Voltámos sem pretensões. Com mais criações. E opiniões. O verdadeiro blogue sem borbulhas.
30 novembro 2006
O Novo Professor (I)
I
Não sei como aqui cheguei. Nem tão pouco sei onde estou. No nevoeiro da minha memória recordo a bela Helena, a dura luta que travei em Tróia, para conquistar o direito de poder olhar para Helena Recordo o agradável prazer das longas conversas com a minha amada Clitemnestra.
Nesta confusa comunhão de vida e morte que quererá de mim Zeus? Dar-me um novo exército? Para combater onde e quem? Como posso regressar à luta se sofri tamanho golpe por amar Helena.
Oh! mestre dos mestres dizei-me que terra piso. Eu embaixador de Zeus na terra, comandante do grande exército que invadiu Tróia, homem e senhor das guerras, pensador e interprete das vontades dos deuses pergunto-vos porquê eu, porque fui eu o escolhido para tão longínqua aventura? Quem ousou afastar-me daquele corpo desenhado pelo deus dos deuses, afastar-me da paixão, do amor do desejo de ter, de sentir, de acariciar, de beijar aquela que, por ter sido minha, numa noite, todos me odeiam.
II
Que roupa é esta que trago neste meu corpo? Que falar é este que conheço sem nunca o ter aprendido? O que querem de mim os deuses?
III
Abre-se a porta. Sentados nos sofás alguns corpos parecem pequenas estátuas. Não têm vida. Jazem no silêncio de quem reflecte sobre a vida nunca vivida naqueles corpos. Mexem-se porque não querem sentir a falta da vida sonhada, procurada na vida descoberta por outros corpos. No silêncio de cada corpo vive adormecido um sentimento ainda não descoberto. Talvez vivido sem a chama que faz brotar o calor ardente do vulcão por tantos anos adormecido. Naqueles corpos ainda estão por ouvir os gritos que surgem de um espaço tantas vezes por descobrir. Entro naquela sala. Alguns olhares de mera curiosidade. Um grupo aqui, outro ali. Vão olhando sem nada sentir. Sou mais um em silêncio. Sou o caçador em busca de mim próprio. Deambulo em pensamentos tão longínquos que me trazem longe do presente. Que perfume é este que me faz lembrar corpos no meu passado. Quem transporta, em seu corpo, tamanha prenda dos deuses?
IV
Foram muitas as vezes que senti, bem perto, o perfume com que Helena almiscarava o território reservado aos caçadores. Passava, olhando o nada, mas tudo observando.
V
Naquela sala havia algo diferente. Foi de repente que surgiram alguns corpos que marcavam a diferença. Corpos que mereciam ser contemplados, estudados na dimensão do universo. Mereciam ser acordados e conquistados.
VI
As conquistas, sempre nos levam, a saber escolher o melhor caminho para chegar lá, isso mesmo, lá onde está o desconhecido, o pote de ouro por tantos desejado. Ali mesmo onde se escreve o grito secreto da conquista. Foi isto que os deuses quiseram ao mandar-me conquistar num novo tempo, numa terra em ebulição. Descobri que nesta nova missão terei de ser o educador, aquele que deverá suportar silêncios, conquistar o pensamento de alguns, sentir o desprezo de vários, a inveja de tantos, mas também, a satisfação de ver surgir o futuro numa mão cheia daqueles que por ali vão passando.
VII
Aqui estou eu descobrindo que renasci PARA SER PROFESSOR
VIII
Estamos em pleno intervalo. Na Escola Secundária de Linda-a-Velha os caçadores sentaram-se nos locais por onde a caça sempre passa. Lado a lado, aqueles caçadores trocam olhares, sentem por perto aquilo que mais procuram mas que poucas vezes conseguem ter e muito menos saborear.
IX
Olhares de grande censura, de profunda iniquícia e de alguma zelotipia marcam a passagem de um corpo bem desenhado no feminino. O que fazer? Como chegar àquele jardim para tentar colher alguma flor?
X
O inesperado acontece. Dos seus dois metros de altura Argamemnon não viu uma casca de banana deixada no chão certamente por falta de funcionários para limpar com rigor e qualidade a sala dos professores. Escorregou. Caiu ficando inanimado.
XI
Todos se levantaram olhando surpresos e angustiados para aquele corpo de ex-general deitado inanimado no chão. Alguns gritaram por ajuda. Procuraram a caixa de primeiros socorros que não aparecia. Outros entre o denso fumo das várias marcas de cigarro nada descobriam. Gerou-se na ESLav UM SILÊNCIO DE PROFUNDO PÂNICO.
XII
Um estranho fumo atravessou aquela sala apenas habituado ao mau cheiro do tabaco. Todos se olhavam. Alguns apressaram-se a apagar o cigarro que estilosamente transportavam entre dedos amarelos. Quando desapareceu a neblina cancerígena todos olharam naquele corpo transformado em professor e logo na ESLav.
XII
A porta da sala abre-se. Compasso certo entra uma professora possuidora de um corpo bem desenhado. Bem equilibrado. Dela sai um perfume com efeitos mágicos. Curiosa aproxima-se para ver o que acontece.
XII
Deitado no solo todos viram que aquele novo professor, reduzido a uma nova dimensão e estatura abriu levemente os olhos sobre o efeito do perfume que acabara de chegar. Era um perfume de mulher. Talvez mesmo de uma super heroina. Com um leve movimento fixou o olhar naquela mulher. Abriu mais o olhos e num suspiro gritou com entusiasmo e muita convicção
- Elasticgirlr
XII
Foi tão forte emoção que voltou a desmair. Há mulheres que são assim pensaram logo os caçadores
A COLUNA DE D.J. CARA DANJO: FLORIBELA ESPANCA
UMA HOMILIA DO PASTOR M. DEUSTEGUIE: «O QUE SUCEDEU REALMENTE AO FANTASMADAOPERA»
Venho aqui narrar, irmãos meus, o trágico acontecimento de que foi vítima nosso querido fantasmadaopera, o sumido. Alguém sabe o que deu no cara? Por onde vagueia? Por que sumiu do blogue? Pois eu vos digo tudo.
Fantasmadaopera ficou mal depois que comeu um lauto manjar de pernil de porco. E porquê? Porque, sem saber, ele estava comendo o pernil de um dos porcos que haviam se enchido de espíritos malignos, quando Nosso Senhor Jesus Cristo os expulsara do jovem possesso. Glória, glória, Aleluia!
Pochato estava com fantasmadaopera no momento. Pochato, aliás, também provara seu tenro naco. Por certo tempo, Pochato deixou se afetar igualmente pelos demónios, virava a cabeçorra para as costas, vomitava uma substância pegajosa, dizia palavrões, chegava a meter-se jogando futebol com o resultado que sabemos. Mas, enfim, Pochato acabou se safando. Porquê, irrrmãos? Porque os demónios, depois de algum tempo, se cansaram dele. Comentavam, quando ainda estavam dentro de Pochato, uns para os outros: «Poça, cara. Isto é vazio à beça. Viu só? Este não guarda nada na cabeça, tem tudo guardado nessa tal de pochete. Aqui tá tudo tão oco que até faz eco!!!»
E foram-se embora, mais depressa do que aquando da expulsão operada por Jesus, Hossana nas alturas! Uns, terão entrado na pochete. Outros, foram juntar-se aos demónios que estavam já pulando e pululando em fantasmadaopera. Minha nossa! Desde aí, o pobre fantasma virou pateta. Precisamos o ajudar, gente. Deus salva! Grandiosa corrente humana de ajuda ao fantasmadaopera na nossa mais recente igreja, tomada de um cinema, como sempre fazemos: neste caso, o cinema da escola (que já não tinha espectador mesmo). Haverá pipoca e coca-cola. Venha se juntar a esta maravilhosa corrente. Fantasmadaopera precisa de todos nós. Eu também: não esqueça trazer algum dinheiro para a hora do ofertório, viu?
EU GANHEI. QUE CHATICE!
Houve alguma inveja em redor de mim. O ar estava saturado de ódio, cheirava ali a raiva, quando me viram carregar, suando muito, a tal cesta que não podia ser levada pela asa.
A rainha de inglaterra (que isto de realeza foi chão que já deu uva... ups! desculpa, Lena...), bem carpiu:
«Pois eu comprei DUAS rifas, paguei com vinte euros, não me saiu a mim e ainda não vi o troco!»
Queridas amigas, não queria parecer ingrato, mas... será que ainda vou a tempo de reaver o meu euro? Ou poderia vender a alguém a cesta - não podem é pegar-lhe pela asa, mas tirando isso... - por, digamos, cinquenta cêntimos, que ainda paga um belo de um abatanado?
Repito: não queria parecer ingrato; não queria maldizer a sorte que me entra pela porta adentro num momento em que não a mandei sequer chamar. E, aliás, o cabaz nem é mau. É péssimo!
