Tivemos finalmente acesso a alguns documentos deixados para trás após a entrevista de Valter Remos dada ao blogue. Podemos assim adiantar a lista de prémios a atribuír no Concurso de Professores 2006(Passatempo promovido pelo Ministério da Edukação)!
1º prémio: Torradeira donBrown
2º Prémio: 2 Bilhetes para a final do Mundial de Futebol, com ida sem volta
3º Prémio: Caneta Peter Parker de tinta permanente e indelével
do 4º ao 20º prémios: 1 computador portátil com corrente e cadeado
(Prazo de reclamação: 31 de Abril de 2006)
Voltámos sem pretensões. Com mais criações. E opiniões. O verdadeiro blogue sem borbulhas.
30 abril 2006
28 abril 2006
ENTÃO!?
Os habituais comentadores deste blogue estão em baixo de forma. Nem parecem os mesmos. Quem os viu e quem os vê! Onde estás, «Saudosista»? E tu, «Marylion»? E a «Sophia»? E o «Anónimo»? E o «Anonymous»? E o «Anônimo»? E a «Splash»? E a «Ostra»? Pffft! Eu tinha vergonha...!
Caiu o Fantasma.
O Planeta tem-te não caias.
Da Lullaby não se sabe.
Da ]Lua Nova[ nunca se soube.
A Lara tem mais que fazer.
A Maia já não zumbe como zumbia.
Os comentadores foram-se. Ou vão-se.
Pffft!
Caiu o Fantasma.
O Planeta tem-te não caias.
Da Lullaby não se sabe.
Da ]Lua Nova[ nunca se soube.
A Lara tem mais que fazer.
A Maia já não zumbe como zumbia.
Os comentadores foram-se. Ou vão-se.
Pffft!
GREENLIGHT LEVA OS PIQUENOS Ó CIRCO - Uma história roubada a Ana Borba. Dedicada à fã que fica on-line, à espera que eu publique
O circo chegou à cidade.
Não era um grande circo. Era um pequeno circo. Não tinha muitas cores, nem tigres nem zebras, não por se tratar de um circo-amigo-dos-animais mas por ser, de facto, um circo pobre.
Greenlight não tinha vontade de nada daquilo. Nem paciência. Já lhe bastava todo um ar de confusão, as pipocas, os gritos, os apitos, a música insistente.
No entanto, as crianças queriam muito. Pediam muito. Choravam.
E, basicamente, um super-herói nada é se não for alguém que se sacrifica pelos outros.
A pequena família, nos lugares da frente ainda por cima, assistiu a tudo, desde os domadores sem bichos até aos trapezistas que falhavam mas, em vez de se irem imediatamente embora, faziam questão de repetir o número até acertarem: os meninos estavam delirantes, a mulher com um sorriso condescendente, o super-herói com um sorriso de plástico, muito fixo, imóvel, estampado no rosto, colado ao rosto.
Quando pensava que estava no fim daquela tortura, daquela tremenda seca, apareceu então o palhaço Pepito, da Pré-Ordem dos Professores.
O palhaço Pepito, num intervalo entre mirambulantes conferências e workshops patrocinados pela Pré-Ordem, dava, pelos vistos, uma mãozinha ao circo pobre.
- Eu prrrrecisava - desafiava ele, com o seu sotaque apalhaçado - de um senhoooorrr que viesse aqui à pista! Hein? Tá bem? Pa fazerrr uma brrrincadeira...
Greenlight baixava-se ligeiramente, sumindo-se sob a cadeira, não fossem reparar nele.
Mas foi aí que a própria mulher interveio:
- Vá lá, querido! Era tão giro! Os miúdos iam achar tanta piada se te vissem ali na pista com o palhaço.
- Cala-te! Farto de palhaçadas ando eu. Se trabalhasses na minha escola, aposto que não estavas com paciência para mais palhaçadas...
- Ó, querido, ia ter tanta piada! Não me digas que não fazias isso.
- Vai, pai. Por favor! - (o mais velhinho).
- Gugu dadá pó cocó caca bzzr - (a bebé).
- Hein? Oiço alguém daquele lado a oferecerrrr-se, meninas e meninos? Aquele senhooorrrr de capa veeerrrde???
Greenlight lá foi. Devia ser uma brincadeira anódina. Para divertir a petizada, caramba. Que mal adviria daí? Quem já apanhara um murro no olho, caíra num buraco oculto e torcera uma perna, se sentara em cima de uma pastilha elástica miseravelmente colada numa cadeira, fora mordido pelo próprio cão em sua própria casa... não podia fazer mais duas ou três palhaçadas para divertir os próprios filhos?
O palhaço Pepito, porém, quando o apanhou a jeito, encostou-o a uma tábua.
Perante o seu espanto e o perverso aplauso do público, Pepito desatou a atirar facas que se iam espetar na prancha e, por milímetros, acertavam ao lado, desenhando-lhe a figura da cabeça aos pés. Greenlight ouvia as facas zumbir-lhe aos ouvidos uma a uma, tchac, tchac, tchac, tchac!
- Não se mexa, pooorrr favooorrr! - gritava o palhaço.
Estava a brincar, com certeza. Mexer-se? Ele??? Greenligth estava paralisado. Mal respirava...
Ao fundo, ainda ouviu a voz frustrada do filho:
- Este palhaço não vale nada, mamã! Nem sequer consegue acertar no pai...
Não era um grande circo. Era um pequeno circo. Não tinha muitas cores, nem tigres nem zebras, não por se tratar de um circo-amigo-dos-animais mas por ser, de facto, um circo pobre.
Greenlight não tinha vontade de nada daquilo. Nem paciência. Já lhe bastava todo um ar de confusão, as pipocas, os gritos, os apitos, a música insistente.
No entanto, as crianças queriam muito. Pediam muito. Choravam.
E, basicamente, um super-herói nada é se não for alguém que se sacrifica pelos outros.
A pequena família, nos lugares da frente ainda por cima, assistiu a tudo, desde os domadores sem bichos até aos trapezistas que falhavam mas, em vez de se irem imediatamente embora, faziam questão de repetir o número até acertarem: os meninos estavam delirantes, a mulher com um sorriso condescendente, o super-herói com um sorriso de plástico, muito fixo, imóvel, estampado no rosto, colado ao rosto.
Quando pensava que estava no fim daquela tortura, daquela tremenda seca, apareceu então o palhaço Pepito, da Pré-Ordem dos Professores.
O palhaço Pepito, num intervalo entre mirambulantes conferências e workshops patrocinados pela Pré-Ordem, dava, pelos vistos, uma mãozinha ao circo pobre.
- Eu prrrrecisava - desafiava ele, com o seu sotaque apalhaçado - de um senhoooorrr que viesse aqui à pista! Hein? Tá bem? Pa fazerrr uma brrrincadeira...
Greenlight baixava-se ligeiramente, sumindo-se sob a cadeira, não fossem reparar nele.
Mas foi aí que a própria mulher interveio:
- Vá lá, querido! Era tão giro! Os miúdos iam achar tanta piada se te vissem ali na pista com o palhaço.
- Cala-te! Farto de palhaçadas ando eu. Se trabalhasses na minha escola, aposto que não estavas com paciência para mais palhaçadas...
- Ó, querido, ia ter tanta piada! Não me digas que não fazias isso.
- Vai, pai. Por favor! - (o mais velhinho).
- Gugu dadá pó cocó caca bzzr - (a bebé).
- Hein? Oiço alguém daquele lado a oferecerrrr-se, meninas e meninos? Aquele senhooorrrr de capa veeerrrde???
Greenlight lá foi. Devia ser uma brincadeira anódina. Para divertir a petizada, caramba. Que mal adviria daí? Quem já apanhara um murro no olho, caíra num buraco oculto e torcera uma perna, se sentara em cima de uma pastilha elástica miseravelmente colada numa cadeira, fora mordido pelo próprio cão em sua própria casa... não podia fazer mais duas ou três palhaçadas para divertir os próprios filhos?
O palhaço Pepito, porém, quando o apanhou a jeito, encostou-o a uma tábua.
Perante o seu espanto e o perverso aplauso do público, Pepito desatou a atirar facas que se iam espetar na prancha e, por milímetros, acertavam ao lado, desenhando-lhe a figura da cabeça aos pés. Greenlight ouvia as facas zumbir-lhe aos ouvidos uma a uma, tchac, tchac, tchac, tchac!
- Não se mexa, pooorrr favooorrr! - gritava o palhaço.
Estava a brincar, com certeza. Mexer-se? Ele??? Greenligth estava paralisado. Mal respirava...
Ao fundo, ainda ouviu a voz frustrada do filho:
- Este palhaço não vale nada, mamã! Nem sequer consegue acertar no pai...
27 abril 2006
REUNIÃO INFORMAL DE MEIA DÚZIA (OU MENOS) DE CRIATIVOS
Maria da Criatividade - Como devem desconfiar, mandaram-nos reunir para ver se descobrimos o que é que aconteceu para haver estes resultados...
Pincelada Expressiva - Pois! nem é para menos! Vocês não imaginam como são aquelas aulas!
Gastão Esfuminho - Desculpa, mas eu só estou aqui porque voltei atrás para vir à casa de banho, estava mesmo de saída. Vamos lá a despachar isto... Se eu soubesse nem tinha saído hoje da cama.
Pincelada Expressiva - É que isto não tem explicação. Tás parvo? Não vês que o assunto é sério?! Eu não estou para ouvir abusos e má criação de pirralhos! E os desenhos deles? Parecem que saíram agora do infantário! Olhem , até trouxe aqui uma pasta com os desenhos deles...
Gastão Esfuminho - Não, não é preciso, deixa lá isso! O pior é que ninguém nos leva a sério; todos acham que as artes são coisas de importância menor... Coitados de nós, estamos desgraçados!
Maria da Criatividade - "A Ciência e a Matemática não formam cidadãos; só a Arte o pode fazer"... Ainda não perceberam a importância disto. Andaram cinquenta anos para trás. E depois ainda vêm cá alguns EEs explicar a diferença entre disciplinas de primeira e disciplinas de segunda.
Gastão Esfuminho - Se ao menos eu conseguisse mantê-los sentados no lugar deles...
Pincelada Expressiva - Sentadinhos e calados! Calados, eu já nem peço mais nada.
Maria da Criatividade - E já agora... que nos ouvissem, que desenhassem, que trouxessem material...
Gastão Esfuminho - E que esquecessem os telemóveis e desligassem os fios que lhes nascem das orelhas...
Essência de Terebentina - Olá! Desculpem o atraso! Tinha que fazer um trabalho para apresentar amanhã... Estão a falar de quê?
Maria da Criatividade - Já cá faltavas tu... Senta-te e mantém-te calada... Pois e então o que é que fazemos para reduzir as negativas?
Gastão Esfuminho - Eu acho que devíamos ouvir os outros. Não vês que falta cá tanta gente?
Pincelada Expressiva - Falta? Ah! 1,2,3,4, parece que sim. Está bem, decidimos na próxima reunião.
Essência de Terebentina - Mas afinal o que é que vim cá fazer?!
Pincelada Expressiva - Pois! nem é para menos! Vocês não imaginam como são aquelas aulas!
Gastão Esfuminho - Desculpa, mas eu só estou aqui porque voltei atrás para vir à casa de banho, estava mesmo de saída. Vamos lá a despachar isto... Se eu soubesse nem tinha saído hoje da cama.
Pincelada Expressiva - É que isto não tem explicação. Tás parvo? Não vês que o assunto é sério?! Eu não estou para ouvir abusos e má criação de pirralhos! E os desenhos deles? Parecem que saíram agora do infantário! Olhem , até trouxe aqui uma pasta com os desenhos deles...
Gastão Esfuminho - Não, não é preciso, deixa lá isso! O pior é que ninguém nos leva a sério; todos acham que as artes são coisas de importância menor... Coitados de nós, estamos desgraçados!
Maria da Criatividade - "A Ciência e a Matemática não formam cidadãos; só a Arte o pode fazer"... Ainda não perceberam a importância disto. Andaram cinquenta anos para trás. E depois ainda vêm cá alguns EEs explicar a diferença entre disciplinas de primeira e disciplinas de segunda.
Gastão Esfuminho - Se ao menos eu conseguisse mantê-los sentados no lugar deles...
Pincelada Expressiva - Sentadinhos e calados! Calados, eu já nem peço mais nada.
Maria da Criatividade - E já agora... que nos ouvissem, que desenhassem, que trouxessem material...
Gastão Esfuminho - E que esquecessem os telemóveis e desligassem os fios que lhes nascem das orelhas...
Essência de Terebentina - Olá! Desculpem o atraso! Tinha que fazer um trabalho para apresentar amanhã... Estão a falar de quê?
Maria da Criatividade - Já cá faltavas tu... Senta-te e mantém-te calada... Pois e então o que é que fazemos para reduzir as negativas?
Gastão Esfuminho - Eu acho que devíamos ouvir os outros. Não vês que falta cá tanta gente?
Pincelada Expressiva - Falta? Ah! 1,2,3,4, parece que sim. Está bem, decidimos na próxima reunião.
Essência de Terebentina - Mas afinal o que é que vim cá fazer?!
REUNIÃO DO DEPARTAMENTO DE LÍNGUAS MORTAS E SEMIVIVAS PARA APRECIAÇÃO DAS MATRIZES
Dona Gungunhana - Mostra lá isso, vá lá, ó Geninha Vacondeus. Isto é que é a matriz com que tu vens à feira? Por favor! Oue nojo! Ó Geninha, isto não tem pés nem cabeça, desculpa que te diga. Sabes que eu sou muito frontal. Confundes «objectivos» e «conteúdos»?
Dona Vacondeus - Mas...
Dona Gungunhana - Sou muito frontal, tu desculpa, mas não posso calar-me. Fizeste o estágio ou quê? Olha que nem parece. Não leste «SEJA UM PROFESSOR CAPAZ DE ENQUADRAR TODAS AS SITUAÇÕES», que era a nossa Bíblia? Não leste «AS PEDAGOGIAS AINDA MAIS MODERNAS DO QUE AS PEDAGOGIAS MODERNAS»? Não leste o «COMO TORNAR UM ALUNO DE INSUCESSO NUM ALUNO DE SUCESSO - MUDAR OS TESTES EM VEZ DE MUDAR A POBRE CRIANÇA»? Não leste nada, não aprendeste nada?
Dona Vacondeus - Mas...
Dona Gungunhana - Que vergonha, menina. E isto? Isto que tens aqui sob a designação de «competências» não são competências. Ora bolas! Como é que defines uma competência, afinal de contas!? Estás a brincar? Anda, confessa que foi o teu filho de três anos que te fez esta porcaria...
Dona Vacondeus - Mas...
Dona Gungunhana - Isto é que são os «conteúdos»? Alguma vez? Então e aqui, nesta questão, pede-se uma «análise»? Como é que este tipo de tema permite uma análise? Onde estavas com a cabeça?
Dona Vacondeus - Ó Gungunhana, estás a confundir tudo. Nem fui eu que fiz esta matriz. Esta é a do 11º ano, não tenho nada que ver com isto...
Dona Gungunhana - Não? Hã? Não foste tu? Hã? Não foste mesmo...?
Dona Vacondeus - Foi a Monalisa.
Gungunhana - A Monalisa? Então e onde está ela, a Monalisa, para eu lhe dizer uma palavrinha? Não veio à reunião? Envergonhou-se, não?
Dona Vacondeus - Tinha um encontro com a ministra da Educação. Iam tomar chá.
Dona Gungunhana - Com a min...!? Tomar ch...!? Ch... chá!?? É que isto, assim como está, não pode passar. A ministra? Eu gostava de dizer à Monalisa que... aaah... dizer-lhe que, bem, isto não está mau de todo, está bonzito está, não é?, no fundo até está muito bom, muito bem feito mesmo, mas ela que depois não se esqueça de pôr o acentozinho nesta palavrinha, tá bem?
Dona Vacondeus - Mas...
Dona Gungunhana - Sou muito frontal, tu desculpa, mas não posso calar-me. Fizeste o estágio ou quê? Olha que nem parece. Não leste «SEJA UM PROFESSOR CAPAZ DE ENQUADRAR TODAS AS SITUAÇÕES», que era a nossa Bíblia? Não leste «AS PEDAGOGIAS AINDA MAIS MODERNAS DO QUE AS PEDAGOGIAS MODERNAS»? Não leste o «COMO TORNAR UM ALUNO DE INSUCESSO NUM ALUNO DE SUCESSO - MUDAR OS TESTES EM VEZ DE MUDAR A POBRE CRIANÇA»? Não leste nada, não aprendeste nada?
Dona Vacondeus - Mas...
Dona Gungunhana - Que vergonha, menina. E isto? Isto que tens aqui sob a designação de «competências» não são competências. Ora bolas! Como é que defines uma competência, afinal de contas!? Estás a brincar? Anda, confessa que foi o teu filho de três anos que te fez esta porcaria...
Dona Vacondeus - Mas...
Dona Gungunhana - Isto é que são os «conteúdos»? Alguma vez? Então e aqui, nesta questão, pede-se uma «análise»? Como é que este tipo de tema permite uma análise? Onde estavas com a cabeça?
Dona Vacondeus - Ó Gungunhana, estás a confundir tudo. Nem fui eu que fiz esta matriz. Esta é a do 11º ano, não tenho nada que ver com isto...
Dona Gungunhana - Não? Hã? Não foste tu? Hã? Não foste mesmo...?
Dona Vacondeus - Foi a Monalisa.
Gungunhana - A Monalisa? Então e onde está ela, a Monalisa, para eu lhe dizer uma palavrinha? Não veio à reunião? Envergonhou-se, não?
Dona Vacondeus - Tinha um encontro com a ministra da Educação. Iam tomar chá.
