e para efectuar pagamentos, para marcar faltas e escrever sumários, para tirar fotocópias, para abrir o portátil que a escola pôs à minha disposição, para conferir o meu saldo e levantar dinheiro, para escolher, no cardápio, o que me apetece comer hoje na cantina (40 pontos)
2. Cartão com que...!? Não sei. De que raio é que se está a falar?
3. Está prometido. Um dia virá. Há-de servir para entrar e sair (formando-se grandes filas ao portão do senhor Aleixo) e para pagar na cantina. Cá espero... (05 pontos)
E. QUE TENHO A DIZER DO AMBIENTE?
1. O ambiente é excelente. Os colegas encontram-se exclusivamente para trabalhar. O tempo que passam na escola está programado eficazmente para que não haja desperdícios nem cumprimento de horas pelo cumprimento (40 pontos)
2. Luta e conflito. Dizer mal. Inventar inimigos. Propor soluções para tudo. Criar comissões onde se conversa. Não é um ambiente fácil, mas faz-nos estar sempre no centro dos noticiários (20 pontos)
3. Como temos de passar um tempo excessivo, andamos nervosos e desanimados. Porém, sabemos fazer do encontro entre colegas, nos intervalos, um magnífico período de prazer: riso, conversa, debate, de dizer mal, de dizer bem; ressentimento, euforia: compra-se qualquer pastelinho na banca do senhor Gonçalves, tira-se um cafezito à máquina, que nem sempre aceita moedas, outras vezes não dá troco, e para além dos conflitos ou desencontros que sabemos que ruminam subterraneamente, vamos convivendo alegremente (05 pontos)
RESPOSTAS: Se tem duzentos pontos: vocemecê não só não é professor na Escola de Linda-a-velha, como, desculpe que lhe diga, nem sequer o é em Portugal. Poderia ser de um país nórdico, desses que tão elogiados têm sido por todos, até pelo nosso Presidente da República... mas parece-me mais que será de alguma escola de um outro planeta.
Se perfaz cem pontos, vocemcê não é professor. As suas respostas traíram-no: vocemecê é político. Pode estar, ou não, no governo neste momento. Perante este tipo de discurso, incomoda-se: «O discurso anti-político é perigoso para a nossa democracia.» Mas a verdade é que não faz muito para que este tipo de discurso se não justifique.
Se não conseguiu senão vinte e cinco pontos, vocemecê é um típico professor da Escola Secundária de Linda-avelha. Como a maioria dos portugueses, o dinheiro não lhe abunda, as condições não prestam, a imagem que têm de si é baixa. Tem uma excelente capacidade de improviso a que falta, frequentemente, eficácia. Se o levassem a sério, se o respeitassem, ia longe...
12 novembro 2005
11 novembro 2005
DESENCANTO E REVOLTA
Alguém me consegue dizer porque é que eu continuo a trabalhar em horário noturno sem receber nada por isso?
Alguém me consegue explicar para que serve tanta reunião em que apenas se discute o comportamento e o aproveitamento dos alunos?
Alguém me consegue dizer porque é que 1/3 da reunião é passado a discutir a planta da sala?
Alguém sabe porque é que estas reuniões demoram três horas?
Alguém me consegue dizer porque é que não nos revoltamos com esta situação?
Alguém pode explicar porque é que cumprimos as ordens de trabalhos propostas sem objectividade e pragmatismo?
Alguém sabe porque é que somos tão "cumpridores"?
Alguém sabe que benefícios tiramos disso?
Alguém sabe de que modo os alunos beneficiam com isso?
Plano Curricular de Turma? É para o pôr em prática que servem estas reuniões e que tempo lhe é dedicado? 5 minutos? Fica para próxima reunião? Quando? Outra vez às 17.30h? E eu não faço mais nada? Não tenho família?
Façamos as contas mais óbvias: entro às 8.30h. Acabo as aulas às 12.45h. Saio.
Vou para casa trabalhar porque na escola não dá para imprimir as dezenas de folhas em que se transformam as planificações, os critérios, as competências, as operacionalizações, entre outros.
Volto às 17.30h. Saio entre as 17.30h e as 20.00h. Sabiam?
Toda a escola sabe disto?
Este fim de semana tenho que tirar uma dia para planificar a proxima semana e fazer os testes, porque durante a semana tive três conselhos de turma...
No próximo dia 18 fazemos greve para quê? O problema as reformas? As horas de substituição?
Vou vingar-me nos tachos. Até depois.