29 novembro 2006
DIRECTAMENTE DA TERRA DOS NINJAS & SAMURAIS, DO SUSHI & DO SUSHIMI, DO KONISHUA & DO ARIGATÔ!!!!
ELAS FALAM, MAS QUANDO TOCA AO TRABALHO PESADO...
Por exemplo: o senhor Presidente da Assembleia de Escola, o professor A. Magalhães, teve de estar, completamente alone um dia inteiro, a velar a urna. Não, não houve qualquer falecimento na escola: a urna era uma caixa preta para onde os estudantes atiravam uns papelinhos que, depois, o mesmo Magalhães ficou a contar um por um, e a separar em pequenos montes. Onde estava o mulherio? Alguém se ofereceu para o ajudar? (Eu até me ofereceria de bom grado, mas não estava disponível porque, como estou habituado a não preparar as minhas aulas, tinha nessa altura uma aula justamente para não-preparar; é que esse tempo de não-preparação de aulas é muito importante para mim: é, no fundo, um tempo de «preparação», quer dizer, o momento em que me preparo psicologicamente, sentadinho e sem fazer nada, para ir dar aulas aos putos do sétimo. Chateiam-me como o caraças esses. É a porcaria dos telemóveis. Eu não deixo! Falar ao telemóvel na minha aula??? Nem pensar; fazem muito barulho e depois eu é que não consigo ouvir o meu telemóvel).
Voltando ao Magalhães. Nas ocasiões é que se vêem os amigos. E o professor Magalhães não tem amigos, ou por outra, tem um único, que sou eu que, por azar, naquela altura tinha mais que fazer.
Isto faz-me lembrar uma história que o sargento Balicha me contava, e que era: estão os tipos todos na formatura, quando alguém solta um sonoro arroto. E vai daí, pergunta o sargento, furioso: - Quem foi!? - E responde de lá um fulano, muito contente, muito orgulhoso consigo: - Foi cá o pianaça, meu sargento, e isto ainda não é nada...!
À primeira vista, pode parecer que esta história não tem nada que ver com o outro assunto. Mas se repararem melhor... vão verificar que, realmente, uma coisa não tem que ver com a outra. E daí? Não posso contar as histórias que me apetecer, não??? Olha este...!
28 novembro 2006
UM MISTÉRIO COMO NUNCA SE VIU NADA ASSIM: EPISÓDIO SEIS
Madame pensava se valia a pena manter o Sherlock na investigação; as teorias da lula espanhola não a convenciam. E além do mais, parecia-lhe que as preocupações do dito não iam além de descobrir porque é que as tesourinhas se tinham escapulido daquela mesa.
Éntretanto, Migalhões afadigava-se; ninguém o conseguia convencer de que o carnet não estava dentro da caixa negra que lhe tinham confiado naquele dia. O estatuto de presidente do Clube dava-lhe motivos de sobra para sacrificar um dia de trabalho em prol das diligências. Pertinazmente, montou arreiais no polivalente "se o encontrar, há-de ser a frente de todos". Primeiro foi o chefe Lukas, sem sucesso. Depois foi Zezé Totó que tentou substituí-lo "Tou a achar-te cansado, Migalhões, eu fico aqui um bocadinho enquanto vais beber um abatanado...". Não! Nem pensar! Não podia abandonar a caixa.
Exausto, cambaleante e esfomeado, Migalhões sucumbe à insistência de JP, que é o único que o consegue afastar do seu posto. JP refastela-se na cadeira, sacando do seu Aristo e de umas folhas A3. Para despistar, começa a traçar garatujas que ninguém entende; justificando-se com argumentos de peso, consegue convencer alguns de que sabe onde está o carnet e que aqueles traçados não são mais do que um mapa que lhe terá sido revelado em sonhos.
27 novembro 2006
UM MISTÉRIO COMO NUNCA SE VIU NADA ASSIM: EPISÓDIO CINCO
Desculpe-me inspector esta abordagem tão súbita e atabalhoada! Mas o assunto é sério, altamente preocupante e não admite demoras. Vou então ser directa - desapareceu a sala de professores da ESLAV! É verdade. Eu também não queria acreditar. Mas veja: o grupo da mesa K volatilizou-se, ou seja, está presente mas ausente! Eu explico: os ditos estão sem ânimo... olham sem observar, vêem sem comentar, arrastam-se sem se deter... indiferentes a tudo e a todo e qualquer modelo que lhes passe pela frente. Também o grupo Y e seus pares, estão irreconhecíveis!... Trocaram o intelecto por frenéticas pesquisas na ânsia de descobrir a caixinha de Pandora que pensam lhes irá abrir as portas do TLEBS na sua Versão 3! Por sua vez, as peças da mesa X, quais tesourinhas saltitantes, dispersaram-se cautelosamente e o povo já não se diverte com as suas línguas viperinas, sempre prontas a cortar o mais convencido pano sem mácula!...
Deveras preocupante, não acha? Porque será?
Bom, não percamos tempo e mãos à obra. Eu por mim, não sei o que fazer, mas tenho uma sugestão. Eu sei da existência de um tal caderninho secreto, qual arquivo Metrokhine, quiçá escondido debaixo do soalho duma mansão situada no Silicone Valley português, que contém registos detalhados de todos, todos os passinhos dos profs da ESLAV. Isto é, das entradas e saídas, das opiniões e das sugestões, do diz que disse e não disse... e até das evacuações (como dizia o nosso amigo Zé... qualquer coisa). Portanto, inspector, uma vez na posse desse mágico documento, temos o assunto resolvido! Não lhe parece? Conto consigo. Traga-nos de volta a velha sala, que tanto tem para recordar! É elementar, meu caro, retomarmos aquele espaço tão divertido que, embora poluido por viciadas fumaradas, a terapia do riso até tornava saudável!
UM MISTÉRIO COMO NUNCA SE VIU NADA ASSIM: EPISÓDIO QUATRO
Desaparecera o próprio «carnet» de Madame?
Eis que atingimos o ponto de tensão nervosa máxima do nosso folhetim. Eu avisei, não avisei? Eu avisei...
Madame encontrava-se um pouco abalada, nem parecia a mesma, como se a tivessem amputado; assim, a investigação acabou por ter de ser conduzida por Black Knight que, no seu passo de cavaleiro solitário, se dirigiu para o gabinete secreto, onde se recolheu, a fim de meditar sobre como proceder metodicamente.
As velhas espreitavam-no pela janela.
No gabinete onde, em todas as paredes, se viam afixadas folhas com dizeres de fazer vir lágrimas aos olhos (e que, efectivamente, arrancavam sempre lágrimas comovidas a Emi Raposo), como por exemplo «Um sorriso nunca fez mal a ninguém», «Procura a criança que há dentro de ti e não lhe dês palmadas, dá-lhe rebuçados», «O mundo seria muito melhor se nos lembrássemos sempre de dizer 'Por favor', 'Com licença' e 'Obrigado'», «Um professor deve ser um aprendiz», «Sê tolerante», «Demos as mãos e cantemos em prol de um mundo melhor» - Black Night, diante daquelas palavras inspiradoras, estabeleceu o seu plano.
- Primeiro passo - pensou em voz alta -, pesquisar a quem serviria o desaparecimento do «carnet»...
As velhas, à janela, estavam encantadas.
Black Knight prosseguiu o seu raciocínio:
- Toda a gente na escola gostaria de deitar à mão ao «carnet». Todos são suspeitos. E então, estamos no mesmo ponto? Não. Podemos, apesar de tudo, eliminar já uma pessoa: eu. Eu sei que não fui eu quem fez desaparecer o «carnet». E portanto, os suspeitos que restam são... todos os outros!
As velhas já não cabiam em si de fascínio. Estavam delirantes com a solidez daquele raciocínio...
26 novembro 2006
QUE MAIS IRÃO INVENTAR A SEGUIR?
Se isso me baralha a mim, imagino o que isto não fará aos nossos alunos, que só têm disparates naquelas cabeças. Sim, aos pirralhos do sétimo ano, que nem sentar nas cadeiras sabem, quanto mais manter-se lá quietos. Isso tira-me do sério! Se eu disser a um aluno: "senta-te aqui porque este é o teu lugar", ele pode responder "era!". E o que é que eu lhe respondo? O miúdo até tem razão...
Isto tudo vem a propósito daquela história do TLEBS. Se eu fosse professora de português tinha razão para andar preocupada. Não é que eu perceba muito de português, até reconheço que não é o meu forte; os meus alunos costumam até brincar com o modo como digo certas palavras, principalmente quando lhes digo para usarem o lápes para tirarem apontamentos. E eles respondem que não têm nenhum lápes. Eu, que sempre conheci "nenhum" como sendo um determinante indefinido, agora dizem que vai ser um quantificador universal porque exprime um todo! Nenhum, exprime um todo. Vazio, mas um todo, está bem. Não admira que os miúdos andem atoleimados. Se nós também já começamos a andar...