Dona Gungunhana - Com a min...!? Tomar ch...!? Ch... chá!?? É que isto, assim como está, não pode passar. A ministra? Eu gostava de dizer à Monalisa que... aaah... dizer-lhe que, bem, isto não está mau de todo, está bonzito está, não é?, no fundo até está muito bom, muito bem feito mesmo, mas ela que depois não se esqueça de pôr o acentozinho nesta palavrinha, tá bem?
COMUNICADO MINISTERIAL
1. Pior cego do que aquele que não quer ver, é o que só vê o que lhe dá jeito.
O primeiro cego não é cego, é estúpido: por que há-de alguém não querer ver?
O segundo cego, além de não ser cego, não é estúpido, é esperto: por que há-de alguém querer ver o que não lhe dá jeito ver?
Mas, sendo mais esperto do que o estúpido, é pior do que ele.
2. É que se trata de uma esperteza ingrata e mesquinha.
Ora os professores são deste calibre.
Só vêem o que lhes dá jeito.
No governo e no ministério, então, só vêem mesmo o que podem criticar.
Pensam vocês que eles reparam nos benefícios que lhes oferecemos? Nas melhorias por todo o lado? No que nos temos preocupado com eles? No que nos temos esforçado para que sejam felizes???
3. Para já, estamos preocupados, preocupadíssimos, até, com a saúde dos senhores professores. (Era, aliás, para a acalmar, para não a enervar, coitada, que eu dizia não ter sido grave que uma professora tivesse levado porrada de um aluno; mas não percebem, levam tudo a mal, ofendem-se logo...)
Por isso, por causa desta nossa preocupação, ordenámos que todas as mudanças de escola, por motivo de doença e a pedido do próprio professor, e já autorizadas, fossem imediatamente canceladas. A intenção era, bem entendido, a de ajudar: não nos parece bem que os professores doentes tenham de se mexer, de se deslocar, de ser abanados, coitados, para fora da escola onde haviam sido primitivamente colocados. Tentarem aproximar-se da sua zona de residência? Que loucura!!! Todos sabem que não há coisa pior para a saúde do que estar-se próximo do/a cônjuge, a pedir-lhes que façam coisas, ou próximo dos filhos, sempre a chatear, em suma, próximo da família, a pesar-lhes nos ombros. Bem sabemos que só fizeram esses pedidos aburdos de mudança para evitar crises conjugais. Mas nós velamos pelo bem-estar: é longe da rotina familiar que podem ser tratados. Desejamos daqui as melhoras de todos.
4. Já agora, a propósito de uma outra medida: já há quem saiba que, na sequência do aumento da expectativa de vida dos portugueses em sete anos, também a idade da reforma deverá ser aumentada. Ora vejam: alguém quer ser velho? Viver até aos cem, enfiado numa cadeira de rodas, com uma manta de quadrados sobre as pernas, trocando dentaduras com o/a cônjuge? Ora a nossa medida garante... que as pessoas recomecem a morrer mais cedo - e que a expectativa de vida torne a encurtar em sete anos ou mais.
Também é preciso explicar-vos tudo, caramba!
Sempre a pensar no bem-estar, mesmo que os professores não queiram estar bem,
Lurdes
O primeiro cego não é cego, é estúpido: por que há-de alguém não querer ver?
O segundo cego, além de não ser cego, não é estúpido, é esperto: por que há-de alguém querer ver o que não lhe dá jeito ver?
Mas, sendo mais esperto do que o estúpido, é pior do que ele.
2. É que se trata de uma esperteza ingrata e mesquinha.
Ora os professores são deste calibre.
Só vêem o que lhes dá jeito.
No governo e no ministério, então, só vêem mesmo o que podem criticar.
Pensam vocês que eles reparam nos benefícios que lhes oferecemos? Nas melhorias por todo o lado? No que nos temos preocupado com eles? No que nos temos esforçado para que sejam felizes???
3. Para já, estamos preocupados, preocupadíssimos, até, com a saúde dos senhores professores. (Era, aliás, para a acalmar, para não a enervar, coitada, que eu dizia não ter sido grave que uma professora tivesse levado porrada de um aluno; mas não percebem, levam tudo a mal, ofendem-se logo...)
Por isso, por causa desta nossa preocupação, ordenámos que todas as mudanças de escola, por motivo de doença e a pedido do próprio professor, e já autorizadas, fossem imediatamente canceladas. A intenção era, bem entendido, a de ajudar: não nos parece bem que os professores doentes tenham de se mexer, de se deslocar, de ser abanados, coitados, para fora da escola onde haviam sido primitivamente colocados. Tentarem aproximar-se da sua zona de residência? Que loucura!!! Todos sabem que não há coisa pior para a saúde do que estar-se próximo do/a cônjuge, a pedir-lhes que façam coisas, ou próximo dos filhos, sempre a chatear, em suma, próximo da família, a pesar-lhes nos ombros. Bem sabemos que só fizeram esses pedidos aburdos de mudança para evitar crises conjugais. Mas nós velamos pelo bem-estar: é longe da rotina familiar que podem ser tratados. Desejamos daqui as melhoras de todos.
4. Já agora, a propósito de uma outra medida: já há quem saiba que, na sequência do aumento da expectativa de vida dos portugueses em sete anos, também a idade da reforma deverá ser aumentada. Ora vejam: alguém quer ser velho? Viver até aos cem, enfiado numa cadeira de rodas, com uma manta de quadrados sobre as pernas, trocando dentaduras com o/a cônjuge? Ora a nossa medida garante... que as pessoas recomecem a morrer mais cedo - e que a expectativa de vida torne a encurtar em sete anos ou mais.
Também é preciso explicar-vos tudo, caramba!
Sempre a pensar no bem-estar, mesmo que os professores não queiram estar bem,
Lurdes
26 abril 2006
O XIQUE E O XOQUE
Queridossss!
Aposto que toda a escola chora a minha ausência!
Pois bem, eis-me de novo de olhos bem abertos, sempre alerta a tudo o que mexe na nossa escolinha! (Também há coisas - e pessoas - na escolinha, que não mexem, olá se há. E talvez valha a pena comentar algumas dessas, se vierem a jeito...)
Repararam hoje no mesmo que eu? Houve quem tivesse trocado a habitual calça escura por uma arrojada saia! De ganga e superchique, Virita! (Isto, na segunda-feira. Entretanto, noutro dia, já era a pantera cor-de-rosa na camisolinha. Primaveril e infantil. A-do-rei!)
Super-hiper-chique estava Juju Fidalga com a sua malinha Rocco Barrocco, habituée nesta coluna!
Rouco e muito bacôco estava alguém que teima em trajar de cinza e azul escuro! Cinza já basta o cabelo. Amiguinho! Vem aí o verão! Eu não quero causar mais perturbação entre as hostes masculinas, já percebi que os homens são sensíveis e frágeis. Mas não posso deixar de alertar. Verão, tá bem, querido?, verããão, clareza, luminosidade, sol, colorido... Como... algumas... pessoas... aliás, muito criticadas pela leveza, transparência e decotado do seu vestuário. Mas pareceu-me que os meninos aprovavam. (As meninas nem tanto; compreende-se).
Aprovados estão os bronzes que começam a aparecer. Viagens? Solários? Passeios pelo Dafundo? Banhos na Costa da Caparica? Cruzeiros, ou travessias em cacilheiro? Voltinhas de mota? Descapotável? Carripana de caixa aberta? O tempo dirá, quando os tops puserem as marcas a descoberto...
A Lenny Serra estava hoje um espanto, um sapatinho pontiagudo e de salto (o outro sapatinho também), a conjugação das cores perfeita, os óculos de sol pendurados do colarinho entreaberto...
Outro espanto, o bronze da Bebéu Baptista, mais o cabelo esticado, a malinha dourada e o preto e branco!
Menos espanto (embora, num certo sentido, me tenha espantado imenso) para o verde berrante (ai!) da Conchão Baptista, salpicado por umas pouco discretas folhagens castanhas....
Estou ansiosa para ver que mais a Primavera me mostrará.
Adeus, chuac (ou melhor, chic).
Aposto que toda a escola chora a minha ausência!
Pois bem, eis-me de novo de olhos bem abertos, sempre alerta a tudo o que mexe na nossa escolinha! (Também há coisas - e pessoas - na escolinha, que não mexem, olá se há. E talvez valha a pena comentar algumas dessas, se vierem a jeito...)
Repararam hoje no mesmo que eu? Houve quem tivesse trocado a habitual calça escura por uma arrojada saia! De ganga e superchique, Virita! (Isto, na segunda-feira. Entretanto, noutro dia, já era a pantera cor-de-rosa na camisolinha. Primaveril e infantil. A-do-rei!)
Super-hiper-chique estava Juju Fidalga com a sua malinha Rocco Barrocco, habituée nesta coluna!
Rouco e muito bacôco estava alguém que teima em trajar de cinza e azul escuro! Cinza já basta o cabelo. Amiguinho! Vem aí o verão! Eu não quero causar mais perturbação entre as hostes masculinas, já percebi que os homens são sensíveis e frágeis. Mas não posso deixar de alertar. Verão, tá bem, querido?, verããão, clareza, luminosidade, sol, colorido... Como... algumas... pessoas... aliás, muito criticadas pela leveza, transparência e decotado do seu vestuário. Mas pareceu-me que os meninos aprovavam. (As meninas nem tanto; compreende-se).
Aprovados estão os bronzes que começam a aparecer. Viagens? Solários? Passeios pelo Dafundo? Banhos na Costa da Caparica? Cruzeiros, ou travessias em cacilheiro? Voltinhas de mota? Descapotável? Carripana de caixa aberta? O tempo dirá, quando os tops puserem as marcas a descoberto...
A Lenny Serra estava hoje um espanto, um sapatinho pontiagudo e de salto (o outro sapatinho também), a conjugação das cores perfeita, os óculos de sol pendurados do colarinho entreaberto...
Outro espanto, o bronze da Bebéu Baptista, mais o cabelo esticado, a malinha dourada e o preto e branco!
Menos espanto (embora, num certo sentido, me tenha espantado imenso) para o verde berrante (ai!) da Conchão Baptista, salpicado por umas pouco discretas folhagens castanhas....
Estou ansiosa para ver que mais a Primavera me mostrará.
Adeus, chuac (ou melhor, chic).
REPÓRTER ESTRÁBICO FAZ UMAS PERGUNTINHAS AO SÔ VALTER REMOS
REPÓRTER ESTRÁBICO - Boa noite, senhor secretário. A minha primeira pergunta, se não se importa, é acerca dos currículos de português.
SÔ VALTER - «Curricula».
REPÓRTER ESTRÁBICO - Em latim? Mas o plural português... bem, sim senhor. Está bem, os «curricula». Ora os professores de português, e não só, têm-se insurgido porque parece que os «curricula» (e os manuais) estão carregados de parvoíces, artigos menores, ideias patetas, autores da moda, ridícularias...
SÔ VALTER - Mas eu estou perfeitamente de acordo com essa crítica. Os «curricula» estão pesados, cheios de temas cretinos e de má-língua. É verdade. Mas têm de ver que temos feito tudo para melhorá-los. É um combate que levamos muito a sério. Já pusemos o Luís de Camões daqui para fora. Vamos excluir, logo que possamos, o Eça de Queirós, com aquela crónica de costumes e de má-vida que é Os Maias, e o Cesário Verde, com os seus poemas insignificantes, e muitos, muitos mais... Há que fazer uma verdadeira purga. Temos tantas ideias para melhorar tudo isto, há tanto que interessa aos jovens. O Zé Castelo Branco, o Circo das Celebridades, etc. A Pré-Ordem dos Professores vai ajudar-nos, com certeza, os gajos têm ideias delirantes.
REPÓRTER ESTRÁBICO - E quanto aos exames!? Parece que também tem havido inúmeras críticas. A ideia do teste americano, e tal...
SÔ VALTER - Essa questão é ridícula. Que têm contra o teste americano? É um teste sério, que permite avaliar as capacidades e as competências com todo o rigor. O Presidente Bush, por exemplo, nunca na vida fez senão testes americanos, e veja lá onde ele chegou...
REPÓRTER ESTRÁBICO - Mas é uma questão de bom-senso. O bom-senso deveria prevalecer e...
SÔ VALTER - Está a ver? Isso é um disparate! É uma questão «técnica». Não é uma questão política. Não podem ser os políticos a decidir o que se vai fazer.
REPÓRTER ESTRÁBICO - Eu falava de bom-senso. Peço desculpa, perdi-me. A associação que fez entre bom-senso e políticos escapou-me de todo...
SÔ VALTER - É uma questão técnica. Também não tem que ver com o bom-senso, embora não se trate de política. Aliás, temos a trabalhar nestes assuntos os técnicos mais credenciados do país, a nata, «la crème de la crème», os melhores...
REPÓRTER ESTRÁBICO - Quem, por exemplo?
SÔ VALTER - Ora, adeus! Quem!? Então, quem? Aquele... o... e a... não é... já se sabe, aquele senhor que... que...
Na confusão, não se lembrando de quaisquer nomes, o Sô Valter pôs termo à entrevista e dispensou-nos. Mas, entretanto, enviou-nos para a redacção a lista com alguns dos «técnicos» que, mesmo em guerra aberta e permanente contra os preconceitos do bom-senso, trabalham até altas horas da noite para afinar tudo isto:
Lady Betty Grafenstein
Pato Donald
Presidente G. W. Bush
António Calvário
Juju Ximon
Podemos descansar, a nossa língua está em boas mãos.
SÔ VALTER - «Curricula».
REPÓRTER ESTRÁBICO - Em latim? Mas o plural português... bem, sim senhor. Está bem, os «curricula». Ora os professores de português, e não só, têm-se insurgido porque parece que os «curricula» (e os manuais) estão carregados de parvoíces, artigos menores, ideias patetas, autores da moda, ridícularias...
SÔ VALTER - Mas eu estou perfeitamente de acordo com essa crítica. Os «curricula» estão pesados, cheios de temas cretinos e de má-língua. É verdade. Mas têm de ver que temos feito tudo para melhorá-los. É um combate que levamos muito a sério. Já pusemos o Luís de Camões daqui para fora. Vamos excluir, logo que possamos, o Eça de Queirós, com aquela crónica de costumes e de má-vida que é Os Maias, e o Cesário Verde, com os seus poemas insignificantes, e muitos, muitos mais... Há que fazer uma verdadeira purga. Temos tantas ideias para melhorar tudo isto, há tanto que interessa aos jovens. O Zé Castelo Branco, o Circo das Celebridades, etc. A Pré-Ordem dos Professores vai ajudar-nos, com certeza, os gajos têm ideias delirantes.
REPÓRTER ESTRÁBICO - E quanto aos exames!? Parece que também tem havido inúmeras críticas. A ideia do teste americano, e tal...
SÔ VALTER - Essa questão é ridícula. Que têm contra o teste americano? É um teste sério, que permite avaliar as capacidades e as competências com todo o rigor. O Presidente Bush, por exemplo, nunca na vida fez senão testes americanos, e veja lá onde ele chegou...
REPÓRTER ESTRÁBICO - Mas é uma questão de bom-senso. O bom-senso deveria prevalecer e...
SÔ VALTER - Está a ver? Isso é um disparate! É uma questão «técnica». Não é uma questão política. Não podem ser os políticos a decidir o que se vai fazer.
REPÓRTER ESTRÁBICO - Eu falava de bom-senso. Peço desculpa, perdi-me. A associação que fez entre bom-senso e políticos escapou-me de todo...
SÔ VALTER - É uma questão técnica. Também não tem que ver com o bom-senso, embora não se trate de política. Aliás, temos a trabalhar nestes assuntos os técnicos mais credenciados do país, a nata, «la crème de la crème», os melhores...
REPÓRTER ESTRÁBICO - Quem, por exemplo?
SÔ VALTER - Ora, adeus! Quem!? Então, quem? Aquele... o... e a... não é... já se sabe, aquele senhor que... que...
Na confusão, não se lembrando de quaisquer nomes, o Sô Valter pôs termo à entrevista e dispensou-nos. Mas, entretanto, enviou-nos para a redacção a lista com alguns dos «técnicos» que, mesmo em guerra aberta e permanente contra os preconceitos do bom-senso, trabalham até altas horas da noite para afinar tudo isto:
Lady Betty Grafenstein
Pato Donald
Presidente G. W. Bush
António Calvário
Juju Ximon
Podemos descansar, a nossa língua está em boas mãos.
25 abril 2006
AGENDA do C.EX. PARA A MANHÃ DE 26/4
7:00H - Passar no MARL para comprar 200 cravoletas avermelhadas (mais p'ro maduro) para assinalar o primeiro dia da era pós-25 de Abril.
9:00H - Primeiro café da manhã para aguentar o calor que vai estar.
10:00H - Preparar a agenda para o Conselho Dema, digo, Pedagógico da tarde.
10:30H - Segundo cafézito porque o dia vai longo e quente.
11:00H - Continuar a preparar os pontos da ordem de trabalhos para o CP:
-Agendar um tópico para sondar o Concelho acerca do correcto trajar no recinto escolar.
-Sondar acerca da uniformização do comprimento das saias, que deve ser psicológicamente curto; se correr mal, investigar a aceitação do estabelecimento dum tamanho uniforme de decote psicológico. Em alternativa, propôr transparências psicológicas e discutir a distribuição gratuita de alka-seltzer para as más digestões.
-Lançar o debate sobre o tema da fuga do fantasma para um canal televisivo em horário nobre.
-Analisar as matrizes dos exames e provas globais e a capacidade de articulação das mil e uma tarefas diferentes dentro dos prazos.
Nota: Não esquecer distribuír as últimas cravoletas; se estiverem murchas, dar duas ou três a cada elemento do Concelho. Registar o nome de quem não usar ou quem não quis.
9:00H - Primeiro café da manhã para aguentar o calor que vai estar.