Alguém me consegue explicar para que serve tanta reunião em que apenas se discute o comportamento e o aproveitamento dos alunos?
Alguém me consegue dizer porque é que 1/3 da reunião é passado a discutir a planta da sala?
Alguém sabe porque é que estas reuniões demoram três horas?
Alguém me consegue dizer porque é que não nos revoltamos com esta situação?
Alguém pode explicar porque é que cumprimos as ordens de trabalhos propostas sem objectividade e pragmatismo?
Alguém sabe porque é que somos tão "cumpridores"?
Alguém sabe que benefícios tiramos disso?
Alguém sabe de que modo os alunos beneficiam com isso?
Plano Curricular de Turma? É para o pôr em prática que servem estas reuniões e que tempo lhe é dedicado? 5 minutos? Fica para próxima reunião? Quando? Outra vez às 17.30h? E eu não faço mais nada? Não tenho família?
Façamos as contas mais óbvias: entro às 8.30h. Acabo as aulas às 12.45h. Saio.
Vou para casa trabalhar porque na escola não dá para imprimir as dezenas de folhas em que se transformam as planificações, os critérios, as competências, as operacionalizações, entre outros.
Volto às 17.30h. Saio entre as 17.30h e as 20.00h. Sabiam?
Toda a escola sabe disto?
Este fim de semana tenho que tirar uma dia para planificar a proxima semana e fazer os testes, porque durante a semana tive três conselhos de turma...
No próximo dia 18 fazemos greve para quê? O problema as reformas? As horas de substituição?
Vou vingar-me nos tachos. Até depois.
AFORISMOS E DESAFOROS (1)
Blogue da Escola Secund�ria de Linda-a-Velha
É proibido fumar em locais públicos. Mas em certos locais públicos, há não-fumadores piores para a nossa saúde do que o próprio tabaco
É proibido fumar em locais públicos. Mas em certos locais públicos, há não-fumadores piores para a nossa saúde do que o próprio tabaco
10 novembro 2005
REDACÇÃO: A MINHA ESCOLA
Blogue da Escola Secund?ria de Linda-a-Velha
gosto bué da minha eskola pq a minha eskola tem aulas de sus... ai... sssu...bstitu... substituição e eu sei que os profes da minha eskola gostam muito mas muito mas mesmo muito de não dar aulas de disso e qualker dia têm de vir profes novos para substituir os profes de substituição bem mas se os profes não curtem dar aulas de disso os alunos pelo menos também não. Mas não é só isso. Eu gosto muito da minha eskola porque a malta pode juntar-se toda a fumar e a gritar e não é só nos intervalos é sobretudo durante o tempo de aulas. Às vezes o profe lucas passa pela malta com cara de mau e a malta tem de apagar os cigarros ou então escondê-los nas costas pá e no outro dia o Zeca que é baril até queimou a ponta do casaco só para o profe lucas não topar que ele estava a fumar. É tudo giro. Também curto na minha eskola o exercício do sismo ou lá o que é isso que é um gozo bestial pá pq há três toques estão a ver a cena e depois o profe pergunta que é isto e nós começamos aos gritos ai ai agora é que é agora é que é e escondemo-nos debaixo das mesas e alguns aproveitam para namorar pq debaixo das mesas é o máximo e a seguir vamos todos em fila numa grande confusão até onde nos apetece uns vão comprar chocolates outros vão-se embora e o resto da maralha fica ali à espera não se sabe bem do quê a olharmos uns para os outros. Acho também que na eskola aprendemos muito. A minha professora de português por exemplo já me disse que eu escrevo com muito estilo e que se continuar com este estilo qualker dia ganho o prémio nobel como o outro man. Isto de escrever para o blogue cansa mas é divertido. Um destes dias volto.