25 novembro 2006
A MINISTRA ATÉ TEM RAZÃO. OS PROFESSORES É QUE ESTÃO DE MÁ-FÉ
A saber (e segue uma «resenha»):
«que»;
«mas»;
«e» [sete vezes];
«portanto» [embora haja quem até isto discuta, garantindo a desadequação gramatical desse «portanto»];
«ou» [três vezes];
«atchim» [som de um espirro].
Procurem desmentir qualquer uma das coisas elencadas.
Mas não pensem que só vamos buscar palavras descontextualizadas, artigos ou sons. Não. Há também ideias, frases inteiras, que são absolutas verdades. Não vos convém, pois não? A verdade dói, não é? Mas vejam exemplos:
«Estamos aqui hoje reunidos»;
«Venho falar»;
«Há um problema com o microfone, alguém pode tratar disto?»
A verdade dói? Pois então magoem-se lá com estas...
SILÊNCIOS
24 novembro 2006
O XIQUE E O XOQUE
Se vocês soubessem como é difícil seleccionar as festas! Os convites multiplicam-se! Claro que tenho as minhas preferências: opto prefencialmente pelos eventos culturais mas hoje em dia questiono-me: como é que posso não ser atraída pelos eventos gastronómicos? É possível separá-los? E o cérebro, como funciona sem um bom vinho? Um dia, hei-de falar sobre isso. Acho que alguns estão a precisar duns conselhos sábios...
Mas vamos ao que interessa: a Bebé Moreia rejuvenesceu; mas rejuvenesceu... como dizer?... de um modo ousado, estranho, com umas calças rarruladas, de brilhantes nos joelhos e fitas penduradas, tão cool, tão fashion. Que se segue, rica? Piercings, tatoos, tanguinha à mostra? Eu estou aqui para ver.
Tenho andada muito atenta a um ousado decote que aumenta a cada dia que passa. Cricri, estou a gostar do atrevimento! Condiz consigo, sabe? Uma vez que já cá não está a princezinha - dos spo, lembram-se? - que o ano passado até deixava gago o tio Xando e os outros meninos (com «meninos» quero dizer os senhores professores), ainda bem que a Cricri lhes vem alegrar a vista, coitadinhos...
E a Fatuxa Luzinha, não repararam? Não se repara logo, é verdade, é uma trancinha discreta, mas não deixa de ser uma trancinha muito «in», magrinha como ela, mas elegante, sem dúvida.
Por falar em elegância, repararam nos sapatinhos abotinados de pêlo verde-kiwi da querida Mavy? Espero que não sejam de pêlo natural, que isso foi chão que já deu uvas (sem segundas intensões, Leninha!). Agora o que é XIQUE é usar peles sintéticas, amigas dos animais e do ambiente. Sim, ricas, façam como eu: pensem sempre duas vezes antes de comprar malas, sapatinhos de couro ou casacos de pele; se não conseguirem pensar duas vezes, deixem para outro dia, sigam o meu exemplo - há quanto tempo deixaram de me ver com as minhas exuberantes peles? Por agora, deixo-vos com estes sábios pensamentos.
Xau, xau! Beijinho, beijinho!
ÚLTIMAS DOS SAMURAIS
B1 - confusão generalizada, mas organizada por uns funcionários com bandeiras verdes (toca a circular e não pára!!!), amarelas (espera!!!, espera!!!, espera!!!, espera!!!, espera!!!) e vermelhas (nem, te mexas...senão!!!);
1F - 500m2 de FAX's;
2F - DVD's (milhões de modelos);
3F - Mais DVD's (R, RW, RWR, e outras siglas destes meninos) e ainda - imaginem - CD's!!! Sim também têm cá disso...
4F - e seguintes ???? Não sejam preguiçosos(as) e dêem um saltinho (de 12 horas) até aqui!
Estes "meninos & meninas" organizaditos, assentam a sua forma de estar no respeito intrínseco e mútuo, por novos e anciãos.
Por aqui, em Tóquio, e na 16ª linha de tom amarelo torrado, saía de "OTSUKA" para "IKEBURO"... e eis senão quando a promoção Armani pendurada acima - digna de foto, pensei - e num ápice, para vosso regalo: ZÁS!!! (com flash e tudo). Foi hoje 24 de Novembro, quase em directo.
QUENTES E BOAS OU ASSIM
BOA - O professor Doisberto subiu ontem de escalão no ranking de observações oportunas, por ter tido a coragem de tornar pública uma suspeita: a máquina de café da sala de professores vai ser encaminhada para a vertente 3 do plano de acção da matemática por pertencer ao 319, alínea i).
A ARDER - No dia 7 de Dezembro realizam-se as Olímpiadas da Matemática. É bom saber que o departamento tenta manter acesa a chama. Nem que seja a chama olímpica.
QUENTE - Hoje e amanhã decorre a Venda de Natal. Proponho uma venda de velharias; não venda de antiguidades, mas de velharias mesmo. Começavamos pela sala de professores. lol
BOA - Há poucas semanas a escola foi presenteada pelo El Corte Inglés com 24 portáteis. Afinal, alguém no ministério não aprendeu a fazer contas e enviou computadores a mais. Pensou-se, na altura, que seria presente de Natal. Agora, e aproveitando o carácter solidário da época natalícia, metade dos portáteis serão entregues a uma escola da margem sul.
QUENTE - Os professores estão intrigados com os procedimentos a tomar para cumprir o ponto do plano de emergência em caso de sismo, que os manda ir para debaixo da mesa. Tanto quanto se sabe, havia apenas uma professora que costumava fazê-lo durante as aulas e isso era no ano passado, no anfiteatro.
23 novembro 2006
ZÉ ABREU: SE NÃO CONSEGUES VENCÊ-LOS, JUNTA-TE A ELES
A minha ideia é, por uma vez, escrever também como um intelectual, um autêntico homem da cultura.
Assim, aproveito para fazer umas recomendações - até porque já estamos à esquina do Natal, e talvez queiram oferecer o livro ou assistir ao filme sobre que vou escrever.
São coisas cultas, a puxar à sustância. Vejam só do que eu sou capaz...
Livro: bem, nada mais nada menos do que «AS PEQUENAS MEMÓRIAS», de José Saramago. Que eu li. Ou seja, de que já li o título todo, e que posso aconselhar, porque pelo título já se percebe que se trata da tragédia de um homem que fala da sua senilidade e descreve como o Aljéimer (é assim que se escrever?) lhe foi dando cabo da memória, não lhe deixando senão uns pequenos fragmentos, uns tristes farrapos, umas lembrançazinhas mínimas, umas luzinhas ténues, em suma, umas pequenas memórias. Não será certamente um livro alegre, mas os professores também não andam em maré de alegria. Qualquer dia já nem Natal têm, portanto, só poderá ser bom para eles confrontarem-se com o facto indesmentível de que há coisas piores do que a sua situação...
Filme: já referido pela senhora dona planeta lula, «O Diabo veste-se no Prado», onde, curiosamente, não aparece nenhum diabo nem aparece qualquer prado, só uma patroa muito severa e fria, que penso que já vi noutros filmes, talvez em algum episódio dos «Morangos com Açúcar» (se não erro, é senhora dona Ana Zanatti), a qual patroa se zanga muito com uma sua empregada, tratando-a abaixo de cão. Na altura, lembro-me de ter pensado: para ver uma patroa tratar a empregada abaixo de cão, não preciso de vir gastar dinheiro ao cinema (que agora já nem se compram bilhetes na bilheteira nem nada, é tudo no balcão das pipocas e dos refrigerantes), basta-me ver a maneira como a dona lurdes do ministério trata os professores. Mas enfim, se a dona planeta lula apreciou, quem sou eu...? Vão ver, vão ver.
Para os intelectuais do bló, intelectual e meio. Toma!
DOIS PONTOS, VITAIS PARA A ESCOLA, EM CIMA DA MESA
EXERCÍCIO DE EVACUAÇÃO DA ESCOLA («DA» ESCOLA, POR FAVOR, NÃO «NA» ESCOLA)
1. Nota-se que ninguém tem levado muito a sério este exercício. É, no entanto, um número de folclore que deve ser respeitado, como um cantar alentejano, uma dança dos pauliteiros de Miranda ou uma sessão de kuduro no polivalente. Parece que não há maneira de perceberam que existe um Plano de Prevenção da Escola, o qual torna o exercício de evacuação um espectáculo folclórico obrigatório por lei, determinando que os espectáculos folclóricos obrigatórios por lei devem obrigatoriamente ser levados a sério.
2. Há professores que ainda não conseguiram entender sequer o que se entende por «plano de evacuação», e aproveitam a confusão que se gera para irem às casas de banho a fim de evacuar. Pela última vez: NÃO É DISSO QUE SE TRATA!!!