10:00H - Preparar a agenda para o Conselho Dema, digo, Pedagógico da tarde.
10:30H - Segundo cafézito porque o dia vai longo e quente.
11:00H - Continuar a preparar os pontos da ordem de trabalhos para o CP:
-Agendar um tópico para sondar o Concelho acerca do correcto trajar no recinto escolar.
-Sondar acerca da uniformização do comprimento das saias, que deve ser psicológicamente curto; se correr mal, investigar a aceitação do estabelecimento dum tamanho uniforme de decote psicológico. Em alternativa, propôr transparências psicológicas e discutir a distribuição gratuita de alka-seltzer para as más digestões.
-Lançar o debate sobre o tema da fuga do fantasma para um canal televisivo em horário nobre.
-Analisar as matrizes dos exames e provas globais e a capacidade de articulação das mil e uma tarefas diferentes dentro dos prazos.
Nota: Não esquecer distribuír as últimas cravoletas; se estiverem murchas, dar duas ou três a cada elemento do Concelho. Registar o nome de quem não usar ou quem não quis.
24 abril 2006
A PROPÓSITO DA CONFUSÃO ACERCA DOs EXAMEs DE PORTUGUÊS
No dia marcado e à hora combinada, reuniram os exaustos professores de português.
A reunião tinha um único ponto na ordem de trabalhos: decidir, de uma vez por todas, que tipo de escrita aplicar na redação dos testes para a preparação do exame final.
A dúvida manteve-se durante longos minutos; de facto, nenhum professor sabia qual o método mais correcto: se por um lado queriam fazer-se entender, por outro queriam que os alunos fossem felizes a estudar para o exame. Corriam o risco de não se entenderem mutuamente.
Decidiram, por fim, fazer um intervalo na reunião, testar ambos os métodos e cmçr a treinr a nv xcrita ns pcs tmps lvrs.
mAS...
Ainda os hj pdrms vr até alts hors d noit sntads na sala d profs a tentar dcifrar 1a resma de docs q algns afrmam sr o sgredo + bm guardado de tds os tmps dsd q existe a ESLaV no mapa, ou seja: os manuscritos do sindroma com todos os segredos que fazem dele a revelação do ano!
Com a análise deste documento (pensam elas) conseguir descobrir um método facilitador da interacção professor-aluno e vice-versa.
A reunião tinha um único ponto na ordem de trabalhos: decidir, de uma vez por todas, que tipo de escrita aplicar na redação dos testes para a preparação do exame final.
A dúvida manteve-se durante longos minutos; de facto, nenhum professor sabia qual o método mais correcto: se por um lado queriam fazer-se entender, por outro queriam que os alunos fossem felizes a estudar para o exame. Corriam o risco de não se entenderem mutuamente.
Decidiram, por fim, fazer um intervalo na reunião, testar ambos os métodos e cmçr a treinr a nv xcrita ns pcs tmps lvrs.
mAS...
Ainda os hj pdrms vr até alts hors d noit sntads na sala d profs a tentar dcifrar 1a resma de docs q algns afrmam sr o sgredo + bm guardado de tds os tmps dsd q existe a ESLaV no mapa, ou seja: os manuscritos do sindroma com todos os segredos que fazem dele a revelação do ano!
Com a análise deste documento (pensam elas) conseguir descobrir um método facilitador da interacção professor-aluno e vice-versa.
O CÓDIGO DÁ VINTES - ÚLTIMO CAPÍTULO: O SEGREDO
Alelelex, que não era gago a lutar, serviu-se de uma das duas espadas que se encontravam cruzadas na parede, e atirou-se contra Pedrão.
O metal faiscou contra o metal, produzindo faiscas. (Notem o estilo, hein? O metal faiscou, produzindo faiscas...) Era impressionante. Esgrimiam numa fúria inaudita, subindo para cima das mesinhas, da máquina fotocopiadora, pontapeavam bonecos de cera para atrapalhar os movimentos do adversário, voavam agarrados aos lustres.
Entretanto, Tininha concentrou-se no que iria fazer. Cacifo número vinte. Estava, aliás, aberto. Deu um ligeiro empurrão...
Entretanto, lá para trás, dzing, tchac, Vais morrer, Alex!, Tu-tu-tu é q-q-que va-vais, zum, zuuum, tchac, dzing!
Havia qualquer coisa enorme no interior do cacifo. Embrulhada em panos. Quando principiou a puxar, Tininha reparou que umas mãos se preparavam para a ajudar. Olhou. Lucas. E Lucas! Não, não foi engano: diante dela encontrava-se um par de Lucas, como irmãos gémeos.
- Não! - pensou ela. - Não bastava um, afinal havia outro...
Mas não, percebeu logo. Era Lucas e o boneco de cera. Suspirou. Arrancaram o objecto, desembrulharam-no e contemplaram, extasiados, o quadro onde a bela Xaxão parecia dizer-lhes «Até que enfim chegaram, já estava farta daquele cacifo», com o seu chapéu, a sua hélice, as suas borlas.
- Que significará isto? - perguntou Lucas.
- O quê?
- Este quadro significa qualquer coisa. Sinto que a resposta está aqui mesmo, é... o quê? O que fala connosco? A hélice? As borlas?
Tininha reparou. A hélice podia referir-se a..
- Aquela hélice? - apontou.
Era uma ventoinha de tecto. Correram para o interruptor da ventoinha. Havia diversos botões, com muitos números.
- Carrega no vinte - gritou Tininha, no auge da excitação. - A partir de agora, sempre que nos pedirem números, é o vinte.
A ventoinha começou a rodar a uma velocidade estonteante. E, precisamente àquela velocidade, algo saltou de uma das pás e desatou a voar até aterrar nas mãos... de Pedrão, que largou subitamente a espada para receber aquela coisa.
Alelelex atirou-se contra Pedrão - mas Lucas segurou-o!
- Lucas!!! - gritaram os outros. - O Pe-Pe-Pe-drão é o ma-ma-mau...
- Não - respondeu Lucas sardonicamente. - Somos os dois. Somos membros do Copus Day...
- Não pode ser. Tu és da outra Ordem. E os teus casacos de bombazina?
- Para disfarçar. E a verdade é que temos, finalmente, entre as mãos, o segredo que ao longo de séculos procurámos roubar. Desvendar. Divulgar. Distribuir pelas ruas, pelos guetos, pelas escolas... Ah! Ah Ah! Ah!
- Ah! Ah! Ah!!
- Eh! Eh! Eh! Eh! O que é, Pedrão? O que é, Pedrão?
- Uh! Uh! Uh! A Tosta Mística!!!
Fez-se um silêncio. Um grande silêncio. E longo. Grande e longo. E pesado. Um grande, longo e pesado silêncio.
Tininha, aproveitando o facto de os dois membros do Copus Day estarem ocupados, um deles prendendo Alelelex, o outro contemplando, com a língua de fora, o Objecto Sagrado, aproximou-se deste e arrancou-o às mãos de Pedrão.
- Agarra a miúda, Pedrão!
- Bo-bo-boa, Tininha.
Tininha olhou criticamente para o que tinha nas mãos:
- Tosta Mística? A sagrada Tosta Mística? Eis o segredo: a Tosta Mística não passa de uma tosta mista. Com muitos séculos de existência. E depois? Que há nisso de especial? Também as do senhor Gonçalves...! Mas sabem qual é o meu segredo? É a hora do meu lanche.
E, sem mais palavras, principiou a devorar a tosta mista.
Logo que consiga vencer em tribunal a acusação de plágio - no caso, pelos vistos, o plágio de um plágio - principiarei a pensar no filme, está bem?
Gostaria de contar com o Alelelex, a Tininha, o Lucas, o Pedrão para fazerem os seus próprios papéis.
Hesito sobre a pessoa a quem hei-de confiar o papel de modelo da pintura «MULHER COM CHAPÉU ENCIMADA POR FIGURA EM FORMA DE HÉLICE...»; any suggestions?
FIM-FIM-FIM-FIM-FIM-FIM-FIM-FIM-FIM-FIM-FIM-FIM-FIM-FIM-FIM-FIM-FIM-FIM-FIM-FIM-FIM
O metal faiscou contra o metal, produzindo faiscas. (Notem o estilo, hein? O metal faiscou, produzindo faiscas...) Era impressionante. Esgrimiam numa fúria inaudita, subindo para cima das mesinhas, da máquina fotocopiadora, pontapeavam bonecos de cera para atrapalhar os movimentos do adversário, voavam agarrados aos lustres.
Entretanto, Tininha concentrou-se no que iria fazer. Cacifo número vinte. Estava, aliás, aberto. Deu um ligeiro empurrão...
Entretanto, lá para trás, dzing, tchac, Vais morrer, Alex!, Tu-tu-tu é q-q-que va-vais, zum, zuuum, tchac, dzing!
Havia qualquer coisa enorme no interior do cacifo. Embrulhada em panos. Quando principiou a puxar, Tininha reparou que umas mãos se preparavam para a ajudar. Olhou. Lucas. E Lucas! Não, não foi engano: diante dela encontrava-se um par de Lucas, como irmãos gémeos.
- Não! - pensou ela. - Não bastava um, afinal havia outro...
Mas não, percebeu logo. Era Lucas e o boneco de cera. Suspirou. Arrancaram o objecto, desembrulharam-no e contemplaram, extasiados, o quadro onde a bela Xaxão parecia dizer-lhes «Até que enfim chegaram, já estava farta daquele cacifo», com o seu chapéu, a sua hélice, as suas borlas.
- Que significará isto? - perguntou Lucas.
- O quê?
- Este quadro significa qualquer coisa. Sinto que a resposta está aqui mesmo, é... o quê? O que fala connosco? A hélice? As borlas?
Tininha reparou. A hélice podia referir-se a..
- Aquela hélice? - apontou.
Era uma ventoinha de tecto. Correram para o interruptor da ventoinha. Havia diversos botões, com muitos números.
- Carrega no vinte - gritou Tininha, no auge da excitação. - A partir de agora, sempre que nos pedirem números, é o vinte.
A ventoinha começou a rodar a uma velocidade estonteante. E, precisamente àquela velocidade, algo saltou de uma das pás e desatou a voar até aterrar nas mãos... de Pedrão, que largou subitamente a espada para receber aquela coisa.
Alelelex atirou-se contra Pedrão - mas Lucas segurou-o!
- Lucas!!! - gritaram os outros. - O Pe-Pe-Pe-drão é o ma-ma-mau...
- Não - respondeu Lucas sardonicamente. - Somos os dois. Somos membros do Copus Day...
- Não pode ser. Tu és da outra Ordem. E os teus casacos de bombazina?
- Para disfarçar. E a verdade é que temos, finalmente, entre as mãos, o segredo que ao longo de séculos procurámos roubar. Desvendar. Divulgar. Distribuir pelas ruas, pelos guetos, pelas escolas... Ah! Ah Ah! Ah!
- Ah! Ah! Ah!!
- Eh! Eh! Eh! Eh! O que é, Pedrão? O que é, Pedrão?
- Uh! Uh! Uh! A Tosta Mística!!!
Fez-se um silêncio. Um grande silêncio. E longo. Grande e longo. E pesado. Um grande, longo e pesado silêncio.
Tininha, aproveitando o facto de os dois membros do Copus Day estarem ocupados, um deles prendendo Alelelex, o outro contemplando, com a língua de fora, o Objecto Sagrado, aproximou-se deste e arrancou-o às mãos de Pedrão.
- Agarra a miúda, Pedrão!
- Bo-bo-boa, Tininha.
Tininha olhou criticamente para o que tinha nas mãos:
- Tosta Mística? A sagrada Tosta Mística? Eis o segredo: a Tosta Mística não passa de uma tosta mista. Com muitos séculos de existência. E depois? Que há nisso de especial? Também as do senhor Gonçalves...! Mas sabem qual é o meu segredo? É a hora do meu lanche.
E, sem mais palavras, principiou a devorar a tosta mista.
Logo que consiga vencer em tribunal a acusação de plágio - no caso, pelos vistos, o plágio de um plágio - principiarei a pensar no filme, está bem?
Gostaria de contar com o Alelelex, a Tininha, o Lucas, o Pedrão para fazerem os seus próprios papéis.
Hesito sobre a pessoa a quem hei-de confiar o papel de modelo da pintura «MULHER COM CHAPÉU ENCIMADA POR FIGURA EM FORMA DE HÉLICE...»; any suggestions?
FIM-FIM-FIM-FIM-FIM-FIM-FIM-FIM-FIM-FIM-FIM-FIM-FIM-FIM-FIM-FIM-FIM-FIM-FIM-FIM-FIM
23 abril 2006
APELO
Nunca a escola me pareceu tão animada como nestes tempos: professores novos, utilizadores primaveris da fotocopiadora, dores de cotovelo e ranger de dentes, uma alegria como há muito se não via naquela sala. Não aproveitas este material, Thrombone? Que fazes, andas a dormir??? De que estás à espera?
O CÓDIGO DÁ VINTES - PENÚLTIMO CAPÍTULO: O QUE É O CÓDIGO DÁ VINTES
Pelas galerias, subterrâneos e labirintos do Estádio do Benfica (tudo, no Benfica, é um tanto ou quanto labiríntico), Alelelex e Tininha moviam-se silenciosamente, respirando, a medo, aquele ar sagrado.
Finalmente, detiveram-se diante de uns bonecos de cera que representavam na perfeição os professores da eslav, distribuídos por mesinhas, numa réplica exacta da sala de professores. Lá estava uma máquina de café com uns quantos preparando-se para a droga da manhã, lá ocorria, em torno de uma das mesas, uma reunião de Filosofia (Lurdes Orvalhada olhando para um caderno enorme, exaustivamente preenchido com centenas de informações em letra muito miúda), lá estava a fotocopiadora e, servindo-se desta, uma colega transpirando sensualidade e provocação pelos poros, todos muito expostos (estou a referir-me, bem entendido, a Juju Chimon...), etc.
Tininha pensou e falou: «Lembras-te da mensagem, Alelelex? Temos de escolher um destes grupos... Um...», e avançou, «... dó...», passou pelo segundo, «...li...», terceiro, «...tá...».
Encontravam-se à frente dos sofás em que se amontoavam as barrigas dos homens.
«Ca-ca-cara de a-a-a-men-men-mendoa...»
Qual, de entre os rechonchudos com rostos de lua-cheia teria «cara-de-amêndoa»?
Carreto era o mais provável.
Tocou-se-lhe, ao de leve, no nariz: o boneco caiu imediatamente. Viram, então, o que ele tapava: um túnel, em tudo semelhante à entrada para as casas de banho da escola.
«Vamos?»
«Va-va-va...»
«Sim, sim».
Seguiram. Defronte deles, cacifos.
«Qual escolhemos?»
Lembraram-se: os números pirosos.
Bem: os que não percebem patavina de matemática (vários professores, entre os quais, talvez alguns de matemática... ó, diabo! Esta é forte???) fariam melhor em saltar esta explicação demasiado técnica.
Os números pirosos respondem, basicamente, ao seguinte problema:
Existe alguma sequência de quatro números, em que, repetindo uma vez cada um deles, e somando tudo, obtenhamos o número vinte???
Isso acontece com uma única sequência: 1-1-2-2-3-3-4-4. Mais nenhuma sequência gaga de quatro números «dá vintes». Experimentem. Façam contas. Estou seguro dos meus conhecimentos matemáticos...
Alelelex decidiu:
- É o ca-ca-ca-ci-ci-fo vin-vin-vinte.
Mas nesse momento apareceu, não se sabe de onde, o gigantesco e atemorizante Pedrão.
Sorria com um ar cínico.
Na mão, uma espada.
Disse, numa voz que ressoou cava e lugubremente pelos corredores benfiquistas:
- Quietos!
- Tu-tu-tu? Mas não de-de-devias es-es-estar a esta ho-ho-hora no Cen-cen-centro de re-re-recursos?
- O Centro de Recursos? Muaaah ah ah ah! O Centro de Recursos é quando um homem quiser - respondeu Pedrão.
E, antes que se refizessem:
- Em guarda!
CONTINUA (POUCO)
Finalmente, detiveram-se diante de uns bonecos de cera que representavam na perfeição os professores da eslav, distribuídos por mesinhas, numa réplica exacta da sala de professores. Lá estava uma máquina de café com uns quantos preparando-se para a droga da manhã, lá ocorria, em torno de uma das mesas, uma reunião de Filosofia (Lurdes Orvalhada olhando para um caderno enorme, exaustivamente preenchido com centenas de informações em letra muito miúda), lá estava a fotocopiadora e, servindo-se desta, uma colega transpirando sensualidade e provocação pelos poros, todos muito expostos (estou a referir-me, bem entendido, a Juju Chimon...), etc.
Tininha pensou e falou: «Lembras-te da mensagem, Alelelex? Temos de escolher um destes grupos... Um...», e avançou, «... dó...», passou pelo segundo, «...li...», terceiro, «...tá...».
Encontravam-se à frente dos sofás em que se amontoavam as barrigas dos homens.
«Ca-ca-cara de a-a-a-men-men-mendoa...»
Qual, de entre os rechonchudos com rostos de lua-cheia teria «cara-de-amêndoa»?
Carreto era o mais provável.
Tocou-se-lhe, ao de leve, no nariz: o boneco caiu imediatamente. Viram, então, o que ele tapava: um túnel, em tudo semelhante à entrada para as casas de banho da escola.
«Vamos?»
«Va-va-va...»
«Sim, sim».
Seguiram. Defronte deles, cacifos.
«Qual escolhemos?»
Lembraram-se: os números pirosos.
Bem: os que não percebem patavina de matemática (vários professores, entre os quais, talvez alguns de matemática... ó, diabo! Esta é forte???) fariam melhor em saltar esta explicação demasiado técnica.
Os números pirosos respondem, basicamente, ao seguinte problema:
Existe alguma sequência de quatro números, em que, repetindo uma vez cada um deles, e somando tudo, obtenhamos o número vinte???