gosto bué da minha eskola pq a minha eskola tem aulas de sus... ai... sssu...bstitu... substituição e eu sei que os profes da minha eskola gostam muito mas muito mas mesmo muito de não dar aulas de disso e qualker dia têm de vir profes novos para substituir os profes de substituição bem mas se os profes não curtem dar aulas de disso os alunos pelo menos também não. Mas não é só isso. Eu gosto muito da minha eskola porque a malta pode juntar-se toda a fumar e a gritar e não é só nos intervalos é sobretudo durante o tempo de aulas. Às vezes o profe lucas passa pela malta com cara de mau e a malta tem de apagar os cigarros ou então escondê-los nas costas pá e no outro dia o Zeca que é baril até queimou a ponta do casaco só para o profe lucas não topar que ele estava a fumar. É tudo giro. Também curto na minha eskola o exercício do sismo ou lá o que é isso que é um gozo bestial pá pq há três toques estão a ver a cena e depois o profe pergunta que é isto e nós começamos aos gritos ai ai agora é que é agora é que é e escondemo-nos debaixo das mesas e alguns aproveitam para namorar pq debaixo das mesas é o máximo e a seguir vamos todos em fila numa grande confusão até onde nos apetece uns vão comprar chocolates outros vão-se embora e o resto da maralha fica ali à espera não se sabe bem do quê a olharmos uns para os outros. Acho também que na eskola aprendemos muito. A minha professora de português por exemplo já me disse que eu escrevo com muito estilo e que se continuar com este estilo qualker dia ganho o prémio nobel como o outro man. Isto de escrever para o blogue cansa mas é divertido. Um destes dias volto.
09 novembro 2005
APOLOGIA DO ELOGIO
Blogue da Escola Secund�ria de Linda-a-Velha
Portugal tem, é claro, uma deficiência grave, antiga, asfixiante. Um dos aspectos desse mal português é, penso eu, o nosso embaraço perante o elogio - quer se trate do elogio que alguém nos faça, quer do que deveríamos fazer a alguém. Não falo da lisonja - lisonjeamos facilemte o chefe, o mais rico, o que está por cima, para ver se nos caem migalhas. Falo do elogio sério, sincero, rigoroso. E a escola torna-se, por várias razões, um lugar onde essa dificuldade - essa «neurose» - mais se manifesta. Não costumamos elogiar os alunos. Reconhecermos, por exemplo, que alguns são especialmente bons, soa-nos mal, como se estivéssemos a descriminar os outros, como se temessemos gerar mal-estar ou inveja. Mas também entre colegas-professores, o elogio nunca é natural nem espontâneo: criticamos imenso (fazemo-lo por tudo e por nada, com e sem razão), mas custa-nos dizer cara a cara: «Muito bem feito! Apreciei...» Sucede que, nesta escola, não faltam elogiáveis - nem pessoas, nem projectos, nem ideias. Aquilo a que habitualmente chamamos «autoestima» - e que é, de facto, uma palavra horrível para designar qualquer coisa bonita -, ou seja, sermos capazes de nos amarmos a nós mesmos, como pessoas, como profissionais, como povo, termos orgulho e respeito por nós, começa nesse quase nada: sermos capazes de valorizar os que no-lo merecem; e aceitarmos, sem constrangimento, que os outros nos digam: «Sim senhor. Gostei. Bato palmas...»
Portugal tem, é claro, uma deficiência grave, antiga, asfixiante. Um dos aspectos desse mal português é, penso eu, o nosso embaraço perante o elogio - quer se trate do elogio que alguém nos faça, quer do que deveríamos fazer a alguém. Não falo da lisonja - lisonjeamos facilemte o chefe, o mais rico, o que está por cima, para ver se nos caem migalhas. Falo do elogio sério, sincero, rigoroso. E a escola torna-se, por várias razões, um lugar onde essa dificuldade - essa «neurose» - mais se manifesta. Não costumamos elogiar os alunos. Reconhecermos, por exemplo, que alguns são especialmente bons, soa-nos mal, como se estivéssemos a descriminar os outros, como se temessemos gerar mal-estar ou inveja. Mas também entre colegas-professores, o elogio nunca é natural nem espontâneo: criticamos imenso (fazemo-lo por tudo e por nada, com e sem razão), mas custa-nos dizer cara a cara: «Muito bem feito! Apreciei...» Sucede que, nesta escola, não faltam elogiáveis - nem pessoas, nem projectos, nem ideias. Aquilo a que habitualmente chamamos «autoestima» - e que é, de facto, uma palavra horrível para designar qualquer coisa bonita -, ou seja, sermos capazes de nos amarmos a nós mesmos, como pessoas, como profissionais, como povo, termos orgulho e respeito por nós, começa nesse quase nada: sermos capazes de valorizar os que no-lo merecem; e aceitarmos, sem constrangimento, que os outros nos digam: «Sim senhor. Gostei. Bato palmas...»
04 novembro 2005
CATÁSTROFE NA ESCOLA: UM SISMO? NÃO! APENAS UM EXERCÍCIO
Pois bem, falemos de sismos, isto é, de uma acção com o objectivo de
nos ensinar e treinar em relação ao que fazer no caso de um mais do que
previsível tremor de terra.