3. Contar até cinquenta debaixo das mesas é imprescindível para que as pessoas se acalmem. Enquanto estão a contar até cinquenta não estão a pensar em mais nada. E confiemos em que não aconteça mal a ninguém por estar distraído a contar até cinquenta num momento em que a sua atenção seja necessária para evitar outros perigos.
4. Para este efeito, pede-se aos professores que não leccionam matemática que se esforcem também por aprender a contar até cinquenta.
5. Com o objectivo de nos dirigirmos todos para o recreio, ponto de encontro, o professor deve ser o último a sair da sala, depois de ter verificado que não falta nenhum aluno. Não se preocupem, que é só a brincar. Já se sabe que, se for a sério, os professores deverão ser os primeiros a raspar-se, e os alunos que se amanhem.
6. É muito importante que nenhum professor aproveite a confusão do sismo virtual para ir tomar café.
7. Nem abatanados, já agora!
8. Bolas!!!
SEGUNDO PONTO:
DIAGNÓSTICO DAS AAA. PROPOSTAS PARA MELHORAR O SEU FUNCIONAMENTO
Um comitê fez uma resenha das principais dificuldades e desequilíbrios sentidos.
Entre os desequilíbrios contam-se:
a) O desequilíbrio da Lena Serrote quando se dirigia para uma AAA e deslizou sobre uma uva;
b) O desequilíbrio do Pochato ao tropeçar sobre um taco solto, em pleno jogo na modalidade de futebol-de-velhinhos, não porque essa ocorrência tivesse directamente que ver com as AAA, mas porque teve indirectamente, uma vez que os alunos, quando ouviram o estrondo no ginásio, saíram todos das salas em que gramavam AAA, para virem assistir ao estampanço.
Entre as dificuldades, detectámos:
a)A desproporção no número dos professores disponíveis nos diferentes dias de semana, tempos lectivos e turnos;
b) A desproporção no número de disponíveis professores nos dias diferentes de semana, turnos e tempos lectivos - (e, atenção: não, as alíneas a) e b) não são iguais, dizem o mesmo, é certo, mas de modo diferente);
c) Haver professores que estão na casa de banho quando os chamam para AAA, provavelmente porque ainda não compreenderam a diferença entre a Actividade de Acompanhamento de Alunos e os Exercícios de Evacuação;
d) E outras coisas mais...
Que propostas poderíamos nós fazer para melhorar o funcionamento das AAA? Sabe-se lá! Conhecendo o ódio dos professores a tal monstruosidade, não estamos a ver como melhoraríamos esta porcaria. Deixemos, pois, de parte as AAA: falemos antes das «aulas de substituição» [AS]. Aí, sim, temos uma sugestão linda. Cada departamento deveria criar uma espécie de pochete de horas flutuantes/volantes. E cada professor poderia ser chamado para vir num instantinho substituir um outro professor do mesmo departamento. Neste estilo: «Está lá? Fala a Mariana Alicate? Olha, querida, tens de vir substituir o Migalhões, que faltou (coitado, está a comemorar a sua centésima entrada em AAA). O quê? Estás no médico? Ó pá, isso agora não interessa, tens de vir, está aqui a tua bolsa. O quê? Se deixaste cá a bolsa? Não, não é essa. Estou a falar da bolsa de horas. Sim. A pochete de horas flutuantes/volantes, pá, vá lá, filha, despacha-te...»
21 novembro 2006
ZÉ ABREU: NOVAS AMEAÇAS CULTURAIS PELA MÃO DE UM TAL AGAMEMNON
Mas isto não fica por aqui. Se prestarem atenção à coluna dos escreventes deste bló, vão reparar que há já um nome novo. Agapito, pensei eu. Depois, li melhor. «Agamemnon». Estou tramado. Não me faltava mais nada. Aí temos mais cultura, mais intelectualidade, mais snobismo. Roído pela curiosidade, pedi ao meu mais novo que fosse a correr pesquisar na internet. Quem seria este «Agamemnon»? O meu filho encontrou um texto inglês, para o qual pediu tradução automática. (Os computadores são bestiais, traduzem eles próprios tudo). Tratava-se de um texto escrito pelo senhor James Caçador (o nome do homem era James Hunter, parece que está muito bem traduzido), que explica: «Agamemnon casou Clymnestra e teve diversas crianças por ela, including Orestes, Electra e Iphigenia»; e: «quando os gregos sailed para Troy, sua frota foi prendida por ventos desfavoráveis»; mais: «o seu infortúnio era devido a Agamemnon, que boasted Artemis na caça». Houve, parece, nesta história de Agamemnon, algumas confusões (ou então era a tradução que estava confusa), e, por fim: «Agamemnon teve homecoming infeliz». Porquê? Ora bem: «Foi fundido fora do curso e aterrado no país de Aegisthos ou veio para casa a sua própria terra encontrar Aegisthus esperá-lo» (?). Não percebi lá muito do texto, mas também não sou nenhum intelectual, aposto que a dona planeta lula e o senhor espanhol azul compreenderiam a coisa, ou diriam que sim, mas, pela amostra, já vi o que será a entrada do Agamemnon no nosso bló. Vem aí mais cultura, pá! Da grossa! Livra!!!
AAAs da ESLaV
Passo a explicar:
Se por acaso um padre adoece, a missa pode ser dada por outro prelado.
O génio deste Secretário de Estado ainda, com a ideia cabotina que o professorado é um sacerdócio, "pensa" que sacerdócio quer dizer troca de sacerdote; daí a facilidade com que ele se propõe resolver as aulas de substituição:
falta um professor de Matemática, nada de pânico: pega-se na planificação do dito, vai-se à sala de profs, arrebanha-se um que esteja disponível (o professor de português, trabalhos oficinais, inglês, história, quiçá a D. Pilar se as vendas de bolos estiver fraca, etc e, está resolvido o problema).
Com secretários destes, todos os problema se resolviam.
Ex: Medicina:
O operador não veio?
Fácil de resolver...ele que mande a planificação da transplantação coronária que o dentista, que está de folga, faz essa operação.
Como é possivel que este génio tenha perdido tanto tempo como vereador numa câmara do interior e tenha levado o país à degradação em que está?
Promovam-no ou internem-no que eu, como estou de folga, opero-o.
A COLUNA DE D.J CARA DANJO: QUANTO MAIS ESTUDO OS PROFESSORES MENOS OS COMPREENDO
20 novembro 2006
UM MISTÉRIO COMO NUNCA SE VIU NADA ASSIM: EPISÓDIO TRÊS
Vários Sherlock Holmes se ofereciam para tratar do caso. Assim, de repente, lembro-me já de três: o Inspector Guerra era um; Black Knight (e o seu coro de velhinhas ambulantes) era outro; e Madame, a própria, que lançara a questão e possuía, além do mais, o «carnet» que poderia acabar por resolver o mistério, era a terceira hipótese.
O Inspector Guerra, animado pelos seus sucessos de outrora, nomeadamente aquando do caso do desaparecimento de Mariana Alicate, ainda pensou em avançar. Mas depressa desistiu: aderira, entretanto, a um movimento chamado «Slow», que prega a revolta pacífica contra a pressão e as pressas da sociedade moderna - prega, no fundo, que não devemos viver para o trabalho, antes gastar o tempo com as pequenas coisas em que tínhamos deixado de reparar, o canto dos pássaros, o conforto de um sofá junto à casa de banho, a calma de ver passar as nuvens no céu...! (É bonito. Eu próprio me sinto tentado a aderir a isso. Sobretudo a parte de contar nuvens e ouvir pássaros, ao invés de ir trabalhar, convence-me, comove-me até. Aliás, o Inspector tem quem lhe siga os passos e se dedique a não fazer nenhum. Alguns, parece, gostariam de passar o tempo simplesmente a contar vértebras... E para bom entendedor, meia vértebra chega...!) Em suma: O Inspector Guerra preferiu, pois, ficar no seu sofá, em vez de se meter em altas cavalarias.
Black Knight ponderou.
As velhinhas ambulantes viram-no meditativo, e renderam-se ao seu encanto:
- Que bem pensa!
- Sim! E que bonito fica a pensar...!
Black Night pronunciou-se:
- Eu, se calhar...
E as velhinhas:
- O homem fala tão bem, não é?
- Sim, oh, sim, tem sempre a palavra certa.
Black Night:
- Os desaparecimentos interessam-me. Por que será que não se encontra aquilo que desaparece?
As velhinhas:
- Que bem dito, não foi?
- Estou muito impressionada, estou muito impressionada...
Mas, do seu canto de fumo, interveio então Madame:
- Não, eu é que vou investigar isto. Porque, na verdade, está tudo registado aqui no meu... no meu... Ah! O meu...? o meu...??? Onde está o meu «carnet»? Eu valha a Deus! Não me digam que...!?