Isso acontece com uma única sequência: 1-1-2-2-3-3-4-4. Mais nenhuma sequência gaga de quatro números «dá vintes». Experimentem. Façam contas. Estou seguro dos meus conhecimentos matemáticos...
Alelelex decidiu:
- É o ca-ca-ca-ci-ci-fo vin-vin-vinte.
Mas nesse momento apareceu, não se sabe de onde, o gigantesco e atemorizante Pedrão.
Sorria com um ar cínico.
Na mão, uma espada.
Disse, numa voz que ressoou cava e lugubremente pelos corredores benfiquistas:
- Quietos!
- Tu-tu-tu? Mas não de-de-devias es-es-estar a esta ho-ho-hora no Cen-cen-centro de re-re-recursos?
- O Centro de Recursos? Muaaah ah ah ah! O Centro de Recursos é quando um homem quiser - respondeu Pedrão.
E, antes que se refizessem:
- Em guarda!
CONTINUA (POUCO)
21 abril 2006
O CÓDIGO DÁ VINTES - CAPÍTULO SETE: EXPLICAÇÕES
Com os gémeos já deitados, cada um dos dois sonhando, obviamente, que o outro batia com a cabeça no vão da porta, pronunciando ambos, no seu ó-ó, diversos sons, tais como: «PAC! Ah ah ah ah... ôta vez, ôta vez... PAC! Ah! ah! ah!», Lucas pôde, finalmente, dar atenção aos seus amigos.
Descreveram-lhe pormenorizadamente a forma bizarra como tinha sido encontrado o corpo do Doutor.
Lucas soluçou. Alelelex estendeu-lhe um lenço, pensando que seria o prenúncio de uma choradeira. Em vez disso, Lucas tornou a soluçar: estava, simplesmente, com soluços.
Depois, começou a explicar:
Omar Mota era o líder (Grão-Mestre, chamava-se) de uma organização com muitos séculos de existência, a Ordem da Tosta Mística.
A Ordem da Tosta Mística protegia, com a vida dos seus membros, se necessário, um segredo que a humanidade não estava preparada para enfrentar.
Usavam espadas. Iam trabalhar normalmente, iam comer a restaurantes, iam ao cinema, faziam uma vida aparentemente idêntica à de qualquer outro cidadão, com a diferença de que carregavam sempre consigo uma enorme espada. Às vezes, tinham mesmo de a usar.
A Ordem da Tosta Mística levara ao aparecimento de uma outra associação, rival, inimiga, a Copus Day, que, século após século, não tinha outro objectivo que não fosse descobrir e divulgar o segredo tão ciosamente protegido pela Tosta Mística. (Como reconhecer um membro da Copus Day? Bem. Pelas espadas que usavam. E como distingui-lo de um membro da Tosta Mística? É que os Místicos da Tosta usavam, em geral, casacos de bombazina. Em contrapartida, os da Copus Day revelavam um verdadeiro horror por casacos de bombazina. Considerem a maior parte dos professores da escola óbvios elementos da Tosta).
«Agora», acrescentava Lucas, «têm de ir procurar o quadro da Xaxão. Tornaram-se responsáveis por este segredo. Suspeito que, antes de morrer, foi lá que, de alguma forma, o Grão-Mestre o ocultou...»
«Mas onde poderemos descobrir o quadro?»
«Quaisquer que tivessem sido os ladrões (e penso que terá sido a Copus Day), levaram obrigatoriamente a pintura para um lugar de culto e devoção. Sabem que, num ambiente profano, a pintura desfaz-se e desaparece. Tem de estar num lugar de veneração e sacrifício. Num lugar sagrado, em suma...»
«U-u-ma i-i-i-gre-gre-greja?»
«Sim. No fundo, sim».
«Que igreja?»
«Mas... não perceberam as indicações do Mota? Eu percebi, logo que vocês me descreveram a pintura com o guarda-redes do Benfica...»
«O Estádio da Luz», gritou Tininha. E, praticamente ao mesmo tempo, Alelelex: «O Es-tá-tá-tá-dio da Lu-lu-lu...»
«Sim, sim, já percebemos, vamos».
CONTINUA
Descreveram-lhe pormenorizadamente a forma bizarra como tinha sido encontrado o corpo do Doutor.
Lucas soluçou. Alelelex estendeu-lhe um lenço, pensando que seria o prenúncio de uma choradeira. Em vez disso, Lucas tornou a soluçar: estava, simplesmente, com soluços.
Depois, começou a explicar:
Omar Mota era o líder (Grão-Mestre, chamava-se) de uma organização com muitos séculos de existência, a Ordem da Tosta Mística.
A Ordem da Tosta Mística protegia, com a vida dos seus membros, se necessário, um segredo que a humanidade não estava preparada para enfrentar.
Usavam espadas. Iam trabalhar normalmente, iam comer a restaurantes, iam ao cinema, faziam uma vida aparentemente idêntica à de qualquer outro cidadão, com a diferença de que carregavam sempre consigo uma enorme espada. Às vezes, tinham mesmo de a usar.
A Ordem da Tosta Mística levara ao aparecimento de uma outra associação, rival, inimiga, a Copus Day, que, século após século, não tinha outro objectivo que não fosse descobrir e divulgar o segredo tão ciosamente protegido pela Tosta Mística. (Como reconhecer um membro da Copus Day? Bem. Pelas espadas que usavam. E como distingui-lo de um membro da Tosta Mística? É que os Místicos da Tosta usavam, em geral, casacos de bombazina. Em contrapartida, os da Copus Day revelavam um verdadeiro horror por casacos de bombazina. Considerem a maior parte dos professores da escola óbvios elementos da Tosta).
«Agora», acrescentava Lucas, «têm de ir procurar o quadro da Xaxão. Tornaram-se responsáveis por este segredo. Suspeito que, antes de morrer, foi lá que, de alguma forma, o Grão-Mestre o ocultou...»
«Mas onde poderemos descobrir o quadro?»
«Quaisquer que tivessem sido os ladrões (e penso que terá sido a Copus Day), levaram obrigatoriamente a pintura para um lugar de culto e devoção. Sabem que, num ambiente profano, a pintura desfaz-se e desaparece. Tem de estar num lugar de veneração e sacrifício. Num lugar sagrado, em suma...»
«U-u-ma i-i-i-gre-gre-greja?»
«Sim. No fundo, sim».
«Que igreja?»
«Mas... não perceberam as indicações do Mota? Eu percebi, logo que vocês me descreveram a pintura com o guarda-redes do Benfica...»
«O Estádio da Luz», gritou Tininha. E, praticamente ao mesmo tempo, Alelelex: «O Es-tá-tá-tá-dio da Lu-lu-lu...»
«Sim, sim, já percebemos, vamos».
CONTINUA
20 abril 2006
O CÓDIGO DÁ VINTES - CAPÍTULO SEIS: UMA VISITA AO LUCAS
Que as pessoas que fazem gosto em me dizer que não têm pachorra para me ler mas, no entanto, continuam a ler-me religiosamente (melindrado, eu???) aguentem mais um pouco, isto já não há-de demorar...
Alelelex e Tininha estavam decididos a resolver o mistério, de modo que se dirigiram, a mais de trinta à hora (Tininha ao volante) até à casa do Lucas.
Porquê do Lucas?, perguntarão.
- Neste momento - explicava Alelelex - é o único no-no-nome que pos-ss-ss-sssuímos. Vi-o esc-c-crito numa fo-fo-fo-folha que o Mota tra-trazia no bol-bol-bolso.
Quando chegaram, o Chefe Lucas estava entretendo um par de gémeos de que o tinham encarregado, enquanto pensava, com alguma amargura: «Quando lhes disse que o presidente de uma escola tem de ser um verdadeiro baby-sitter, só queria cunhar uma frase histórica, que ficasse para a posteridade. Não era para me interpretarem à letra, caramba!»
A brincadeira que mais divertia os três, o chefe e os gémeos, consistia nisto: um dos miúdos subia para as cavalitas do Lucas; este desatava a galopar pela casa fora atrás do outro gémeo - o qual, invariavelmente, os conduzia por percursos tramados, e os fazia passar, finalmente, por uma porta baixa onde, PAC!, o pobre do gémeo encavalitado, muito alto sobre as costas do Lucas, batia violentamente com a cabeça, caindo no chão.
Lucas prometia a si próprio que o jogo, talvez um pouco perigoso, tinha de parar. Mas estava velho, esquecia-se. Trocava de gémeo. O menino que caíra, agora atento, calava-se imediatamente. Era a sua vingança. Conduzia-os por percursos tramados... até que os fazia passar pela mesmíssima porta. Lucas lá se lembrava - mas demasiado tarde: «Espera lá, não era isto que eu não ia repetir?» - PAC!!!, um gémeo no chão, berrando desalmadamente, o outro rindo a bom rir.
- É este homem que nos vai ajudar? - perguntou Tininha, com uma nota de preocupação na voz trémula.
Já, entrementes, PAC!, acabava de afocinhar mais um dos meninos.
Divertiam-se assim muito os três.
CONTINUA
Alelelex e Tininha estavam decididos a resolver o mistério, de modo que se dirigiram, a mais de trinta à hora (Tininha ao volante) até à casa do Lucas.
Porquê do Lucas?, perguntarão.
- Neste momento - explicava Alelelex - é o único no-no-nome que pos-ss-ss-sssuímos. Vi-o esc-c-crito numa fo-fo-fo-folha que o Mota tra-trazia no bol-bol-bolso.
Quando chegaram, o Chefe Lucas estava entretendo um par de gémeos de que o tinham encarregado, enquanto pensava, com alguma amargura: «Quando lhes disse que o presidente de uma escola tem de ser um verdadeiro baby-sitter, só queria cunhar uma frase histórica, que ficasse para a posteridade. Não era para me interpretarem à letra, caramba!»
A brincadeira que mais divertia os três, o chefe e os gémeos, consistia nisto: um dos miúdos subia para as cavalitas do Lucas; este desatava a galopar pela casa fora atrás do outro gémeo - o qual, invariavelmente, os conduzia por percursos tramados, e os fazia passar, finalmente, por uma porta baixa onde, PAC!, o pobre do gémeo encavalitado, muito alto sobre as costas do Lucas, batia violentamente com a cabeça, caindo no chão.
Lucas prometia a si próprio que o jogo, talvez um pouco perigoso, tinha de parar. Mas estava velho, esquecia-se. Trocava de gémeo. O menino que caíra, agora atento, calava-se imediatamente. Era a sua vingança. Conduzia-os por percursos tramados... até que os fazia passar pela mesmíssima porta. Lucas lá se lembrava - mas demasiado tarde: «Espera lá, não era isto que eu não ia repetir?» - PAC!!!, um gémeo no chão, berrando desalmadamente, o outro rindo a bom rir.
- É este homem que nos vai ajudar? - perguntou Tininha, com uma nota de preocupação na voz trémula.
Já, entrementes, PAC!, acabava de afocinhar mais um dos meninos.
Divertiam-se assim muito os três.
CONTINUA
19 abril 2006
O CÓDIGO DÁ VINTES - CAPÍTULO CINCO: A FUGA
- Pronto! - trovejou Talhinhas. - Estou farto desta... disto!!! Vocês são todos suspeitos. 'Bora prá esquadra.
- E-e-eu???
- Sim. Por que julga que o fomos buscar? Desconfiávamos que o Doutor Mota tinha querido apontar o seu nome. Repare nesta sequência de números...
Apontou para a parede, onde o homem que escrevera mais, a poucos minutos da morte, do que, se calhar, durante toda a sua vida, registara estes números: 1-1-2-2-3-3-4-4.
Talhinhas prosseguiu:
- Julgamos que esta repetição de cada algarismo é uma referência à sua gaguez.
- Ga-ga-ga-gago, e-e-eu? Q-q-que dis-dis-pa-para-te!
- Por outro lado, a sua presença aqui, menina, é mais do que suspeita. Vamos andando.
- Estes nú-nú-nú... - Alelelex preparava-se para explicar que aquela sequência representava, na verdade, os chamados «números pirosos», o formidável mistério, herdado dos estudiosos árabes, e que todos os matemáticos, incluindo Nuno Crato, procuram decifrar; mas Tininha, que também reconhecera a «sequência pirosa», deu-lhe uma discreta cotovelada.
- A-a-a-ai!
- Sim, senhor Agente, vamos. Mas não se importa que eu passe pela casa de banho? - perguntou Tininha Maia. - Estou tão aflitinha.
- Vá. Despache-se.
- E posso pedir ao senhor Alelelex que me acompanhe?
- Sim. Despachem-se.
Sairam ambos em direcção às casas de banho.
- Mas o grande enigma para todos os homens é, afinal, este: por que raio as mulheres terão de ir sempre à casa de banho aos pares?
- Mas chefe - lembrou o polícia suspirante - não foram duas mulheres à casa de banho. Eram uma mulher e um homem. O que é muito suspeito.
- O QUÊ???
O polícia suspirante suspirou.
Inútil dizer que, quando foram à procura de Alelelex e Tininha, com grande estardalhaço, armas em riste, pontapeando portas, comunicando por telemóveis, já os não encontraram...
CONTINUA
- E-e-eu???
- Sim. Por que julga que o fomos buscar? Desconfiávamos que o Doutor Mota tinha querido apontar o seu nome. Repare nesta sequência de números...
Apontou para a parede, onde o homem que escrevera mais, a poucos minutos da morte, do que, se calhar, durante toda a sua vida, registara estes números: 1-1-2-2-3-3-4-4.
Talhinhas prosseguiu:
- Julgamos que esta repetição de cada algarismo é uma referência à sua gaguez.
- Ga-ga-ga-gago, e-e-eu? Q-q-que dis-dis-pa-para-te!
- Por outro lado, a sua presença aqui, menina, é mais do que suspeita. Vamos andando.
- Estes nú-nú-nú... - Alelelex preparava-se para explicar que aquela sequência representava, na verdade, os chamados «números pirosos», o formidável mistério, herdado dos estudiosos árabes, e que todos os matemáticos, incluindo Nuno Crato, procuram decifrar; mas Tininha, que também reconhecera a «sequência pirosa», deu-lhe uma discreta cotovelada.
- A-a-a-ai!
- Sim, senhor Agente, vamos. Mas não se importa que eu passe pela casa de banho? - perguntou Tininha Maia. - Estou tão aflitinha.
- Vá. Despache-se.
- E posso pedir ao senhor Alelelex que me acompanhe?
- Sim. Despachem-se.
Sairam ambos em direcção às casas de banho.
- Mas o grande enigma para todos os homens é, afinal, este: por que raio as mulheres terão de ir sempre à casa de banho aos pares?
- Mas chefe - lembrou o polícia suspirante - não foram duas mulheres à casa de banho. Eram uma mulher e um homem. O que é muito suspeito.
- O QUÊ???
O polícia suspirante suspirou.
Inútil dizer que, quando foram à procura de Alelelex e Tininha, com grande estardalhaço, armas em riste, pontapeando portas, comunicando por telemóveis, já os não encontraram...
CONTINUA
18 abril 2006
TERAPIA DO SAUDOSISMO - V
O CÓDIGO DÁ VINTES - CAPÍTULO QUATRO: ENTRA EM CENA UMA NOVA PERSONAGEM
No momento em que se debruçavam todos sobre aquela encenação, ouviram passos de mulher - a menos que se tratasse de um travesti - que se aproximavam com firmeza.
Ergueram os rostos.
Tininha Maia olhava-os, da porta, tão surpreendida como eles.
- Pai! - exclamou, fixando o morto na sua nudez (e mudez) constrangedora, na sua posição absurda.
- Devo deduzir que a menina é filha do Doutor Mota? - inquiriu argutamente o Agente Talhinhas.
- Eu? Não! Que disparate...
- Perdão. Ouvimo-la distintamente pronunciar a palavra «pai».
- Ah! - respondeu ela com voz chorosa. - Isso é porque ele fazia sempre de Pai Natal nas nossas festas natalícias. Desaparecia invariavelmente antes da meia-noite e depois... reentrava de vermelho... com barbas brancas... Buaaaaaah!
- Bem, bem, acalme-se.
- Quer comprar uns brincos? Fiz uns anéis que... - e procurava estender no chão, diante dos aturdidos presentes, as suas últimas produções. - Já que falamos de Natal...!
- Não. Hum! Diga-me antes o que faz aqui a menina.
- Recebi um telefonema.
- De quem?
- Mas... do Pai Natal!
- Do Pai Natal??? - perguntaram todos em coro, num coro desconcertado, aliás, porque Alelelex levara mais tempo a pronunciar a mesma pergunta.
- Sim, do Doutor Mota.
- Está a brincar, menina? O Doutor Mota está morto.
- Um telefonema feito... antes de ele morrer, obviamente. Disse-me assim: «Sei que gostas muito de charadas, minha querida. Dirige-te imediatamente ao Palácio dos Aciprestes, onde encontrarás a minha última charada. Vais-te rir!» E é verdade que eu gosto muito de charadas. Mas isto é um pouco de mais: levar o gosto e o prazer da brincadeira ao ponto de se suicidar para engendrar o enigma perfeito...
- Suicidar-se? Não, menina. O Doutor Mota não se suicidou. Foi suicidado.
CONTINUA
Ergueram os rostos.
Tininha Maia olhava-os, da porta, tão surpreendida como eles.
- Pai! - exclamou, fixando o morto na sua nudez (e mudez) constrangedora, na sua posição absurda.
- Devo deduzir que a menina é filha do Doutor Mota? - inquiriu argutamente o Agente Talhinhas.
- Eu? Não! Que disparate...
- Perdão. Ouvimo-la distintamente pronunciar a palavra «pai».