Este exercício realizou-se na Escola Secundária de Linda-a-velha, a 2
de Novembro, e foi um fracasso. Poucos o levaram a sério, muitos não
cumpriram as instruções, alguns galhofavam, outros dispersavam, meio
confusos, vários aproveitavam para se pisgar...! Podemos agora distribuir as
culpas: os alunos geralmente não compreenderam a importância da acção, os
funcionários geralmente atrapalharam-se e, geralmente, os professores...
ai... os professores, que deviam dar o exemplo, foram os primeiros a encarar
levianamente o exercício. Mas façamos, previamente a tudo isto, algumas
perguntas: este exercício realiza-se na escola desde 1755, mais coisa menos
coisa, sempre, pelos vistos, com resultados catastróficos, e não há nada a
fazer, depois, senão recriminar os intervenientes? Nunca se formou um grupo
para estudar os erros cometidos? Nunca se formou uma equipa para os discutir
e propor soluções? Nunca se fez coisa alguma para se alterar uma prática
sistematicamente errada? Repete-se todos os anos o mesmo exercício, da mesma
maneira, sem que se haja aprendido com os erros, sem um debate na escola,
sem um trabalho paralelo, continuado, no sentido de emendar profundamente os
comportamentos? Ah! E se agora voltarmos a silenciar o que sucedeu, para, no
próximo ano, bruscamente, de pára-quedas, sem preparação, um dia tornarmos a
fazer soar os três toques, será que alguém pensa, honestamente, que as
coisas correrão melhor? E quanto mais tempo a natureza nos concederá de
desperdício de oportunidades para nos prepararmos? Hum?
nos ensinar e treinar em relação ao que fazer no caso de um mais do que
previsível tremor de terra.
Este exercício realizou-se na Escola Secundária de Linda-a-velha, a 2
de Novembro, e foi um fracasso. Poucos o levaram a sério, muitos não
cumpriram as instruções, alguns galhofavam, outros dispersavam, meio
confusos, vários aproveitavam para se pisgar...! Podemos agora distribuir as
culpas: os alunos geralmente não compreenderam a importância da acção, os
funcionários geralmente atrapalharam-se e, geralmente, os professores...
ai... os professores, que deviam dar o exemplo, foram os primeiros a encarar
levianamente o exercício. Mas façamos, previamente a tudo isto, algumas
perguntas: este exercício realiza-se na escola desde 1755, mais coisa menos
coisa, sempre, pelos vistos, com resultados catastróficos, e não há nada a
fazer, depois, senão recriminar os intervenientes? Nunca se formou um grupo
para estudar os erros cometidos? Nunca se formou uma equipa para os discutir
e propor soluções? Nunca se fez coisa alguma para se alterar uma prática
sistematicamente errada? Repete-se todos os anos o mesmo exercício, da mesma
maneira, sem que se haja aprendido com os erros, sem um debate na escola,
sem um trabalho paralelo, continuado, no sentido de emendar profundamente os
comportamentos? Ah! E se agora voltarmos a silenciar o que sucedeu, para, no
próximo ano, bruscamente, de pára-quedas, sem preparação, um dia tornarmos a
fazer soar os três toques, será que alguém pensa, honestamente, que as
coisas correrão melhor? E quanto mais tempo a natureza nos concederá de
desperdício de oportunidades para nos prepararmos? Hum?
02 novembro 2005
Ainda sobre os decibéis...
Porém, os decibéis elevados na sala de professores não se verificam apenas no primeiro intervalo da manhã;aliás, só mesmo nos intervalos da tarde é que aquela sala fica completamente emudecida, desértica, vazia. Porque ao longo de toda a manhã, a concentração de professorAs por metro quadrado raia o limite de capacidade física e sonora. É uma que grita no canto esquerdo, junto aos livros de ponto; é outra que quer falar ainda mais alto do que essa; é o grupo que esganiça; é o das que berram nas cadeiras ao pé das janelas; são as fumadoras, no outro canto, e a anti-tabagista que as insulta em altos brados. "Vou até lá fora apanhar ar". "Oops, enganei-me, antes quero ir à casa de banho, que lá ao menos não há barulho. Penso eu..." Erro, claro! "Aqui não há papel, demoras muito? Vou à dos homens, sempre são mais pacatos, ooops, desculpe, eh! eh! eh!". "Para onde ias?" «Aaaaah, aos cacifos, aos cacifos. Não há meio de tirarem estes cacifos daqui. Nem consigo ver onde pus os testes.»
Subscrever:
Mensagens (Atom)