Sim. O mistério assumira proporções macabras: o «carnet» de Madame desaparecera. O sagrado «carnet». Ai valha-nos Madame!
UM MISTÉRIO COMO NUNCA SE VIU NADA ASSIM : EPISÓDIO DOIS
Aproveitando a sugestão dum tal Sherlock, alguns professores resolveram autoreciclar-se em vez de desaparecer de vez. Argumentam que o facto de abandonar o tabaco lhes dá o direito se fazem-se aparecer em sítios outrora vedados à sua presença... A verdade verdadinha é que, por via dessa reciclagem, conseguiram fazer desaparecer o ambiente cortante da mesa X, coisa que é comentada em surdina em diversos grupos de sofás.
Diariamente desaparece, para aparecer noutro sítio, uma determinada planta, pouco discreta, verdemente farfalhuda. Intrigada com esta viagem diária, e com algumas desconfianças, Su7 esforça-se por obter a confirmação das suas suspeitas. Decorrem neste momento, importantes negociações para o fornecimento de um sistema de videovigilância por troca do espantalho que figurou na instalação "Ruralidades", que recentemente decorreu no polivalente; soubemos entretanto que as negociações dependem apenas da inclusão do galo no pacote de valores a entregar à empresa fornecedora do equipamento.
Mas os dias são férteis igualmente em aparecimentos. Vejamos o mais importante: o pulso elástico amarelo-canário do Pochato! Desde o dia em que apareceu, foram já aventadas várias justificações (pouco credíveis, todas elas) sendo a mais votada aquela que defende que é uma imitação da pulseira que Katsouranis usa para lhe dar sorte e saúde; isto porque Pochato terá lido a entevista que o jogador deu ao 24 horas há dias atrás e desde então, não mais largou a dita pulseira. May the force be with you, Pochato.
19 novembro 2006
O FILME QUE PAULINHA NÃO PODE PERDER
Olá Paulinha! Tá boa? A querida já viu "O Diabo Veste Prada"? Olhe rica, não perca de todo! É mesmo o filme à sua medida! Ele é moda, ele é vestidos, ele é glamour, ele é gente podre de rica, ele é futilidade, ele é sapatos giros, giros de morrer, ele é Valentino, ele é Versace ... Eu sei lá! Um mundo de banalidades que a vão deixar em extase e com uma pena enorme de não ser você a protagonista! Consigo a cena tinha outra finesse, outro encanto de saber estar! Por exemplo, é impensável correr daquela maneira desconchavada em cima de saltos tão finos e tão altos! Onde já se viu!!... Depois, a vida frenética das queridas é esgotante, valha-nos ao menos ser vazia de qualquer conteúdo! Caso contrário, quem é que aguentava! Tá a ver? Elas são famosas, elas têm dinheiro, elas têm glória, mas as queridas não têm maneiras! Falta-lhes aquele Chic que você domina tão bem! Vá lá, telefone ao David Frankel e ponha aquela gente nos devidos lugares! Tá a ver, eles são do povo, coitados! Veja a Meryl Streep, aquele monstro da arte de representar, que atira sistematicamente o casaco com a mão direita para cima da secretária da assistente. Como é possível desconhecer que arremessar com a esquerda de forma blasé e determinada, empresta ao gesto a força do poder e o domínio da glória! Não acha, Paulinha? Além de que assim é que é "bem"! Recomendo-lhe agora, Paulinha, um esforço suplementar. Tente perceber como aquela personagem má, vil, ditadora, armas que utiliza para esconder a sua enorme fragilidade, é magistralmente interpretada pela actriz e que é por ela (actriz/interpretação) que vale a pena ver o filme. Abstraia-se um pouco das roupas, da moda, do dinheiro e concentre-se na prestação da Miranda, nos valores que a jovem Andy acaba por escolher, no sistema de vida, no tipo de relações que envolvem e se envolvem naquele universo! Veja bem, reflicta e tire as suas conclusões. Só as suas, está bem? Depois diga-nos! Até breve, queridinha! Beijinhos.
17 novembro 2006
NÃO HÁ FOME QUE NÃO DÊ EM FARTURA
Cansados de esperar por uma torradinha, um tosta mista ou qualquer coisa mais natural, alguns professores de carácter benfazejo, decidiram meter mãos à obra e pensaram: "se a escola não tem, nós temos!". Posto isto, proposeram-se oferecer àquele que é já um ponto de referência na escola – o bar dos profs – um conjunto de electrodomésticos, um set de bar, digamos assim, que eu também sou culta. Do dito set fazem parte, e destaco, uma sandwicheira e máquina de sumos. Os artefactos mais cobiçados por grande parte dos professores. Mas não uma máquina de sumos qualquer; mas sim uma máquina de sumos nem mais nem menos que naturais!
Cheia de boas intensões, Fafá Madapleno dirige-se ao C.Executivo. O chefe absorto em papéis e envolto numa nuvem de fumo pouco branco, parece não ouvi-la.
- Tenho uma tostadeira e uma máquina de sumos novinhas em folha. Posso trazer para dar ao bar dos profs.
Alelex aparece, impelido pela palavra "dar".
- Dar? Mesmo dar? Máquinas? Novinhas em fffolha? Mas que tipo de fffolha? A4?
Fafá Madapleno: - Deixa-te disso! Posso trazer? É que eu não preciso daquilo pra nada. E se a escola precisa...
Alelex: - É páá, tens que dar um tempo. Ainda agora lá puderam as tomadas. Deixa ver se aquilo se estraga…
Fafá Madapleno: - Mas não achas que podia ir trazendo? Aquilo lá em casa não está a fazer nada…
Alelex: - Aguenta mais um coche, a ver se organizamos aquilo melhor. A malta agora desata toda a trazer coisas pra cá. Isto qualquer dia parece um ferro-velho. Ainda no verão vieram por aqui à porta um frigorífico quadradinho. Novinho em folha, como tu dizes. E pensas que tenho onde o pôr?
Fafá Madapleno: - Olha esta conversa cheira-me a desculpa.
Alelex: - Pois, a malta não precisa das coisas em casa e traz para a escola. Qualquer dia ainda alguém se lembra de trazer coisas do lixo…
Fafá Madapleno: - Olha, não vás mais longe. Já há quem o faça… a…a... Mas os meus são novinhos… O que achas, Lucas?
Lukas: - Hã? Ah! É pá, sei lá. Traz. Logo se vê…
Fafá Madapleno: - Não é logo se vê, ou é ou não é!
Lukas: - E eu sei lá! O Alelex que trate disso. Sumos naturais? E quem é que vai à fruta?
Fafá Madapleno: - Não me digas que não temos funcionários para ir às compras!
Alelex: - Pois ó Lucas! Essa é outra. Já estou a ver: “Dona Pilar, é uma suminho de melão. Com papaia. Tem papaia? Senão, pode ser manga mesmo.” "Dona Pilar, é uma limunada bem fresquinha". E a senhora sem saber para onde se virar, estou mesmo a ver.
Fafá Madapleno: - Pronto! Já sabem que tenho isto para dar. Acho que estou a perder tempo, vou mas é corrigir testes. Depois digam qualquer coisa. Xau!
Alelex: - Tas a ver ó Elástica? Esta também se está a esticar. Andam aí alguns a fazer disto. Por vontade delas até a máquina de costura traziam pra cá. Olha! Sempre podiam ocupar o tempo a coser uma ou outra meia. Vvvalha-me Deus!
15 novembro 2006
UM MISTÉRIO COMO NUNCA SE VIU NADA ASSIM : EPISÓDIO UM
Quando aquilo começou, as pessoas não se aperceberam imediatamente.
Também é verdade que, no início, se tratava de coisas «explicáveis»: por exemplo, a substituitrix nunca mais fora vista na escola nem, segundo fontes fidedignas, em nenhuma das trezentas e duas escolas por onde já passara; mas constava que «andaria por aí». Por exemplo, o fantasmadaopera desaparecera do blogue abaixo e, algum tempo depois, a abelha maia sumia, também, do mesmo blogue abaixo. Só que havia desculpas, Ai, e tal, ando com muitos afazeres (explicava o fantasma, que nem sabia bem o que era um «afazer», a não ser na medida em que, com ele, nada se fazia, tudo ficava «a fazer»...), ou: Ai, e tal, estou sem internet (explicava a abelha)...
Quem começou a reparar nestes desaparecimentos foi a Madame que, como muito bem se sabe, tomava afincada e minuciosamente nota de tudo no seu implacável caderninho ou, como eu gosto de dizer, uma vez que sou um tipo culto, no seu «carnet».