- Ah! - respondeu ela com voz chorosa. - Isso é porque ele fazia sempre de Pai Natal nas nossas festas natalícias. Desaparecia invariavelmente antes da meia-noite e depois... reentrava de vermelho... com barbas brancas... Buaaaaaah!
- Bem, bem, acalme-se.
- Quer comprar uns brincos? Fiz uns anéis que... - e procurava estender no chão, diante dos aturdidos presentes, as suas últimas produções. - Já que falamos de Natal...!
- Não. Hum! Diga-me antes o que faz aqui a menina.
- Recebi um telefonema.
- De quem?
- Mas... do Pai Natal!
- Do Pai Natal??? - perguntaram todos em coro, num coro desconcertado, aliás, porque Alelelex levara mais tempo a pronunciar a mesma pergunta.
- Sim, do Doutor Mota.
- Está a brincar, menina? O Doutor Mota está morto.
- Um telefonema feito... antes de ele morrer, obviamente. Disse-me assim: «Sei que gostas muito de charadas, minha querida. Dirige-te imediatamente ao Palácio dos Aciprestes, onde encontrarás a minha última charada. Vais-te rir!» E é verdade que eu gosto muito de charadas. Mas isto é um pouco de mais: levar o gosto e o prazer da brincadeira ao ponto de se suicidar para engendrar o enigma perfeito...
- Suicidar-se? Não, menina. O Doutor Mota não se suicidou. Foi suicidado.
CONTINUA
17 abril 2006
O CÓDIGO DÁ VINTES - CAPÍTULO TRÊS: ENIGMAS PARA TODOS OS GOSTOS
Alelelex foi velozmente conduzido ao Salão Nobre do Palácio dos Aciprestes.
Uma vez chegado ao local do crime, a boca abriu-se-lhe de espanto.
O Doutor Omar Mota tivera tempo para se despir, com excepção da camisa; segurava um sapato em cada uma das mãos, abertas no chão, como se ele fosse um crucificado. Tinha, sobre o estômago, um quadro que representava um Guarda-redes do Benfica numa pose extraordinária, de uma elegância extrema, numa passada elástica, com uma agilidade de tigre, enquanto se dirigia para o fundo das redes da sua baliza, onde ia apanhar a bola que acabara de entrar.
- Is-is-is-to é um e-e-enig-g-g-gma e pe-pe-ras!
No chão, tivera tempo para escrever, com um pau de giz que, depois, tentara comer, e de que havia ainda vestígios na boca, a seguinte mensagem:
«Um Dolitá Cara de Amendoá Um segredo Colorido Quem tá livre livre tá»
- Is-is-is-to va-vai se-se-ser bes-bes-bes-tial!
À porta da salão, o mesmo polícia de há pouco suspirou - era já quase um gemido - com um ar verdadeiramente melancólico.
Havia também números escritos numa parede.
- Co-co-co-mo é que sa-sa-sa-bem que não foi o ass-ass-ass... ai... o ass-ass-ass...?
- Que não foi o assassino que escreveu tudo isto? É fácil.
Apontou para um canto onde o Doutor Omar Mota tivera ainda tempo para escrever: «Quem fez tudo isto fui eu próprio, não o assassino».
- Não ti-ti-ti-nha si-si-sido mais fá-fá-fá-cil escre-ve-ver o no-nome do ass-ass-ass...?
- Talvez para o assassino não saber.
- O se-se-seu pró-pró-prio no-no-nome...?
- Quem sabe? Mas ainda há isto.
Era a folha garatujada.
Alelelex leu:
«1 Kg de cebola
1 saco de tomates
canela em pó
Vinhos (agradecer ao Lucas mas pedir-lhe que não me ofereça mais da sua produção)
Jornal Expresso
2 resmas de papel A4
Sabão
Lavar o pescoço»
- Is-is-isto nã-não vai se-se-ser fá-fá-fácil!
O pobre polícia suspirou.
CONTINUA
Uma vez chegado ao local do crime, a boca abriu-se-lhe de espanto.
O Doutor Omar Mota tivera tempo para se despir, com excepção da camisa; segurava um sapato em cada uma das mãos, abertas no chão, como se ele fosse um crucificado. Tinha, sobre o estômago, um quadro que representava um Guarda-redes do Benfica numa pose extraordinária, de uma elegância extrema, numa passada elástica, com uma agilidade de tigre, enquanto se dirigia para o fundo das redes da sua baliza, onde ia apanhar a bola que acabara de entrar.
- Is-is-is-to é um e-e-enig-g-g-gma e pe-pe-ras!
No chão, tivera tempo para escrever, com um pau de giz que, depois, tentara comer, e de que havia ainda vestígios na boca, a seguinte mensagem:
«Um Dolitá Cara de Amendoá Um segredo Colorido Quem tá livre livre tá»
- Is-is-is-to va-vai se-se-ser bes-bes-bes-tial!
À porta da salão, o mesmo polícia de há pouco suspirou - era já quase um gemido - com um ar verdadeiramente melancólico.
Havia também números escritos numa parede.
- Co-co-co-mo é que sa-sa-sa-bem que não foi o ass-ass-ass... ai... o ass-ass-ass...?
- Que não foi o assassino que escreveu tudo isto? É fácil.
Apontou para um canto onde o Doutor Omar Mota tivera ainda tempo para escrever: «Quem fez tudo isto fui eu próprio, não o assassino».
- Não ti-ti-ti-nha si-si-sido mais fá-fá-fá-cil escre-ve-ver o no-nome do ass-ass-ass...?
- Talvez para o assassino não saber.
- O se-se-seu pró-pró-prio no-no-nome...?
- Quem sabe? Mas ainda há isto.
Era a folha garatujada.
Alelelex leu:
«1 Kg de cebola
1 saco de tomates
canela em pó
Vinhos (agradecer ao Lucas mas pedir-lhe que não me ofereça mais da sua produção)
Jornal Expresso
2 resmas de papel A4
Sabão
Lavar o pescoço»
- Is-is-isto nã-não vai se-se-ser fá-fá-fácil!
O pobre polícia suspirou.
CONTINUA
16 abril 2006
O CÓDIGO DÁ VINTES - CAPÍTULO DOIS: O DESCODIFICADOR
Sobre os acontecimentos imediatamente subsequentes é, ainda, muito cedo para se acrescentar algo ao seguinte resumo:
Alertado pelo telefonema do senhor Grená, o Doutor Omar Mota dirigiu-se rapidamente ao palácio dos Aciprestes; entrou - e, pelos vistos, terá sido surpreendido por alguém ou por alguma coisa, no momento em que chamava pelo guarda, gritando assim: «Grenááá! Hu-huuu! Onde estás? Aparece onde quer que estejas...»
Mas, antes que o pudessem matar - porque, é verdade, lamento ter de vo-lo dizer, o Doutor Omar Mota foi assassinado -, teve tempo (é estranho, não é?) de escrever enigmáticas palavras no chão com um pau de giz e de encenar com o seu corpo, tombado no chão de forma estranhíssima, e com vários objectos, uma mensagem codificada. Também havia, no seu bolso, uma folha garatujada.
Para concluirmos este resumo, acrescente-se que o quadro do professor Mário tinha desaparecido.
E que, coitado, o guarda, Jorge Grená, que não morrera mas estava com muito sono e «alegava» não se lembrar de nada, se tornou imediatamente o principal suspeito.
Posto este resumo, avancemos.
A polícia foi, às cinco da manhã, a casa de Alelelex, conhecido por saber muito pouco acerca de computadores - estragava todos aqueles em que punha a mão - mas, em contrapartida, ser um eminente perito em códigos.
Ele próprio se dedicara à invenção de códigos que, ainda hoje, ninguém coonseguiu quebrar. Por exemplo, tentem interpretar a seguinte frase codificada, que Alelelex repetia constantemente: «O Ben-ben-ben-fi-fi-fi-ca é o me-me-me-lhor!». Não é só da confusa repetição de sons que vive este código, não. É também de inexplicáveis contradições - quem sabe o que é o «Benfica» e conhece o significado da palavra «melhor» percebe facilmente que uma frase destas é muito enganadora, e interpretá-la daria água pela barba ao mais afoito.
Quando o Agente Talhinhas (um senhor baixinho e míope, que se reformara de professor há cerca de oitenta anos e se dedicara, entretanto, à investigação policial, aparentemente com bastante sucesso) chegou a casa de Alelelex para pedir a sua contribuição, estava este, precisamente, a ensaiar um novo tipo de código, a que chamava zapping.
Pegava no controle remoto e ia mudando velozmente de canal. Em cada canal, fixava uma ou duas palavras antes de passar ao seguinte, procurando construir, com as diversas palavras, uma mensagem que fizesse sentido.
- Es-es-es-tá a per-per-ce-ber o sis-sis-tema?
E mostrava-lhe uma folha onde anotara as palavras registadas ao longo do zapping:
«Bacalhau demolhado Riberalves Preservativos veio ao sítio certo Purpurinas vou já telefonar à Bé Morangos com Açúcar»
- E o que significa a mensagem? - perguntou-lhe o Agente Talhinhas.
- Bem, nã-não se-se-sei. Se ca-ca-ca-lhar na-na-na-da, mas é gi-gi-gi-ro...
À porta da casa de Alelelex, um polícia que ficara de guarda suspirou, como se dissesse: «Isto promete!»
- Precisamos que venha connosco. O Doutor Omar Mota foi assassinado, mas tentou comunicar connosco.
- Es-pi-ri-ri-tis-tis-mo nã-não é co-co-co-mi-mi-go!
- Não. Tentou comunicar ANTES de ter sido assassinado. Deixou uma mensagem. Em código.
Lá fora, ao frio, o polícia tornou a suspirar.
CONTINUA
Alertado pelo telefonema do senhor Grená, o Doutor Omar Mota dirigiu-se rapidamente ao palácio dos Aciprestes; entrou - e, pelos vistos, terá sido surpreendido por alguém ou por alguma coisa, no momento em que chamava pelo guarda, gritando assim: «Grenááá! Hu-huuu! Onde estás? Aparece onde quer que estejas...»
Mas, antes que o pudessem matar - porque, é verdade, lamento ter de vo-lo dizer, o Doutor Omar Mota foi assassinado -, teve tempo (é estranho, não é?) de escrever enigmáticas palavras no chão com um pau de giz e de encenar com o seu corpo, tombado no chão de forma estranhíssima, e com vários objectos, uma mensagem codificada. Também havia, no seu bolso, uma folha garatujada.
Para concluirmos este resumo, acrescente-se que o quadro do professor Mário tinha desaparecido.
E que, coitado, o guarda, Jorge Grená, que não morrera mas estava com muito sono e «alegava» não se lembrar de nada, se tornou imediatamente o principal suspeito.
Posto este resumo, avancemos.
A polícia foi, às cinco da manhã, a casa de Alelelex, conhecido por saber muito pouco acerca de computadores - estragava todos aqueles em que punha a mão - mas, em contrapartida, ser um eminente perito em códigos.
Ele próprio se dedicara à invenção de códigos que, ainda hoje, ninguém coonseguiu quebrar. Por exemplo, tentem interpretar a seguinte frase codificada, que Alelelex repetia constantemente: «O Ben-ben-ben-fi-fi-fi-ca é o me-me-me-lhor!». Não é só da confusa repetição de sons que vive este código, não. É também de inexplicáveis contradições - quem sabe o que é o «Benfica» e conhece o significado da palavra «melhor» percebe facilmente que uma frase destas é muito enganadora, e interpretá-la daria água pela barba ao mais afoito.
Quando o Agente Talhinhas (um senhor baixinho e míope, que se reformara de professor há cerca de oitenta anos e se dedicara, entretanto, à investigação policial, aparentemente com bastante sucesso) chegou a casa de Alelelex para pedir a sua contribuição, estava este, precisamente, a ensaiar um novo tipo de código, a que chamava zapping.
Pegava no controle remoto e ia mudando velozmente de canal. Em cada canal, fixava uma ou duas palavras antes de passar ao seguinte, procurando construir, com as diversas palavras, uma mensagem que fizesse sentido.
- Es-es-es-tá a per-per-ce-ber o sis-sis-tema?
E mostrava-lhe uma folha onde anotara as palavras registadas ao longo do zapping:
«Bacalhau demolhado Riberalves Preservativos veio ao sítio certo Purpurinas vou já telefonar à Bé Morangos com Açúcar»
- E o que significa a mensagem? - perguntou-lhe o Agente Talhinhas.
- Bem, nã-não se-se-sei. Se ca-ca-ca-lhar na-na-na-da, mas é gi-gi-gi-ro...
À porta da casa de Alelelex, um polícia que ficara de guarda suspirou, como se dissesse: «Isto promete!»
- Precisamos que venha connosco. O Doutor Omar Mota foi assassinado, mas tentou comunicar connosco.
- Es-pi-ri-ri-tis-tis-mo nã-não é co-co-co-mi-mi-go!
- Não. Tentou comunicar ANTES de ter sido assassinado. Deixou uma mensagem. Em código.
Lá fora, ao frio, o polícia tornou a suspirar.
CONTINUA
O CÓDIGO DÁ VINTES - CAPÍTULO UM: O PRINCIPAL QUADRO NO SALÃO NOBRE
Se já leu o «Código Da Vinci» e ficou impressionado, respire fundo, porque essas revelações nada são - Nada! - ao pé daquelas que nos propomos fazer.
O leitor que se atrever a lê-las nunca mais será igual. Nunca mais será o mesmo. (Esperemos, portanto, que sobretudo ALGUMAS pessoas... as leiam!!! Para bom entendedor...)
No Salão Nobre do Palácio dos Aciprestes - que é, indiscutivelmente, o Louvre português - os visitantes tinham-se reunido para admirar a exposição anual de obras de professores. Mas todos tinham em mente duas únicas coisas: em primeiro lugar, a refeição volante que serviriam dali a pouco (já sabemos por anteriores reportagens que há muito boa gente que vai a estes «eventos» principalmente por causa dos comes-e-bebes); em segundo lugar, o quadro, o maravilhoso quadro pintado pelo jovem professor Mário, da eslav, quadro esse que se intitulava: «MULHER COM CHAPÉU ENCIMADO POR FIGURA EM FORMA DE HÉLICE DE HELICÓPTERO E COM BORLAS COLORIDAS CAINDO SOBRE O ROSTO (DA DITA MULHER)».
O quadro tivera como modelo certa professora do departamento de Mário (cujo nome salvaguardaremos de vãs curiosidades) engalanada, digamos assim, com um dos seus célebres chapéus.
Muitos dos visitantes se fixavam diante daquela pintura, comentando:
- Mãe, esta é que é a Mona Lisa?
- Não, filho. Não é a mona lisa, bem vês que tem a mona enchapelada... É a célebre Xaxão!
- O que é que aquele senhor estava a querer dizer, mãe?
- Qual senhor, meu querido?
- Aquele que vai ali com uma mariconera debaixo do braço. Não ouviste? Estava a explicar a um grupo que, ao que consta, esta pintura oculta um código que ainda ninguém foi capaz de interpretar. É um mistério, mãe?
- Ah, meu filho. Os chapéus da Xaxão são, já de si, um mistério que há muito tempo desisti de tentar interpretar...
Mas, atenção. As conversas são como as cerejas. Prendemo-nos a ouvir este, a ouvir aquele, ligamos às conversas alheias (cusco, eu????) e, quando damos por isso, já passou muito tempo e se fez tarde. É o caso, meus leitores. Não vêem um senhor que se dirige para nós com um ar demasiado sério? É o senhor Jorge Grená. Vai empurrar-nos para a rua. Diz que o Palácio tem de fechar as portas. Saem os últimos visitantes, entre os quais nós próprios, a Teresinha Prantos, a Fafá dos Desertos & a Filó Memé, o Pochato & a Mariconera (enfim, os «habitués» de tudo quanto meta comes-e-bebes), a mãe e o filho, filho esse que é um senhor professor de barba...
A sala está agora completamente vazia. Ouvem os passos? É o guarda que faz a sua ronda de meia em meia hora.
Mas no momento em que passa diante da pintura feita pelo professor Mário, o guarda percebe que uma misteriosa luz, vinda sabe-se lá de onde, desce sobre a «MULHER COM CHAPÉU ENCIMADO POR FIGURA EM FORMA DE HÉLICE DE HELICÓPTERO E COM BORLAS COLORIDAS CAINDO SOBRE O ROSTO (DA DITA MULHER)». O efeito produzido é estranhíssimo. A hélice de helicóptero que encima o chapéu da anónima Xaxão parece girar imparavelmente. Mesmo as borlas coloridas são tomadas por um movimento hipnoticamente repetitivo.
O guarda, senhor Grená, fixa aquela movimentação doida. Mal consegue afastar os olhos daquele disparate. Tudo gira, gira, gira.
Mas, que eu saiba, o senhor Grená teve tempo para uma última coisa, antes de cair a dormir: pegar no telemóvel e, extasiado, com os próprios olhos a girar como se tivessem espirais dentro, fazer uma ligação e gritar:
- Senhor doutor, passa-se aqui qualquer coisa estranha. Acho que... acho que...
Não pôde achar mais. Caiu redondo no chão.
CONTINUA
O leitor que se atrever a lê-las nunca mais será igual. Nunca mais será o mesmo. (Esperemos, portanto, que sobretudo ALGUMAS pessoas... as leiam!!! Para bom entendedor...)
No Salão Nobre do Palácio dos Aciprestes - que é, indiscutivelmente, o Louvre português - os visitantes tinham-se reunido para admirar a exposição anual de obras de professores. Mas todos tinham em mente duas únicas coisas: em primeiro lugar, a refeição volante que serviriam dali a pouco (já sabemos por anteriores reportagens que há muito boa gente que vai a estes «eventos» principalmente por causa dos comes-e-bebes); em segundo lugar, o quadro, o maravilhoso quadro pintado pelo jovem professor Mário, da eslav, quadro esse que se intitulava: «MULHER COM CHAPÉU ENCIMADO POR FIGURA EM FORMA DE HÉLICE DE HELICÓPTERO E COM BORLAS COLORIDAS CAINDO SOBRE O ROSTO (DA DITA MULHER)».
O quadro tivera como modelo certa professora do departamento de Mário (cujo nome salvaguardaremos de vãs curiosidades) engalanada, digamos assim, com um dos seus célebres chapéus.
Muitos dos visitantes se fixavam diante daquela pintura, comentando:
- Mãe, esta é que é a Mona Lisa?
- Não, filho. Não é a mona lisa, bem vês que tem a mona enchapelada... É a célebre Xaxão!
- O que é que aquele senhor estava a querer dizer, mãe?
- Qual senhor, meu querido?
- Aquele que vai ali com uma mariconera debaixo do braço. Não ouviste? Estava a explicar a um grupo que, ao que consta, esta pintura oculta um código que ainda ninguém foi capaz de interpretar. É um mistério, mãe?
- Ah, meu filho. Os chapéus da Xaxão são, já de si, um mistério que há muito tempo desisti de tentar interpretar...
Mas, atenção. As conversas são como as cerejas. Prendemo-nos a ouvir este, a ouvir aquele, ligamos às conversas alheias (cusco, eu????) e, quando damos por isso, já passou muito tempo e se fez tarde. É o caso, meus leitores. Não vêem um senhor que se dirige para nós com um ar demasiado sério? É o senhor Jorge Grená. Vai empurrar-nos para a rua. Diz que o Palácio tem de fechar as portas. Saem os últimos visitantes, entre os quais nós próprios, a Teresinha Prantos, a Fafá dos Desertos & a Filó Memé, o Pochato & a Mariconera (enfim, os «habitués» de tudo quanto meta comes-e-bebes), a mãe e o filho, filho esse que é um senhor professor de barba...
A sala está agora completamente vazia. Ouvem os passos? É o guarda que faz a sua ronda de meia em meia hora.
Mas no momento em que passa diante da pintura feita pelo professor Mário, o guarda percebe que uma misteriosa luz, vinda sabe-se lá de onde, desce sobre a «MULHER COM CHAPÉU ENCIMADO POR FIGURA EM FORMA DE HÉLICE DE HELICÓPTERO E COM BORLAS COLORIDAS CAINDO SOBRE O ROSTO (DA DITA MULHER)». O efeito produzido é estranhíssimo. A hélice de helicóptero que encima o chapéu da anónima Xaxão parece girar imparavelmente. Mesmo as borlas coloridas são tomadas por um movimento hipnoticamente repetitivo.
O guarda, senhor Grená, fixa aquela movimentação doida. Mal consegue afastar os olhos daquele disparate. Tudo gira, gira, gira.
Mas, que eu saiba, o senhor Grená teve tempo para uma última coisa, antes de cair a dormir: pegar no telemóvel e, extasiado, com os próprios olhos a girar como se tivessem espirais dentro, fazer uma ligação e gritar:
- Senhor doutor, passa-se aqui qualquer coisa estranha. Acho que... acho que...
Não pôde achar mais. Caiu redondo no chão.
CONTINUA
14 abril 2006
TERAPIA DO SAUDOSISMO II
TERAPIA DO SAUDOSISMO - I
13 abril 2006
12 abril 2006
A COLUNA DE D. J. CARA DANJO: UM DESABAFO POLITICAMENTE INCORRECTO
kuando a minha avó xêga dezáta lógo a fazêr çôupas. dis éla k 1 çôupa a çério tein de çêr bué da espêça e as k éla fás rialmente ção tão espêças k até a culhér çe entérra nélas e fika ein pé muinto dirâita. tein a mania das çôupas e a mania da ressikeláge. éla ressíkela tudo. o papél pó papelão o metál pó metalão o cartão pó cartelão o vídero pó víderão o pelástiko pó pelastikão e os réstos pó cão. mas depois kein é k júlgão k vái levár éças sênas pós çítios. êu e o mêu kóta. de manêira k o mêu kóta que tá fárto das táis çôupas ein k a culhér çe entérra e da ressikeláge no ôutro dia díçe açín á minha mãi. (não çei purkié k agóra con as pérnas pá kóva é k avia de le dár pa isto. ádes vêr k a çôupa é pa não ter fóme kuando fôr no cáichão e a mania da ressikeláge é pá çêr enterráda n1 pelanêta çein puluissão. mas çe éla continúa com éstas manías das çôupas ein k çe entérra a culhér e da ressikeláge êu é k máto a vélha entérrua na çua perópia çôupa e depôis ressíkelo iço tudo). dantes kuando a minha avó vinha com as çôupas e a cumida çódável êu çafávame lógo k pudía e ía á perókura de cumida nãoçódável pa desênjuár. ía ó mékedónaldsse. mas agóra o mékedónaldsse convertêusse á cumida çuperçódável mén. tamêin teien çôupas e çaládas e tártes de massã. e iogurtes. k beeeák mén. turnárãosse os rêis da cumida çódável. põiem lá nas cáichas pós putos uma dáta de recumendassõis tipo a água é muinto fiche dévein bebêr çeis cópos dágua por dia e iço. e as cáichas tão xêias de ençínamentos k até paréssein líveros da escóla mén. ençínão as côres do árcoíris e iço. e paréçein tôudos muinto bons e muinto çódáveis çó fálta dizêrein k nein mátão as vakinhas nein náda e k os ânburgas k o peçoál cóme ção fêitos tipo con vakinhas inda vivas. já nein o mékedónaldsse tein curájein de çervír as purcarías de k a jênte perçiza mén.
UMA ENTREVISTA DO REPÓRTER ESTRÁBICO A POCHATO & MARICONERA
Diante de mim está, sentadinho num dos sofás ao pé do corredor das casas-de-banho, o senhor Abel Pochato. Ao colo, o senhor Pochato tem a mundialmente famosa mariconera.
Bem.
Vou fazer uma entrevista à mariconera. Como é evidente, a mariconera não fala, portanto isto é tudo uma brincadeira, é um número de ventriloquismo, quer dizer, quem vai realmente emprestar a voz é o senhor Pochato, mas disfarçadamente, sem mover os lábios, de modo que pareça mesmo que é a mariconera quem fala. É giro, não é? Original, não é?
A mariconera apresenta-se-me como um poço de cultura; sabe de tudo um pouco; as suas opiniões são verdadeiras pérolas de sabedoria em todas as áreas (até parece o Guerra).
Para testar o seu imenso saber, bastam duas perguntas ao calha. Principio a entrevista pelas questões religiosas.
REPÓRTER ESTRÁBICO - Senhora Mariconera, que tem a dizer-me acerca da prestação do Benfica ao longo do campeonato?
MARICONERA - Fantástico. O Benfica é extraordinário. Não há mais a dizer a não ser isto: o Benfica é hoje, de longe, mas de longe, a melhor equipa portuguesa.
REPÓRTER ESTRÁBICO - Acha? Mas não reparou que é capaz de ficar em terceiro lugar, atrás do Porto e do Sporting? Isso nada significa?
MARICONERA - Que disparate! Significa, claro que significa. Significa que, sendo o Benfica a melhor equipa portuguesa, há outras duas equipas, estúpidas que nem calhaus, que ainda não perceberam isso...
É altura, antes de passar para a próxima pergunta, de confessar que me sinto um pouco decepcionado, talvez até enganado. O número de ventriloquismo, que achei que seria brilhante, parece-me um pouco tosco. É que, à medida que empresta a voz à mariconera, o senhor Pochato move os seus próprios lábios demasiado notoriamente. É confrangedor. Devo adverti-lo? É que isto assim até se torna um pouco ridículo. Toda a gente percebe logo que é ele quem fala e não a mariconera.
É verdade que as opiniões, essas, pelo menos, são interessantes, são originais. Verdadeiras pérolas de sabedoria, sim, sim.
A seguir à religião, a profissão. Pergunto-lhe o que é, nos terríveis dias que correm, ser professor. Querem ler a pergunta?
REPÓRTER ESTRÁBICO - O que é, nos terríveis dias que correm, ser professor?
MARICONERA - Meu caro senhor Estrábico, oiça bem o que vou dizer, porque eu não duro sempre, e uma frase destas devia ser inscrita para a posteridade: um professor, nos tempos que correm, senhor Estrábico, tem de ser mais, muito mais do que um mero professor...
Sinto um arrepio perante a grandeza destas palavras. Medito nelas. Repito-as no próprio espírito: «Um professor tem de ser mais, muito mais do que um mero professor...» Mas tem de ser o quê? Que mais? Um pai? Um amigo? O quê, o quê?
REPÓRTER ESTRÁBICO - E tem de ser o quê, tem de ser que mais?
MARICONERA - Depende. Tanto faz. Pasteleiro. Mediador de Seguros. Afixador de cartazes. Alguns dedicam-se a vender perfumes ou a fazer colares e brincos, que está agora muito em voga. Mas tem de ser mais do que um mero professor, porque ninguém se safa só com o ordenado de professor...
Ao terminar a entrevista, não resisto e chamo a atenção do senhor Abel Pochato para que tem de treinar mais o número de ventriloquismo. Assim, vai mal; está fraquito, carece de mais ensaio. Mexe muito os lábios. Mas, logo que o digo, tenho a grande surpresa da noite:
MARICONERA - Como??? Então o senhor pensava que o Abel Pochato é que era o ventríloquo? Meu Deus! O senhor não percebeu nada de nada, senhor Estrábico. O Abel Pochato é o boneco. É um verdadeiro boneco, é verdade, bonito por fora, e tal, mas é tudo. A ventríloqua, aqui, sou eu. Eu é que sou a artista, homem. Ele limita-se a abrir e fechar os lábios. Sempre assim foi. As ideias e a voz são minhas. Ora que esta!
Bem.
Vou fazer uma entrevista à mariconera. Como é evidente, a mariconera não fala, portanto isto é tudo uma brincadeira, é um número de ventriloquismo, quer dizer, quem vai realmente emprestar a voz é o senhor Pochato, mas disfarçadamente, sem mover os lábios, de modo que pareça mesmo que é a mariconera quem fala. É giro, não é? Original, não é?
A mariconera apresenta-se-me como um poço de cultura; sabe de tudo um pouco; as suas opiniões são verdadeiras pérolas de sabedoria em todas as áreas (até parece o Guerra).
Para testar o seu imenso saber, bastam duas perguntas ao calha. Principio a entrevista pelas questões religiosas.
REPÓRTER ESTRÁBICO - Senhora Mariconera, que tem a dizer-me acerca da prestação do Benfica ao longo do campeonato?
MARICONERA - Fantástico. O Benfica é extraordinário. Não há mais a dizer a não ser isto: o Benfica é hoje, de longe, mas de longe, a melhor equipa portuguesa.
REPÓRTER ESTRÁBICO - Acha? Mas não reparou que é capaz de ficar em terceiro lugar, atrás do Porto e do Sporting? Isso nada significa?
MARICONERA - Que disparate! Significa, claro que significa. Significa que, sendo o Benfica a melhor equipa portuguesa, há outras duas equipas, estúpidas que nem calhaus, que ainda não perceberam isso...
É altura, antes de passar para a próxima pergunta, de confessar que me sinto um pouco decepcionado, talvez até enganado. O número de ventriloquismo, que achei que seria brilhante, parece-me um pouco tosco. É que, à medida que empresta a voz à mariconera, o senhor Pochato move os seus próprios lábios demasiado notoriamente. É confrangedor. Devo adverti-lo? É que isto assim até se torna um pouco ridículo. Toda a gente percebe logo que é ele quem fala e não a mariconera.
É verdade que as opiniões, essas, pelo menos, são interessantes, são originais. Verdadeiras pérolas de sabedoria, sim, sim.
A seguir à religião, a profissão. Pergunto-lhe o que é, nos terríveis dias que correm, ser professor. Querem ler a pergunta?
REPÓRTER ESTRÁBICO - O que é, nos terríveis dias que correm, ser professor?
MARICONERA - Meu caro senhor Estrábico, oiça bem o que vou dizer, porque eu não duro sempre, e uma frase destas devia ser inscrita para a posteridade: um professor, nos tempos que correm, senhor Estrábico, tem de ser mais, muito mais do que um mero professor...
Sinto um arrepio perante a grandeza destas palavras. Medito nelas. Repito-as no próprio espírito: «Um professor tem de ser mais, muito mais do que um mero professor...» Mas tem de ser o quê? Que mais? Um pai? Um amigo? O quê, o quê?
REPÓRTER ESTRÁBICO - E tem de ser o quê, tem de ser que mais?
MARICONERA - Depende. Tanto faz. Pasteleiro. Mediador de Seguros. Afixador de cartazes. Alguns dedicam-se a vender perfumes ou a fazer colares e brincos, que está agora muito em voga. Mas tem de ser mais do que um mero professor, porque ninguém se safa só com o ordenado de professor...
Ao terminar a entrevista, não resisto e chamo a atenção do senhor Abel Pochato para que tem de treinar mais o número de ventriloquismo. Assim, vai mal; está fraquito, carece de mais ensaio. Mexe muito os lábios. Mas, logo que o digo, tenho a grande surpresa da noite:
MARICONERA - Como??? Então o senhor pensava que o Abel Pochato é que era o ventríloquo? Meu Deus! O senhor não percebeu nada de nada, senhor Estrábico. O Abel Pochato é o boneco. É um verdadeiro boneco, é verdade, bonito por fora, e tal, mas é tudo. A ventríloqua, aqui, sou eu. Eu é que sou a artista, homem. Ele limita-se a abrir e fechar os lábios. Sempre assim foi. As ideias e a voz são minhas. Ora que esta!
11 abril 2006
Bandoleiro
Ney Matogrosso
Bandoleiro
Fosse ciganos a levantar poeira
A misturar nas patas
Terras de outras terras, ares de outras matas
Eu, bandoleiro,
no meu cavalo alado
Na mão direita o fado
Jogando sementes nos campos da mente
E se falasses magia, sonho e fantasia
E se falasses encanto, quebranto e condão
Não te enganarias, não te enganarias
Não te enganarias, não!
Fosse ciganos a levantar poeira
A misturar nas patas
Terras de outras terras, ares de outras matas
Eu, bandoleiro,
no meu cavalo alado
Na mão direita o fado
Jogando sementes nos campos da mente
E se falasses magia, sonho e fantasia
E se falasses encanto, quebranto e condão
Feitiço, transe, viagem, alucinação
10 abril 2006
ZÉ ABREU APONTA O DEDO A UMA CONSPIRAÇÃO DOS INTELECTUALÓIDES CONTRA AS PESSOAS NORMAIS
Querem ouvir esta?
Na outra noite apareceu-me na rulote um senhor com cara de fuínha, que me apresentou um cartão onde estava escrito qualquer coisa que eu nem consegui ler bem, e me disse que vinha fazer uma inspecção às condições de higiene, e coisa e tal.
Depois, lá foi «inspeccionar», torcendo constantemente o nariz: que usávamos o mesmo óleo para fritar tudo (aparentemente, para estas alminhas, é um crime ser-se poupado), que havia produtos fora do prazo (não estamos a falar de medicamentos, valha-me Deus!), que havia ratoeiras ao pé das panelas (crítica que não entendo: será que ele preferia que não caçássemos os ratos - seria isso mais higiénico...?), e mais não sei quê, e coisa e tal...
Não levei muito tempo a perceber que, por detrás desta investida, estava uma manobra dos «intelectualóides» do costume, o senhor azul, a senhora lula espanhola e uma «voyeuse» elástica que adora ir ao cinema só para espreitar os namorados a comer pipocas.
É então assim que esta gente pensa calar-me. É assim que julgam que me amedrontam. Tenho novidades: a mim ninguém me cala! Só mesmo a minha Ivone. Mas isso porque eu tenho paciência e vou consentindo. Quando me enervo a sério, ai!, quando perco a cabeça, bastam-me três palavrinhas para a pôr a bater a bolinha baixa. São elas: «Tens razão, queriducha!». Amansa logo.
É tudo isto, em suma, que me enerva. Trata-se, como é bom de ver, da mesma gigantesca operação que neste momento invade descaradamente o país inteiro contra os restaurantes chineses. É vergonhoso. Pois olhem que já visitei as cozinhas de muitos deles, e posso garantir que as condições até são melhores do que as da minha rulote e, por exemplo, as do restaurante do meu tio.
Sabem o que está por trás disto tudo, não sabem? Promover os restaurantes da moda. Os finos. Aqueles que a dona lula e a dona thrombone frequentam, onde a comida tem de ser caçada à lupa no meio do prato (isso é que está a dar...) e os empregados parece que estão todos com os sapatos demasiado apertados ou com dor de barriga. As expressões macambúzias desses empregados, que devem, aliás, ter comido no próprio restaurante em que servem, dizem mais acerca da qualidade do menu do que diriam centenas de inspecções.
Isto é tudo para promover restaurantes com música ao vivo. Com gente do mais «cultural» que há, como aquele brasileiro de voz fininha que canta todo nu, se excluirmos uma pluma no rabo, umas pulseiras e a cara pintada. Mas é melhor não me alongar sobre este, se não, está aí, está o senhor azul a postar uma letra dele. Livra!
Ora agora vejam o que é irónico em tudo isto: andam essas inspecções todas a fechar restaurantes, e depois oiço as notícias, e que descubro?, que os médicos portugueses não lavam as mãos. Que o principal problema das urgências não é não terem mãos a medir: é terem as mãos por lavar; que o principal perigo não é não terem tempo para nos atenderem: é que nos possam atender...!
A mim, pelo menos, lá disso é que nenhuma inspecção me pode acusar. Como sou muito poupado, faço questão de guardar sempre a água de lavar os pratos, e insisto para que a minha Ivone e as crianças lavem nela sempre as mãos. As mãos, e não só.