Se uma pessoa (que não mencionaremos para não ferir susceptibilidades) chegava atrasada a uma reunião do, sei lá, por exemplo, Curso Profissional e, na reunião seguinte, teimava que não, a Madame abria o seu «carnet» e setenciava:
- Desculpa lá, Zezé Totó, mas na outra reunião tu chegaste às dezassete horas, trinta minutos e cinquenta e três segundos. Está aqui apontado, ora vê lá. E o sô planetazul está a faltar a esta reunião, deixa-me cá registar!
Quando alguém queria saber, deixa cá ver, por exemplo, quem entrara mais vezes (e, já agora, quem entrara menos vezes) em AAA, tinha uma solução eficaz: perguntar a Madame, que passava as páginas do seu «carnet» com um vagar irritante e, a seguir, informava, como quem emite a Palavra Sagrada:
- O Arminho Migalhões já entrou setenta vezes. O Zezé Totó entrou... uma!
Nenhuma deslocação de ar, nenhuma sujidade de uma sala, nenhum movimento suspeito, ou mesmo insuspeito, nenhum horário cumprido, ou comprido, ou incumprido, nenhuma utilização indevida dos computadores, nada, rigorosamente, escapava às malhas do sagrado «carnet» de Madame.
E, portanto, foi ela que, um belo dia, lançou, entre duas baforadas de fumo do seu cigarro mais longo do que os das pessoas comuns:
- Andam a desaparecer coisas. Da mesma maneira que certas coisas NÃO desaparecem, infelizmente, como o presépio que ainda lá está e estará!, outras há que têm sumido... Se não vejamos [e consultava o «carnet»]: há um projecto de cinema para alunos: ora nunca houve público, os alunos desaparecem todos misteriosamente a essa hora. Explicações? Não há. Mais: existia uma turma - da Bebé Moreia -, que está a desparecer aos poucos: eram cinco alunos, depois passaram a três e, finalmente, a dois que só pensam em anular a matrícula. É isto. Ando a reparar que a escola se tem tornado numa espécie de buraco fundo. Vão desaparecendo coisas de que nunca mais ninguém sabe nada...
14 novembro 2006
CANDIDATURA PARA ACOMPANHANTES DE PROFESSORES DE MATEMÁTICA
Fui hoje confrontada com a corrida inusitada de pretendentes ao lugar de acompanhante para professores de Matemática. Bem sei que só hoje foi publicado o anúncio, mas o atractivo apelo conduziu a uma desenfreada procura de informações acerca dos requisitos para o lugar. Assim sendo, está a ser criado um gabinete-de-apoio-ao-pretendente-a-acompanhante, que elaborará uma lista actualizada com o perfil do candidato.
Adianto desde já algumas características a apresentar pelos/as interessados/as, sem as quais escusam de perder tempo a enviar propostas, uma vez que o objectivo desta selecção é encontrar o acompanhante ideal, aquele que seja capaz de proporcionar bons momentos de camaradagem, logicamente, mas acima de tudo, evitar o desgaste do professor de Matemática:
- Ter boa apresentação.
- Gostar de usar roupas caras e/ou de marca.
- Gostar de saír à noite.
- Conhecer os sítios da moda.
- Ter gosto pela aventura e paixão pelo desconhecido (nunca se sabe que professor lhe calha).
- Ser perito no disfarce, ou seja, saber fazer de contas.
- Ser capaz de manter o sorriso por mais de 9o minutos.
13 novembro 2006
12 novembro 2006
EUTANÁSIA
Abordávamos a temática de viver ou morrer "com dignidade".
Na oportunidade, ocorreu-me dizer-lhe "nunca me deixes viver em estado vegetativo, dependendo de uma máquina e de uma garrafa de líquidos. Se me vires nesse estado, desliga as máquinas que me mantêm vivo..."
Então, ela levantou-se, desligou-me a televisão e despejou a cerveja fora!!!!
Sem comentários por favor
Gerações o quê? - Toma lá Ministra !!! -
1ª. "A nossa juventude adora o luxo, é mal-educada, despreza a autoridade e não tem o menor respeito pelos mais velhos.
Os nossos filhos hoje são verdadeiros tiranos.
Eles não se levantam quando uma pessoa idosa entra, respondem aos pais e são simplesmente maus."
2ª. "Não tenho mais nenhuma esperança no futuro do nosso país se a juventude de hoje tomar o poder amanhã,
porque esta juventude é insuportável, desenfreada, simplesmente horrível."
3ª. "O nosso mundo atingiu seu ponto crítico.
Os filhos não ouvem mais os pais.
O fim do mundo não pode estar muito longe."
4ª. "Esta juventude está estragada até o fundo do coração.
Os jovens são maus e preguiçosos.
Eles nunca serão como a juventude de antigamente...
A juventude de hoje não será capaz de manter a nossa cultura. "
Após ter lido as quatro citações, ficou muito satisfeito com a aprovação que os espectadores davam às frases.
Então, revelou a origem das mesmas:
- A primeira é de Sócrates (470-399 a. C.)
- A segunda é de Hesíodo (720 a. C.)
- A terceira é de um sacerdote do ano 2000 a. C.
- A quarta estava escrita num vaso de argila descoberto nas ruínas da Babilónia e tem mais de 4000 anos de existência.
11 novembro 2006
O EVENTO MÁGICO
Graças a Deus, o Repórter Estrábico estava lá.
CHILIQUE (com um vestido cor-de-rosa, elegantérrimo, recebendo um grupo da ESLAV) - Ah, meus queridos, ainda bem que puderam vir. Entrem, entrem. Estejam como em vossa casa.
CHEFE (tirando o casaco de bombazina negra - ou azul escuro? -, desabotoando o colarinho e descalçando-se, para se sentir em casa) - Ora ainda bem que me diz isso, que um gajo enfarpela-se todo e depois fica a sufocar.
PAULINHA (servindo-se abundantemente de gin-tónico) - Isto está tudo muito bonito, muito bonito. Glub-glub-glub. Muito bonito, gosto muito...
A AUTORA (nervosa, ansiosa) - Ó Chilique, já posso apresentar? Já posso ser apresentada? Ainda não me vieram pedir autógrafos, não estou a ver ninguém comprar livros, só vejo as pessoas de volta dos comes e dos bebes...
CHILIQUE - Não, não, não. É preciso calma, não se apanham moscas com fel. Primeiro temos os acepipes. Depois, ainda há um espectáculo. Contratei umas cantoras líricas. E uma rapariga que toca violino. E uns acrobatas que andam de bicicleta sem mãos.
A AUTORA - Eu nem sabia que as bicicletas tinham mãos...
CHILIQUE - E termina tudo com o Luís de Matos, que vem fazer os seus habituais números de cartas, coitado! Os truques são sempre os mesmos, a única inovação está nas cartas: são baralhos que o Chefe Lucas confiscou aos alunos.
TODOS - Oooooooooh! O Luís de Matos? Mas é mágico, isto é mágico, que coisa tão mágica, nunca estive num evento tão mágico, oooooh!
CRICRI NUNU (enchendo o seu enorme boné vermelho com grandes quantidades de bacalhau, de umas travessas que descobriu lá ao fundo) - Ah, meu boné, tu é que és mágico, eu bem sabia que era boa ideia ter-te trazido.
PAULA THROMBONE (que também não foi convidada, espiando tudo detrás de um biombo) - Não há direito! E anda por ali a Délia Simas sem beber nada, vê-se logo que não é pessoa habituada a estes eventos sociais, coitada. Não me convidarem a mim. Que horror, que falta de chá!
RAINHA DE INGLATERRA (que, por muito rainha, também não foi convidada, espiando da sua varanda, de onde capta TUDO, absolutamente TUDO à volta, com o seu potente telescópio cuja marca não consigo agora lembrar) - Aquilo é tudo fachada. Não vejo ninguém de sangue azul. Nem o Dom Duarte, nem ao menos o rei das bifanas. Ainda bem que não fui convidada, era o que faltava...!
Entretanto, as pessoas aguentam estoicamente - e à custa de muito Gin tónico e chapeladas de bacalhau - as Castafiores, o violino, os acrobatas. Come-se, bebe-se, ri-se muito. A autora rói as unhas, cada vez mais nervosa. Ainda lhe não compraram um único livro. A altas horas, quando se anuncia a entrada de Luís de Matos, o pessoal começa a dispersar. Alguns vão até às Docas; outros vão dormir.
CRICRI NUNU - Então boa noite, posso dizer que estava delicioso. Espero ser convidada sempre que haja bacalhau.
CHEFE - Então adeus, estou com sono.
AUTORA (com lágrimas nos olhos) - Então, e o meu livro? Então, e o lançamento? Não assino autógrafos? Não apresentam a obra que levei duas semanas a escrever? Ninguém compra para eu assinar?
PAULINHA - O livro? Ah, pois é. Mas agora já é um bocadinho tarde, não é ? Fica para a próxima.
TODOS (em coro) - Fica para a próxima!
DÉLIA - Foi mágico, foi mágico. 'Bora, pessoal, que vem lá o mágico!!!
P.S.: É inútil levarem a mal porque, como é óbvio, o autor é simplesmente mais um na longa lista dos «roídos de inveja»
10 novembro 2006
ADIVINHA
Usando só de raiva e de impostura,
Triste de facha, o mesmo de figura,
Um mar de fel, malvada e quezilenta;
Arzinho confrangido que atormenta,
Sempre infeliz e de má catadura,
Mui perto de perder a compostura,
É cruel, mentirosa e rabugenta.
Rosto fechado, o gesto de fuinha,
Voz de lamento e ar de coitadinha,
Com pinta de raposa assustadinha,
É só veneno, a ditadorazinha.
Se não sabes quem é, dou-te uma pista:
Prepotente, mui gélida e sinistra,
Amarga, matreira e intriguista,
Abusa do poder... e é ministra.
(recebido por e-mail)
09 novembro 2006
A GREVE DA FUNÇÃO PÚBLICA SEGUNDO PERSPECTIVAS UM TUDO-NADA DIFERENTES
A não ser que o 5.1 do governo tivesse sido «verificado» ao jeito de uma velha anedota, de que gosto muito.
Está o comandante do forte a descansar, quando aparece um vigia a correr:
- Meu comandante, meu comandante, vêm aí os índios!
- Ó diabo! E são muitos?
- Seiscentos e três, meu comandante!
- Seiscentos e três? Essa agora! Como é que sabes isso com tanta segurança?
- Bem! Três, contei eu. Os outros são para aí uns seiscentos!!!
ASSIM É QUE NÃO, CARAÇAS!
Um gajo já tem que levar com a desordem em casa, e depois chega à escola e está tudo igual! Eu gostava de ser mosca para ver o que é que faz uma mulher o dia inteirinho em casa; aposto que passa a vida a ver a Floripes e a Escrava Isaura. E depois é o que se vê, loiça por lavar, o pó por aspirar, as meias por coser.
Ainda por cima ando a pagar um balúrdio a uma ucraniana que lá vai uma vez por semana e que me deixa a casa num desalinho. Eu bem disse à minha mulher que o melhor era fazer ela tudo sozinha, mas que não, que lhe doem as costas e eu, que até sou um coração de manteiga, lá acabei por ceder. Claro, cedo sempre. Mas com uma condição: só um dia por semana, assim sempre posso fazer um ou outro dia de greve, por exemplo, quando vislumbro uma almoçarada ou uma pescaria à maneira.
Ando tão chateado com a situação da escola que, se isto se mantiver, pá, será que é possível uma ajuda feminina? Posso fazer aqui um apelo aos professores do sexo feminino cá do sítio... que são tantas... e são tão lindas... para pegarem numa vassourinha...? Se eu por uma vez falasse com doçura, pegavam na vassoura em que costumam andar a voar por aí, à noite, e faziam o favor de varrer a lixarada das salas da escola???
08 novembro 2006
O XOQUE E O XIQUE
Rica, a menina fica avisada: faça outra destas e vai ver quem é a verdadeira Paula Thrombone! Isto é...
A COLUNA DE D.J. CARA DANJO: AMOR VERSUS WRESTLING
O PERISCÓPICO CONTÍNUO SOBRE A ESCOLA
A fim de percebermos o que os professores pensam - ou, até, se há algum que pense -, em suma que ideias presidem aos seus actos e decisões num local tão importante como a escola, agradecemos que, anonimamente, responda ao seguinte questionário. (Responda sinceramente, se assim não for não vale a pena estar a incomodar-se, vá-se lixar!)
DADOS ANÓNIMOS:
NOME:
SEXO:
IDADE:
MORADA:
NÚMERO DE TELEFONE E DE TELEMÓVEL:
DEPARTAMENTO:
TEMPO DE SRVIÇO:
SINAIS PARTICULARES:
ESTADO CIVIL:
PROFISSÃO DO CÔNJUGE:
a) Marinheiro
b) Cozinheiro
c) Actor
d) Outra. Qual? Porquê?
1. Na hora de uma AAA, quando você se dirigia já para a sala de aula, praguejando alto e bom som contra a dona Lurdes e contra o colega que faltara, um aluno de turma aproxima-se de si e diz-lhe: «Professor, não vai poder haver AAA porque o Chefe Lucas confiscou o nosso baralho de cartas!»
Você responde:
a) Que azar! Então vamos todos embora!
b) Nesse caso, vamos todos embora!
c) Bem, se não pode haver, não há: vamos todos embora!
d) Ok! Vamos todos embora!
2. A professora Escura Anunciação entra na sala de professores e grita audivelmente: «BOM DIA COLEGAS». Porque está embrenhado numa conversa, você não liga. Ainda lhe parece que a Escura sublinha: «EU DISSE BOM DIA», mas está tão distraído que torna a não responder. Escura Anunciação debruça-se sobre si e morde-lhe uma orelha. Você:
a) Responde-lhe: «Podes ficar com a orelha, para eu não ter de te ouvir a gritar-me os bons-dias!»
b) Diz-lhe, gritando-lhe aos ouvidos : «BOM DIA, ESCURA. GOSTASTE? É BOM!?»
3. Uma mãe procura-o na hora de Direcção de Turma para o convencer de que o seu (dela) filho é um génio que só não gosta de se exibir perante os outros. Você não se lembra de quem se trata. Mas, puxando pela memória, percebe que é o aluno que costuma zurrar nas suas aulas...
a) Desata a rir incontrolável e disparatadamente
b) Diz à senhora, sem sorrir: «Não estou inteiramente de acordo, ele vai exibindo os seus dotes: e o que faz nas aulas, fá-lo, de facto, com grande talento...»
c) Suspira e conta, no seu calendário privado, os dias que lhe faltam para atingir a reforma
07 novembro 2006
O XIQUE E O XOQUE
Por exemplo, a régia Lizette. A Lizette vinha no outro dia com um casaquinho muito amarelinho e muito ratado; parecia uma rede. Não sei que lhe diga, filha! Se eu fosse a si, continuava a ratá-lo até não ficar nada. Ou então, usava-o mas é para a pesca. Bem, se gostasse muito, muito, muito dele, guardava-o, daqui até ao Carnaval é um instantinho.
Quem voltou ao seu «anorak» vermelhão é o tio Gugu. O «anorak» nem lhe fica mal, o tio tem um ar imponente, um olho azul (e o outro olho acho que também), de modo que eu aplaudo. Ali no seu canto, a perorar com a sua voz possante, o tio é sempre um «must». Não sei se gostei da partida que lhe fizeram aqui no blogue, mas se o menino não se queixa, quem sou eu...
Mas e a bem da verdade, se alguns são conservadores (para não dizer bota-de-elástico, que é deselegante e a deselegância não é comigo), outros há que inovam de modo arrojado! Notaram todos, aposto!, nos atrevidos leggings com que a queriducha Dadá F. Arrasou! Ela, que gosta de passar por discreta! Não, engana-nos a todos com a sua audácia!
Quem teima em não passar despercebida é Suzy, e muito menos depois de ter escurecido o longo cabelo! Escurecido e alongado o já de si longo cabelo. Fica-lhe a matar, rica! Quanto tempo lhe custou a alteração de visual? Não quer partilhar connosco?
Quem anda muito aplicada e por sinal, muito criativa, é a querida Lailai, que inundou os dedos das colegas com a sua prata agora combinada com pedras. O bom gosto está em crescendo.
Quanto à pessoa que se acha na necessidade de publicar anúncio a advertir que ela não é moi, tudo bem, rica. Nós tomamos nota de que a menina não é moi. Mas confesse lá: gostava, não gostava...?
06 novembro 2006
Somos capazes...ou não?!?!?!?
NOTA: Os(as) Não Colocados(as) colocam exactamente isso no espaço "Escola".
Portugal vale a pena
Eu conheço um país onde tem sede uma empresa que é líder mundial de tecnologia de transformadores.
Mas onde outra é líder mundial na produção de feltros para chapéus. Eu conheço um país que tem uma empresa que inventa jogos para telemóveis e os vende para mais de meia centena de mercados.
E que tem também outra empresa que concebeu um sistema através do qual você pode escolher, pelo seu telemóvel, a sala de cinema onde quer ir, o filme que quer ver e a cadeira onde se quer sentar.