Não me lixem a cabeça!
Na outra noite apareceu-me na rulote um senhor com cara de fuínha, que me apresentou um cartão onde estava escrito qualquer coisa que eu nem consegui ler bem, e me disse que vinha fazer uma inspecção às condições de higiene, e coisa e tal.
Depois, lá foi «inspeccionar», torcendo constantemente o nariz: que usávamos o mesmo óleo para fritar tudo (aparentemente, para estas alminhas, é um crime ser-se poupado), que havia produtos fora do prazo (não estamos a falar de medicamentos, valha-me Deus!), que havia ratoeiras ao pé das panelas (crítica que não entendo: será que ele preferia que não caçássemos os ratos - seria isso mais higiénico...?), e mais não sei quê, e coisa e tal...
Não levei muito tempo a perceber que, por detrás desta investida, estava uma manobra dos «intelectualóides» do costume, o senhor azul, a senhora lula espanhola e uma «voyeuse» elástica que adora ir ao cinema só para espreitar os namorados a comer pipocas.
É então assim que esta gente pensa calar-me. É assim que julgam que me amedrontam. Tenho novidades: a mim ninguém me cala! Só mesmo a minha Ivone. Mas isso porque eu tenho paciência e vou consentindo. Quando me enervo a sério, ai!, quando perco a cabeça, bastam-me três palavrinhas para a pôr a bater a bolinha baixa. São elas: «Tens razão, queriducha!». Amansa logo.
É tudo isto, em suma, que me enerva. Trata-se, como é bom de ver, da mesma gigantesca operação que neste momento invade descaradamente o país inteiro contra os restaurantes chineses. É vergonhoso. Pois olhem que já visitei as cozinhas de muitos deles, e posso garantir que as condições até são melhores do que as da minha rulote e, por exemplo, as do restaurante do meu tio.
Sabem o que está por trás disto tudo, não sabem? Promover os restaurantes da moda. Os finos. Aqueles que a dona lula e a dona thrombone frequentam, onde a comida tem de ser caçada à lupa no meio do prato (isso é que está a dar...) e os empregados parece que estão todos com os sapatos demasiado apertados ou com dor de barriga. As expressões macambúzias desses empregados, que devem, aliás, ter comido no próprio restaurante em que servem, dizem mais acerca da qualidade do menu do que diriam centenas de inspecções.
Isto é tudo para promover restaurantes com música ao vivo. Com gente do mais «cultural» que há, como aquele brasileiro de voz fininha que canta todo nu, se excluirmos uma pluma no rabo, umas pulseiras e a cara pintada. Mas é melhor não me alongar sobre este, se não, está aí, está o senhor azul a postar uma letra dele. Livra!
Ora agora vejam o que é irónico em tudo isto: andam essas inspecções todas a fechar restaurantes, e depois oiço as notícias, e que descubro?, que os médicos portugueses não lavam as mãos. Que o principal problema das urgências não é não terem mãos a medir: é terem as mãos por lavar; que o principal perigo não é não terem tempo para nos atenderem: é que nos possam atender...!
A mim, pelo menos, lá disso é que nenhuma inspecção me pode acusar. Como sou muito poupado, faço questão de guardar sempre a água de lavar os pratos, e insisto para que a minha Ivone e as crianças lavem nela sempre as mãos. As mãos, e não só.
Não me lixem a cabeça!
ACTIVIDADES DE TEMPOS LIVRES (para professores)
Têm início esta semana as actividades inseridas no ATL(p). Dum vasto programa, destacamos o curso de Meditação Trancendental e de Introdução ao Yoga a ser ministrado pelo professor ZéTó. Este curso decorre em tendas de serapilheira castanha escura de forma piramidal, que estão instaladas junto à frondosa palmeira que ladeia o lago sem água, com vista do refeitório. A primeira inscrição foi da professora Carmelita, que descalça, inicia hoje mesmo a formação.
Foi criado um grupo de trabalho para desenvolver o tema "Páscoa, hoje e sempre". Este grupo tem como patrocinador exclusivo o Concelho Executivo.
Decorrem ainda diversas acções de reciclagem que têm como objectivo dar destino às centenas de planos de recuperação concebidos durante as últimas reuniões; fazem parte deste grupo de trabalho alguns professores sem rosto, mas quem dá a cara para a divulgação do projecto é a professora Barela que vai trabalhar em parceria com a professora Abelha Maia; esta, desenvolve ainda um trabalho de investigação sobre o uso de purpurinas. Purpurinas?! Vou já ligar à Bé.
Foi criado um grupo de trabalho para desenvolver o tema "Páscoa, hoje e sempre". Este grupo tem como patrocinador exclusivo o Concelho Executivo.
Decorrem ainda diversas acções de reciclagem que têm como objectivo dar destino às centenas de planos de recuperação concebidos durante as últimas reuniões; fazem parte deste grupo de trabalho alguns professores sem rosto, mas quem dá a cara para a divulgação do projecto é a professora Barela que vai trabalhar em parceria com a professora Abelha Maia; esta, desenvolve ainda um trabalho de investigação sobre o uso de purpurinas. Purpurinas?! Vou já ligar à Bé.
06 abril 2006
A COLUNA DE D.J. CARA DANJO: AUTOAVALIAÇÃO
Kerida porfeçôura kuando a stôura diçe k tinha pençádo dárme 1 çincu êu fikei tipo bué da caladinho o k a stôura çabe k é muinta difíssil pra min o mêu kóta até dis k as únicas vêzes ein k êu tôu caladinho é kuando fis purcaria e k çe não me ôuvein á já muinta têmpo é melhór írein a currêr á minha prócura antes k çeija tárde d mais mas désta vês êu fikei bué da çilenssiôzo a pençár k a stôura táva a pençár nas nótas do bázico de 1 a 5 e purtantos o çincu k a stôura tinha pra min sigenificáva un dezóito ô dezanóve ô vinte. mas derrepente dêume 1 estremessão nervôuzo. e çe a stôura tivéçe mêsmo a pençár num çincu çincu. êu çei k çe fôr iço é pq a stôura não kér k êu me invaidêssa por çêr cláramente o melhór aluno de portugês. ô intão é pa me dár luta e pa puchár por min. mas não fássa iço. êu não perssizo de çêr puchádo e çe tivér 1 çincu a portugês êste príudo kein pucha depôis por min é o mêu kóta e êu gustáva de evitárlhe o trabálho de têr de me dár estálos e gritos pq êle é 1 ómein mto ocupádo e tein máis k fazer. êu axáva que merssia 1 dezasséte. respôndo çempre a tôudas as preguntas na ála e fáçuo tão bein k ás vêzes a stôura xóra kuando as mnhas respóstas ção tristes tipo trajédia e ôutras vêzes a stôura rísse kuando as minhas respóstas ção animádas. enbóra êu inda não têinha perssebido pq é k a stôura coméssa çempre a rir e acába çempre a xorár con tôudas as respóstas k êu dô. mas a verdáde é k me isfórsso mto. os téstes é piór êu çei mas 1 tipo cômo êu tein demaziádas idâias para cabêrein tôudas num téste. póço contár con o dezasséte stôrinha kerida. çe depôis axár k mêsmo açin êu tôu a perssizar de algún apôio póde mandárme tipo ó çepó k êu vôu de mto bôavontáde. o çepó tá melhór k nunca. até o mêu kóta k já víu a nóva peçicólga me diçe enkuanto apanháva do xão os ólhos e o kêicho k lhe tínhão caído (tu andas a perssizár de tartamento êu kuálker dia vêinho cá falár c ésta çenhôura çôubre os têus purbelêmas). boa páscua stôurinha.
04 abril 2006
PLANO DE RECUPERAÇÃO - III
NOME DO ALUNO: GREENLIGHT
TURMA: MEMBRO DO BLOG
INDISCIPLINA
DIFICULDADES REGISTADAS:
Dificuldade de gestão no tempo dentro e fora da escola, ou seja, em todo o lado.
Dificuldade na gestão dos meios tecnológicos altamente sofisticados.
Dificuldade na (di) gestão de comentários aparvalhados.
Dificuldade em manter a postura correcta.
A irresponsabilidade das suas afirmações estão a conduzi-lo a um redondo chumbo no final do ano.
A convicção com que produz certas e determinadas afirmações têm posto muitos dos professores à beira dum ataque de nervos.
PROPOSTA DE TRABALHO / ACTIVIDADES:
Factores da responsabilidade do aluno:
Alteração da postura face ao trabalho: deve estar sempre de frente para o monitor e sentado, para resolver as dores nas costas.
Cumprimento regular das tarefas estabelecidas para cada dia, postar diariamente sem falhar.
Rentabilizar o tempo e os recursos que tem na primeira habitação, na casa de campo, na casa de praia e no barco.
Factores que implicam a intervenção dos outros professores:
Acompanhamento mais individualizado.
Indicação para apoio, sempre que se verifique essa necessidade.
Factores que implicam a intervenção encarregado de educação:
Reforçar as orientações gerais propostas pelos professores/membros e alguns comentadores apenas creditados e encartados do blog.
CALENDARIZAÇÃO:
3º Período
Linda-a-Velha, 4 de Abril de 2006
Tomei conhecimento.
O aluno (se maior de idade):_____________
® Elastigirl – 2006 - Obra protegida por direitos de autor, portanto, não podem copiar para aplicar a outros alunos
TURMA: MEMBRO DO BLOG
INDISCIPLINA
DIFICULDADES REGISTADAS:
Dificuldade de gestão no tempo dentro e fora da escola, ou seja, em todo o lado.
Dificuldade na gestão dos meios tecnológicos altamente sofisticados.
Dificuldade na (di) gestão de comentários aparvalhados.
Dificuldade em manter a postura correcta.
A irresponsabilidade das suas afirmações estão a conduzi-lo a um redondo chumbo no final do ano.
A convicção com que produz certas e determinadas afirmações têm posto muitos dos professores à beira dum ataque de nervos.
PROPOSTA DE TRABALHO / ACTIVIDADES:
Factores da responsabilidade do aluno:
Alteração da postura face ao trabalho: deve estar sempre de frente para o monitor e sentado, para resolver as dores nas costas.
Cumprimento regular das tarefas estabelecidas para cada dia, postar diariamente sem falhar.
Rentabilizar o tempo e os recursos que tem na primeira habitação, na casa de campo, na casa de praia e no barco.
Factores que implicam a intervenção dos outros professores:
Acompanhamento mais individualizado.
Indicação para apoio, sempre que se verifique essa necessidade.
Factores que implicam a intervenção encarregado de educação:
Reforçar as orientações gerais propostas pelos professores/membros e alguns comentadores apenas creditados e encartados do blog.
CALENDARIZAÇÃO:
3º Período
Linda-a-Velha, 4 de Abril de 2006
Tomei conhecimento.
O aluno (se maior de idade):_____________
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PLANO DE RECUPERAÇÃO - II
PLANO DE RECUPERAÇÃO
NOME DO ALUNO: PLANETAZUL
ANO: 2006
TURMA: MEMBRO DO BLOG
DIFICULDADES REGISTADAS:
Dificuldade em colocar música perceptível pelo sentido da audição.
Recorrência a determinados termos cujo significado não é decifrável por qualquer um, nem pelo menos distraído.
Atitude selectiva e descriminatória face aos mais...distraídos
PROPOSTA DE TRABALHO / ACTIVIDADES:
Todos os factores são única e exclusivamente da responsabilidade do aluno, pelo que ninguém lhe pode valer, a não ser ele próprio. O que podemos é sugerir:
Estar atento às dificuldades mais banais do comum professor.
Utilizar palavras portuguesas de modo a que todos o entendam.
Reduzir o número de vezes em que escreve ne me quites pas.
Activar faculdades de influência junto do fantasmadaopera e demovê-lo dos votos de silêncio.
Facilitar o acesso ao canto direito da sala de professores a todos os hipoactivos.
Único factor que implica a intervenção dos outros professores:
Controlar o ímpeto com que produzem comentários derrotistas.
CALENDARIZAÇÃO:
3º Período
Linda-a-Velha, 4 de Abril de 2006
Tomei conhecimento.
O aluno (se maior de idade):______________
® Elastigirl – 2006 - Obra protegida por direitos de autor, portanto, não podem copiar para aplicar a outros alunos
NOME DO ALUNO: PLANETAZUL
ANO: 2006
TURMA: MEMBRO DO BLOG
DIFICULDADES REGISTADAS:
Dificuldade em colocar música perceptível pelo sentido da audição.
Recorrência a determinados termos cujo significado não é decifrável por qualquer um, nem pelo menos distraído.
Atitude selectiva e descriminatória face aos mais...distraídos
PROPOSTA DE TRABALHO / ACTIVIDADES:
Todos os factores são única e exclusivamente da responsabilidade do aluno, pelo que ninguém lhe pode valer, a não ser ele próprio. O que podemos é sugerir:
Estar atento às dificuldades mais banais do comum professor.
Utilizar palavras portuguesas de modo a que todos o entendam.
Reduzir o número de vezes em que escreve ne me quites pas.
Activar faculdades de influência junto do fantasmadaopera e demovê-lo dos votos de silêncio.
Facilitar o acesso ao canto direito da sala de professores a todos os hipoactivos.
Único factor que implica a intervenção dos outros professores:
Controlar o ímpeto com que produzem comentários derrotistas.
CALENDARIZAÇÃO:
3º Período
Linda-a-Velha, 4 de Abril de 2006
Tomei conhecimento.
O aluno (se maior de idade):______________
® Elastigirl – 2006 - Obra protegida por direitos de autor, portanto, não podem copiar para aplicar a outros alunos
PLANO DE RECUPERAÇÃO - I
PLANO DE RECUPERAÇÃO
NOME DO ALUNO: FANTASMADAOPERA
ANO: 2006
TURMA: MEMBRO DO BLOG
INDISCIPLINA/REBELDIA/FUGA
DIFICULDADES REGISTADAS:
O aluno manteve a atitude registada anteriormente ao longo do 2º período, sobejamente conhecida, analisada e comentada.
São notórios os sintomas de hiperactividade.
Salienta-se a falta de trabalho visível, palpável
O aluno pode, caso assim o queria, recuperar e passar de ano se mudar de atitude.
PROPOSTA DE TRABALHO / ACTIVIDADES:
Factores da responsabilidade do aluno:
Direccionar a hiperactividade para a produção escrita virtual.
Estar atento aos estímulos, sejam eles de que ordem forem.
Postar diariamente, pouco de cada vez, aumentando gradualmente o número de linhas por post.
Rentabilizar todos, sem excepção, os recursos da escola.
Registar diariamente os factores inspiradores que populam à sua volta.
Responder aos apelos formulados em diversas ocasiões e pelos mais variados membros, admiradores, saudosistas, lagartichas, entre outros.
Factores que implicam a intervenção dos outros professores:
Acompanhamento mais individualizado à hora de almoço.
Avaliação diária do trabalho desenvolvido.
Multiplicar o ritmo e insistência dos apelos.
Apoiar e voltar a apoiar com desvelo.
Factores que implicam a intervenção encarregado de educação:
Reforçar as orientações gerais propostas pelos professores/membros e alguns comentadores apenas creditados e encartados do blog.
Nota: Se não foi apresentado um plano de recuperação antes, foi porque nada levava a crer que o aluno viesse a tomar uma atitude destas, portanto, não me venham chatear se ele chumbar.
CALENDARIZAÇÃO:
3º Período
Linda-a-Velha, 4 de Abril de 2006
Tomei conhecimento.
O aluno (se maior de idade):______________
® Elastigirl – 2006 - Obra protegida por direitos de autor, portanto, não podem copiar para aplicar a outros alunos
NOME DO ALUNO: FANTASMADAOPERA
ANO: 2006
TURMA: MEMBRO DO BLOG
INDISCIPLINA/REBELDIA/FUGA
DIFICULDADES REGISTADAS:
O aluno manteve a atitude registada anteriormente ao longo do 2º período, sobejamente conhecida, analisada e comentada.
São notórios os sintomas de hiperactividade.
Salienta-se a falta de trabalho visível, palpável
O aluno pode, caso assim o queria, recuperar e passar de ano se mudar de atitude.
PROPOSTA DE TRABALHO / ACTIVIDADES:
Factores da responsabilidade do aluno:
Direccionar a hiperactividade para a produção escrita virtual.
Estar atento aos estímulos, sejam eles de que ordem forem.
Postar diariamente, pouco de cada vez, aumentando gradualmente o número de linhas por post.
Rentabilizar todos, sem excepção, os recursos da escola.
Registar diariamente os factores inspiradores que populam à sua volta.
Responder aos apelos formulados em diversas ocasiões e pelos mais variados membros, admiradores, saudosistas, lagartichas, entre outros.
Factores que implicam a intervenção dos outros professores:
Acompanhamento mais individualizado à hora de almoço.
Avaliação diária do trabalho desenvolvido.
Multiplicar o ritmo e insistência dos apelos.
Apoiar e voltar a apoiar com desvelo.
Factores que implicam a intervenção encarregado de educação:
Reforçar as orientações gerais propostas pelos professores/membros e alguns comentadores apenas creditados e encartados do blog.
Nota: Se não foi apresentado um plano de recuperação antes, foi porque nada levava a crer que o aluno viesse a tomar uma atitude destas, portanto, não me venham chatear se ele chumbar.
CALENDARIZAÇÃO:
3º Período
Linda-a-Velha, 4 de Abril de 2006
Tomei conhecimento.
O aluno (se maior de idade):______________
® Elastigirl – 2006 - Obra protegida por direitos de autor, portanto, não podem copiar para aplicar a outros alunos
03 abril 2006
DO ZÉ CABRA PARA O ZÉ ABREU
Zé Abreu telefona à tua tia porteira e pergunta-lhe pelo Zé Cabra porque sou colega dela em Paris (Pertencemos ao mesmo sindicato!)