Eu conheço um país que inventou um sistema biométrico de pagamentos nas bombas de gasolina e uma bilha de gás muito leve que já ganhou vários prémios internacionais. E que tem um dos melhores sistemas de Multibanco a nível mundial, onde se fazem operações que não é possível fazer na Alemanha, Inglaterra ou Estados Unidos. Que fez mesmo uma revolução no sistema financeiro e tem as melhores agências bancárias da Europa (três bancos nos cinco primeiros). Eu conheço um país que está avançadíssimo na investigação da produção de energia através das ondas do mar. E que tem uma empresa que analisa o ADN de plantas e animais e envia os resultados para os clientes de toda a Europa por via informática. Eu conheço um país que tem um conjunto de empresas que desenvolveram sistemas de gestão inovadores de clientes e de stocks, dirigidos a pequenas e médias empresas.Eu conheço um país que conta com várias empresas a trabalhar para a NASA ou para outros clientes internacionais com o mesmo grau de exigência. E que desenvolveu um sistema muito cómodo de passar nas portagens das auto-estradas. E que vai lançar um medicamento anti-epiléptico no mercado mundial. E que é líder mundial na produção de rolhas de cortiça. E que produz um vinho que "bateu" em duas provas vários dos melhores vinhos espanhóis. E que conta já com um núcleo de várias empresas a trabalhar para a Agência Espacial Europeia. E que inventou e desenvolveu o melhor sistema mundial de pagamentos de cartões pré-pagos para telemóveis. E que está a construir ou já construiu um conjunto de projectos hoteleiros de excelente qualidade um pouco por todo o mundo. O leitor, possivelmente, não reconhece neste País aquele em que vive - Portugal.Mas é verdade. Tudo o que leu acima foi feito por empresas fundadas por portugueses, desenvolvidas por portugueses, dirigidas por portugueses, com sede em Portugal, que funcionam com técnicos e trabalhadores portugueses. Chamam-se, por ordem, Efacec, Fepsa, Ydreams, Mobycomp, GALP, SIBS, BPI, BCP, Totta, BES, CGD, Stab Vida, Altitude Software, Primavera Software, Critical Software, Out Systems, WeDo, Brisa, Bial, Grupo Amorim, Quinta do Monte d'Oiro, Activespace Technologies, Deimos Engenharia, Lusospace, Skysoft, Space Services. E, obviamente, Portugal Telecom Inovação. Mas também dos grupos Pestana, Vila Galé, Porto Bay, BES Turismo e Amorim Turismo .E depois há ainda grandes empresas multinacionais instaladas no País, mas dirigidas por portugueses, trabalhando com técnicos portugueses, que há anos e anos obtêm grande sucesso junto das casas mãe, como a Siemens Portugal, Bosch, Vulcano, Alcatel, BP Portugal, McDonalds (que desenvolveu em Portugal um sistema em tempo real que permite saber quantas refeições e de que tipo são vendidas em cada estabelecimento da cadeia norte-americana). É este o País em que também vivemos.É este o País de sucesso que convive com o País estatisticamente sempre na cauda da Europa, sempre com péssimos índices na educação, e com problemas na saúde, no ambiente, etc. Mas nós só falamos do País que está mal. Daquele que não acompanhou o progresso. Do que se atrasou em relação à média europeia.Está na altura de olharmos para o que de muito bom temos feito. De nos orgulharmos disso. De mostrarmos ao mundo os nossos sucessos - e não invariavelmente o que não corre bem, acompanhado por uma fotografia de uma velhinha vestida de preto, puxando pela arreata um burro que, por sua vez, puxa uma carroça cheia de palha. E ao mostrarmos ao mundo os nossos sucessos, não só futebolísticos, colocamo-nos também na situação de levar muitos outros portugueses a tentarem replicar o que de bom se tem feito. Porque, na verdade, se os maus exemplos são imitados, porque não hão-de os bons ser também seguidos?
05 novembro 2006
04 novembro 2006
02 novembro 2006
ADITAMENTO À PROPOSTA PARA O CONCURSO «OS GRANDES ESLAVENSES»
Repare-se, por exemplo, na actividade que ultimamente vem sendo desenvolvida em horário nobre (isto é, no intervalo das 10h). Não, não me refiro à desventrada máquina de café em pleno reabastecimento. Refiro-me aos encontros com o superaspirador azul (claro!) a vaguear pela sala de professores, vasculhando todos os recantos, como quem diz, “raspa-te daqui que agora é a minha vez”, pondo os professores num verdadeiro corrupio, de cadeira em cadeira, em busca dum cantinho abrigado, protegido dos ventos da super máquina conduzida pela Superpilar ou mesmo pela Superção. As mesmas que, trabalhinho concluído, se raspam de cano enrolado ao ombro em direcção quer ao bar, quer ao pbx (designação revista e actualizada da super central telefónica), expondo assim o carácter multifuncional de alguns, eu disse alguns funcionários eslavenses, funções nunca dantes vistas nas nossas bandas. (Já bem longe dali e em qualquer horário menos nobre, podemos encontrar quem prefira o rijo do assento da cadeira escondendo-se atrás dumas revistecas cor-de-rosa, quando solicitado para um simples passar a pano num estirador cheio de cola… Está bem, desses não reza a história nem ninguém votaria neles.)
01 novembro 2006
E UM BOM NATAL PARA SI TAMBÉM, DONA LURDES
De ora em diante, essa cambada de madraços que medra pelo país (não, não, eu disse: «medra»...) ostentando o nome de «professores», passa a estar PERMANENTEMENTE na escola - até mesmo quando os alunos estiverem de férias.
Os alunos merecem, os professores não. Para estes, acabou o Natal, acabou a Páscoa, acabou o Carnaval.
AUGUSTÃO - Sabem que, a mim, não me parece assim tão mal como isso. Eu até gosto de vir à escola. Sempre fui de opinião que o único problema da escola eram realmente os alunos. Assim, sem alunos, a malta reune-se, comemos para aí uns queijinhos...
ZEZÉ TOTÓ - Estás maluco! Escola durante o Natal? E durante a Páscoa? Não me faltava mais nada...
LURDES ORVALHADA - Não sejas sempre tão pessimista. Também não me agrada, é claro, mas é preciso saber tirar partido de tudo. Repara. Podemos aproveitar para fazer uma reuniãozita de grupo. Dessas a que tu andas a faltar... e a faltar um pouco de mais!
ZEZÉ TOTÓ - Reuniõezitas?
LURDES ORVALHADA - Uma reunião todos os dias. Ai, ai, que bom, que bom! Que bom que era...! Não há nada melhor para a saúde. Tu conheces o ditado, não conheces? «Uma reunião por dia, afasta qualquer azia»...
ZEZÉ TOTÓ (quase a chorar...) - Uma reunião por dia!? Oh, meu Deus...
LURDES ORVALHADA - Uma reunião por dia até afasta o médico!
ZEZÉ TOTÓ - Pudera! Se o médico for esperto, nem lá o vemos. A mim afasta, afasta certamente!
LURDES ORVAHADA - As reuniõezitas fazem bem. Tu baldas-te, e por isso é que andas aí com esse ar enfezado, amarelento, cabisbaixo. Olha para mim, que bem que estou, sempre tão coradinha. É das reuniõezitas, homem.
SÔ PEDRÃO - Mas não é só para os professores que se acabam os Natais e afins. Os funcionários também têm de passar a estar na escola. Digo já que acho isso mal. É indecente. Já não basta o que a pessoa tem de fazer durante o tempo de aulas, por exemplo escrever e afixar na porta do Centro de Recursos uns bilhetes a dizer «Fechado, fui matabichar», «Fechado, fui reforçar o mata-bicho», «Fechado, fui petiscar», «Fechado, fui almoçar», «Fechado, fui comer qualquer coisita», «Fechado, fui lanchar», «Volto já, já, já, não demoro mais do que três horas»... Vê-se bem que o pessoal do Ministério não faz ideia do que é estar numa escola. Acabarem-nos com as férias!? Que raio de ideia! Eu gosto de férias, que é a única altura do ano em que aproveito para trabalhar qualquer coisinha...
AUGUSTÃO (Reparando em alguém de vermelho, que chega a coxear)- Olha, aquele ali não é o Pai Natal?
SÔ PEDRÃO - Eia, pá, coitado! A barba toda amarrotada...!
AUGUSTÃO - Cheio de pensos!
ZEZÉ TOTÓ - O braço ao peito!!!
LURDES ORVALHADA - Ó querido Pai Natal, que te aconteceu? (Espera aí, eu sou uma professora de filosofia, culta, consciente, não acredito no Pai Natal, pois não?)
PAI NATAL (falando com dificuldade, por causa da falta de dentes) - Fei lá! Ia a pafar pelo vinásio e um tal Vavconfellos enfiou-me à forfa no grupo de futebol... faltava-lhev alguém prá defeva... nem fei o que me acontefeu... aquilo é violento... aquilo é violento... fão velhotes maf fão tramadov...
LURDES ORVALHADA - Mas que diabo estava o Pai Natal (em que não acredito) a fazer na escola???
AUGUSTÃO - Ai não sabias? A Ministra não quer o Pai Natal a passear por aí de trenó durante as férias. Diz que a partir de agora, tem de passar as férias de Natal... na escola!