DESHEI TUDE PORELA
(Zei Kabra)
Deshei tude porela, deshei, deshei
Deshei tude porela, eu xei, eu xei
Deshei a minha bida, tã bonita e chingela
Deshei tude o catinha,
Deshei tude poreeeelaaaaaa.
Deshei de ir ó cinema,
deshei de ir ó futebol,
deshei dir ápraia,
deshei deber o xol,
deshei de ir... [grunhidos imperceptíveis]... tabémdeshei...
[grunhidos imperceptíveis]...
poque ela axava beiimmmmmm.
Este épico, já percebes melhor?
Um abrasso de Zei pra Zei
DESHEI TUDE PORELA
(Zei Kabra)
Deshei tude porela, deshei, deshei
Deshei tude porela, eu xei, eu xei
Deshei a minha bida, tã bonita e chingela
Deshei tude o catinha,
Deshei tude poreeeelaaaaaa.
Deshei de ir ó cinema,
deshei de ir ó futebol,
deshei dir ápraia,
deshei deber o xol,
deshei de ir... [grunhidos imperceptíveis]... tabémdeshei...
[grunhidos imperceptíveis]...
poque ela axava beiimmmmmm.
Este épico, já percebes melhor?
Um abrasso de Zei pra Zei
Dra RUTH, AFINAL HAVIA OUTRO!
Querida Dra Ruth
Passei o fim-de-semana a magicar acerca do seu louvável esforço de tipificação do género masculino. As suas crónicas refletem enorme preocupação em aderir ao sistema simplex (apresentado recentemente pelo nosso primeiro, homem pertencente à estirpe complexamente demagoga), mas no seu esforço de nivelamento esqueceu um tipo.
Nunca me tinha ocorrido que o género varonil tivesse tão poucas variantes e isso fez-me pensar que lhe falta uma, deveras importante, a ver pelos comentários habituais aos seus escritos. Tomo a liberdade de lha descrever, já que estou com a mão na massa.
Falo do tipo
- DESMANCHA PRAZERES - pessoas/homens (riscar o que não interessa) com gosto por desvendar intrigas e incapazes de manter o bico calado. Quase sempre inoportunos, adoram estragar as piadas dos outros. São chatos, muito chatos, e não se sabe ao certo a dimensão e o género dos prazeres que adoram estragar. São incapazes de dizer as coisas olhos nos olhos, mas quando se apanham com o teclado à frente, ninguém os pára. Aparentemente, não gostam de opinar, mas isso não passa de aparência; na verdade, incarnam o mais puro espírito cusco jamais visto em outro género da sua classe.
Espero ter contribuído para dissipar algumas dúvidas.
Uma admiradora,
Xorona
Passei o fim-de-semana a magicar acerca do seu louvável esforço de tipificação do género masculino. As suas crónicas refletem enorme preocupação em aderir ao sistema simplex (apresentado recentemente pelo nosso primeiro, homem pertencente à estirpe complexamente demagoga), mas no seu esforço de nivelamento esqueceu um tipo.
Nunca me tinha ocorrido que o género varonil tivesse tão poucas variantes e isso fez-me pensar que lhe falta uma, deveras importante, a ver pelos comentários habituais aos seus escritos. Tomo a liberdade de lha descrever, já que estou com a mão na massa.
Falo do tipo
- DESMANCHA PRAZERES - pessoas/homens (riscar o que não interessa) com gosto por desvendar intrigas e incapazes de manter o bico calado. Quase sempre inoportunos, adoram estragar as piadas dos outros. São chatos, muito chatos, e não se sabe ao certo a dimensão e o género dos prazeres que adoram estragar. São incapazes de dizer as coisas olhos nos olhos, mas quando se apanham com o teclado à frente, ninguém os pára. Aparentemente, não gostam de opinar, mas isso não passa de aparência; na verdade, incarnam o mais puro espírito cusco jamais visto em outro género da sua classe.
Espero ter contribuído para dissipar algumas dúvidas.
Uma admiradora,
Xorona
ZÉ ABREU INSURGE-SE: «EU JÁ AVISEI, PÁ!»
Eu bem tento avisar mas, infelizmente, a tendência para se armar ao pingarelho tem muita força. Resultado: o bló tá mais «cultural» do que nunca, mais «intelectual» e «snob», mais longe das pessoas normais. Como eu. Agora, têm visto com certeza, é o Doutor planetazul que deu em afinfar com uns poemas que ninguém percebe, tudo coisas a puxar à sustância. Livra. Ary dos Santos, e tal, Paquito Acordeon, Jóca Brel, e tal. Alguns, ainda por cima, em espanhol. Era o que me faltava. Já não me bastava aturar a espanholada na Páscoa, «Mira!», «Coño!» e «Gracias» por todo o lado («Gracias», por acaso, é um mau exemplo, que os espanhóis nem são muito de agradecer...)! Bem sei que o portuga tem jeito para as línguas e, portanto, ao espanhol ainda chegamos: falamos com pronúncia do Porto, mudamos as terminações, e vá lá: «Bamos à la plaia», «Adonde están los uevos de la páscoa?» (que se traduz por: Onde estão os ovos da senhora dona Ana Páscoa?), «Quiero una bica», «Abiél, me emprestas tu mariconera para dar unas vueltas?» ou «Era una broma (brincadeira), Abiél, Io no era capaiz de usar una mariconera dessaz». Mas o pior são os poemas em francês. Que raio de ideia a do senhor azul! Por acaso, este último até era simples: é quase só «Ne me quitte pas, ne me quitte, ne me quitte pas, ne me quitte pas, ne me quitte pas, ne me quitte pas» do princípio ao fim. Fiz um telefonema à minha tia, que é porteira em França, e que me traduziu isso: «Não me chateies, pá, não me chateies, pá, não me chateies, pá!» Mas não faz sentido recordar uma letra de mil novecentos e carqueja, quando os próprios franceses já quase não falam francês. É verdade. Diz-me a minha tia que as únicas palavras que eles conhecem são, hoje em dia, «Grève», «Mort aux flics!», «Villepin est un chien!» e pouco mais. De maneira que, com isto tudo, também venho hoje postar no bló a letra de uma antiga música, como o planetazul. Relembrem lá isto. (Espero depois um comentário de uma tal «saudosista», a dizer que gostou, se não sinto-me desvalorizado, tá bem?).
Ora aí vai:
Como o macaco gosta de banana,
Eu gosto de ti.
Escondi um cacho debaixo da cama,
E comi, comi.
Como o macaco gosta de banana,
Eu gosto de ti.
Escondi um cacho debaixo da cama,
E comi, comi.
Como o macaco gosta de banana,
Eu gosto de ti.
Escondi um cacho debaixo da cama,
E comi, comi.
A letra tinha mais coisas, mas esta é a parte de que eu gosto. Como de banana. Adeus amigos, até à próxima.
Zé
Ora aí vai:
Como o macaco gosta de banana,
Eu gosto de ti.
Escondi um cacho debaixo da cama,
E comi, comi.
Como o macaco gosta de banana,
Eu gosto de ti.
Escondi um cacho debaixo da cama,
E comi, comi.
Como o macaco gosta de banana,
Eu gosto de ti.
Escondi um cacho debaixo da cama,
E comi, comi.
A letra tinha mais coisas, mas esta é a parte de que eu gosto. Como de banana. Adeus amigos, até à próxima.
Zé
02 abril 2006
NE ME QUITTE PAS
Jacques Brel
NE ME QUITTE PAS
1959
Ne me quitte pas
Il faut oublier
Tout peut s'oublier
Qui s'enfuit déjà
Oublier le temps
Des malentendus
Et le temps perdu
A savoir comment
Oublier ces heures
Qui tuaient parfois
A coups de pourquoi
Le coeur du bonheur
Ne me quitte pas
Ne me quitte pas
Ne me quitte pas
Ne me quitte pas
Moi je t'offrirai
Des perles de pluie
Venues de pays
Où il ne pleut pas
Je creuserai la terre
Jusqu'après ma mort
Pour couvrir ton corps
D'or et de lumière
Je ferai un domaine
Où l'amour sera roi
Où l'amour sera loi
Où tu seras reine
Ne me quitte pas
Ne me quitte pas
Ne me quitte pas
Ne me quitte pas
Ne me quitte pas
Je t'inventerai
Des mots insensés
Que tu comprendras
Je te parlerai
De ces amants là
Qui ont vu deux fois
Leurs coeurs s'embraser
Je te raconterai
L'histoire de ce roi
Mort de n'avoir pas
Peu te rencontrer
Ne me quitte pas
Ne me quitte pas
Ne me quitte pas
Ne me quitte pas
On a vu souvent
Rejaillir le feu
D'un ancien volcan
Qu'on croyait trop vieux
Il est paraît-il
Des terres brûlées
Donnant plus de blé
Qu'un meilleur avril
Et quand vient le soir
Pour qu'un ciel flamboie
Le rouge et le noir
Ne s'épousent-ils pas
Ne me quitte pas
Ne me quitte pas
Ne me quitte pas
Ne me quitte pas
Ne me quitte pas
Je ne vais plus pleurer
Je ne vais plus parler
Je me cacherai là
A te regarder
Danser et sourire
Et à t'écouter
Chanter et puis rire
Laisse-moi devenir
L'ombre de ton ombre
L'ombre de ta main
L'ombre de ton chien
e me quitte pas
Ne me quitte pas
Ne me quitte pas
Ne me quitte pas
NE ME QUITTE PAS
1959
Ne me quitte pas
Il faut oublier
Tout peut s'oublier
Qui s'enfuit déjà
Oublier le temps
Des malentendus
Et le temps perdu
A savoir comment
Oublier ces heures
Qui tuaient parfois
A coups de pourquoi
Le coeur du bonheur
Ne me quitte pas
Ne me quitte pas
Ne me quitte pas
Ne me quitte pas
Moi je t'offrirai
Des perles de pluie
Venues de pays
Où il ne pleut pas
Je creuserai la terre
Jusqu'après ma mort
Pour couvrir ton corps
D'or et de lumière
Je ferai un domaine
Où l'amour sera roi
Où l'amour sera loi
Où tu seras reine
Ne me quitte pas
Ne me quitte pas
Ne me quitte pas
Ne me quitte pas
Ne me quitte pas
Je t'inventerai
Des mots insensés
Que tu comprendras
Je te parlerai
De ces amants là
Qui ont vu deux fois
Leurs coeurs s'embraser
Je te raconterai
L'histoire de ce roi
Mort de n'avoir pas
Peu te rencontrer
Ne me quitte pas
Ne me quitte pas
Ne me quitte pas
Ne me quitte pas
On a vu souvent
Rejaillir le feu
D'un ancien volcan
Qu'on croyait trop vieux
Il est paraît-il
Des terres brûlées
Donnant plus de blé
Qu'un meilleur avril
Et quand vient le soir
Pour qu'un ciel flamboie
Le rouge et le noir
Ne s'épousent-ils pas
Ne me quitte pas
Ne me quitte pas
Ne me quitte pas
Ne me quitte pas
Ne me quitte pas
Je ne vais plus pleurer
Je ne vais plus parler
Je me cacherai là
A te regarder
Danser et sourire
Et à t'écouter
Chanter et puis rire
Laisse-moi devenir
L'ombre de ton ombre
L'ombre de ta main
L'ombre de ton chien
e me quitte pas
Ne me quitte pas
Ne me quitte pas
Ne me quitte pas
DRA. RUTH NÃO DEIXA O SERVIÇO PÚBLICO A MEIO
Como tentei explicar no meu artigo anterior, o que aqui estou apresentando deve ser tomado como um dicionário de arquétipos de homens. Não se trata de escrever sobre homens em particular, o que seria de mau gosto. Em segundo lugar, estes arquétipos aplicam-se ao universo de todos os homens, e nem sequer ao universo mais restrito (que não deixa de ser um aliciante «study case», é verdade) da eslav. Não se prendam, pois, aos nomes que encontrei para designar tais arquétipos. São nomes aleatórios. Podiam ser outros.
Postas estas premissas, avancemos um pouco mais:
MENINO DE SUA MÃE - A maioria das mulheres atemoriza-se um pouco quando conhece este tipo de homem; o seu olhar lascivo e as suas mãos irrequietas prenunciam tremendas ousadias. Pensa-se logo: «Hum! Isto é gajo para se dedicar a grandes atrevimentos e a riscos terríveis: é gajo para praticar nudismo, ou ainda pior, ia dizer Bungee Jumping, mas talvez mesmo, sei lá, para se dedicar a ser professor..!» Depois, percebe-se que, sob a aparência de alguém capaz das piores atrocidades, está, afinal, um filho pacato e devotado que, nas outras mulheres, não vê senão a própria mãe, a mãe omnipresente, a mãe que o acompanha e guarda, a mãe que ainda se despede molhando os dedos com cuspo para lhe dar uma última penteadela ao cabelo, e se aflige com a demora se ele, no caminho de regresso a casa, teve de parar por acaso para atar os cordões dos sapatos...
CHEFE - Tal como o Inspector Clouseau, «O Chefe» é o género de homem que viu tantos desses filmes policiais em que usam a técnica do bom polícia/ mau polícia, que quer encarnar, ele sozinho, o bom e o mau. Como «bom» chefe, só deseja ser amado e compreendido. Por essa razão, é um chefe de pedra e cal: exerce o poder ao longo de séculos e séculos, na esperança de que um dia, nem que seja por cansaço, acabem mesmo todos por amá-lo e compreendê-lo. Mas não se deixem enganar, porque como chefe «mau», é capaz infligir as mais horrorosas torturas: entristece e amua. Mas isto com muita força, hein?
PENTEADINHO - Este género de homem é um tímido que, para enfrentar o desconhecido, não sabendo como se dará numa nova situação, se agarra com unhas e dentes a um pormenor qualquer, do qual faz uma espécie de símbolo mágico: pode ser a arrumação capilar, sem um único fio fora do sítio, o cabelo minuciosamente repartido em duas partes simétricas, como um telhado; ou pode ser um boné que marque absolutamente a diferença. O pormenor em si, tanto faz. Com ele, o indivíduo ganha uma nova confiança em si mesmo e espera que, onde quer que entre, o mundo, a vida, as mulheres, o mirem, rendidos, fascinados.
Já me cansei de novo. Até outro dia.
Ruth
Postas estas premissas, avancemos um pouco mais:
MENINO DE SUA MÃE - A maioria das mulheres atemoriza-se um pouco quando conhece este tipo de homem; o seu olhar lascivo e as suas mãos irrequietas prenunciam tremendas ousadias. Pensa-se logo: «Hum! Isto é gajo para se dedicar a grandes atrevimentos e a riscos terríveis: é gajo para praticar nudismo, ou ainda pior, ia dizer Bungee Jumping, mas talvez mesmo, sei lá, para se dedicar a ser professor..!» Depois, percebe-se que, sob a aparência de alguém capaz das piores atrocidades, está, afinal, um filho pacato e devotado que, nas outras mulheres, não vê senão a própria mãe, a mãe omnipresente, a mãe que o acompanha e guarda, a mãe que ainda se despede molhando os dedos com cuspo para lhe dar uma última penteadela ao cabelo, e se aflige com a demora se ele, no caminho de regresso a casa, teve de parar por acaso para atar os cordões dos sapatos...
CHEFE - Tal como o Inspector Clouseau, «O Chefe» é o género de homem que viu tantos desses filmes policiais em que usam a técnica do bom polícia/ mau polícia, que quer encarnar, ele sozinho, o bom e o mau. Como «bom» chefe, só deseja ser amado e compreendido. Por essa razão, é um chefe de pedra e cal: exerce o poder ao longo de séculos e séculos, na esperança de que um dia, nem que seja por cansaço, acabem mesmo todos por amá-lo e compreendê-lo. Mas não se deixem enganar, porque como chefe «mau», é capaz infligir as mais horrorosas torturas: entristece e amua. Mas isto com muita força, hein?
PENTEADINHO - Este género de homem é um tímido que, para enfrentar o desconhecido, não sabendo como se dará numa nova situação, se agarra com unhas e dentes a um pormenor qualquer, do qual faz uma espécie de símbolo mágico: pode ser a arrumação capilar, sem um único fio fora do sítio, o cabelo minuciosamente repartido em duas partes simétricas, como um telhado; ou pode ser um boné que marque absolutamente a diferença. O pormenor em si, tanto faz. Com ele, o indivíduo ganha uma nova confiança em si mesmo e espera que, onde quer que entre, o mundo, a vida, as mulheres, o mirem, rendidos, fascinados.
Já me cansei de novo. Até outro dia.
Ruth
01 abril 2006
VEINTE ANIVERSARIO
Veinte Aniversario
" 20 años de estar juntos
esta tarde se han cumplido
para ti flores, perfumes
para mi, algunos libros
No te he dicho grandes cosas
porque no me habrian salido
ya sabes cosas de viejos
requemor de no haber sido.
Hace tiempo que intentamos
abonar nuestro detino
tu bajabas la persiana
yo apuraba mi ultimo vino.
Hoy en esta noche fria
casi como ignorando el sabor
del la soledad compartida
quise hacerte una cancion
para cantar despacito
como se duerme a los niños
y ya ves,solo palabras
sobre notas me han salido
que al igual que tu y que yo
ni se importan ni se estorban
se soportan amistosas.
mas no son una cancion
que helada esta casa !
sera que esta cerca el rio
o es que estamos en invierno
y estan llegando,estan llegando...
los frios. "
Patxi Andion
http://spaces.msn.com/Eloha/Blog/cns!1pgd7TZAfMb_IdjCvfIF9U6A!355.entry
PARA MEDITAR... EM FÉRIAS
"Os bons professores possuem metodologia, os professores fascinantes possuem sensibilidade."
in "Pais Brilhantes, Professores Fascinantes"
de Augusto Cury
in "Pais Brilhantes, Professores Fascinantes"
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